Beatriz Moreira da Silva

Nunca digas onde vais,
suprime o equívoco;
Livre d’ensinos;
Só nunca digas onde vais.

Engole o silêncio,
ainda que te apeteça sair a gritar onde vais;
Não sujeites os trajetos futuros a uma promiscuidade d’gente;
que não sente, não conhece, mas ousa falar.

Fica contigo no segredo dos planos,
que d’quatro trevos duplicará;
Nem dês misericórdia a uma possibilidade do que pode ser suposto,
porque o bem de nós somente nos conste.

Liberta depois d’composto,
o projeto que em ti foi disposto;
Apenas nunca digas onde vais,
sabendo nós do que és capaz.