Prolacto exporta para todo o mundo e transforma 25% do leite de São Miguel
Sediada há 52 anos na Lagoa, empresa de produtos lácteos contornou a pandemia. 70% das suas vendas destinam-se ao mercado internacional incluindo América, Médio Oriente e Ásia
Oscar Criado-del-Rey veio de Espanha há três anos. É administrador, delegado e diretor-geral da Prolacto. Tem 51 anos e diz que os Açores são o melhor lugar do mundo para fazer o que faz. Diz que a Prolacto foi “uma oportunidade profissional muito interessante pela capacidade transformadora na empresa, na comunidade e na equipa” e que “não seria o mesmo sem um ambiente natural incomparável e único como é São Miguel”.
O que é a Prolacto? Uma empresa independente que produz ingredientes lácteos especializados para clientes industriais internacionais de alimentação e nutrição. Hoje em dia transforma 25% do leite de São Miguel.
Quais são os vossos principais produtos? São misturas de pó de leite e soro com diferentes funcionalidades, componentes e formatos assim como produtos como manteiga e natas. As diferentes variedades de leite em pó, são utilizadas para nutrição infantil, chocolates, gelados, doces e sobremesas, misturas para café, cápsulas e máquinas de vending e ainda outros produtos como pizzas, lasanhas, ou sopas.
Qual o seu produto de eleição? Temos um produto especialista único, a nata em pó com 52% de matéria gorda, utilizada em papas de nutrição infantil. E a nossa manteiga é espetacular, embora ainda só esteja à venda em formato industrial.
Há quantos anos a Prolacto se instalou na Lagoa? Há 52 anos. Devemos ser das empresas mais antigas do concelho. A Lagoa é hoje um centro empresarial importante.
Quantas pessoas emprega? Diretamente, 75 colaboradores. Mas temos muitas empresas que fazem atividades como subcontratadas desde há muito tempo, parceiros tecnológicos e comerciais, fornecedores de serviços e de produtos com contratos a longo prazo e ainda fornecedores de leite. Em termos totais, o nosso ecossistema, conta com perto de 500 pessoas que consideramos serem a “Comunidade Prolacto”.
A empresa sentiu necessidade de apostar nos Açores, porquê? Sem dúvida pelo potencial da matéria prima, a força dos processos internos e experiência existente na fábrica, assim como, pela oportunidade de melhorar os resultados da mesma, transformando-a numa empresa economicamente atrativa e com grande projeção internacional. Após três anos de cá chegar parece que conseguimos o objetivo inicial. Agora começamos outra fase estratégica para atingir o máximo potencial com novos projetos, nomeadamente um novo projeto interno, “Discovery”, que vai mudar totalmente a forma como trabalhamos, com seis novas tecnologias desde inteligência artificial, mais sensores de indústria 4.0 e um digital twin para modelos de simulação de produção, novos equipamentos de eficiência energética que vão trazer cerca de 30% de melhoria, e manutenção preditiva com ultrassom e infravermelhos.
Os Açores são um mercado de excelência. Porquê? Sim, a matéria prima é única e a disponibilidade de leite durante todos os 365 dias do ano com reduzida sazonalidade e com possibilidade de alimentação de pastagem é um facto diferencial relativamente a qualquer outra região. Exceto a Nova Zelândia, pode-se dizer que é única no mundo.
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