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“Gentes e Memórias do Concelho de Lagoa 1910 – 1933”, é um livro da autoria de Sandra Monteiro, sendo um estudo sobre o concelho de Lagoa, com base em fontes até então inéditas e aborda um período que nunca tinha sido analisado.
O livro é o resultado da dissertação de Mestrado em Património, Museologia e Desenvolvimento, uma obra de inigualável valor e contributo para a história lagoense que se divide em duas partes, uma destinada a analisar os contornos da população lagoense na I República e outra, dedicada às questões sociais e urbanísticas.
Uma publicação que pretende, acima de tudo, dar continuidade aos estudos iniciados por dois grandes estudiosos do concelho de Lagoa: o Padre João José Tavares e o historiador e etnólogo Dr. Francisco Carreiro da Costa, disse na altura o presidente da Câmara Municipal de Lagoa.
João Ponte falava na apresentação da obra, onde recordou Descartes dizendo que “ a leitura de todos os bons livros, é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados”, um pensamento que resume a essência do livro, considerando ser uma obra de inegável valor.
Uma obra que apela à cultura, tal como tem sido a aposta da autarquia, como forma de incentivar os lagoenses ao gosto pela leitura e pelo conhecimento, disse João Ponte.
O livro foi apresentado pela investigadora e docente na Universidade dos Açores, Susana Goulart Costa, que destacou ser esta uma obra que abrange um período conturbado na história nacional e da história insular.
A investigadora deu como exemplo os sete parlamentos, oito presidentes da República, 39 governos e 40 chefias de governo, entre 1910 e o golpe militar de 1916, na história nacional.
Susana Goulart Costa chamou a atenção para o facto de este não ser um livro de história da política local, mas sim uma obra que aborda as questões da população da Lagoa e da sociedade que aqui residia.
Dos vários temas analisados, a investigadora realça o destaque feito à educação onde, nesta época, a taxa de analfabetismo rondava os 80% neste concelho, sendo transversal às restantes ilhas dos Açores.
Recordou igualmente o investimento nas escolas nessa época, onde em 1928 foi inaugurada a escola Jácome Correia, sendo esta uma referência.
Mas o livro agora apresentado, em véspera das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, dá igualmente destaque ao poder local, que foi fundamental para o progresso do concelho.
A investigadora destacou ainda o trabalho realizado por Sandra Monteiro que, sem ser açoriana, soube dominar os conceitos e conteúdos da história regional.
A autora, por sua vez, destacou e enumerou o apoio que obteve para a consulta de arquivos e as fontes com quem falou, sem os quais não era possível a obra agora apresentada.
Sanda Monteiro destacou ainda o apoio da autarquia, com a qual foi possível a obra agora apresenta, uma vez que sem esta edição, a investigação ficaria apenas no conhecimento académico, sendo uma obra que honra as gentes e memórias do concelho lagoense.
A autora deixou ainda um apelo a todos os que possam ter arquivos particulares que abram as portas a outros investigadores, e apelou à autarquia para que possa disponibilizar um catálogo online do seu arquivo, que facilitaria a vida aos investigadores.
Sandra Monteiro dedicou ainda a obra aos lagoenses, sendo este um contributo para homenagear, engrandecer a cidade e aumentar o gosto pelo registo da memória.
Sandra Monteiro nasceu em 1974, em Canelas, no concelho de Vila Nova de Gaia. Frequentou a Escola Secundária da sua terra natal e ingressou na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Naquela instituição, licenciou-se em História, ramo educacional, em 1997. Desde então exerceu as funções de docente no Ensino Básico e Secundário em vários estabelecimentos escolares do país. Paralelamente ao seu gosto pelo ensino, enveredou na investigação e entre 2010-2012 frequentou o Mestrado em Património, Museologia e Desenvolvimento, na Universidade dos Açores.
DL
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