O presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, está “apreensivo” com as implicações que poderão advir do encerramento noturno do Centro de Saúde da Ribeira Grande a partir do próximo dia 1 de julho, no período compreendido entre a meia-noite e as oito horas da manhã, preocupação que já havia manifestado noutras ocasiões. 

“Tudo o que seja retirar cuidados de saúde às pessoas não é bom, pelo que vejo com alguma apreensão esta medida do Governo Regional dos Açores, tomada sem qualquer diálogo com a autarquia”, disse, lembrando, a propósito, que “a saúde dos cidadãos não tem preço.” 

Alexandre Gaudêncio lembrou que no concelho da Ribeira Grande “cerca de sessenta por cento das pessoas não têm médico de família, o que por si só já dificulta o acesso a cuidados de saúde. Com o encerramento noturno do Centro de Saúde as dificuldades só tendem a aumentar”, vaticinou. 

O autarca fez notar que “com o encerramento noturno do Centro de Saúde da Ribeira Grande não é apenas o concelho que fica desprovido desses cuidados médicos, é também toda a costa norte onde se inclui o Nordeste e algumas localidades de Ponta Delgada viradas a norte.” 

Significa isto que “são cerca de 50 mil pessoas que ficam impedidas de recorrer aos centros de saúde durante o período noturno”, números que reforçam a preocupação de Alexandre Gaudêncio face à “imprudente medida do Governo Regional dos Açores”. 

O edil ribeiragrandense criticou ainda a falta de diálogo entre as entidades competentes para o consumar desta decisão. “Nós, enquanto Câmara, sempre procuramos ter no Governo Regional dos Açores um parceiro ativo na defesa dos interesses das pessoas. Lamentamos que a Câmara da Ribeira Grande não tenha sido tida nem achada neste processo.”

DL/CMRG