
“É indissociável a Lagoa da minha infância” começa por contar ao Diário da Lagoa (DL). Frederico Furtado Sousa nasceu a 22 de junho de 1977. As suas primeiras memórias estão intimamente ligadas à Lagoa. Lembra-se do primeiro dia de escola, na Marquês Jácome Correia, no Rosário, “e até me lembro da mochila que usava na altura”, diz, a sorrir. Mas antes disso, tem memórias da primeira casa da família, perto da câmara municipal da Lagoa. E da família que tomou conta dele, antes de entrar para a escola, que se dedicava à lavoura. “A primeira ida no trator, a primeira ida às vacas, o primeiro contacto com campo e com o meu rural foi com eles até porque a minha família direta não tinha muito contacto com essa realidade”, diz.
Depois da escola, Frederico Sousa ia para a loja do avô materno, “em frente ao cineteatro lagoense”, que se chamava “Mundo Novo”. “Era uma loja que vendia de tudo, desde fruta, que também ia à Quinta, recolhia a fruta, na Guia e na Malaca, onde agora vivo, vendia fazendas, entre outras coisas”. Como a televisão só abria às seis da tarde, antes era tempo de estar na loja e de passear pelo Rosário.
Os verões eram passados entre a casa dos avós e as piscinas da Lagoa, onde aprendeu a nadar.
Quando passa para o quinto ano, vai então para Ponta Delgada, para a escola Canto da Maia, por ficar perto do serviço da mãe, a Segurança Social. Transitou depois para a escola Domingos Rebelo e é em Ponta Delgada que conclui os estudos até entrar na universidade.
Com 18 anos, decide ir estudar para Lisboa, onde se licenciou em Engenharia Civil pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Mais tarde, concluiu o mestrado em Engenharia Civil pela mesma universidade.
É em Lisboa, na margem sul, que tem a sua primeira experiência profissional, “numa empresa de construção civil de promoção imobiliária, eu era o único diretor de obra” conta ao DL. Compra a sua primeira casa, um apartamento, e começa a ser independente. “Foi muito bom porque, na altura, um engenheiro recebia muito acima da média. Para quem tinha vinte e poucos anos, tinha carro, tinha casa, tinha um ordenado que hoje era bastante”, diz.
Mas passados dois anos de trabalho no continente decide voltar às origens e regressa à Lagoa. Acabou por ter uma proposta de trabalho para a empresa Marques onde fica durante vários anos como diretor de obra.
Em 2014 é convidado por Vasco Cordeiro para exercer o cargo de Diretor Regional da Solidariedade Social até 2016. “Foram dois anos que marcaram e aprendi muito, muito, muito. Com uma equipe relativamente jovem na Direção Regional, tinha um senão, mas que depois acabou por ser uma agradável surpresa, foi o facto de ter que viver na Terceira durante esses dois anos e meio com dois filhos pequeninos, eles em São Miguel e eu na Terceira”, diz. Casado e pai de dois filhos, confessa ter sido difícil gerir tudo à distância.
Mas antes disso, tinha tido um primeiro contacto com a política ao integrar a Assembleia Municipal no mandato do engenheiro João Ponte. “Foi o primeiro grande contacto com o poder autárquico”, em 2013, como deputado municipal.

No final de 2016, passa a ser Diretor Regional das Obras Públicas e Comunicações do Governo de Vasco Cordeiro. Para Frederico Sousa “foram quatro anos muito interessantes que, por meio de uma pandemia, fomos nós que tivemos que fazer os primeiros cercos. Foi praticamente um ano de lidar com essa parte logística nas nove ilhas. Nós tínhamos nove delegações das obras públicas. Era uma máquina completamente diferente, com quase mil trabalhadores. E isso deu-me alguma capacidade diferente de gestão orçamental, de equipas e de uma visão transversal, mas que mantive sempre a relação com as nove ilhas, o que foi interessante”, assegura.
Depois de terminar esse ciclo, “coincidiu com a alteração do período legislativo aqui na autarquia e a Dra. Cristina Calisto convidou-me para fazer parte da sua equipa. E assim venho para a Lagoa”, explica. Passa a ser vice-presidente da autarquia e no final de 2024 passa a ser presidente da Câmara da Lagoa depois da renúncia do mandato de Cristina Calisto que assume o lugar de deputada regional do PS no parlamento dos Açores.
Em outubro passado, Frederico de Sousa foi a votos, pela primeira vez, e conquistou um resultado histórico para o partido no concelho. Foi eleito com 74,09 por cento dos votos.
É filho de pais ligados à política: o pai foi vereador na câmara da Lagoa e a mãe deputada na Assembleia Legislativa regional dos Açores. A política nunca lhe foi estranha e agora tem quatro anos pela frente naquele que foi o primeiro mandato para o qual foi eleito, no concelho onde nasceu e cresceu, a Lagoa.
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