O radar meteorológico localizado no Morro Alto, na ilha das Flores, nos Açores, foi inaugurado esta segunda-feira, 24 de março, anunciou o Governo regional dos Açores.
O líder do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, presente na ocasião, sublinhou que este investimento reforça o papel dos Açores como “uma região de oportunidades” e um ponto estratégico para a partilha de conhecimento científico no contexto transatlântico.
“Os Açores não são apenas uma fronteira geográfica, mas uma referência estratégica que fortalece a relevância de Portugal no cenário internacional”, afirmou.
De acordo com nota de imprensa enviada às redações, este radar representa um investimento global de cerca de 4,9 milhões de euros. Além do radar das Flores, foi também instalado um segundo radar meteorológico em São Miguel, no Pico dos Santos de Cima. O projeto incluiu ainda duas estações meteorológicas e dois detetores de descargas elétricas, localizados no aeroporto de Santa Cruz das Flores e no Nordeste.
Os novos radares utilizam tecnologia Doppler de polarização dupla, capaz de detetar precipitação, granizo e saraiva num raio de até 300 km. Esta capacidade permite monitorizar com precisão e em tempo real as condições atmosféricas, avaliar a intensidade das precipitações e prever o deslocamento de tempestades. As informações recolhidas são visualizadas em imagens atualizadas de 5 em 5 minutos, essenciais para meteorologistas e para a emissão de avisos tempestivos à população e aos serviços de proteção civil.
A conclusão destes radares nos Açores completa a rede nacional de radares meteorológicos, um projeto iniciado nos anos 80 do século XX.
“Esta rede é fundamental para a deteção e monitorização de fenómenos meteorológicos adversos, contribuindo para a segurança das populações e a proteção de bens materiais”, sublinhou José Manuel Boleiro.
Para além do valor científico e estratégico, o radar representa uma melhoria significativa na capacidade de previsão meteorológica, beneficiando setores como a navegação marítima e aérea, a agricultura e a proteção civil. A capacidade de ‘nowcasting’ — previsão de curto prazo até três horas — aumenta a capacidade de resposta a fenómenos extremos, proporcionando maior segurança à população e visitantes.
O governante destacou ainda que a instalação destes radares cumpre um direito dos Açores a uma vigilância meteorológica adequada.
“Estamos a investir na segurança das nossas populações. Os Açores valem muito mais, faremos por potenciar este investimento”, concluiu.
Fortes chuvas abateram-se sobre o concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel esta segunda-feira, 3 de maio. O fenómeno meteorológico conhecido por “tromba de água” fez as ribeiras transbordarem e causou estragos em casas e viaturas.
Segundo declarações do presidente da Câmara Municipal, Alexandre Gaudêncio, há 20 famílias desalojadas e dezenas de carros arrastados pela força das águas. Maioria das famílias foram realojadas em casa de familiares.
Em nota de imprensa enviada às redações, o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores avança que foram registadas 43 ocorrências, todas no concelho da costa norte da ilha de São Miguel. As freguesias da Matriz e Ribeirinha foram as mais afetadas.
A autarquia ribeiragrandense, em comunicado na sua página de Facebook, refere também que as “enormes e anormais quantidades de pluviosidade” percorreram as “duas linhas de água das ribeiras da Ribeira Grande e da Ribeirinha, cujos detritos aí existentes provocaram a sua obstrução e transbordo dos mesmos para a via pública arrastando, causando danos materiais em viaturas e moradias”. Não há registo de vítimas.
O Diário da Lagoa esteve no local e registou algumas imagens. Veja aqui.