Log in

Letras Lavadas oferece sala de leitura ao Lar da Mãe de Deus

© LETRAS LAVADAS

De novembro de 2024 a 9 de janeiro de 2025, a Livraria Letras Lavadas levou a cabo a iniciativa “Neste Natal Trocamos Livros por Sorrisos”, a favor do Lar da Mãe de Deus, Associação de Solidariedade Social. Esta campanha consistiu na doação de livros para as crianças e jovens da referida instituição, segundo nota enviada pela livraria.

Foi doada mais de uma centena de livros e criada uma nova sala de leitura, com a parceria da eXp Realty Azores, que contribuiu com estantes, tapetes, almofadas e elementos decorativos, lê-se ainda.

A inauguração do espaço e a entrega das doações aconteceu no passado dia 10 de Janeiro, e os membros da Letras Lavadas e da eXp Realty foram recebidos por Sofia Carvalho, coordenadora técnica do Lar da Mãe de Deus, que enalteceu a iniciativa, asseverando que este “cantinho de leitura será o preferido das crianças da instituição” e que ter uma biblioteca no Lar da Mãe de Deus já “fazia falta”, de acordo com o mesmo comunicado.

A subdirectora da Livraria Letras Lavadas, Ilda Silva, lê-se ainda, considera que este foi um gesto de partilha conseguido graças à equipa da Letras Lavadas e às parcerias que foram feitas. Com essa sinergia conseguiu-se construir uma “pequena biblioteca, onde os sonhos são possíveis”, refere.

Júlia Dinis, colaboradora na livraria, citada na mesma nota, conta como tudo começou: “a ideia surgiu com o objetivo de ensinar as crianças a partilhar, doando um livro. O que começou como uma simples ação cresceu e resultou numa pequena biblioteca no Lar Mãe de Deus”.

José Ernesto Rezendes emprega 42 funcionários nas artes gráficas e no mercado livreiro em São Miguel

Fundador da Nova Gráfica, empresa com 150 prémios de qualidade gráfica, fala do presente e do futuro no quinto aniversário da Letras Lavadas, a editora que fundou e aposta no que se faz nos Açores

Ernesto Rezendes é natural da ilha de Santa Maria mas está em São Miguel desde os seis anos de idade © DL

Nasceu em Santa Maria, mas é na ilha mais próxima que cresceu e desenvolveu vários projetos em São Miguel. “A nossa família vivia num sítio rural e os meus pais vieram à procura de um futuro melhor”, começa por contar José Ernesto Rezendes, 69 anos, sócio e fundador da tipografia Nova Gráfica. Veio para a ilha aos seis anos de idade e aos 11 anos teve o seu primeiro trabalho. Anos mais tarde, “fiquei sozinho em São Miguel” porque “a minha família emigrou toda para os Estados Unidos da América e Canadá”, conta. Aos 15 anos iniciou a sua carreira na Tipografia Insular, onde descobriu o gosto e interesse pelas artes gráficas. O seu percurso, quando já tinha 22 anos, passou pelo jornal Açoriano Oriental, onde trabalhou durante cinco anos como diretor de produção. No entanto, como sempre demonstrou interesse pelas artes gráficas, procurou outro futuro e juntamente com três colegas da primeira tipografia onde trabalhou, fundou, há 42 anos, a tipografia Nova Gráfica. “Sabia que tínhamos capacidade para fazer coisas diferentes e sabíamos que dentro do espaço onde estávamos a trabalhar, estas coisas não seriam possíveis de realizar”.

Nesta altura, existiam 18 gráficas em São Miguel, agora “deve existir umas sete ou oito”, diz José Ernesto, comparando esta mudança com a própria mudança dos tempos. “Tudo evoluiu, o papel está cada vez mais em escassez e isso faz com que as gráficas comecem a desaparecer”, diz.

Letras Lavadas Livraria comemora cinco anos de existência

Livraria assinalou quinto aniversário com festa que juntou colaboradores, autores e leitores © PAULO R. CABRAL

Um dos seus maiores projetos chama-se Letras Lavadas. A livraria surge porque há 17 anos, a Nova Gráfica adquiriu a editora e agência de publicidade Publiçor, Lda., ficando assim a livraria pertencendo à Publiçor, Lda.. “Tentamos transformar a agência numa editora porque é aquilo que sabemos fazer, produzir livros e colocar livros no mercado”, confessa. A experiência foi aumentando gradualmente ao longo dos anos e “chegou a uma altura em que ser só editores não se justificava”, continua. Por esta razão, decidiu-se criar uma “livraria de rua”, principalmente, “fora dos centros comerciais”.

Aberta desde 2019, celebrou no mês passado o seu quinto aniversário numa festa que juntou presentes colaboradores, autores e leitores.

A principal política editorial da editora passa por produzir livros de pessoas que escrevam sobre os Açores. “Neste momento, devemos ser a editora dos Açores com o maior número de livros sobre os Açores”, garante o fundador.

Na ótica do entrevistado, os livros que saem mais para venda na livraria são infantis. Para José Rezendes o livro, hoje em dia, funciona de duas maneiras: “para leitura, para as pessoas que têm necessidade de ler, aprender e evoluir” e, também, “como objeto de decoração e oferta”. Como editores e promotores de livros, “nós tentamos fazer livros cada vez mais bonitos e atrativos” através do design gráfico ou da matéria-prima que se utiliza no livro para que “as pessoas sintam que vale a pena comprar aquele livro”.

Na opinião do empresário, a leitura de livros está a diminuir e considera que os governantes, secretarias e outras instituições poderiam fomentar e promover mais a leitura.

“Uma livraria pequena em meios pequenos dificilmente sobrevive só por vender livros”, afirma José Ernesto Rezendes, referindo que, ou a livraria associa-se a uma grande empresa, como é o caso da livraria Letras Lavadas, ou então, por si própria, “não tem sucesso”, diz. Atualmente, os e-books são cada vez mais utilizados, mas para o empreendedor, quem lê através destes livros eletrónicos, “vai-se cansar” havendo pessoas que “já voltaram para o livro em papel”.

Ernesto Rezendes confessa que se sente realizado com o que conquistou ao longo de quase sete décadas © DL

No mundo livreiro e das artes gráficas há certas dificuldades que são difíceis de combater, a título de exemplo dado pelo entrevistado, a matéria-prima que vem de países como a França ou Alemanha leva mais tempo a chegar ao arquipélago comparativamente ao continente e o transporte utilizado é o marítimo porque o aéreo é muito difícil e dispendioso. O transporte inter-ilhas torna-se também complicado por ser só uma vez por semana que é enviada mercadoria de São Miguel para outras ilhas, excetuando Santa Maria que são duas vezes.

Ao longo dos anos, a Nova Gráfica obteve 150 prémios de qualidade gráfica, sendo a primeira empresa dos Açores a ser certificada em gestão de qualidade de produção.

Para o entrevistado, o futuro é incerto, mas é necessário pensar nele. “O futuro é adaptarmo-nos aos que vem”, ajudando a alargar “a nossa missão e os nossos horizontes”, afirma o empresário, garantindo que sabe o caminho que quer e deve seguir.

Às oportunidades da vida e às pessoas que foram aparecendo no seu percurso, deve tudo aquilo que sabe. Aos leitores diz para “continuarem a ler”, referindo que se pode encontrar nos livros o que não se encontra no dia a dia.

“Nós, na gráfica, não somos melhores que os outros, mas temos a certeza que fazemos igual àqueles que fazem bem”, concluiu Ernesto Rezendes, confessando que é feliz e realizado com o seu trabalho e com o que conquistou em quase sete décadas de vida.

Veja a fotorreportagem

Quinto aniversário das Letras Lavadas

Quinto aniversário das Letras Lavadas

Letras Lavadas celebra cinco anos

© PAULO R. CABRAL/ LETRAS LAVADAS

O quinto aniversário da livraria Letras Lavadas decorre ao longo desta segunda-feira, 22 de julho. Várias atividades acontecem em comemoração do aniversário junto à Livraria situada em Ponta Delgada no Largo da Matriz.

No início da manhã, no exterior da loja, instalou-se uma máquina da tipografia Nova Gráfica com o intuito de personalizar blocos de notas para oferta. A partir das 10h00, incentiva-se a população a participar na leitura, em voz alta, de passagens de alguns dos livros editados pela Letras Lavadas.

Às 11h00 acontece um momento musical com o saxofonista micaelense Luís Senra, natural de Rabo de Peixe. Os momentos musicais continuam durante a tarde, sendo que às 14h00 o lagoense Luís Paulo Moniz, maestro da Sociedade Filarmónica Estrela D’Alva, também atua. Às 15h00, Raquel Gomes e Vitória Carvalho apresentam o seu talento através do violino.

A partir das 17h30, celebra-se o aniversário com bolo, acompanhado de champanhe. Entidades oficiais estarão presentes. Na página do Facebook da livraria pode ler-se que o momento serve para desfrutar “de um momento de confraternização entre amigos, leitores e a equipa da livraria”.

A cerimónia termina às 18h00 com a atuação da tuna masculina da Universidade dos Açores, os Tunídeos.

Letras Lavadas promove Festa do Livro de 18 a 24 de abril

letras lavadas 2024
© LETRAS LAVADAS

Pelo segundo ano consecutivo, a livraria Letras Lavadas, em Ponta Delgada, realiza a Festa do Livro. Entre os dias 18 e 24 de Abril, muitos serão os eventos ligados à cultura e à literatura a decorrer naquela livraria, segundo nota de imprensa da Letras Lavadas. Iniciativa tem o intuito de assinalar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, que se celebra a 23 de Abril, mas também a efeméride dos 50 anos do 25 de Abril.

No primeiro dia da programação, 18 de Abril, pelas 10h30, a livraria vai receber Rui de Faria para ministrar uma sessão sobre os Contos Clássicos e Populares. De tarde, pelas 15h00, o grupo Palavras Sentidas e alguns alunos da Escola Secundária Antero de Quental vão dinamizar um sarau poético dedicado a Antero de Quental, sendo aquele dia o do nascimento do poeta. O evento contará com um momento musical de Luís Senra.

Segundo o mesmo comunicado, no dia 19, a manhã será dedicada aos mais pequenos, estando em agenda, pelas 10h30, uma hora do conto para creches e pré-escolares, dinamizada por Paula Pereira, aluna do curso Técnicas de Acção Educativa, da Escola Básica e Secundária Armando Côrtes-Rodrigues. De tarde, às 14h30, as professoras Patrícia Bettencourt e Raquel Félix, coordenadores da Biblioteca Escolar da Escola Básica Integrada de Vila de Capelas, desenvolverão uma atividade ligada à ciência e às letras, através de experiências a realizar na ocasião com alunos.

Pelas 18h00, decorrerá uma sessão do Clube de Leitura da Letras Lavadas, com moderação da escritora Malvina Sousa, na qual se abordará o mais recente livro de Pedro Almeida Maia, de nome “A força das sentenças”. Este livro tem agora uma nova edição da Cultura Editora, a qual será apresentada na ocasião,
pelo que contaremos com a presença do escritor. A primeira edição pertenceu à editora Onyva e este texto mereceu o Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes em 2023.

A 20 de Abril, pelas 10h30, os mais pequenos e as suas famílias poderão desfrutar de um momento de hora do conto, seguido de um ateliê de artes plásticas com a Associação Boneca de Trapos. Pelas 17h00, será a vez de Álvaro Curia, autor da Editorial Presença, apresentar o seu primeiro livro “Os filhos da chuva”, naquela livraria. O livro será apresentado por Patrícia Carreiro e contará com a contribuição de João Pedro Garcia para falar sobre o autor e sobre o seu projeto de literatura.

No dia 22, os eventos começam de tarde, pelas 14h30, com um ateliê de criação de histórias e de motivação para a literatura infantil, dirigido por Carla Cabral, Presidente da Associação Boneca de Trapos. Este evento é dirigido a quem trabalha directamente com crianças ou a alunos que se estejam a formar nessa área. Já no final do dia, pelas 18h00, decorrerá a apresentação do livro “Uma varanda sobre Tóquio”, de David Lopes, editado pela Avenida da Liberdade Editores. O livro será apresentado pelo Presidente do Governo Regional dos Açores, José Bolieiro, de acordo com a nota da Letras Lavadas.

A 23 de Abril, Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, a livraria recebe às 10h30, o ator Mário Sousa que, através de um monólogo teatral dinamizado, assinalará, também, a data de nascimento e morte de William Shakespeare, a qual se celebra no mesmo dia. O monólogo terá por base a obra de Shakespeare. Pelas 14h30, o escritor Aníbal Pires dinamizará um painel sobre “A invenção da escrita e do papel”, com base no livro “O infinito num junco”, de Irene Vallejo, editado pela Bertrand.

Pelas 18h00, Susana Almeida Rodrigues apresentará “A Flock in the Tickle of the Wind”, a versão em inglês do seu livro “Um Bando nas Cócegas do Vento”, editado pela Letras Lavadas e traduzido por Chrys Chrystello. O evento contará com a presença de Pedro Paulo Câmara para a apresentação.

No último dia, 24 de Abril, a Festa do Livro assinalará os 50 anos do 25 de Abril em Portugal, com um painel dirigido por Teófilo Braga, com o tema “Os que viveram Salazar”, dedicado aos que viveram a época Salazarista e que, por isso, poderão gostar de partilhar experiências e memórias daquele tempo.

Às 16h00, a professora Ana Gil vai abordar o tema da censura na literatura, com o painel “Os livros e a censura: ontem e hoje”, fazendo- se acompanhar de um grupo de jovens estudantes universitários.

Para fechar o programa, pelas 18h00, Aida Baptista apresentará o seu mais recente livro, de nome “As bicicletas de Toronto”, da editora Alma Letra, o qual será apresentado pelo jornalista Sidónio Bettencourt.

De acordo com a Letras Lavadas, “assim se cumprirá mais uma semana dedicado ao livro na Livraria Letras Lavadas, em Ponta Delgada, a qual celebra, este ano, cinco anos de existência”.

Todas as sessões são abertas ao público, sendo certo que as inscrições/presenças são limitadas. Os interessados podem inscrever-se entrando em contacto com a livraria.