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Com duas décadas de carreira a solo, artista Nuno Martins abre concertos de grandes nomes a nível nacional

Artista popular da Lagoa tem feito sucesso não só nas nove ilhas mas também na diáspora açoriana, de quem recebe muito carinho. Está ligado à música desde pequeno mas vê-se obrigado a conciliar a vida artística com outro trabalho

Nuno Martins tem 41 anos e é natural da freguesia do Cabouco na Lagoa © DIREITOS RESERVADOS

Nuno Martins, 41 anos, é um cantor de música popular portuguesa nascido e criado no Cabouco, Lagoa. Este ano completa 20 anos de carreira a solo e tudo começou quando um amigo lhe disse: “Tu tens jeito para a música, porque não investes na tua carreira musical?” Logo começou a trabalhar em temas, instrumentais e, “numa brincadeira”, conta ao Diário da Lagoa, o primeiro espetáculo – na Ribeira Seca – onde o palco era a caixa de um trator.

Desde pequeno que Nuno Martins está ligado ao mundo da música. Vem de uma família relativamente grande em que é o único artista, o que nunca o impediu de se envolver e participar em projetos relacionados com essa vertente artística na escola, a partir dos quais ganhou prémios e era sempre incentivado pelos colegas de turma. Mais tarde, integrou o Grupo Estrelas da Noite daquela freguesia, também de música popular, mas já extinto, durante seis anos.

“Sempre a subir” é como carateriza a sua carreira musical ao longo dos anos. “É difícil dizer algum sítio em que eu não esteja” a nível de concelhos da ilha, afirma. Já atuou em todas as ilhas dos Açores, menos em São Jorge, e passou pelos Estados Unidos, Canadá e Bermudas, destinos onde é “sempre muito bem recebido”, diz. Realça ainda o carinho por parte da diáspora açoriana espalhada pelo mundo: “Eles estão sempre a chamar, mas nem sempre há possibilidade”, refere.

Nuno Martins destaca como as suas inspirações musicais Tony Carreira, para quem já fez a primeira parte do concerto, na Lagoa; Fernando Correia Marques e José Malhoa, para quem também vai iniciar o espetáculo em breve. “Tenho tido grandes oportunidades aqui na Lagoa para abrir para grandes artistas” e por isso sente-se agradecido, sublinha. No passado, já o fez também em concertos de artistas como Matias Damásio, Bárbara Bandeira e João Pedro Pais.

Atualmente trabalha como barman, ocupação que concilia com a vida de artista porque “infelizmente nos Açores não podemos fazer vida da música” e “temos de fazer pela vida”, aponta o cantor. Apesar de um pouco de cansaço, Nuno Martins acrescenta que com “tudo muito bem organizado, consegue-se conciliar tudo”, ao mesmo tempo que revela que a sua agenda, muitas vezes, já é marcada de um ano para o outro.

Um balanço “muito positivo”

“Como tudo na vida”, Nuno Martins considera que a sua carreira a solo tem altos e baixos, mas faz um balanço destes 20 anos “muito positivo” e imagina-se a cantar “até que a voz [lhe] doa”. Toca essencialmente covers, porém, do seu reportório musical constam quatro temas originais: “Eu gosto de ti”, “Baila baila”, “Quando olhas pra mim” e “Sonho de menino”. No futuro, quer conhecer mais, além-fronteiras.

Contudo, um dos momentos baixos do seu percurso foi a pandemia da covid-19 que obrigou o artista a fazer espetáculos exclusivamente online. “Temos o carinho do público mas é virtual”, partilha. O cantor volta a realçar o especial apoio dos emigrantes açorianos, que continuaram a acompanhá-lo apesar das dificuldades. Ainda assim, sente repercussões até hoje e acredita que “a alegria do público nas festas não é a mesma”.

O último espetáculo da época será nas Festas de Nossa Senhora da Misericórdia, dia 29 de setembro no Cabouco. Mas no resto do ano não fica parado: além das festas populares no verão, retoma atividade em eventos privados como jantares de Natal, na passagem de ano, no Dia das Amigas, dos Namorados e de São Martinho. Em outubro começa a fazer as marcações para a próxima época, para a qual já tem convites.

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