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Momentos culturais marcaram presença de líderes associativos açorianos pelas ilhas

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No âmbito da 26ª Assembleia Geral do Conselho Mundial das Casas dos Açores (CMCA), que aconteceu nos Açores, entre 11 e 13 de outubro, diversos eventos culturais estiveram presentes no programa promovido pela Secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, através da Direção Regional das Comunidades.

Um dos pontos altos foi a realização de uma conferência internacional sobre “Diferentes Expressões do Folclore Açoriano”, no dia 10 de outubro, antes do início oficial do evento, no Auditório do Museu de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Esta iniciativa visou ser “um espaço de conhecimento e partilha sobre as diferentes expressões do folclore de origem açoriana no folclore açoriano-gaúcho, do Rio Grande do Sul, no Brasil, e do folclore açoriano-carolino, no Uruguai”.

A conferência teve como principais participantes a presidente da Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul, Viviane Peixoto Hunter, e a presidente da Casa dos Açores do Uruguai – Los Azoreños, Alicia Quintana, acompanhada pela folclorista Milenna de Léon, que dinamizam dois grupos de origem açoriana nas cidades de Gravataí e de San Carlos, respetivamente.

A conferência internacional foi aberta ao público e destinou-se especialmente a todos os componentes dos diferentes grupos folclóricos da ilha Terceira. A abertura da sessão esteve à cargo do diretor Regional das Comunidades, José Andrade, e a moderação dos trabalhos foi assegurada pelo historiador terceirense Francisco Maduro-Dias, com importante ligação à cultura popular.

Das várias manifestações culturais que foram levadas para os principais destinos da emigração açoriana, o folclore é das que mais expressão continua a ter nas nossas comunidades. Presente no quotidiano cultural das associações e entidades de raiz açoriana, o folclore representa um meio privilegiado para a manutenção e transmissão dos valores culturais das nove ilhas do arquipélago.

No dia seguinte, 11, teve lugar, à noite, um espetáculo evocativo dos 260 anos da fundação açoriana da cidade de San Carlos, pelo Azorteatro – Grupo de teatro da Casa dos Açores do Uruguai “Los Azorenos”, precedido por uma palestra sobre os oito presidentes da República do Uruguai com ascendência açoriana, no Auditório Municipal de Velas, em São Jorge.

Já no dia 12, houve, após o jantar em Velas, uma mostra de folclore jorgense promovida pela Câmara Municipal de Velas.

Por fim, uma sessão pública de apresentação do livro “Somos Açores – Um arquipélago vivo pelas ações das Casas dos Açores no Brasil” foi organizada na Galeria Espaço+ do Auditório Municipal das Velas, com a participação das Casas dos Açores de Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão e Espírito Santo, além de outros líderes de Casas dos Açores no Mundo.

O início do CMCA ficou marcado também pela visita dos visitantes às instalações da União de Cooperativas Agrícolas de Lacticínios de São Jorge, onde é fabricado o tradicional Queijo de São Jorge, que mereceu distinção do grupo ao final do encontro, como “produto açoriano de qualidade”.

Marinha coordena resgate médico de tripulante polaco a sudoeste da ilha Terceira

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A Marinha Portuguesa coordenou, ontem, 30 de setembro, o resgate médico de um tripulante de 63 anos, de nacionalidade polaca, que se encontrava a bordo do navio mercante “MIEDWIE”, segundo comunicado da Marinha.

A embarcação tinha bandeira de Malta, e encontrava-se a navegar a cerca de 48 milhas náuticas, o equivalente a 90 quilómetros, a sudoeste da ilha Terceira. 

O tripulante apresentava um quadro clínico de doença cardíaca, a necessitar de cuidados médicos hospitalares urgentes e imediatos.

O resgate foi efetuado pelo helicóptero EH-101 da Força Aérea Portuguesa (FAP), que transportou o paciente para o aeroporto das Lajes, na ilha Terceira, onde aterrou às 18h20, lê-se ainda. 

O paciente foi posteriormente transferido para a unidade hospitalar. 

O resgate foi coordenado pela Marinha portuguesa, através do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada (MRCC Delgada), em articulação com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes – Marítimos (CODU-MAR) e com o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento (RCC).

Nesta operação estiveram envolvidos o MRCC Delgada, o RCC Lajes, a FAP, o CODU-MAR. 

Desmantelada rede de tráfico de droga que operava na ilha Terceira e Lisboa

© D.R.

Foi hoje desmantelada uma rede de tráfico de droga que há vários meses distribuía “significativas quantidades de produto estupefacientes na ilha Terceira e na região da Grande Lisboa, segundo comunicado da Polícia Judiciária (PJ).

“No decurso desta operação” (denominada de “Escatamento”), “levada a efeito no âmbito de inquérito dirigido pelo DIAP de Vila Franca de Xira, foram realizadas um total de vinte e oito buscas domiciliárias e não domiciliárias, das quais resultou a apreensão de consideráveis quantidades de haxixe, dinheiro em numerário, automóveis assim como diversos documentos e objetos com relevância para a prova dos factos em investigação”, explica o mesmo comunicado.

Foram detidos nove indivíduos com idades compreendidas entre os 24 e os 45 anos de idade, cinco homens e quatro mulheres, residentes na Terceira e na região de Lisboa, alguns com laços familiares entre eles, lê-se, na mesma nota.

Os detidos serão amanhã presentes à autoridade judiciária competente TIC de Loures –  para efeitos de primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação de medidas de coação, explica ainda a PJ

Esta operação contou com o apoio da Força Aérea Portuguesa, da Polícia de Segurança Pública, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia Marítima.

Construção Gare Marítima do Porto das Pipas decorre em 2025

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O projeto de execução para a requalificação da Gare Marítima do Porto das Pipas, na ilha Terceira, está em fase final de elaboração e será entregue em meados de setembro à Portos dos Açores pela empresa adjudicatária, a Arquiangra – Arquitetura e Engenharia, Lda, comunica o Governo regional.

Prevê-se que o concurso para adjudicação da obra da gare marítima ocorrera no último trimestre de 2024 e a respetiva execução em 2025.

De acordo com a mesma nota, a construção de uma gare de passageiros naquele porto da ilha Terceira nunca foi considerada no projeto inicial, elaborado no tempo de governação do PS.

As obras de requalificação do Porto das Pipas, em Angra do Heroísmo, contemplaram o aumento do cais e o prolongamento do manto de proteção ao muro de cortina existente, permitindo a operação de navios de cruzeiros temáticos, e a construção de uma rampa ro-ro, para que os ‘ferries’ que efetuam as ligações entre Angra do Heroísmo e Calheta (São Jorge) pudessem desembarcar viaturas, mas não uma gare marítima, lê-se, na mesma nota.

Em outubro de 2023, por indicação do atual governo, a Portos dos Açores começou a trabalhar no processo para criação da gare de passageiros do Porto das Pipas, tendo sido necessário recolher pareceres de várias entidades externas, refere ainda o comunicado.

Considerando que em novembro do mesmo ano, o Orçamento da Região foi chumbado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma, com a consequente queda do Governo dos Açores e marcação de eleições antecipadas, os trabalhos só puderam ser retomados em junho do ano em curso, prevendo-se a sua conclusão no próximo mês de setembro, segundo o governo açoriano.

Entretanto foi disponibilizado pela Portos dos Açores um espaço coberto com condições básicas para dar apoio aos passageiros que utilizam os navios de passageiros que escalam o Porto de Angra do Heroísmo.

PAN/Açores denuncia nova morte de touro na ilha Terceira

© PAN/AÇORES

O PAN/Açores remeteu hoje, 21 de agosto, uma denúncia aos órgãos de polícia criminal devido à morte de mais um touro durante uma tourada à corda na freguesia da Agualva, concelho da Praia da Vitória, ilha Terceira, no passado dia 18 de agosto, lê-se, em nota de imprensa do partido.

As imagens videográficas a que o PAN teve acesso, segundo o mesmo, “comprovam o sofrimento do animal, que cai inerte no chão, visivelmente desidratado e fatigado, não só, mas também em virtude das elevadas temperaturas que se faziam sentir e, que, aliás, têm assolado o arquipélago de forma generalizada nas últimas semanas”.

O partido acusa ainda, no mesmo comunicado, “que estes animais permanecem nas jaulas durante largas horas, muitas vezes expostos ao sol e calor, sem acesso a água ou alimento. Estas condições, entre si combinadas, apenas potenciam o sofrimento animal, torturando-os”.  

O PAN/Açores recorda que iniciativa legislativa para acabar com as touradas foi apresentada na legislatura passada, mas foi chumbada. No entanto, o partido continua a apelar à suspensão imediata destas práticas, “considerando o impacte negativo na saúde humana, visível nas inúmeras lesões e, inclusive, mortes registadas só este ano, sem prejuízo da salvaguarda do bem-estar dos touros, expostos à tortura em plena praça pública e cuja morte continua a passar incólume”. 

O partido recorda que a morte deste animal não constitui ato isolado, uma vez que, em 17 de agosto de 2023, uma corrida realizada também na freguesia da Agualva culminou na morte de quatro touros, na sequência das lesões causadas durante a realização da respetiva tourada à corda – situação que o PAN/Açores prontamente denunciou junto dos órgãos de polícia criminal, lê-se ainda, na mesma nota. 

O deputado e porta-voz regional do PAN, Pedro Neves, citado no comunicado, afirma que “a tauromaquia constitui uma prática que perpetua a crueldade e o espetáculo da dor e deve ser reavaliada à luz dos princípios éticos e da compaixão pela causa animal, que grande parte da sociedade açoriana preconiza. A morte deste touro é um trágico lembrete da violência inerente a estas festividades, que ignoram o sofrimento das pessoas e animais envolvidos. Quando vamos parar este ciclo de violência?” levanta a questão Pedro Neves.

Concurso público para concessão do serviço de transporte coletivo passageiros em São Miguel e Terceira “para breve”

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A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, assegurou na passada sexta-feira, 2 de agosto, que o lançamento do concurso público para a concessão dos serviços de transporte coletivo terrestre de passageiros nas ilhas de São Miguel e Terceira está para breve.

“Em pouco mais de dois anos, estamos a fazer o que não foi feito desde 2015, ano da criação do Regime Jurídico do Serviço Público de Transporte de Passageiros, que transpôs para a nossa realidade a Legislação da União Europeia aprovada de 2007 (Regulamento n° 1370/2007, de 23 de outubro)”, adianta a secretária regional.

Segundo Berta Cabral, “o Governo dos Açores está a trabalhar no maior respeito pela lei”, prosseguindo que “não é verdade que estejamos a incumprir com as orientações emanadas da Assembleia Regional, como acusa o PS em requerimento”.

“Os concursos públicos para São Miguel e Terceira só não foram lançados até à presente data devido à complexidade dos transportes terrestres nestas duas ilhas, tendo em conta a sua dimensão. Contudo, estamos já a ultimar o respetivo caderno de encargos e o concurso sairá logo depois”, assegurou a governante.

Segundo explica o mesmo comunicado, dada a complexidade existente em São Miguel e Terceira considerando as alterações significativas verificadas no mercado, tornou-se necessário efetuar estudos atualizados que servissem de base e apoio ao referido concurso, cujo caderno de encargos está a ser elaborado.

Todavia, o Governo dos Açores lançou e concretizou os concursos para as ilhas de menor dimensão, nomeadamente, Pico (concluído e em execução), São Jorge (adjudicado), Faial e Graciosa (a decorrer).

Todos estes concursos têm de respeitar as imposições da União Europeia, que datam de 2007 e visam definir o modo como as entidades competentes podem intervir no domínio do transporte público de passageiros, bem como o Regime Jurídico do serviço Público de Transporte de Passageiros, publicado em 2015.

Em setembro de 2023, o Parlamento açoriano aprovou o Projeto de Decreto Legislativo Regional n.º 80/XII, que estabelece a reestruturação dos transportes coletivos terrestres de passageiros na Região.

“Estamos a trabalhar afincadamente neste sentido. Já temos lançados e concretizados concursos em ilhas de menor dimensão e vamos avançar, dentro de pouco tempo, para os relativos a São Miguel e Terceira” concluiu Berta Cabral.

Dia Mundial do Vigilante da Natureza assinalado na ilha Terceira com encontro

© GRA

A Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática, assinalou na passada quarta-feira, 31 de julho, o Dia Mundial do Vigilante da Natureza, com a realização do Encontro Regional de Vigilantes da Natureza, na ilha Terceira.

O encontro, que decorreu ao longo de dois dias, contemplou uma componente formativa, com uma formação ministrada pela Inspeção Regional do Ambiente, subordinada ao tema da “contraordenação ambiental e elaboração dos autos de notícia”, bem como um conjunto de atividades de campo, como a realização do trilho pedestre Algar do Carvão – Furnas do Enxofre, promovido e mantido pela Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática, em área de Parque Natural de Ilha, e visitas a várias zonas de intervenção dos projetos LIFE a decorrer na Terceira, segundo comunicado do governo açoriano.

Este trilho resulta do trabalho efetuado pela equipa de operacionais da Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática e permite uma ligação pedestre entre os Monumentos Naturais do Algar do Carvão e das Furnas do Enxofre, oferecendo vistas panorâmicas sobre diversas formações geológicas e geossítios, como a Caldeira Guilherme Moniz, o Pico Alto ou a Caldeira de Santa Bárbara e Mistérios Negros,  possibilitando caminhar ao longo de manchas de floresta Laurissilva e de flora autóctone e ainda visitar o Campo Fumarólico das Furnas do Enxofre, lê-se, na mesma nota.

O secretário regional com a pasta do ambiente, Alonso Miguel, enalteceu o papel fundamental dos vigilantes da natureza “para a proteção do extraordinário património natural dos Açores, representando a linha da frente para a defesa da qualidade ambiental, para a conservação e valorização do património natural, e, em última instância, para assegurar o próprio desenvolvimento sustentável da Região”.

“O Governo Regional, através desta Secretaria, tem assumido como prioritária a melhoria das condições do trabalho dos nossos Vigilantes da Natureza, ao longo destes últimos três anos, em reconhecimento da importância do papel do Vigilante da Natureza para esta exigente missão e da sua relevância ao nível da colaboração com diversos departamentos da Administração Pública Regional e Local, bem como para a sensibilização e educação ambiental”, sublinha Alonso Miguel.

Alonso Miguel destacou o reforço do corpo de vigilantes da natureza com a contratação de mais 12 efetivos e a aquisição de equipamentos fundamentais para uma adequada atuação dos vigilantes, designadamente viaturas pick-up, embarcações pneumáticas e maquinaria, num investimento de cerca de um milhão de euros.

“Foram também promovidas diversas formações e adquiridos drones para cada um dos nove Serviços de Ambiente e Alterações Climáticas, representando um investimento de cerca de 60 mil euros, e que estão ao dispor do corpo de Vigilantes da Natureza”, frisou o secretário, citado no comunicado.

O secretário regional referiu ainda que “o processo de aquisição global de fardamento dos Vigilantes da natureza se encontra concluído, com exceção apenas da aquisição do equipamento de montanha, para os Vigilantes do Pico, para que seja possível garantir uma presença mais regular no trilho da montanha”.

Alonso Miguel demonstrou “insatisfação e desilusão” por se ter verificado, no âmbito da valorização da carreira dos Vigilantes da Natureza, após a garantia deixada pelo anterior Governo da República, através do Senhor Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, no âmbito do Encontro Mundial de Vigilantes da Natureza, realizado em outubro do ano passado, no Faial, de que até ao final de 2023 seria revista a carreira, o não cumprimento desse compromisso.

O governante salientou que “da parte do Governo Regional, dentro das competências próprias, foram promovidos 17 Vigilantes da Natureza, com efeitos a partir do dia 1 de agosto”.

No final da cerimónia, o secretário regional do Ambiente e Ação Climática agraciou os Vigilantes da Natureza mais antigos dos Açores com louvores, “como forma de um justo reconhecimento pelo trabalho prestado e pelo contributo dados para a preservação ambiental, ao longo de mais de 20 anos”.

Autora Cláudia Ferreira a caminho do terceiro livro

Aos 20 anos publicou o seu primeiro livro, encontrando no mundo da fantasia o seu lugar. A autora terceirense, Cláudia Ferreira, revela ao Diário da Lagoa que encontrou na escrita e na biblioterapia um caminho de expressão e de ajuda ao próximo

Cláudia Ferreira é natural da freguesia da Ribeirinha, na ilha Terceira, mas escolheu a cidade da Lagoa para viver © DL

Batalhadora, criativa e sonhadora, é assim que se define Cláudia Ferreira, 33 anos, natural da Ribeirinha, Angra do Heroísmo. Reside em São Miguel há quatro anos e atualmente mora na Lagoa. Escolheu a Lagoa porque lhe faz lembrar a freguesia dos Biscoitos na Terceira e, por isso, “é reconfortante”, afirma. Acrescenta dizendo que tem “outra qualidade de vida” com “menos stress”. 

Cláudia é autora de dois livros, estando o terceiro já escrito à espera de ser publicado. Associa o gosto pela leitura à sua infância. “Sempre percebi que eu, os livros e a escrita tínhamos uma ligação profunda”, começa por contar. “Gostava de me expressar através da escrita e de oferecer textos quando me deparava com alguém que estava mais triste”, continua. 

Ainda era criança quando a sua professora, na escola primária da Ribeirinha, percebeu que Cláudia tinha facilidade com as palavras. “Na altura, os meus pais não perceberam, eu própria não sabia que aquilo era uma paixão e ficou adormecido”. Com 17 anos pertencia ao grupo de jovens da sua freguesia denominado por “Mensageiros da Palavra”. Este grupo convidava, mensalmente, um jovem para escrever um texto que viria a ser publicado posteriormente no jornal da freguesia. Cláudia foi convidada a escrever. “Quando eu vim para casa, sentei-me na secretária, comecei a escrever e aquilo começou a fluir”, diz. Aquele momento “foi como abrir a caixa de pandora, mas num lado positivo”, garante. A escritora conta ao nosso jornal que já se tinha esquecido desta sua facilidade com a escrita. “Era algo mágico que estava ali escondido e que voltou a desabrochar”, nota. 

A partir daí surge um novo ciclo na sua vida. “A princesa de Limaland e a Pedra Mágica”, é o primeiro livro lançado pela autora em 2011. Um ano depois publica a continuação da história com o livro “A princesa de Limaland e o Mistério da Professia”. Estas histórias fazem parte de uma trilogia. “A princesa de Limaland e a Decisão Crucial” é o título do terceiro livro que já está escrito, mas como “há sempre detalhes a melhorar, não há data prevista de lançamento”, confessa-nos.   

A autora revela que não sabe de onde lhe vem a inspiração. “Eu acho que a inspiração é que me escolhe”, conta. Lê, vê muitas séries e filmes, mas quando escreve “é muito natural” e as ideias começam a fluir.

Biblioterapia, terapia através da palavra

Cláudia considera-se uma apaixonada pela literatura, escrita e leitura que encara como uma terapia © DL

Para além do seu trabalho profissional e da escrita de livros é, também, biblioterapeuta. A biblioterapia é uma terapia de diálogo mediada por um livro. Os livros são cuidadosamente escolhidos e podem ser em poesia ou prosa. A biblioterapia remonta ao antigo Egito e era algo já valorizado. A título de exemplo, uma biblioteca em Mênfis, antiga capital do Egito, tinha à entrada uma inscrição que dizia “Palácio para curar a alma” e por isso “os livros já eram vistos como terapêuticos para a alma”, afirma. No entanto, o termo biblioterapia surge em 1916 pelo norte-americano Samuel Crothers quando, ao visitar o seu amigo padre numa igreja, deparou-se com uma sacristia semelhante a um consultório médico onde o padre administrava doses de literatura às pessoas que se apresentavam com determinados problemas. O processo da biblioterapia acontece de forma simples. A mediadora utiliza um livro que permite fazer uma reflexão e após a leitura, cada pessoa irá refletir sobre aquelas palavras, abrindo portas para a catarse. A catarse é a libertação das emoções. O ouvinte absorve a história, identifica-se com as personagens e sentir-se-á “mais aliviado”, contribuindo para “o desenvolvimento pessoal” e ajuda “pessoas com depressão, ansiedade ou outras patologias”, explica Cláudia Ferreira. A biblioterapia funciona melhor em grupo e serve para qualquer pessoa que queira compreender as suas próprias emoções. 

Cláudia descobriu o termo biblioterapia através de um livro e, como nos refere que é “apaixonada pela literatura, escrita e leitura”, quis levar a mensagem desta terapia para outras pessoas, para que percebam que “a literatura pode nos ajudar e pode ser um auxiliar na nossa vida”, diz. Através da rede social Instagram conseguiu encontrar uma formadora oriunda do Brasil. Esta formadora tem uma plataforma online onde é possível, através de aulas por videoconferência, qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, realizar a formação. No Brasil a biblioterapia é mais reconhecida, existindo disciplinas sobre este tema nas universidades do país.

Em conversa com o nosso jornal, conseguimos perceber que, em Portugal, é difícil conseguir formação nesta área. “As pessoas ainda estão muito reticentes”, nota. Acrescenta dizendo que é necessário desmistificar o conceito de ler um livro. “Eu penso que as crianças olham para o livro como uma obrigação”, sendo necessário que elas olhem para o livro como um “refúgio” ou como “algo a que podemos socorrer sempre que tivermos dúvidas, sempre que precisamos de saber alguma coisa”.

Para quem quer escrever um livro, Cláudia deixa a mensagem de que é necessário haver uma boa gestão pessoal do tempo. “É um ofício muito solitário e que exige realmente ficarmos fechados no nosso mundo para que possamos transcrever tudo aquilo que passa na nossa mente”, afirma. 

Oiça a entrevista em podcast

“Pessoas que nos contam” com Cláudia Ferreira

Sismo de magnitude 3.8 registado na Terceira

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Um sismo de magnitude 3.8 (escala de Richter) foi sentido, hoje, pelas 11h13, na ilha Terceira, Açores, cujo epicentro se localizou próximo da freguesia de Serreta, segundo nota de imprensa disponibilizada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com informação disponível até ao momento, presente na página online do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), o sismo, foi sentido com intensidade máxima V (Escala de Mercalli Modificada) nas freguesias de Doze Ribeiras, Serreta e Santa Bárbara.

Foi ainda sentido com menor intensidade noutros concelhos, entre os quais, Ribeirinha, Quatro Ribeiras, Porto Judeu e São Sebastião.

Homem morre em porto de pesca na ilha Terceira

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Um homem de 76 anos morreu na tarde do dia 18 de julho, vítima de doença súbita enquanto se encontrava a tomar banho no porto de pesca de São Fernando na ilha Terceira, arquipélago dos Açores, segundo comunicado da Autoridade Marítima Nacional.

As autoridades receberam um alerta pelas 17h13 daquele dia, através do 112, a informar que um banhista se encontrava em dificuldades no porto de pesca. Foram ativados de imediato para o local elementos do Comando-local da Polícia Marítima da Praia da Vitória, bem como do Projeto “SeaWatch”. Para o local deslocaram-se ainda elementos do Serviço de Socorro Imediato de Vida (SIV) e dos Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória, de acordo com a mesma nota.

À chegada ao local, as autoridades constataram que a vítima se encontrava em paragem cardiorrespiratória, tendo sido retirada da água por populares. Os elementos do SIV e dos bombeiros assistiram a vítima, iniciando manobras de reanimação, não tendo sido possível reverter a situação.

O homem de 76 anos foi transportado pelos bombeiros para uma unidade hospitalar.

O Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima foi ativado e encontra-se a prestar apoio aos familiares da vítima. 

O Comando-local da Polícia Marítima da Praia da Vitória tomou conta da ocorrência.