A freguesia da Ribeirinha, concelho da Ribeira Grande, está há quatro dias com problemas de abastecimento de água que deverão ter origem num derrame que ainda não foi localizado, comunicou a Junta de Freguesia, na sua página de Facebook.
Moradores das zonas mais altas da freguesia estão praticamente sem água. A Ribeirinha tem apenas um reservatório.
Marco Furtado, presidente da Junta de Freguesia da Ribeirinha, explica, ao Diário da Lagoa (DL), a situação: “Há praticamente quatro dias, o caudalímetro que conta a água que sai do reservatório começou a mostrar consumos muito exagerados, mesmo para a época do verão. Nas zonas mais altas da freguesia, onde normalmente se sente mais a falta de pressão de água quando há algum derrame, os moradores estavam a ficar sem água”.
Após identificação do problema, colaboradores da Câmara Municipal da Ribeira Grande deslocaram-se ao local e inspecionaram a zona durante dois dias para tentar encontrar o local do derrame, sem sucesso.
Ontem à noite, 1 de agosto, foram contactados os bombeiros do concelho para “fazerem o reforço do reservatório na zona da canada do Lima. Estamos a falar de doze autotanques e 178 mil litros de água”, conta o presidente de junta, para garantir o abastecimento de água nas horas de maior consumo – entre as 17h30 e as 22h00.
Após esse procedimento, o abastecimento de água à Ribeirinha foi fechado, de modo a que o reservatório enchesse e a pressão da água aumentasse para uma nova tentativa de encontrar o derrame, esclarece Marco Furtado. Após enchimento dos tanques, que terminou por volta da 1h00, às 6h00 da manhã de hoje, 2 de agosto, o abastecimento de água foi reaberto, mas não foi possível encontrar a origem do derrame.
“Isto é feito por tentativas. Os colaboradores da autarquia estão no terreno, mas isso tem de ser feito por tentativas, de troço a troço. O derrame não está a manifestar-se no pavimento. Normalmente, em derrames de água, surge algum indício à superfície mas, neste momento, não conseguimos ainda detetar o derrame”.
“A entrada de água no reservatório está normal”, ressalva Marco Furtado, portanto “não é uma falha da água da nascente”. O problema está na saída do reservatório, em que a água está a derramar em quantidades maiores do que aquilo que deveria para os consumos da freguesia.
Por enquanto, não se prevê quando o problema estará resolvido.
À população da Ribeirinha, o presidente da Junta de Freguesia recomenda que se reduza “ao máximo” o consumo de água ao essencial para que “o reservatório tenha capacidade para criar alguma pressão para que o derrame possa aparecer mais facilmente. Se as condutas de distribuição de água não estão a trabalhar com muita pressão, a água está a correr lentamente, e é muito mais difícil de encontrar o derrame”, explica.
O autarca da Ribeirinha alertou as entidades competentes que “pensem um pouco sobre as obras a serem efetuadas nas freguesias para que haja alternativas para este tipo de situação”.
“Algumas destas redes de abastecimento de água são muito antigas e precisam ser substituídas”, aponta Marco Furtado. “A meu ver, que trabalho nessa área, na questão dos reservatórios, deveria ser feita uma aposta muito maior, principalmente na captação da água da zona de Santa Iria, que é uma água que pode ser utilizada para consumo humano, mas que neste momento está a correr para o mar. Também é essencial fazer um reforço de abastecimento de água na zona do Lameiro”.
“Esta é uma área para a qual se terá de olhar de maneira diferente. Quando se quer dinamizar e progredir no futuro, a rede de esgotos e a rede viária têm de ser muito bem pensadas. Se queremos turismo de qualidade, se queremos alojamentos locais e hotéis, temos de ter as devidas condições de apoio a essas áreas”, conclui Marco Furtado.
Os Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento da Câmara Municipal de Ponta Delgada (SMAS) vão investir 650 mil euros (acrescidos do IVA), na construção do reservatório do lugar da Criação, na freguesia de Santo António, segundo nota de imprensa enviada pela autarquia do maior concelho do arquipélago dos Açores.
Está prevista a construção de um reservatório em betão armado constituído por duas células de 500m3, no lugar da Criação.
Trata-se da execução da primeira fase do projeto da Adutora Rocha de Santo António – Lagoa do Conde e visa o reforço do abastecimento de água a reservatórios existentes na vila das Capelas e freguesias de Santo António, Santa Bárbara e Arrifes.