O mais prestigiado galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, foi entregue este ano à poetisa brasileira Adélia Prado. O júri que decidiu por atribuir a distinção à escritora foi composto por uma reunião virtual de autores e académicos do Brasil, Portugal e Moçambique.
O prémio, no valor de 100 mil euros, é financiado pela Fundação Biblioteca Nacional do Brasil e pelo Governo de Portugal. Esse mesmo júri destacou a originalidade da obra de Adélia Prado, especialmente a sua produção poética, e mencionou a sua ligação com Carlos Drummond de Andrade, que foi um dos seus maiores incentivadores.
A ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, celebrou a vitória, sublinhando a importância da conquista para a cultura brasileira e o reconhecimento do talento das escritoras do país.
Marco Lucchesi, presidente da Fundação Biblioteca Nacional, destacou a coincidência de Adélia Prado ser premiada no ano do quinto centenário de Camões, ressaltando a relevância da sua poesia na literatura de língua portuguesa.
Adélia Prado, nascida em Divinópolis, Minas Gerais, em 1935, é licenciada em filosofia e começou a sua carreira literária publicando poemas em jornais. O seu primeiro livro, “Bagagem”, lançado em 1976 com o apoio de Drummond, recebeu elogios pela originalidade. Ao longo da sua carreira, Prado ganhou diversos prémios, incluindo o Prémio Jabuti.
Especialistas afirmam que a sua obra “retrata o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela fé cristã e permeados pelo aspeto lúdico, uma das características do seu estilo único. Em 1976, enviou o manuscrito de Bagagem para Affonso Romano de Sant’Anna, que assinava uma coluna de crítica literária no Jornal do Brasil, um dos mais importantes desse país sul-americano. Admirado, acabou por repassar os manuscritos a Carlos Drummond de Andrade, que incentivou a publicação do livro pela Editora Imago em artigo no mesmo periódico.
O livro foi lançado no Rio de Janeiro, em 1976, com a presença de Antônio Houaiss, Raquel Jardim, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Juscelino Kubitschek, Affonso Romano de Sant’Anna, Nélida Piñon e Alphonsus de Guimaraens Filho, entre outros.
O ano de 1978 marcou o lançamento de “O coração disparado”, que foi agraciado com o renomado Prémio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro.
Em 1980, dirigiu o grupo teatral amador “Cara e Coragem” na montagem de “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna. No ano seguinte, ainda sob a sua direção, o grupo encenou “A Invasão”, de Dias Gomes. Publicou ainda “Cacos para um vitral”.
Lucy Ann Carter apresentou, no Departament of Comparative Literature, da Princeton University, o primeiro de uma série de estudos universitários sobre a obra de Adélia Prado.
Outro ponto marcante da sua carreira aconteceu 1985, quando participou, em Portugal, num programa de intercâmbio cultural entre autores brasileiros e portugueses, e em Havana, Cuba, no segundo Encontro de Intelectuais pela Soberania dos Povos de Nossa América.
A atriz brasileira Fernanda Montenegro estreou, no Teatro Delfim, no Rio de Janeiro, em 1987, o espetáculo “Dona Doida: um interlúdio”, baseado em textos de livros de Adélia Prado. A montagem, sob a direção de Naum Alves de Souza, fez grande sucesso, tendo sido apresentada em diversos estados brasileiros e, também, nos EUA, Itália e Portugal.
A escritora brasileira apresentou-se, em 1988, em Nova York, na Semana Brasileira de Poesia, evento promovido pelo Comité Internacional pela Poesia. Participou também, em Berlim, Alemanha, no Línea Colorada, um encontro entre escritores latino-americanos e alemães.
Professora por formação, Adélia Prado exerceu o magistério durante 24 anos, até que a carreira de escritora se tornou na sua atividade profissional central. Em termos de literatura brasileira, o surgimento da escritora representou a revalorização do feminino nas letras e da mulher como ser pensante, tendo-se em conta que Adélia incorpora os papéis de intelectual e de mãe, esposa e dona-de-casa.
“A obra poética de Adélia Prado está entre as mais relevantes do século XXI no Brasil, ladeada por nomes como Augusto Branco e Bruna Lombardi, conforme estudo que levou em consideração a propagação da sua obra tanto para o público em geral como em sites especializados em literatura, trabalhos académicos, e a referência aos seus textos em obras literárias de outros autores”, consideraram fontes.
Em 2024, tornou-se na terceira escritora brasileira, e primeira escritora mineira, a vencer o prémio Camões em 35 anos.
Recorde-se que o Prémio Camões, criado em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal, visa “fortalecer os laços culturais entre os países lusófonos e reconhecer autores que contribuem para a literatura em português”.
O prémio é decidido por um júri internacional composto por representantes de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Desde 10 de agosto até ontem, dia 19, a Marinha Portuguesa acompanhou e monitorizou a fragata Neustrashimyy e o reabastecedor Yelnya, que iniciaram a navegação ao longo da Zona Económica Exclusiva (ZEE) dos Açores e, posteriormente, transitaram toda a ZEE açoriana e do continente, rumo ao Mar Mediterrâneo, numa navegação que durou mais de 140 horas, comunicou a Marinha.
No dia 18 até ao dia 19 agosto, simultaneamente, foi efetuado o acompanhamento e monitorização do navio de desembarque e transporte anfíbio, Ivan Green, que iniciou a sua navegação em direção a sul, através da ZEE do continente, lê-se ainda, no mesmo comunicado.
Nestas operações, esteve empenhado o Centro de Operações Marítimas que coordenou, em conjunto com os Comandos das Zonas Marítimas dos Açores e do Sul, o emprego dos navios da Marinha NRP Sines, NRP Setúbal, NRP Oríon e NRP Sagitário.
A Força Aérea Portuguesa também auxiliou com o empenhamento da aeronave de patrulha Marítima P3-C, no acompanhamento dos navios Neustrashimyy e Yelnya durante o dia 16.
A Marinha Portuguesa, através destas ações de monitorização e vigilância, “garante a defesa e segurança dos espaços marítimos sob soberania, jurisdição ou responsabilidade nacional, contribui para a proteção dos interesses de Portugal e das suas infraestruturas críticas e, simultaneamente, assegura o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos no quadro da Aliança Atlântica”, explica a Marinha.
A cidade da Lagoa, na ilha de São Miguel, deverá ter a amarração do primeiro cabo submarino que liga diretamente os Estados Unidos da América (EUA) a Portugal. A informação foi avançada esta sexta-feira, 26 de julho, pelo presidente do Governo regional dos Açores, no Palácio da Conceição, onde decorreu a apresentação do projeto.
Em declarações aos jornalistas, José Manuel Bolieiro disse que “temos um Parque Tecnológico que é muito significante e que cada vez vai ter mais impacto e que é o Nonagon. Vamos aproveitar parte da capacidade instalada, mas as decisões definitivas são da Google. De qualquer forma também tivemos a oportunidade de apresentar de forma competitiva o potencial que temos para a escolha desta amarração aqui nos Açores e não noutros espaços”.
Questionado se a amarração será feita na Lagoa, José Manuel Bolieiro disse: “sim, tendencialmente será na Lagoa”.
O presidente do Governo regional referiu, também, que o investimento representa “o futuro, a esperança, a dimensão real e verdadeira da posição geocêntrica dos Açores no mundo moderno da ciência, da tecnologia e da dimensão marítima e espacial que o arquipélago tem”.
José Manuel Bolieiro declarou ainda que o Governo regional manteve “sempre com sigilo” as conversações com a Google para a amarração nos Açores do cabo que vai ligar os Estados Unidos à Europa.
O novo cabo submarino de fibra ótica tem 6.900 quilómetros de extensão e passa também pelas Bermudas. A Google, empresa promotora do projeto, não avançou o valor do investimento. A amarração do novo cabo só deverá ficar concluída depois de 2026.
Presentes na sessão, para além do diretor-geral da Google Portugal, Bernardo Correia, estiveram a presidente da ANACOM, Sandra Maximiano, a cônsul dos Estados Unidos nos Açores, Margaret C. Campbell, e vários autarcas da ilha de São Miguel, entre dezenas de outros convidados.
Com apenas 17 anos, Inês Simas assinou o seu primeiro contrato profissional com o Sport Lisboa e Benfica até 2025. Mais tarde, em novembro de 2021, confessava ao nosso jornal: “gostava mesmo que o futebol fosse a minha vida” e agora passados quatro anos, a atleta lagoense soma 34 internacionalizações, 2197 minutos jogados e 12 golos marcados pela seleção nacional.
Inês Simas continua focada, sendo uma peça fundamental da equipa B do Benfica, que milita na segunda divisão e que serve como base para as jovens crescerem.
No final do ano passado sofreu uma lesão que a obrigou a parar. “Foi o joelho, o menisco e qualquer coisa aqui no músculo. Parei uns dois meses”, lamenta.
Sobre a lesão acrescenta ainda que “faz parte do futebol, por isso, temos que tentar levar da melhor forma possível”. Ao Diário da Lagoa (DL), garante que “embora no início tivesse sido complicado voltar à equipa, agora já estou a 100 por cento”.
Atualmente, na segunda fase do campeonato, é a melhor marcadora na fase de campeão com cinco golos. “No total da época tenho seis golos pelo Benfica”, conta. No passado dia 22 de março, defrontou o Sporting mas não foram além do empate, sem golos. Agora aguarda os próximos jogos com a seleção nacional para o apuramento rumo ao campeonato da Europa que vai decorrer na Lituânia.
Quanto à época passada na Seleção diz que falharam o Euro “por um golo que não era golo mas foi uma época boa”. E por já terem passado quatro anos desde que chegou ao Benfica, explica que “os primeiros dois anos foram a adaptação à cidade e ao facto de viver sozinha, mas agora já faz parte da minha vida e é normal para mim, tem sido um crescimento grande”.
Ao vislumbrar o final da época sonha “ter participado pela primeira vez num europeu”.
“É um grupo difícil mas não é impossível, o ano passado também tínhamos um grupo difícil com a França e fizemos frente. Perdemos por um golo que não era golo. Tudo é possível este ano”, acredita a futebolista.
Confessa também que tem saudades de São Miguel, mas está focada no momento atual porque apesar de ser “o realizar de um sonho, ao mesmo tempo vejo que já se passou muita coisa”.
“Agora é a última oportunidade na formação de poder ir ao Euro, por isso é um misto de expetativa e de emoções. Espero mesmo que consigamos, a equipa está motivada”, conclui.
Portugal integra o grupo com a Suíça, Inglaterra e Itália, sendo que os jogos decorrem de 3 a 9 de abril.