O Município da Lagoa encontra-se a participar na edição deste ano da Better Tourism Lisbon (BTL), que decorre, até ao dia de hoje, na Feira Internacional de Lisboa, num stand com várias atividades e passatempos.
De acordo com nota de imprensa enviada pela autarquia lagoense ao nosso jornal, o objetivo passa por divulgar os pontos de interesse e eventos do concelho para 2025.
Para a vereadora da área do turismo da câmara da Lagoa, Albertina Oliveira, que marcou presença no evento, a participação na Better Tourism Lisbon assume-se como “uma importante ferramenta de divulgação turística do concelho, nas suas diversas vertentes”. A vereadora apresentou a agenda de eventos, no âmbito cultural e desportivo, que a Câmara Municipal tem preparada para este ano.
“A agenda cultural foi programada visando a promoção das nossas tradições e identidade cultural e patrimonial, com eventos distribuídos pelas diferentes freguesias ao longo do ano, com a participação de artistas locais e nacionais e que cumprem com o propósito da dinamização cultural e social que se pretende para o concelho”, referiu Albertina Oliveira.
O Município da Lagoa leva a cabo duas iniciativas: disponibiliza óculos 360 graus, onde os utilizadores podem experienciar uma “viagem virtual” pelo trilho «Janela do Inferno» e realizar um passeio virtual pela orla marítima do concelho da Lagoa, e está a promover um passatempo, através de um áudio-quiz, para os visitantes da BTL 2025, onde oferece uma viagem para duas pessoas aos Açores com estadia na Lagoa.
À semelhança dos anos anteriores, a Lagoa volta assim a estar presente no evento que conta com mais de 1.500 expositores.
O município do Nordeste está presente na Bolsa de Turismo de Lisboa, no Parque das Nações, através da Associação de Municípios dos Açores, levando a um conjunto alargado de visitantes o que de melhor o concelho tem para oferecer, desde cultura e tradições, ao turismo de natureza e gastronomia.
Os primeiros dois dias são reservados aos agentes turísticos nacionais e internacionais que procuram por destinos de férias. A partir desta sexta-feira, 14 de março, o concelho do Nordeste terá o seu momento de apresentação através da oferta de vouchers oferecidos por empresários do concelho do setor do alojamento, da atividade turística e da restauração.
O município faz-se representar por quatro colaboradores que nestes dias farão a promoção do Nordeste como destino de interesse turístico através da oferta de brindes, de informação turística, de diálogo com profissionais do ramo do turismo e com o público em geral, havendo ainda a oferta de uma mostra de biscoitos variados da Associação Sol Nascente.
O artesanato da Casa de Trabalho do Nordeste serviu de inspiração aos brindes a oferecer aos visitantes, complementado com peças de artesanato que estão presentes no stand. O artesanato da folha de milho e da Casa do Povo de Nordestinho também estão presentes no balcão do concelho.
A abertura da Better Tourism Lisboa (BTL) 2025 decorreu esta manhã, 13 de março, onde marcou presença o presidente do Governo regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, acompanhado pela secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral.
O presidente do executivo açoriano, destacou o crescimento sustentado e qualitativo do turismo na Região Autónoma dos Açores.
“Os Açores têm muito potencial para crescer em termos de quantidade, mas temos tido um crescimento consistente e, sobretudo, qualitativo”, afirmou José Manuel Bolieiro, sublinhando que a região tem apostado na qualidade, na excelência e na certificação dos produtos e atividades turísticas, assegurando um maior valor acrescentado para os operadores.
O Governo regional, em nota de imprensa enviada às redações, salienta que os números de 2024 são “prova do sucesso do turismo nos Açores. Pela primeira vez, o arquipélago registou mais de 4,2 milhões de dormidas, representando um crescimento de 12,4% face a 2023 e de 27,6% face a 2022”.
“Os proveitos na hotelaria ultrapassaram os 187 milhões de euros, um aumento de 46% em relação a 2022, enquanto o Turismo em Espaço Rural superou os 18 milhões de euros. No total, os proveitos turísticos ultrapassaram os 200 milhões de euros, reforçando a notoriedade e competitividade da região a nível internacional”, lê-se na nota do governo açoriano.
O líder do Governo regional destacou igualmente a distinção dos Açores como o primeiro arquipélago do mundo a obter o Nível Ouro da certificação de “Destino Sustentável” pela Earth Check, alcançada em 2024. Nos últimos dois anos, a região também foi eleita como o “Melhor Destino de Turismo de Aventura do Mundo” e “da Europa” pelos World Travel Awards.
“Somos o primeiro arquipélago no mundo certificado como ‘Destino Sustentável’, já com o Nível Ouro”, frisou o governante.
José Manuel Bolieiro sublinhou ainda que a sustentabilidade está no centro do desenvolvimento turístico regional, beneficiando tanto residentes como visitantes.
“Defendemos que o turismo só é bom enquanto for bom para quem nos visita, mas, acima de tudo, enquanto for bom para quem cá vive”, destacou.
Durante a sua visita à BTL, o presidente do Governo dos Açores percorreu as quatro dezenas de stands das 37 empresas e agentes de turismo regionais presentes no evento, bem como os espaços representativos dos 19 municípios dos Açores, evidenciando a importância da colaboração entre o setor público e privado para o crescimento sustentado da atividade turística.
O ministro da Economia, Pedro Reis, também visitou o Stand dos Açores e destacou a região como um exemplo a seguir na estratégia do turismo nacional.
“Os Açores são uma potência em crescimento e um caso de sucesso na aposta num turismo de qualidade, sustentável e diferenciador. Este é um modelo que devemos valorizar e replicar”, afirmou Pedro Reis.
O presidente do Governo reforçou, por fim, que o crescimento dos proveitos tem superado o das dormidas, evidenciando a aposta na qualidade do destino.
“Estamos a crescer mais em qualidade do que em quantidade. Esse é um fator de enorme relevância para a sustentabilidade do destino e para nos prepararmos para um futuro cada vez mais competitivo”, finalizou.
Foi celebrado um novo protocolo que garante alojamento aos utentes deslocados a Lisboa em situação de doença, bem como aos seus acompanhantes. A informação foi avançada hoje pela Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social.
Segundo comunicado enviado às redações pelo Governo dos Açores, a secretária da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, diz que acredita que “esta será uma forma muito mais cómoda de alojar os doentes que têm de se deslocar a Lisboa, e criar um maior equilíbrio entre estas deslocações e as que se realizam à cidade do Porto, onde o alojamento já estava assegurado com estabilidade”.
“Nos últimos anos temos recebido queixas das enormes dificuldades que os nossos doentes deslocados sentem face ao aumento de custos com a estadia, sobretudo na cidade de Lisboa. Desenvolvemos inúmeros contactos, até conseguir encontrar está solução que não resolve a totalidade das situações, mas efetivamente é uma grande ajuda, pelas condições que os apartamentos apresentam”, realça.
Tanto em 2023 como em 2024, o valor das diárias no âmbito da deslocação de utentes ultrapassou os cinco milhões de euros, num total de 3,2 milhões em diárias ao longo de 2023, e de 2,3 milhões em 2024, sendo que os valores deste são apenas até setembro.
Com este protocolo, os utentes são responsáveis pelo pagamento até um montante máximo 34,42 euros por noite, correspondente aos 60 por cento do valor da comparticipação diária (sobre o escalão A), ficando então o remanescente a cargo da Direção Regional da Saúde.
O alojamento protocolado localiza-se na Rua dos Anjos. As marcações são efetuadas pelo Serviço de Apoio ao Doente Deslocado, mediante pedido dos Serviços Sociais do Hospital da área de referência do utente.
Consoante os termos protocolados, estão disponíveis a todo o tempo seis quartos, com possibilidade de alojar duas pessoas em cada quarto, designadamente o utente e acompanhante.
Mónica Seidi considera ainda que “a presença do acompanhante continua a ser um apoio fundamental, mesmo tendo em conta que este serviço é de proximidade e que os utentes são acompanhados de perto”.
Catarina Gonçalves Silva foi nomeada, em outubro de 2024, como Coordenadora do Serviço de Apoio ao Doente Deslocado por reunir “a experiência profissional exigida para o exercício das respetivas funções” e além disso, considera Mónica Seidi, “é uma profissional para quem o apoio psicossocial aos utentes é prioritário”.
Afonso Montalto Cambim
Secretário Coordenador da JS Angra do Heroísmo
Membro do Secretariado Regional da JS Açores
Para muitos estudantes açorianos deslocados no continente, o Natal é mais do que uma época festiva. É uma oportunidade rara de regressar a casa, abraçar a família e reconectar-se com os amigos. No entanto, para um jovem estudante em Lisboa, como eu, este ano, esse regresso parece mais um sonho distante do que uma realidade alcançável.
A política de mobilidade aérea, outrora um alívio para nós, tornou-se um fardo. O teto máximo de 600 euros imposto no Subsídio Social de Mobilidade significa que, para além do custo já elevado da vida em Lisboa, somos agora obrigados a enfrentar a possibilidade de suportar despesas adicionais que excedem, muitas das vezes, a capacidade financeira dos nossos pais. Entre rendas exorbitantes, despesas universitárias e o orçamento apertado de um estudante, 900 euros por uma passagem de ida e volta é simplesmente incomportável. E, mesmo com o reembolso, o sistema exige que seja pago o valor total no momento da compra, algo que muitas famílias não conseguem suportar.
Este modelo de mobilidade, que deveria garantir igualdade de acesso às viagens, falha redondamente em momentos de maior procura, como o Natal. A falta de voos disponíveis agrava ainda mais a situação. Planeei com meses de antecedência, mas os lugares esgotaram-se rapidamente e, com isso, os preços dispararam. Este preço atualmente praticado não é comportável para a maioria das famílias Açorianas e os estudantes que se encontram deslocados não podem ser forçados a abdicar de passar o Natal com a sua família.
A situação não é apenas uma questão económica. É um ataque direto ao nosso direito à mobilidade e, em última análise, ao nosso direito de estar com as nossas famílias em momentos importantes. Somos estudantes que, mesmo a milhares de quilómetros de casa, carregamos os Açores connosco. Devemos ser vistos como um investimento no futuro do arquipélago, e não como um número estatístico a ser ignorado em nome de políticas mal concebidas.
Ficar longe de casa neste Natal é uma realidade que eu, e muitos outros estudantes açorianos, podemos ser forçados a aceitar. Mas esta situação não pode continuar a repetir-se. Pedimos apenas o que nos é de direito: a possibilidade de regressar ao nosso lar, ao nosso refúgio, sem que isso signifique sacrificar o pouco que temos. O espírito de Natal, afinal, começa com a esperança de que as coisas podem e devem melhorar. Esperemos que o próximo ano nos traga essa mudança tão necessária.
Foi hoje desmantelada uma rede de tráfico de droga que há vários meses distribuía “significativas quantidades de produto estupefacientes na ilha Terceira e na região da Grande Lisboa, segundo comunicado da Polícia Judiciária (PJ).
“No decurso desta operação” (denominada de “Escatamento”), “levada a efeito no âmbito de inquérito dirigido pelo DIAP de Vila Franca de Xira, foram realizadas um total de vinte e oito buscas domiciliárias e não domiciliárias, das quais resultou a apreensão de consideráveis quantidades de haxixe, dinheiro em numerário, automóveis assim como diversos documentos e objetos com relevância para a prova dos factos em investigação”, explica o mesmo comunicado.
Foram detidos nove indivíduos com idades compreendidas entre os 24 e os 45 anos de idade, cinco homens e quatro mulheres, residentes na Terceira e na região de Lisboa, alguns com laços familiares entre eles, lê-se, na mesma nota.
Os detidos serão amanhã presentes à autoridade judiciária competente TIC de Loures – para efeitos de primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação de medidas de coação, explica ainda a PJ
Esta operação contou com o apoio da Força Aérea Portuguesa, da Polícia de Segurança Pública, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia Marítima.
Os Açores marcam presença na 94.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, avançou a Secretaria Regional da Educação, Cultura e Desporto (SRECD), esta quarta-feira, 30 de maio, no portal do Governo dos Açores.
Trata-se de um total de 657 publicações, 18 editoras, lançamentos e apresentações de livros, um espetáculo musical e uma sessão comemorativa dos 10 anos da revista de cultura açoriana, CulturAçores.
A SRECD, através da Direção Regional da Cultura, participa na feira, acolhendo 1.599 exemplares, que correspondem a 657 publicações, de 18 editoras participantes.
Os dois ‘stands’ da Direção Regional da Cultura estão situados na fila G, nascente 3, nos lugares 26 e 27 e cuja imagem gráfica celebra os 100 anos da Viagem de Raúl Brandão aos Açores.
A 5 de junho, pelas 19h00, a Artes e Letras Editora promove a apresentação do livro de Maria Brandão “Avenida Marginal, Ficções”, 2024, tendo a participação dos autores Alexandre Borges, Judite Canha Fernandes, Ana Catarina Ferreira de Almeida, Leonardo Sousa e Teresa Canto Noronha.
No dia 6 de junho, pelas 18h00, a editora Predicado Inclinado motiva o lançamento e apresentação do livro do Professor Catedrático Francisco Cota Fagundes “Escrever para (Sobre)Viver”.
Já a 7 de junho, pelas 19h00 acontece a apresentação do livro bilíngue “CÓDIGO POSTAL: PARAÍSO – Breve História da Aldeia da Cuada /Postal Code: Paradise A Brief History of Cuada Village” da autoria de Luís Filipe Borges e Sara Almeida Santos, com a chancela da Letras Lavadas. A obra será apresentada pelo professor Vamberto Freitas. No mesmo dia, pelas 19h45 é apresentada a obra “Cruzeiro Literário”, da autoria de Ernesto Rodrigues e pelas 20h30 a obra “Leituras Poliédricas” da autoria de Teresa Martins Marques. Na apresentação dos dois livros da Letras Lavadas os autores far-se-ão acompanhar pelo editor Ernesto Rezendes e pelo professor Vamberto Freitas.
No dia 9 de junho, pelas 18h00, decorre a sessão comemorativa dos 10 anos da CulturAçores- Revista de Cultura, com a participação da coordenadora Humberta Augusto, de Nuno Ribeiro Lopes e de Raimundo Mendes da Silva. Criada em 2014, a CulturAçores – Revista de Cultura, publicação editada pela Direção Regional da Cultura, perfaz, em 2024, uma década de existência, acumulando, não só o histórico da atividade promovida pela tutela açoriana, pelos seus equipamentos culturais e demais entidades com quem trabalha, bem como refletindo, de forma colaborativa, sobre a sua natureza e missão. Ao longo de dez anos, foram editadas 15 publicações, disponíveis para compra ou subscrição, em formato impresso e/ou digital, que resultam do esforço coletivo de vários autores, provenientes, na sua maioria, dos serviços de promoção cultural da Direção Regional da Cultura, dos seus técnicos, bem como de especialistas externos, com formação diversa.
A 15 de junho, em vésperas do encerramento da Feira do Livro, a região promove o concerto do novo projeto Sónia Pereira Trio, com Sónia Pereira na voz, Antonella Barletta no piano e Roberto Rosa no trompete, artistas da Ilha Terceira. Desde a música tradicional açoriana até aos originais e musicando poemas de vários autores açorianos tais como Carina Fortuna, Catarina Valadão, Paulo Freitas, Hélio Costa, Tânia Ferreira e António Bulcão, presenteiam o público, em tons de jazz e world music. O espetáculo acontece na praça laranja pelas 20h30.
Neste certame, acompanham a Direção Regional da Cultura: Amigos dos Açores – Associação Ecológica, Araucária Edições, Artes e Letras Editora, BLU Edições, Câmara Municipal da Horta, Centro de Artesanato e Design dos Açores, Companhia das Ilhas, Lda., Geotrota, Instituto Açoriano de Cultura, Instituto Cultural de Ponta Delgada, Instituto Histórico da Ilha Terceira, José Carlos Costa, Predicado Inclinado, Publiçor, Publicações e Publicidade, Turiscon Editora, Universidade dos Açores e Vale das Amoras.
A Casa dos Açores em Lisboa realiza este domingo, 19 de maio, o tradicional “Almoço da Festa do Divino Espírito Santo”, um evento importante do ponto de vista cultural e religioso na agenda açoriana. Mas, este ano, esta entidade resolveu dar uma demonstração ainda maior da força e da solidariedade açoriana, ao divulgar os cartazes “SOS Rio Grande do Sul” que apelam a “doações internacionais” para a auxiliar a população residente nesse estado brasileiro, que foi duramente atingido por enchentes causadas pelas fortes chuvas que se fizerem sentir nas últimas semanas.
Dados recentes da Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul mostram que o número de mortes provocadas pelas enchentes voltou a subir. Agora são 151 óbitos. O número de municípios atingidos pela tragédia chegou a 458. O número de pessoas afetadas pelos temporais também subiu: são 2,2 milhões de moradores do Estado atingidos de alguma maneira. Mais de 77 mil buscaram abrigos desde o início das chuvas no final de abril. Nas últimas horas, 619 pessoas precisaram ir para abrigos montados no estado.
“Porque este é também um tempo de partilha e de solidariedade, a Casa dos Açores solidariza-se com a Casa dos Açores e o Estado do Rio Grande do Sul. Venha participar na Festa da partilha e da solidariedade”, frisaram os responsáveis pela entidade açoriana na capital portuguesa.
A Casa dos Açores em Lisboa justifica esta incitava solidária e afetiva com o facto de que “os primeiros açorianos chegaram ao Estado do Rio Grande do Sul em 1752; que vive hoje neste Estado uma grande comunidade de açordescendentes; que há dois anos foram celebrados os 250 anos da fundação açoriana da cidade de Porto Alegre; que Gravataí é cidade irmã de Horta (ilha do Faial) e Porto Alegre, cidade irmã de diversas outras cidades, entre elas, Ribeira Grande (ilha de S. Miguel) e Horta”.
“Em situações de catástrofes e de dificuldades da vida, é ao Espírito Santo que o povo ilhéu sempre recorre. (…) Vamos colaborar! Num momento de infortúnio como o que se verifica no Estado do Rio Grande do Sul, toda a ajuda conta para suavizar o sofrimento de tantos açordescendentes”, mencionaram os responsáveis pela Casa dos Açores.
Segundo informações contidas num estudo compilado numa cartilha distribuída na Escola Estadual de Primeiro Grau Osório Duque Estrada, no Brasil, pela professora Ana Luiza Jaskulski, natural de Canoas, no Rio Grande do Sul, mas descendente de imigrantes alemães, a imigração açoriana na região do Rio Grande do Sul merece destaque, pois, “com a penetração portuguesa no Rio Grande de São Pedro, havia a necessidade de casais para povoar e colonizar as terras, assegurando, assim, a posse da região. O pedido da vinda de casais para o sul do Brasil foi feito desde a fundação da Colónia do Sacramento, mas poucos casais para vieram, sendo, na sua grande maioria, de portugueses e brasileiros vindos de Laguna, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e São Paulo. (…) A erupção vulcânica na Ilha do Faial, nos Açores, flagelou os seus moradores, que foram transferidos para outras ilhas do arquipélago. A superpopulação das ilhas, a falta de terras para o plantio, os muitos flagelos da natureza e a miséria em que viviam levaram os açorianos a pedir novas terras ao rei. Em 1746, foi ordenada a vinda de casais em grupos de 60, que seriam distribuídos em cada povoado a ser formado. Os colonizadores homens não poderiam ter mais de 40 anos, e as mulheres, não mais de 30. Assim, deu-se início à propaganda para atrair os novos colonizadores, sendo-lhes oferecidos diversos atrativos: dinheiro, passagem gratuita até a nova morada, ferramentas, armas, sementes, alimentação por um ano, isenção do serviço militar, áreas para plantar (as chamadas datas), duas vacas, uma égua, quatro touros e dois cavalos, sendo os touros e os cavalos para uso de mais de uma família”.
Este mesmo estudo refere, porém, que “essas promessas, no entanto, não foram devidamente cumpridas, pois as datas demoraram muito a ser repartidas e doadas. No início do ano de 1748, chegaram a Santa Catarina os primeiros casais açorianos, os quais enfrentaram uma longa viagem, na qual passaram fome, ficaram doentes, enfrentaram epidemias como o escorbuto e conviveram em más acomodações. Vários morreram na travessia do Atlântico, principalmente crianças. As outras viagens que aconteceram, trazendo mais casais açorianos, não foram diferentes da primeira. Em 1752, começam a chegar a Rio Grande, no Estado do Rio Grande do Sul, os primeiros casais açorianos que haviam desembarcado em Santa Catarina. Os açorianos seriam levados para a região Missioneira, mas, enquanto não se cumpria o tratado de Madrid, foram conduzidos a vários núcleos que viriam a ser por eles povoados, como Rio Grande, Viamão, Porto do Viamão (Porto Alegre), Triunfo, Santo Amaro e Rio Pardo. Depois da invasão espanhola, os casais que habitavam Rio Grande foram para o Uruguai, e outros fugiram para o Norte, povoando Estreito, Taquari, Santo Antônio da Patrulha, Mostardas e Cachoeira. Alguns dirigiram-se à região da campanha, adquirindo sesmarias, dedicando-se à pecuária e povoando, assim, a campanha gaúcha”.
Ainda de acordo com a professora Ana Luiza Jaskulski, “o açoriano adaptou-se bem ao Rio Grande de São Pedro, dedicando-se à agricultura, plantando trigo, algodão, centeio, cevada, legumes, arroz, cebola, alpiste, melancia, cana de açúcar e uva. Povo católico, de princípio morais rígidos, os açorianos fizeram respeitar os seus lares e as suas famílias. Os índios, os castelhanos, os gaudérios, os aventureiros que se aproximaram dos povoados dos ilhéus assimilaram os seus costumes e as suas tradições. Dos açorianos também é a hospitalidade que o gaúcho herdou, hoje tão apreciada pelos turistas. As suas festas religiosas, como Terno de Reis, Festas Juninas, Festa do Divino, assim como as procissões, as novenas e os presépios, ajudaram a formar a tradição gaúcha. A arquitetura portuguesa das nossas primeiras construções, bem como o uso do tamanco e do chapéu de palha, são costumes que se somaram na formação das tradições do gaúcho”.
“Na culinária gaúcha, os açorianos contribuíram com sonho, arroz de leite, os famosos doces portugueses e uma grande variedade de pratos com peixe. Na música e na dança tradicionalista gaúcha, os ilhéus deixaram a sua herança: o balaio, o tatu, o pezinho, a cana verde, a dança do pau de fita. O açoriano ainda transmitiu ao gaúcho a técnica de plantar pelo sistema do pousio (cultiva-se a terra por dois anos consecutivos e deixa-se que ela descanse por outros dois anos)”, explicou esta professora.
O programa da Festa do Divino Espírito Santo em Lisboa conta com Missa, pelas 12 horas, seguida de coroação de crianças, na Igreja da Lapa, sendo as cerimónias presididas pelo Padre Hermínio Vitorino, natural da ilha de São Jorge, além de Cortejo entre a Igreja da Lapa e a Casa dos Açores em Lisboa, onde haverá o Almoço tradicional com Sopas do Espírito Santo, Carne assada e massa sovada e Arroz doce e massa sovada.
O francês Nicolas Floc’h, nome internacional da fotografia, que expõe pela primeira vez em Portugal, tem patente uma exposição com o mar como tema central, em Lisboa, que inclui fotografias, vídeos e peças escultóricas da sua autoria. Entre estes trabalhos encontram-se imagens captadas nos Açores, bem como no Estuário do Tejo.
Segundo nota de imprensa, a mostra inclui um mural composto por 408 fotografias das cores da água do Rio Tejo – mais propriamente do troço entre Castanheira do Ribatejo e Bugio, sendo que o MAAT foi parceiro, juntamente com o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, Açores, da campanha que permitiu ao artista francês registar as fontes termais subaquáticas da ilha de São Miguel.
“Os resultados são a deslumbrante escala de cores das águas do rio e as dramáticas imagens dos fundos marinhos desertificados pela acidificação das águas sulfurosas do arquipélago,” segundo o mesmo comunicado.
A exposição, intitulada “Mar Aberto”, está patente no MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Belém, na capital portuguesa, até 26 de agosto de 2024.