Em todas as escolas da Lagoa, o panorama é o mesmo: diminuição de inscritos. A EB1/JI Marquês Jácome Correia não é exceção. De acordo com o presidente do conselho executivo da EBI Lagoa, Manuel Rodrigues, há sete anos aquela escola tinha cerca de 100 alunos, mas conta, este ano, com 64. Neste momento, o primeiro e quarto anos têm aulas na mesma sala, assim como o segundo e terceiro.
No seguimento desta situação, paira entre a comunidade o rumor de que a escola poderá vir a fechar por falta de alunos, segundo relataram vários encarregados de educação ao nosso jornal. O possível fecho é desmentido pela Associação de Pais, bem como pelo Conselho Executivo, que dizem não ter qualquer conhecimento de um possível encerramento.
“Não tenho qualquer informação neste sentido, nem da parte da tutela, nem da parte da Câmara Municipal da Lagoa (CML)”, afirma Manuel Rodrigues.
Também de acordo com Pedro Tavares, presidente da Associação de Pais, a possibilidade não está em cima da mesa: “tenho certeza que mantendo-se os alunos atuais, aquela escola não vai encerrar. É a nossa convicção, transmitida pelo conselho executivo, e confirmada também pela CML, que, questionada diretamente sobre esse assunto, terá dito que não é intenção encerrar aquela escola”. Abordada sobre a mesma questão, a autarquia da Lagoa afirma que não tem competência na decisão do encerramento de escolas, explicando que apenas lhe compete a manutenção do parque escolar referente aos estabelecimentos do primeiro ciclo. Os encarregados de educação questionados pelo nosso jornal, dizem impor-se contra um eventual fecho da escola, caso se viesse a concretizar.
Apesar da falta de alunos na Jácome Correia, vários encarregados de educação afirmam ter tido dificuldade em matricular os seus filhos, sendo-lhes dito que a escola está “cheia”. Foi a caso de Joana Rodrigues. “No primeiro ano não consegui matricular a minha filha na escola, porque disseram que as turmas estavam cheias. No segundo ano, contactei a Associação de Pais, soube que as turmas não estavam cheias, pedi transferência e consegui que minha filha entrasse. Ouve-se constantemente isso: que as turmas estão cheias. Mas não é o caso”, conta, ao nosso jornal. “Muitos pais viram que a minha filha está na escola e estão a questionar como é que ela foi para lá, se é dito a muitos deles que a Jácome Correia está cheia”, relata ainda a lagoense.
Segundo o conselho executivo, a dificuldade de realizar matrículas na referida escola “já nos foi questionada pela Associação de Pais e foi averiguada. Na altura das matrículas, seguramente, isso não aconteceu. Mas isso tem uma explicação. Em julho, como não havia um número suficiente de alunos para constituir quatro turmas, uma de cada ano de escolaridade, teve de ser constituída uma turma com dois anos de escolaridade, 1.º e 4.º anos. Por isso, decorrido o ano letivo, sempre que alguém solicita a transferência para aquela turma, sensibilizamos que o faça para uma turma do ano de escolaridade do seu educando de outra escola da unidade orgânica, para não prejudicar a prática pedagógica naquela turma”.
A Câmara Municipal da Lagoa, enquanto responsável pela manutenção dos edifícios do ensino básico do concelho, submeteu uma candidatura ao PO 2030, para a reabilitação da Escola Marquês Jácome Correia, com um total de 647.200 euros, tendo por base o levantamento das necessidades existentes no edifício, sem descaracterizar o mesmo.
“A intervenção pretende recuperar o edifício escolar, mantendo a estrutura, utilização e distribuição atual, mitigando as patologias identificadas”, explica a autarquia, questionada sobre o projeto. A candidatura parte, assim, do pressuposto que a sua utilização será mantida para fins escolares, explica a câmara.
De acordo com autarquia lagoense, a candidatura está, neste momento, suspensa no Governo Regional, mais concretamente na Direção Regional do Planeamento e dos Fundos Estruturais, “porque estão a exigir a aprovação da Estratégia para a Educação do próprio Governo Regional, mais concretamente da Secretaria Regional da Educação”.
Questionada se há mais escolas a necessitar de reabilitação, a câmara da Lagoa afirma que todas as escolas em edifícios da sua responsabilidade “estão a ser alvo de intervenção contínua e programada”, acrescentando que “a escola Marquês Jácome Correia, pelas suas características, requer uma intervenção de outra profundidade e, por isso, foi alvo de uma candidatura a Fundos Comunitários num eixo que foi programado para o efeito e contratualizado com os municípios, mas dependente de aprovação do Governo Regional”.
A unidade orgânica da Escola Básica Integrada (EBI) de Lagoa abrange uma escola do segundo ciclo e seis de educação pré-escolar/primeiro ciclo, contando, neste momento, com um total de 818 alunos matriculados.
O concelho da Lagoa tem observado um decréscimo de alunos matriculados, segundo confirma Manuel Rodrigues, presidente do conselho executivo da EBI de Lagoa: “temos vindo a perder alunos na última década de forma galopante. Em 2018, a EBI de Lagoa contava com 1134 alunos. Neste ano letivo, rondam os 818, sensivelmente o mesmo número do ano passado “, salientando que “este ano, é a primeira vez que não perdemos alunos, em 10 anos”.
Distribuição desequilibrada dos alunos pelos estabelecimentos de ensino do concelho é outro problema apontado por vários pais e reconhecido por entidades competentes, nomeadamente por Pedro Tavares, presidente da Associação de Pais da EBI de Lagoa. “O que temos verificado é que há escolas que estão muito cheias e outras que estão muito vazias. O que defendemos é que haja um maior equilíbrio nessa questão”, entende. A Associação de Pais representa cerca de 750 alunos da unidade orgânica, através dos encarregados de educação.
Manuel Rodrigues, questionado sobre o porquê de o conselho executivo não motivar uma maior distribuição dos alunos pelas diferentes escolas, explica que “os alunos estão na escola da preferência dos pais, próxima da residência ou do local de trabalho do encarregado de educação”.
No entanto, em conversa com alguns pais, são encontrados por vezes alguns entraves na inscrição na escola em que querem matricular os seus filhos, nomeadamente na Marquês Jácome Correia, cujo número de alunos tem reduzido nos últimos anos. Joana Rodrigues, residente no Rosário, explica o que aconteceu no ano passado, ao tentar matricular a filha naquele estabelecimento: “barraram-me logo a Jácome Correia porque supostamente estava cheia e que eu tinha de colocar como primeira opção a Escola Francisco Carreiro da Costa”. Por sua vez, Carolina Silva, relata que “no início, tentaram persuadir-me a não inscrever a minha filha na Jácome Correia porque sou residente no Cabouco”.
Sobre o arranque do ano letivo, o conselho executivo faz um balanço positivo, segundo o presidente, Manuel Rodrigues. Questionado sobre os desafios deste início, explica que “as maiores dificuldades prenderam-se com a falta de assistentes operacionais”. No entanto, refere, “este problema foi resolvido graças a uma solução transitória, recorrendo a funcionários colocados ao abrigo de programas ocupacionais”.
Já no decorrer do presente ano letivo, foi apresentado, a 25 de outubro, pelo Governo regional, um estudo prévio para o projeto das novas instalações da escola sede da EBI Lagoa, a EB2 Padre João José do Amaral. A nova escola, investimento de mais 11 milhões de euros, deverá ter espaço para um total de 240 crianças e cerca de 15 turmas. O projeto foi a concurso público, tendo sido apresentadas quatro propostas. A selecionada foi a do gabinete de arquitetura Entreplanos, Gabinete de Arquitetura, Urbanismo e Design.
Para o conselho executivo da EBI Lagoa, trata-se de “um grande passo”. Manuel Rodrigues entende que se “acendeu a luz ao fundo do túnel. Um sonho que começa a concretizar-se. Trata-se de um edifício com quase quatro décadas, obsoleto, sem grandes condições. Acho que vamos passar a ter uma escola dimensionada à realidade da população escolar a que se destina e com uma distribuição dos espaços funcional e muito acolhedora”.
O estudo prévio prevê a concentração de todo o complexo escolar na parte norte do terreno, numa área total de 15.600 metros quadrados. As atuais construções existentes vão ser demolidas e a nova escola vai ser composta por quatro zonas distintas: edifício escolar de três pisos, pavilhão desportivo, polidesportivo exterior e espaços de recreio.
A Câmara Municipal de Lagoa, questionada pelo Diário da Lagoa, sobre a nova escola, diz que o início da empreitada da nova escola já devia estar a decorrer, “atendendo que em agosto de 2023, foi lançado o concurso para o projeto de execução para a requalificação das instalações, com um prazo de execução de 6 meses, prazo esse, aliás, que já terminou e só agora tomamos conhecimento de um estudo prévio”.
O estudo prevê também que a parte sul do terreno vai destinar-se a estacionamento. No ano passado, a autarquia lagoense explicou, em declarações ao nosso jornal, que já há dois anos tinha a pretensão de ampliar o parque do Gabinete de Atendimento ao Munícipe (GAM), mas que Secretaria Regional da Educação disse que só depois de concluído o projeto poderia avaliar a cedência de terreno pedida pela câmara da Lagoa. Segundo a autarquia, agora em novas declarações, “há mais de três anos” que tenta ampliar e melhorar o estacionamento e circulação naquela zona, e que apesar de já ter havido a concordância de toda a comunidade escolar e do conselho executivo para a cedência de um espaço não utilizado a sul, aliás condição colocada pela Secretaria Regional da Educação, o facto é que é a própria Secretaria que agora não aprova a cedência”.
Num sábado de manhã, onde há décadas o Stand Malassada, de António Joaquim Borges Junior, se encontrava repleto de pessoas para serem atendidas, hoje encontra-se vazio, mas nunca de porta fechada. Na oficina entram, ainda, os clientes mais fieis e, sentado atrás da sua bancada, encontra-se Manuel Sousa, que mesmo na última semana, continua dedicado ao seu trabalho e, neste dia, recebe também o nosso jornal para connosco registar a sua história.
Manuel Sousa, de 73 anos, começa por contar ao Diário da Lagoa (DL), que vem de uma “família de sete irmãos”, é natural de São Pedro, em Ponta Delgada, e nem sempre trabalhou no Stand Malassada. “Esta oficina não era minha”, explica. Só aos 40 anos é que oficialmente lá começa a trabalhar. Este era um negócio que pertencia ao seu sogro, António Joaquim Borges Junior, conhecido por “Malassada”, cuja fotografia se encontra exposta numa das paredes da oficina, ao pé do diploma municipal de mérito que Manuel terá recebido pelo sogro, após a sua morte.
Inicialmente, Manuel trabalhou na alfândega, em Ponta Delgada e, nesta altura, já ajudava, ao mesmo tempo, o seu sogro com o stand “na parte da escrita”, porque “namorava a sua filha”, afirma. Após 13 anos, foi convocado para a Guerra do Ultramar, na Guiné. “Estive na guerra, mas foi um milagre, porque fiquei colocado no hospital militar”, conta. Quando regressa a São Miguel, percebe que o trabalho na alfândega já não suportava a “vida mais cara” que se vivia na altura e, como tinha toda a sua família na “América e Canadá”, decide juntar-se a eles, em busca de uma vida melhor. “O meu pai fez-me a carta de chamada e foi mais rápido, mas depois voltei para cá para casar e para lá de novo regressei”.
Mesmo durante os quatro anos em que viveu noutro continente, parte da sua vida era dedicada também ao stand. “Eu estava lá fora e o meu sogro mandava o material para que eu fizesse o preço da mercadoria, porque ele não sabia”. Foi dois anos após o nascimento do seu filho que voltou definitivamente para os Açores, “mas tive azar quando cheguei cá”, relata.
É com a lágrima a cair-lhe pelo rosto que Manuel descreve o acidente que mudou para sempre a sua vida. “15 dias depois de cá estar”, aos 40 anos de idade, sofre um acidente de mota que o limitou muito enquanto pessoa e trabalhador. Com a falta de médicos, medicamentos e condições que havia na altura, viu-se obrigado a viver com o seu problema na perna, que, apesar de o deixar sem andar autonomamente nos primeiros tempos, nunca o fez parar de trabalhar.
Após este azar começa, oficialmente, a trabalhar na oficina com o seu cunhado, numa altura onde o seu sogro já se reformara. Explica ao DL que, a princípio, não percebia muito de “motas” e não sabia fazer “muitas coisas na oficina”, mas que, “agarrou nisto com vontade e gosto”. “O meu sogro faleceu e, ao fim de uns anos, o meu cunhado reformou-se por questões de doença e eu continuei aqui”, acrescenta.
A diminuição do trabalho começou a ser visível aos olhos do novo proprietário, “quando começou a venda das carrinhas e de mais carros”. Um negócio que se focava maioritariamente na venda de “moto carrinhas” perde cada vez mais clientes. Com tristeza nos olhos, Manuel afirma que “as novas gerações” não querem dar continuidade “ao seu negócio”, confessa ter tentado que alguém mais novo comprasse o stand, mas que não teve sorte. Sente-se esquecido no meio das “novas tecnologias” e demonstra sentir muita saudade de como a vida era antigamente, porque “era outra convivência e a malta nova está toda muito diferente”, diz. Acrescenta, ainda, que, na sua perspetiva, “a questão do negócio na Lagoa está cada vez pior”. “A Lagoa cresceu muito, mas tornou-se num local para dormir”, afirma enquanto o terceiro cliente da manhã entra na loja.
Manuel emociona-se ao referir que lhe “custa” não ter mais “forças” para manter o stand aberto. O medo de estar lá sozinho, visto ter sofrido assaltos nos últimos tempos, também contribui para a sua decisão de fechar. “O problema é que eu criei amor a isto e não há ninguém para continuar o negócio”, explica. O enorme gosto que tem pelo seu trabalho fê-lo conseguir manter a oficina de pé, mesmo depois de reformado. “Se eu tivesse forças sempre, isto nunca fechava”, garante.
No entanto, o hábito do trabalho fá-lo continuar o negócio por mais uns tempos, através da garagem de sua casa. “Vou transferir todo o material que aqui tenho das bicicletas elétricas para a minha garagem e vou ajudando quem precisa da minha ajuda, com o que não exija muita força”, conclui.
Lagoa é o segundo concelho da ilha de São Miguel com mais micro, pequenas e médias empresas galardoadas com estatuto PME Excelência 2023, e a terceira, a nível Açores, partilhando o mesmo lugar com o concelho da Horta. No entanto, enquanto a Lagoa teve um volume de negócios de 74 milhões de euros, a Horta ficou pelos 17 milhões e 930 mil.
Os resultados foram divulgados no sítio online do IAPMEI, promotor desta iniciativa, com o Turismo de Portugal. Nesta edição, no total nacional, 4.136 empresas, representativas dos vários setores de atividade, foram distinguidas com o estatuto.
No total regional, Ponta Delgada é o concelho com mais PME Excelência (28), seguindo-se Vila da Praia da Vitória (9), Lagoa e Horta (7), Angra do Heroísmo (6), Ribeira Grande (5), Madalena e Vila Franca do Campo (4), Povoação (3), Vila do Porto (2) e Lajes das Flores, Lajes do Pico, Nordeste e Velas, com 1 PME Excelência.
Os Açores ficam, assim com um total de 79 PME Excelência. Entre este número, 55 correspondem a renovações e 24 a adesões. Entre o total de empresas, 45,57 por cento (%) atua no setor do comércio; 26,58% no turismo, e 7,59% em serviços. Na construção e imobiliário, 6,33% das empresas galardoadas atua nesse setor; igualmente 6,33% na indústria; 5,06% nos transportes; e as restantes 2,53% na agricultura e pescas.
Os Açores representam 1,9% das empresas detentoras do estatuto de excelência em Portugal, ficando a região, assim, acima de distritos como Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Bragança e Vila Real.
A Câmara Municipal de Lagoa, em conjunto com o Clube Desportivo Santa Clara, promoveu uma iniciativa no Bairro da Longueira, em Santa Cruz, a 4 de dezembro, com o objetivo de aproximar a comunidade, mais propriamente os jovens, ao desporto, segundo nota enviada pela autarquia lagoense.
Os jovens residentes do bairro lagoense receberam a visita de dois jogadores profissionais do CD Santa Clara Açores, João Costa e Sidney. A iniciativa organizada pelo clube açoriano, com o apoio da Câmara Municipal de Lagoa, teve como intenção proporcionar o contato com jogadores de futebol que atuam na primeira Liga Portuguesa, lê-se.
Na ocasião, o vice-presidente Frederico Sousa agradeceu a presença dos jogadores e staff do Santa Clara e salientou a importância de iniciativas como esta, que “aproximam a comunidade de uma instituição desportiva que representa os Açores a nível nacional”, diz a mesma nota.
“Este encontro serve não só para os jovens perceberem a importância do desporto, como também para ouvirem as histórias e experiências de jogadores, que para chegarem ao topo do futebol profissional e conquistarem os seus sonhos, tiveram que trabalhar arduamente e passar por alguns sacrifícios”, referiu o vereador.
Este foi mais um momento de um conjunto de visitas que o Santa Clara realizou no concelho de Lagoa, tendo jogadores e staff sido recebidos, anteriormente, no Lar de Acolhimento da Santa Casa da Misericórdia de Santo António e na Casa de Acolhimento Residencial do Centro Social de Nossa Senhora do Rosário, refere, ainda, o comunicado.
Na visita às instituições lagoenses, Frederico Sousa, citado na mesma nota, salientou “o orgulho que a autarquia tem nas respetivas valências, principalmente porque proporcionam a estas crianças um ambiente familiar, sendo que o convite do Santa Clara para assistir aos jogos no Estádio de São Miguel, com a oferta de bilhetes a estes jovens, é um gesto muito valioso”.
A Associação Nonagon – Parque de Ciência e Tecnologia de São Miguel, localizado na Lagoa, estabeleceu um protocolo de cooperação com a secção regional dos Açores da Ordem dos Arquitetos, segundo comunicado da Associação.
A formalização desta parceria visa “enriquecer a comunidade empresarial do NONAGON com um apoio próximo e especializado na área da Arquitetura, bem como fomentar a colaboração entre as duas instituições e promover inovação entre ambos os setores”, lê-se.
Com este protocolo “pretende-se, igualmente, impulsionar, a realização de iniciativas conjuntas, nomeadamente, na organização de eventos, workshops e reuniões que promovam o core business de ambas as partes, contribuindo para o desenvolvimento económico e social da Região Autónoma dos Açores”, explica a mesma nota.
“Esta parceria é importante para a construção de sinergias entre os setores e trará benefícios e mais-valias para ambas as partes”, afirmou Luís Almeida, presidente do Conselho de Administração da Associação Nonagon.
No ato de assinatura do protocolo estiveram presentes Luís Almeira, e o presidente do Conselho Diretivo da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitetos, Nuno Costa.
No dia 11 de dezembro, pelas 15h00, vai ser inaugurado o Núcleo Museológico do Pastel e da Serpentina, no Quintal Etnográfico, “finalizando o projeto de renovação museográfica dos núcleos museológicos da Ribeira Chã, e que pretende ser uma homenagem ao Padre João Caetano Flores, que completou 26 anos do seu falecimento”, a 2 de dezembro, segundo nota da Câmara Municipal da Lagoa.
O Quintal Etnográfico fica assim completo com o Núcleo Museológico do Pastel e da Serpentina, que se junta aos Núcleos Museológicos da Agricultura e da Adega. Além destes, a Ribeira Chã conta, ainda, com o Núcleo de Arte Sacra e Etnografia e a Casa-Museu Maria dos Anjos Melo, refere o comunicado.
Este novo núcleo museológico perpetua dois elementos importantes para a história da freguesia da Ribeira Chã: o pastel e a serpentina. O pastel é uma planta tintureira, da qual se pode extrair a cor azul-escuro e o preto, tendo sido utilizada num dos mais antigos processos de tinturaria do Arquipélago dos Açores.
A cultura desta planta foi uma relevante fonte de riqueza durante os primeiros séculos de povoamento do arquipélago, tendo sido muito importante para a economia do arquipélago até meados do século XVII. Com o fim da cultura, desapareceram muitos dos apetrechos da manufatura. Fruto do trabalho e do reconhecimento da importância da salvaguarda do património cultural por parte do Padre Caetano Flores, vai estar exposta no novo núcleo uma mó “que se revela um testemunho desta indústria”, lê-se ainda.
Por sua vez, a serpentina é uma planta da mesma família dos “jarros” de folhagem verde, que cresce nos campos, à beira das estradas, nos jardins, e dá-se nos barreiros sombrios e húmidos ou em bosques fechados, mas também pode ser plantada. A folhagem aparece no final do inverno, fica viçosa na primavera e desaparece no verão. Para fins culinários, a sua raiz é transformada em farinha, tendo sido muito usada no passado na culinária da ilha de São Miguel, em particular na Ribeira Chã, explica a nota.
Não obstante haver referência ao pastel nos núcleos anteriormente criados pelo padre Caetano Flores não havia um especificamente dedicado à sua cultura. Assim, a criação deste novo núcleo dedicado ao pastel e à serpentina vem “finalizar a renovação museográfica de um projeto de um pároco muito importante para a freguesia, como o Pe. Caetano Flores”, pode ler-se ainda.
A inauguração deste núcleo no Quintal Etnográfico é aberta à comunidade, sendo que para os mais novos vai ser promovido um atelier de elaboração de um moinho de vento, havendo igualmente uma visita guiada ao espaço.
Entre os dias 8 e 24 de novembro, a Praça da Nossa Senhora do Rosário, na cidade da Lagoa, recebeu o projeto de desenvolvimento económico “Market PopUp”, organizado pela Market Azores. Foram 25 os expositores, de vários pontos da ilha, que ao longo dos 17 dias rodaram entre as 12 barracas instaladas na Praça e que marcaram presença e apresentaram os seus produtos aos visitantes, segundo a organização.
O mercado teve o intuito de permitir aos trabalhadores independentes, produtores, agricultores, empresas e comércio, vender e apresentar os seus serviços e produtos sob a forma de mini loja temporária designada como pop-up store.
Para muitos comerciantes, que não têm loja física para venderem os seus produtos e serviços, feiras e mercados como este representam uma oportunidade de conseguirem visibilidade.
O Diário da Lagoa (DL) esteve pelo mercado, a conhecer os projetos de alguns expositores.
Numa das bancas estava António Carvalho, que apresentava a poncha e o bolo de caco, produtos tradicionais da Madeira. O comerciante nasceu no Funchal, mas veio para São Miguel com apenas três meses. António Carvalho explica que com o seu projeto, denominado “Caralhinho” (ferramenta de fazer a poncha), pretende “trazer produtos da Madeira para os Açores. Nesta primeira fase, os comes e bebes e, eventualmente, trazer outros artigos”.
Por sua vez, Patrícia Costa tem à disposição na sua banca doçaria, para os visitantes mais gulosos, com os seus docinhos do dia. “Comecei a ter gosto pela doçaria em criança com a minha madrinha de batismo”, lembra a comerciante residente na Lagoa.
Pedro Almeida começou o seu projeto há cerca de um ano. Veio apresentar os seus artigos em 3D. Para si é apenas um passatempo, que quer partilhar com os outros. “Vim mostrar o que se consegue fazer com impressão 3D. As pessoas mostram-se interessadas. Muitas não conheciam o que era a impressão 3D”, conta.
Já Nicole Correia, professora, trouxe ao mercado as belas artes, às quais se dedica nos tempos livres. A sua banca conta com quadros e retratos realistas, bem como artigos de artesanato como brincos, porta chaves, e objetivos de decoração.
Em balanço desta edição do mercado, Corinne Joliot, do MarketAzores, entidade organizadora da iniciativa, apontou a “ausência de um envolvimento mais ativo da Câmara da Lagoa”.
Segundo a organização, “a falta de coordenação e apoio logístico da Câmara tem dificultado a implementação de melhorias infra estruturais vitais para o projeto”.
A Câmara Municipal da Lagoa, questionada pelo DL sobre o assunto, referiu que acordou “apoiar na logística do evento, nomeadamente na montagem das barraquinhas e na eletrificação de três delas, conforme solicitado”.
A vereadora da Cultura, Albertina Oliveira, nos mesmos esclarecimentos diz que foi oferecido apoio dos serviços da câmara “para o envio de um ofício circular a todas as instituições do concelho, não só para a divulgação do evento, mas também para a solicitação de apoio na dinamização do mercado”.
Albertina Oliveira acrescenta ainda que a autarquia também apoiou na disponibilização do espaço, “uma vez que sendo um evento de iniciativa particular deveria ter pago a ocupação do espaço, tendo a câmara isentado o pagamento dado o objetivo do evento”.
A organização do mercado alegou ainda que “todos os gabinetes da Câmara Municipal de Lagoa ignoraram ou recusaram participar nas atividades durante o Market PopUp, não interagindo com os expositores”.
Por sua vez, a autarquia afirma que só a meio da iniciativa, “é que foi enviado convite para alguns serviços da câmara participarem no evento”, sendo que “para participar num evento, temos de ter tempo suficiente para preparar o material necessário à nossa participação”.
Albertina Oliveira refere ainda que marcou presença na inauguração do mercado, que acabou por não se concretizar, “porque apenas estavam presentes dois expositores”.
A Câmara da Lagoa esclarece por fim que não ficou a seu cargo a dinamização do espaço e evento, “ficando apenas à nossa responsabilidade enviar o ofício circular a todas as instituições/entidades do concelho”.
Arrancou, no passado dia 26 de novembro, dia em que se assinalou o Dia do Poder Local, o Orçamento Participativo de Lagoa. A abertura da fase de aceitação de propostas foi anunciada pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Frederico Sousa, na Assembleia Municipal Jovem (AMJ), que teve lugar no Auditório Ferreira da Silva, em Água de Pau, segundo nota enviada pela autarquia.
A fase de aceitação de propostas decorre até 28 de fevereiro de 2025, seguindo-se a validação técnica, entre 1 de março e 30 de abril. O período de votação vai ser entre 15 de maio e 31 de julho e a divulgação dos resultados, entre 1 e 12 de agosto, explica o comunicado.
A dotação orçamental para investir em projetos vencedores do Orçamento Participativo de Lagoa é de 105 mil euros no total, sendo 75 mil euros para a categoria geral e 30 mil euros para a categoria “projetos jovens”. Podem ser apresentadas propostas alusivas às seguintes áreas temáticas: educação e cultura; inclusão social; saúde e desporto; ambiente e espaços públicos e turismo, lê-se.
Podem apresentar propostas ao Orçamento Participativo todos os munícipes residentes, trabalhadores ou estudantes no concelho de Lagoa, com idade mínima de 12 anos, de forma individual ou em grupo informalmente constituído. Consideram-se “projetos jovens” todos aqueles cuja autoria pertença a jovens dos 12 aos 30 anos, residentes, estudantes ou trabalhadores no concelho.
A aceitação de propostas poderá ser efetuada, até ao dia 28 de fevereiro de 2025, através do site https://orcamentoparticipativo.lagoa-acores.pt/.
Os últimos dois projetos vencedores do Orçamento Participativo de Lagoa foram a “Implementação de campo de padel em Santa Cruz” (categoria geral) e “A brincar sou feliz na escola” (categoria jovem), que se encontram, neste momento, em fase de implementação, refere ainda a mesma nota.
Nesta quadra natalícia, de 13 a 15 de dezembro, a freguesia de Santa Cruz acolhe a terceira edição da Feira Solidária de Natal, no Jardim do Convento de Santo António. Trata-se de um evento de cariz solidário, promovido pela Junta de Freguesia de Santa Cruz.
A iniciativa tem o intuito de proporcionar a artesãos locais e algumas associações e grupos da freguesia, a possibilidade de angariar fundos para as suas actividades ao longo do ano.
Tem ainda como objetivo a angariação de géneros alimentares, para a elaboração de cabazes de Natal.
Na Feira Solidária de Natal, estarão presentes várias associações, grupos da freguesia e do concelho, a expor e a vender trabalhos de artesanato, decoração e iguarias alusivas à época festiva.
A inauguração da iluminação da freguesia de Santa Cruz será no dia 7 de dezembro e haverá os tradicionais presépios no Convento dos Franciscanos.
Junta de Freguesia de Santa Cruz
Website: https://www.jf-santacruz.pt/
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