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Aprovados 18 ME para investir na redução e mitigação dos riscos de inundações e cheias

© GRA

Foi aprovado o Plano de Gestão dos Riscos de Inundações da Região Autónoma dos Açores 2022-2027 (PGRIA), por proposta do Governo regional (PSD/CDS-PP/PPM), na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. Plano prevê um investimento de superior a 18 milhões de euros na redução e mitigação dos riscos decorrentes de cheias e inundações nos Açores.

Segundo nota de imprensa do Governo regional dos Açores, o secretário regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, realçou que “a aprovação do PGRIA é um passo fundamental para mitigar riscos associados a cheias e inundações, garantindo a segurança das populações e proteção de bens”.

Alonso Miguel diz que “as inundações são um fenómeno natural que não pode ser evitado, sendo, no entanto, possível e desejável reduzir o risco e as consequências prejudiciais que lhes estão associadas, sobretudo numa Região como os Açores, especialmente vulnerável a este tipo de fenómeno”, acrescentando que, nas ilhas açorianas, “a elevada densidade de drenagem e a reduzida dimensão das bacias hidrográficas, propiciam a ocorrência de cheias rápidas e imprevisíveis quanto ao local e magnitude”.

“Esta suscetibilidade latente faz com que seja premente a prevenção e preparação nesta matéria, definindo princípios gerais de gestão e resposta, acautelando ainda as situações com maior probabilidade de ocorrência”, referiu.

A revisão do PGRIA assentou em três fases distintas, com a reavaliação dos Riscos de Inundações na Região, a elaboração das Cartas de Zonas Inundáveis e cartas de Riscos de Inundações, e, finalmente, com a atualização do Plano de Gestão de Riscos de Inundações.

O secretário regional esclarece que “ao contrário do verificado no anterior ciclo de planeamento, foram considerados não apenas os riscos associados às cheias fluviais, mas também os riscos associados às inundações costeiras”.

Com a presente revisão do PGRIA, são agora 11 as bacias hidrográficas de risco contempladas.

Foram identificadas seis novas bacias hidrográficas: as Grotas da Areia e do Cinzeiro, em São Miguel; a Ribeira da Casa da Ribeira e a Ribeira de São Bento, na Terceira; a Ribeira Seca, em São Jorge; e a Ribeira do Dilúvio, no Pico, que se juntam às bacias que já constavam do primeiro ciclo de planeamento do PGRIA: Ribeira Grande e Ribeira da Povoação, em São Miguel, Ribeira de Agualva e Ribeiras do Porto Judeu, na Terceira, e Ribeira Grande, nas Flores.

Foram ainda identificadas quatro zonas críticas com risco de inundação e galgamentos costeiros, designadamente a frente marítima entre São Roque e Cais do Pico, na ilha do Pico, bem como as frentes marítimas de São Roque/Rosto de Cão, de Santa Cruz/Lagoa e Ribeira Quente, em São Miguel.

O governante explicou que, “para atingir os objetivos estratégicos e específicos estabelecidos, definiu-se um conjunto de 37 medidas, a implementar até final de 2027, desagregadas em 18 medidas de gestão de riscos, sete no âmbito do quadro institucional e normativo, três na área da Informação e participação cidadã e nove no domínio da monitorização e desenvolvimento de investigação aplicada”.

Alonso Miguel referiu por fim que, “no total, o investimento estimado para a implementação das medidas propostas neste Plano totaliza 18,09 milhões de euros, dos quais, cerca de 94%, se referem a medidas de gestão de riscos”.

“Tromba de água” na Ribeira Grande

Fortes chuvas abateram-se sobre o concelho da costa norte da ilha de São Miguel. O fenómeno meteorológico conhecido por “tromba de água” fez as ribeiras transbordarem. Cerca de 20 famílias tiveram que ser realojadas

Mau tempo provoca dezenas de ocorrências nos grupos central e oriental

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Desde a noite de ontem, domingo, 2 de junho, foram registadas no total 44 ocorrências nos Açores, provocadas pelo temporal que se fez sentir nos grupos central e oriental, segundo comunicado da Proteção Civil.

A maioria das situações reportadas está relacionada com inundações em habitações, inundações em vias e derrocadas.

Entre as ocorrências registadas, 32 foram na ilha Terceira (todas no concelho da Praia da Vitória, afetando sobretudo as freguesias das Fontinhas, São Brás e Vila Nova), 11 em São Miguel (Ponta Delgada, Ribeira Grande, Povoação e Nordeste) e uma nas Lajes do Pico, de acordo com a mesma nota.

Tragédia climática: Comunidade portuguesa mantém papel fundamental na ajuda à população do Rio Grande do Sul

Estado no sul do Brasil, depois das cheias provocadas pelas fortes chuvas nos últimos dias, soma já dezenas de mortes e mais de 80 mil desalojados, num contexto em que se verificam cidades inteiras destruídas

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A tragédia que está a assolar o Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, depois das cheias provocadas pelas fortes chuvas nos últimos dias, soma já dezenas de mortes, num contexto em que se verificam cidades inteiras destruídas e num momento em que mesmo a logística local foi alterada, sobretudo, na região serrana e na capital, Porto Alegre.

Em poucas horas, entre o final de abril e o início de maio, choveu o equivalente a três meses no Rio Grande do Sul. Os rios chegaram a níveis históricos. Segundo dados do governo do Rio Grande do Sul, em constante atualização, há 401 municípios afetados, mais de 15 mil pessoas acolhidas em abrigos, mais de 80 mil desalojados, mais de 710 mil afetados, 155 feridos e 100 desaparecidos. Ao todo, 95 pessoas morreram até ao momento.

No campo estrutural, há 12 barragens sob pressão, o sistema de contenção de cheias está sob stresse, 110 hospitais foram atingidos, estando 17 sem atendimento e 75 com apenas atendimento parcial. Serviços essenciais foram interrompidos, aeroportos estão paralisados, estradas, cortadas e várias pontes desabaram. Esta é considerada a maior catástrofe climática do Estado.

Nas últimas horas, o governo do Rio Grande do Sul iniciou o Plano “Marshall” de reconstrução do Estado, juntamente com a Autoridade Estadual para Emergência Climática, com foco, segundo apurámos, em promover “Assistência, Restabelecimento e Reconstrução”, além de “Prevenção e Resiliência Climática”. E, hoje, existe também uma importante movimentação de portugueses e lusodescendentes para tentar salvar vidas na região.

A nossa reportagem conversou com António Davide, conselheiro das comunidades portuguesas eleito no Brasil por Curitiba e Porto Alegre. Vive na cidade de Bento Gonçalves, na zona serrana, a 120 km de Porto Alegre. Segundo ele, praticamente 52% do Estado está com “destruição total”.

“Tudo começou na semana passada, entre os dias 29 e 30 de abril. Mas o dia primeiro de maio foi o mais crítico. Cidades ribeirinhas estão praticamente destruídas, assim como cidades pequenas que tinham as suas populações, as suas empresas”, disse este responsável, que conta que a cidade de São Leopoldo, por exemplo, que fica a cerca de 30 km de Porto Alegre, está “totalmente debaixo de água” e que “em todas as localidades há casas que sumiram, que foram por água abaixo. Devido a força das águas, há morros que desapareceram”.

Este responsável revela que, onde vive, não há relatos de membros da comunidade portuguesa em perigo. Já com relação aos negócios geridos por empresários da comunidade portuguesa, o comércio terá sido o ponto mais afetado pelas cheias. As zonas do centro de Porto Alegre, onde esses empresários têm as suas lojas e empresas, conta com grandes prejuízos, segundo António Davide, como é o caso no tradicional mercado público de Porto Alegre, onde as pessoas estão à espera de ver o nível da água baixar para calcularem os estragos.

Existe ainda o problema dos assaltos e saques que estão a acontecer um pouco por todo o Estado. Há inclusive assaltos com recurso a barcos ou em jet-skis a mercados locais abandonados durante a enchente. E, nas estradas, o cenário é de assaltos aos condutores quando estão no trânsito a tentar deixar a região metropolitana de Porto Alegre.

Antonio David recebeu uma mensagem de José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, a dar apoio para a comunidade e para toda a população do Estado do Rio Grande Sul.

Entrevistamos também o lusodescente Marcos Neto, guia de turismo, sommelier e vice-presidente do Rotary Club de Canoas Industrial. Ele vive na cidade de Canoas, um dos locais mais atingidos pelas chuvas.

Marcos conta que o grande volume de água na região acabou por destruir muitas cidades também no vale do rio Taquari, na Serra Gaúcha, onde houve o rompimento parcial de uma barragem. Além disso, esse volume de água desceu em direção à capital do Estado, Porto Alegre, o que fez com que o nível da água na cidade subisse, em muitos lugares, mais de 30 metros.

Somente em Canoas, cerca de dois terços da cidade estão debaixo de água. Mais de 150 mil pessoas tiveram que deixar as suas casas e, quem não conseguiu sair rapidamente, teve de ser resgatados por helicópteros desde os telhados das casas.

“Algumas pessoas chegaram a ficar mais de três dias nos telhados de casa sob frio, chuva, a espera do resgate, que está a ser feito pelas forças armadas brasileiras”, contou Marcos, que atesta que existe hoje uma autêntica “operação de guerra”, pois “todos os serviços essenciais foram literalmente destruídos, a maior parte da cidade está sem energia elétrica e a produção de água potável foi suspensa, uma vez que as bombas ficaram debaixo d’água. As estradas foram totalmente destruídas”.

Cenário “catastrófico e desastroso”

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Segundo Marcos, há muitos voluntários no terreno, o que faz com que o cenário não piore em virtude dos esforços desses grupos. Os trabalhos concentram-se em tentar dar comida, medicamentos e albergar as pessoas em abrigos e escolas. Existem peditórios públicos dos rotarianos locais que destacam que tudo o que puder ser enviado para a região será “bem-vindo”, como medicamentos, alimentos, água, roupas e colchões.

Um outro bom exemplo desse movimento para tentar diminuir o caos e a dor das famílias é o trabalho que está a ser feito pela Casa de Portugal de Porto Alegre, que abriu as suas portas para que a população tenha abrigo e acesso à água potável, uma vez que o local conta com uma fonte de água mineral fruto de um poço artesiano. No local, as pessoas podem tomar banho e utilizar casas de banho.

“Os diretores da Casa de Portugal estão envolvidos nas suas comunidades e todos estão a ajudar da maneira que podem”, é o que garante Fernando Lopes, presidente da Casa de Portugal de Porto Alegre, que adicionou que, desde domingo, “a Casa de Portugal viu que tinha um recurso (água potável) que estava a faltar para diversas cozinhas de voluntários que fazem marmitas e comida para os desabrigados”.

E as pessoas têm procurado cada vez mais o clube, conhecido na região por valorizar as tradições portuguesas. Fernando conta que chegam pessoas que foram resgatadas há dias e que ainda não haviam tomado banho. Para evitar doenças, elas podem fazer a higiene no local. Muitas outras levam recipientes para levar água para casa. Há filas na porta.

Ajuda luso-brasileira

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Este responsável garante que há muitos portugueses utilizando recursos da Casa neste momento, como pegar água potável e etc., e que este público conta com um horário extra para as suas necessidades, além do público em geral.

Conversamos também com Filipa Mendonça, vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre, que confirmou que “a situação de calamidade pública decretada no Estado permanece e a tendência é de agravamento nas próximas horas devido à aproximação de nova corrente fria acompanhada de tempestade extratropical, que trará bastante chuva acompanhada de ventos muito fortes e queda de granizo”.

“Dos 95 óbitos registados não há conhecimento da existência de nenhum nacional”, disse esta responsável.

Até ao último dia 8 de maio, estiveram encerrados os serviços no Consulado-Geral de Portugal em Porto Alegre, em virtude da dificuldade de deslocação que se verifica na região. Todos os agendamentos realizados serão remarcados automaticamente, porém, os serviços consulares seguem disponíveis para emergências.

A situação preocupou também o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que emitiu uma nota a dizer que o governo de Portugal “está solidário com o povo brasileiro”, e mostrou apoio às iniciativas do presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

Através das redes sociais, a embaixada de Portugal no Brasil disse estar a acompanhar “com preocupação” a tragédia no Rio Grande do Sul.

José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, confirmou à nossa reportagem que, “até ao momento, não há informação sobre vítimas portuguesas”.

Grandes prejuízos e tempo para recomeçar

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O que sabemos também é que as enchentes causaram um grande impacto na indústria e na produção de alimentos e produtos na região. O presidente do Brasil garantiu que não faltarão recursos para recomeçar a reconstruir as cidades e que está a enviar dinheiro e integrantes das forças armadas para auxiliar nos resgates. Mais de 14 mil pessoas estão deslocadas pelo governo federal para atuarem diretamente na região. A reconstrução de rodovias federais custará mais de um bilhão de reais, cerca de 200 milhões de euros, segundo cálculo inicial do ministro dos Transportes do Brasil.

Uma triste realidade num Estado brasileiro que faz fronteira com a Argentina e o Uruguai, que conta com a imponente Serra Gaúcha, onde está a região vinícola do Vale dos Vinhedos e inclui cidades turísticas de estilo alemão como Gramado e Canela, famosas pelas paisagens naturais. Porto Alegre, a capital, é um grande porto com estruturas clássicas como o Mercado Público e a Catedral Metropolitana, no centro histórico.

Agora, o grande volume de água e as alterações climáticas podem alterar esse percurso e essa história.

Arrifes: por sete vezes houve quem estivesse “com um rio à porta” impedido de entrar e sair casa

Freguesia de Ponta Delgada tem sido fustigada pelos danos das chuvas fortes deste inverno. O Diário da Lagoa falou com vários moradores que sinalizam a origem do problema

Rua dos Afonsos, nos Arrifes © MARIANA ROVOREDO

Trata-se já de um problema do conhecimento da comunidade em geral: sempre que acontecem as chuvas torrenciais, algumas zonas da freguesia de Arrifes, concelho de Ponta Delgada, sofrem com inundações. A rua do Outeiro e a rua dos Afonsos têm sido das mais fustigadas. Os acontecimentos persistem há já vários anos, mas têm-se vindo a intensificar ultimamente pelo que já aconteceu sete vezes desde o início deste ano, e cerca de duas dezenas de vezes nos últimos dois.

Nessa zona, e lembrando os últimos acontecimentos, a água é tanta que não só entra pelas moradias, causa prejuízos e impede que as pessoas consigam sair à rua até o caudal diminuir, como tem por hábito levar também o asfalto da via, originando grandes valas que tornam o caminho intransitável e impactam o dia-a-dia dos moradores. Como solução temporária, depois dos acontecimentos, as entidades procedem ao repavimento das vias obstruídas, mas, no caso de uma nova inundação, é novamente destruído, sendo que até agora ainda não foi possível resolver a génese do problema para prevenir novas cheias. É opinião de vários residentes, e da presidente da Junta de Freguesia dos Arrifes, que a zona a ser intervencionada é a que fica a montante das ruas em questão, sendo que uma parte é da responsabilidade da Câmara de Ponta Delgada, e outra do Governo regional. No mês passado, a Câmara Municipal de Ponta Delgada anunciou um estudo hidrológico para minimizar os impactos das chuvas torrenciais na freguesia dos Arrifes e no concelho.

Naturalmente, os moradores, apesar de já não se surpreenderem com as cheias, estão descontentes, e pedem que o problema seja solucionado.

Rua do Outeiro, Arrifes, 2024
DL verificou no local que a autarquia já procedeu à repavimentação de ambas as ruas © MARIANA ROVOREDO

Roberto Ferreira, cantoneiro, de 59 anos, estava ao portão da sua casa, quando o Diário da Lagoa (DL) andava pela rua do Outeiro. Ao contrário de outros residentes, este tem a sorte de a sua casa ser mais alta, por isso, não lhe costuma entrar água, conta. Os prejuízos acontecem mais abaixo, onde a via é mais plana e as portas de algumas casas são mais baixas que a sua. No entanto, em dias de cheias, que se iniciam normalmente de madrugada, refere, tem de esperar que o caudal diminua, para conseguir sair de casa. “Isto por aqui abaixo era uma grota autêntica,” é o cenário que observa quando a água leva o asfalto. “Estão a arranjar isso, mas é provisório. Aqui colocaram betão e mais abaixo breu,” diz, sobre as intervenções. A seu ver, deve-se criar forma de, acima da rua, escoar-se a água, para evitar a cheia. “É sempre naquele sítio ali em cima que as águas rebentam”.

Roberto Ferreira, morador na zona afetada ©MARIANA ROVOREDO

“Vem a água por aí fora e rebenta os caminhos todos” lamenta morador

Um jovem morador da mesma rua não se quis alongar muito nas declarações, mas não deixou de referir que a situação já é costume e que apesar de se fazerem intervenções ao longo da rua, o problema que precisa de ser resolvido fica mais “acima”.

Rui Leite, de 42 anos e carpinteiro de profissão, é outro residente da zona e conhece também de perto o problema das inundações que passam mesmo à frente da sua casa e já lhe causaram prejuízos: “vem a água por aí fora e rebenta os caminhos todos. As águas vão para dentro de casa. Entrou água na minha casa. Sempre faz prejuízos, nas mobílias, nas portas”, lamenta. Os eventos também afetam o seu dia-a-dia para ir trabalhar. Não conseguindo trazer o carro para a rua, tinha de vir “por cima”. Depois de a via ficar destruída, Rui explica que “[as entidades] tapam os buracos com brita e coisas assim, e depois, já se sabe, quando chove, a água leva tudo outra vez”. Agora, enquanto a origem do problema não é resolvida, a esperança é que não cheguem novas chuvas torrenciais para destruir novamente a rua. “Arranjaram o caminho, e agora não tem chovido. Vai se ver como fica e como não fica,” diz Rui Leite. Para este e todos os outros moradores da rua do Outeiro e da rua dos Afonsos, quando há o alerta de mau-tempo, o futuro é sempre uma incógnita. 

Rui Leite, residente na Rua do Outeiro © MARIANA ROVOREDO


À presidente da Junta de Freguesia dos Arrifes, Sandra Costa Dias, o DL questionou sobre se há um sentimento de revolta por parte dos residentes, ao que a autarca responde: “Claro que sim. Se durante um mês tiveram sete vezes um rio à porta e impedidos de entrar e sair, a revolta é tudo o que não se pode questionar. A Junta nunca calou a revolta das pessoas, embora, muitas vezes, a Junta, que está na linha da frente, apanhe com a revolta – que temos de compreender”. Segundo a autarca, “as pessoas não querem saber se a responsabilidade de limpar o que está na origem do problema é da Junta, da Câmara ou do Governo. Eles querem é o seu problema seja resolvido legitimamente”.

Sandra Costa Dias, presidente da Junta de Freguesia dos Arrifes © JUNTA DE FREGUESIA DOS ARRIFES

Algumas questões sobre o tema foram colocadas à Câmara Municipal de Ponta Delgada, mas, segundo a mesma, nada mais tem a acrescentar para além daquilo que tem sido comunicado, lembrando apenas que será realizado um estudo hidrológico.

Outras freguesias de Ponta Delgada têm também registado enxurradas desde dezembro passado, nomeadamente Feteiras, Candelária, Ginetes, Mosteiros, Sete Cidades, Pilar da Bretanha, Ajuda da Bretanha, Remédios, Santa Bárbara, Santo António e Capelas.