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Clube Desportivo Escolar de Água de Pau conquista 75 medalhas

Atletas alcançaram a melhor classificação de sempre na história do clube no Campeonato Regional de Categorias de natação

© CDEAP

O Clube Desportivo Escolar de Água de Pau (CDEAP), do concelho da Lagoa, ilha de São Miguel, brilhou no Campeonato Regional de Categorias de natação, realizado na piscina do Complexo Desportivo Manuel de Arriaga, na Horta, Faial, de 7 a 9 de março, alcançando um feito histórico.

Com uma comitiva de 21 atletas, o clube pauense conquistou um total de 75 medalhas – 32 de ouro, 22 de prata e 21 de bronze –, igualando o número de medalhas da equipa classificada em 2.º lugar e garantindo o 3.º lugar, a melhor classificação de sempre na história do clube.

Segundo nota de imprensa enviada pelo clube ao nosso jornal, “este resultado é reflexo do trabalho árduo, dedicação e espírito de superação dos nossos atletas, que demonstraram talento e determinação em cada prova”.

O CDEAP destaca, também, “com enorme orgulho, a conquista do título de Campeões Regionais no escalão de Infantis B femininos, onde dominámos a competição ao ocupar os cinco primeiros lugares da classificação”.

“O sucesso desta participação deve-se também à excelente orientação dos nossos treinadores, Sebastian Leon e Alejandro Fritz, cujo compromisso e paixão foram fundamentais para este desempenho notável”, pode lêr-se no comunicado.

O clube aproveita, por fim, para lançar um “agradecimento especial aos dirigentes, famílias e à Câmara Municipal da Lagoa, que dão todo o suporte necessário para que estes resultados sejam possíveis”.

Lagoa palco de cinco torneios internacionais de beach tennis

© CM LAGOA

A Caloura, na vila de Água de Pau, concelho da Lagoa, está a ser palco de cinco torneios internacionais na modalidade de beach tennis, anunciou a Câmara Municipal de Lagoa.

De acordo com comunicado enviado ao nosso jornal, a autarquia lagoense salienta que estes eventos têm dinamizado o concelho, com a participação de cerca de 130 atletas de países como Espanha, Itália, Inglaterra, França, Estónia, Eslováquia, Brasil e Venezuela.

Numa organização do Beach Tennis Sports Azores (BTSA), com o apoio da câmara da Lagoa, esta será a primeira série de eventos desportivos que o clube irá organizar no ano de 2025. Segundo o presidente do BTSA, André Nóbrega Coelho, estes torneios contam com a presença de diversos atletas de renome internacional, como o lendário campeão do mundo de ténis de praia, Alexandre Calbucci, e o italiano Marco Garavani, assim como os atletas portugueses Pedro Maio, Martim Sousa, Débora Medile e Victoria Ribeiro.

O presidente da Câmara Municipal, Frederico Sousa, marcou presença no evento e salientou a importância da iniciativa, pela sua forte dinamização desportiva no concelho. O autarca congratulou, ainda, a associação pelo dinamismo em promover uma modalidade ainda pouco divulgada nos Açores, e pela organização de um evento que transformou a Lagoa na capital do ténis de praia por estes dias.

Os torneios tiveram início no passado dia 5 de março e terminam na próxima quarta-feira, 12 de março, tendo como apoios a Federação Portuguesa de Ténis, através da Associação de Ténis dos Açores, a Câmara Municipal de Lagoa e o ANC Resort – Quinta do Mirante.

“Não podemos mudar o passado nem o trazer de volta. Só sinto a falta dele!”

Não me lembro dos dias, mas lembro-me dos momentos que passei atrás do balcão da antiga mercearia A Cova da Onça desde o início da década de 1960

Fachada exterior da antiga d´A Cova da Onça em 1960 © DIREITOS RESERVADOS

No meu pensamento, hoje, passeiam-se, como se dum filme se tratasse, as velhinhas da rua do Pico quando desciam à nossa mercearia para fazerem as suas compras. Na maioria vinham de xaile escuro pela cabeça, cobrindo-lhes quase o corpo todo. Só lhes via a fronte, os olhos, o nariz e a boca. Assim que chegavam encostavam-se ao balcão, mas antes de me dizerem ao que vinham, ponham em dia a conversa com as vizinhas do pico de cima, se elas eram do pico de baixo. A Ti Maria dos Anjos Marrenêga, na tarela com a Ti Virgínia Bainêta, a Ti Amélia Rondoa com a Sofia Secalhita, a Tia Rosa Caga-Pregos com a mãe do Saneta, a Ti Gilda Pés-Sujos, com a Ti Lurdes Arrepiada e outras que iam chegando enquanto umas iam saindo. Os apelidos não tinham nada de mal, era e é apenas uma maneira de nos recordarmos de quem estamos a falar, porque na verdade os primeiros nomes se pareciam e o povo usava as alcunhas em vez dos apelidos do nome próprio. Elas sabiam o respeito que eu nutria por todas elas e até me chamavam de “menino Roberto”. Se uma me pedia dezoito vinténs de tabaco-de-cheirar a outra queria uma serrilha de chá preto ou seis vinténs de cloral. Metade de um pão e trinta centavos de queija, dava para o almoço e só custavam uma pataca. Nisso entrava o José Pereira, todo alegre com a mão fechada simulando uma corneta em frente da boca e entoando o instrumento do músico José Elias “pinguinha” da nossa banda Fraternidade Rural. Vinha atazanar a mãe para lhe comprar uma serrilha de cigarros-à-larga S. Luís da Fábrica de Tabaco da Maia. Enquanto isso eu tentava entender o Serafim “gaiafo” que queria “ú li petó”, que depois entendi que o que ele pedia era “um litro de petróleo”, não fosse o João “rachadinho”, o nosso empregado, a fazer-me a tradução.

 

Interior d´A Cova da Onça em 1960 © DIREITOS RESERVADOS

Enquanto isso, uma menina entrou, distraída e absorta, com dezoito vinténs apertados na mão, porque já não se lembra o que foi que a mãe lhe pediu que fosse comprar à antiga Cova da Onça.

Não podemos mudar o passado nem o trazer de volta. Só sinto a falta dele! Sinto falta do comércio tradicional e do tempo em que eu e meus dois irmãozinhos brincávamos, depois da porta fechada, aos “clientes, caixeiros e donos da loja”. Minha irmãzinha Lina era a cliente, Duartinho, um ano mais velho do que ela enchia os pacotinhos de meio e de um quilo de açúcar e eu os pesava na balança. Depois, eu unia superiormente as pontas dos pacotes, dava-lhes duas voltas na vertical e voltava para dentro as duas orelhas que sobressaiam e entregava à cliente. Foi assim que nosso pai, Manuel Egídio de Medeiros nos ensinou enquanto minha mãe que descera de casa à loja, colocava na sua face um sorriso, ao ver-nos, antes de avisar meu pai que se tornava tarde para os meninos irem para a cama, e, ele também.

– “Lia, eu já vou, leva-os que já subo também a seguir.”

Cresci e tornei-me rapaz e homem com meus irmãos mais novos no comércio tradicional na Vila de Água de Pau. Meu pai ensinava-nos que se soubéssemos servir bem um cliente e se ele nos respeitasse e admirasse, da mesma forma a sociedade nos acolheria e respeitaria na nossa vida.

Por isso, “Antes que a Memória se Acabe” registo estes e muitos outros momentos do meu passado num livro de crónicas de Água de Pau.

Talvez 70% ou mais dos que alegam diversos motivos para não comprarem no comércio tradicional, em Ponta Delgada ou nas Freguesias e Vilas rurais de S. Miguel, não sabem, não se lembram ou os pais esqueceram-se de lhes dizer, ensinar ou educar que TODOS os seus pais, avós, bisavós e trisavós foram sustentados, sobreviveram ou não morreram de fome graças ao comerciante, ao merceeiro, loja do canto, ou ao comércio tradicional, como agora se diz.

Tanta gente que agora, nas redes sociais, sabe tão bem escrever, mas não sabe nada nada, do que foi e como foi a vida no tempo em que se comprava fiado para pagar na colheita. Aliás, nem sabem o que é a colheita, pois só conhecem agora as «lindas» pastagens verdes “sem vacas”, porque nem estas já pastam. Mas, disso, nem sabem também porquê?!.

Desde criança, ia eu à “Loja da Preta” em Ponta Delgada, do senhor “Dias” e dos filhos, pela mão de meu pai, não apenas no Natal, para ver os brinquedos, mas muitas vezes durante o ano. Que saudades desse tempo!

 Mercearia Central em 2024 © DIREITOS RESERVADOS

A geração de agora, não tem saudades de nada, porque nada têm, nem sentem, para recordar-se daquele tempo: nem sobre a sua história, infelizmente. De resto, já é tarde demais para corrigir o que está feito, mas possível ainda é educar e ensinar aos mais novinhos que nem sempre a nossa vida e a nossa saúde estão bem e que tempos difíceis pandêmicos acontecem, nem que seja de 100 em 100 anos. Nessa altura é que alguns se interessam em “ouvir ou interrogar-se” como era no tempo quando ocorreu a pandemia anterior? Mas, grande parte das pessoas são irresponsáveis mesmo e não querem saber nem do comércio tradicional nem em proteger-se desta pandemia.

Na primeira década deste século XX, enquanto vereador da cultura e vice-presidente da Câmara Municipal da Lagoa (1990-2009), apresentei em reunião camarária uma proposta para a aquisição da antiga “Mercearia Central” e residência anexa. Por aprovação camarária o concelho de Lagoa passou a ter “O Núcleo da Mercearia Central – Casa Tradicional”, alojado num edifício fundado no século XIX, na Praça da República da Vila de Água de Pau.

No interior há uma exposição que pretende mostrar a atividade comercial do século passado, através da mercearia e da taberna, ambas localizadas no rés-do-chão. No piso superior são evocadas as vivências domésticas de uma família da pequena burguesia local (José Inácio Vieira Favela e Angelina da Conceição Reis), no espaço que foi a sua habitação, que ocupa o primeiro andar e o sótão.

Detido suspeito de tráfico de droga em Água de Pau após investigação de seis meses

© DL

Foi detito na vila de Água de Pau, concelho da Lagoa, um homem de 43 anos, em flagrante delito por suspeitas de tráfico de droga.

De acordo com comunicado do Comando Regional da PSP dos Açores, a detenção ocorreu no decurso de uma investigação que já se prolongava há seis meses. Os investigadores da PSP procederam à recolha de provas que possibilitaram a detenção do suspeito na posse de duas doses de haxixe, quatro doses de uma substância psicoativa não identificada, duzentos euros, presumivelmente, provenientes da venda de droga, e, ainda, outros objetos relacionados com o crime em investigação.

O arguido, já com antecedentes criminais pela mesma atividade criminosa, após ter sido presente a primeiro interrogatório judicial, perante a respetiva autoridade judiciária competente, ficou sujeito à medida de coação mais gravosa, ou seja, a prisão preventiva.

Grupo Bensaude compra Caloura Hotel Resort

© D.R.

O Grupo Bensaude acaba de chegar a um acordo para a integração do Caloura Hotel Resort no portfólio da Bensaude Hotels Collection, segundo comunicado do grupo.

O Caloura Hotel Resort está localizado na costa sul da ilha de São Miguel, na baía da Baixa da Areia, em Vila de Água de Pau, concelho de Lagoa, numa área natural protegida, com acesso direto ao mar e às piscinas naturais. Dispõe de piscina exterior, ginásio, sauna, campo de ténis, restaurante e 80 unidades de alojamento, entre quartos duplos, familiares e suites, todos com vista privilegiada para o mar.

Segundo o Grupo Bensaude, trata-se de “uma aposta estratégica que consolida a presença hoteleira do grupo nos Açores, onde agora detém seis unidades hoteleiras na ilha de São Miguel, duas na ilha Terceira e uma na Ilha do Faial”. A Bensaude Hotels Collection também está presente na capital portuguesa com um hotel.

O acordo estabelecido entre as entidades Caloura Hotel Resort, S.A e Bensaude Turismo, SGPS reforça o compromisso da Bensaude Hotels Collection em expandir a sua oferta de alojamento nos Açores, respondendo à crescente procura turística.

Segundo o Serviço Regional de Estatística dos Açores, nos primeiros nove meses do ano, os Açores registaram cerca de 3,5 milhões de dormidas, representando um acréscimo 11,2 por cento face ao período homólogo, refere ainda a nota.

O grupo acredita que esta unidade hoteleira, com a sua localização privilegiada e reputação, vai ser um complemento perfeito para o seu portefólio nos Açores.

Ao adquirir o Caloura Hotel Resort, a Bensaude Hotels Collection refere que assume o compromisso de preservar o legado daquela unidade, bem como a continuidade das suas equipas, elemento central do seu projecto de desenvolvimento futuro.

A Bensaude Hotels Collection – Azorean Hospitality é, atualmente, composto por seis hotéis na ilha de São Miguel: Grand Hotel Açores Atlântico, Terra Nostra Garden Hotel, Hotel Marina Atlântico, São Miguel Park Hotel, NEAT Hotel Avenida e o Caloura Hotel Resort. Dois na ilha Terceira: Terceira Mar Hotel e Hotel do Caracol. Um na ilha do Faial: Hotel do Canal. E um em Lisboa: Hotel Açores Lisboa, somando um total de dez hotéis.

Água de Pau recebe Festival de Bandas Filarmónicas António Moniz Barreto

© CM LAGOA

A Associação Musical de Lagoa vai promover a 11.ª edição do Festival de Bandas Filarmónicas António Moniz Barreto. O evento decorrer no dia 30 de novembro, pelas 17h00, no Auditório Ferreira da Silva, na vila de Água de Pau, segundo nota enviada pela Câmara Municipal da Lagoa.

O festival vai também assinalar o 17.º aniversário da Associação Musical de Lagoa, constituída a 30 de novembro de 2007 com o objetivo de divulgar a cultura musical no concelho, nomeadamente através da sua Academia de Música.   

O festival pretende homenagear António Moniz Barreto, músico lagoense que pertenceu às duas bandas filarmónicas da cidade de Lagoa, “tendo deixado um grande legado musical, como compositor e pela sua paixão pelas bandas filarmónicas”, lê-se. Cultivou o seu conhecimento musical, de forma autodidata, tendo começado a tocar flautim com oito anos. Já com 18 anos, regeu a Sociedade Filarmónica Lira do Rosário, durante 43 anos, “tendo efetuado um trabalho meritório, nas composições de várias marchas fúnebres, graves, canções, ordinários, fantasias e rapsódias. Pertenceu, também, à Sociedade Filarmónica Estrela D´Alva, onde permaneceu três anos, até à sua morte, em 1978”, lê-se ainda, no mesmo comunicado.

A 11.ª edição do festival vai contar com a participação das três bandas do concelho: Sociedade Filarmónica Lira do Rosário, da Sociedade Filarmónica Estrela d´Alva e Sociedade Filarmónica Fraternidade Rural de Água de Pau. A banda convidada deste ano vai ser a Filarmónica de Nossa Senhora dos Remédios da Bretanha.

O evento vai ser precedido de um desfile das bandas filarmónicas, pelas 16H00, com saída da igreja de Nossa Senhora dos Anjos, passando pela Praça da República, Largo do Santiago e Casa do Povo de Água de Pau.

Rastreios cardiovasculares em Água de Pau e Rosário com cerca de 200 participantes

Iniciativa teve como principal objetivo sensibilizar a população para os cuidados de saúde, a prevenção e a adoção de estilos de vida mais saudáveis

© CM LAGOA

Na freguesia de Nossa Senhora do Rosário e na vila de Água de Pau, no concelho da Lagoa, realizaram-se rastreios cardiovasculares, gratuitos, como forma de assinalar o Dia Mundial da Diabetes, tendo participado cerca de 200 pessoas.

Os números foram revelados pela Câmara Municipal da Lagoa, em nota de imprensa enviada às redações, sendo que a iniciativa foi promovida pela própria autarquia, no âmbito do seu Plano Desenvolvimento. Os rastreios, abertos a toda a comunidade, contaram com a colaboração de uma equipa multidisciplinar de enfermagem e de nutrição do hospital CUF Açores. Os interessados puderam medir o seu Índice de Massa Corporal – IMC; a glicémia; a tensão arterial e o colesterol.

Segundo a autarquia lagoense, a iniciativa teve como principal objetivo sensibilizar a população para os cuidados de saúde, a prevenção e a adoção de estilos de vida mais saudáveis, contribuindo para uma melhor literacia em saúde, visto que a diabetes continua a ser uma das patologias mais problemáticas do concelho da Lagoa.

Cesteiros de Água de Pau homenageados em obra de arte pública

© HÉLDER FURTADO

Vai ser inaugurado, no próximo dia 23 de novembro, pelas 17h00, uma obra de arte pública, da autoria do artista Urbano, em homenagem aos cesteiros de Água de Pau, “como forma de valorizar uma arte identitária do concelho”, segundo nota enviada pela Câmara Municipal da Lagoa.

A inauguração está inserida nas comemorações do Dia do Poder Local, que serão assinaladas no Auditório Ferreira da Silva, na vila de Água de Pau. A abertura vai estar a cargo do Grupo de Escoteiros n. 97 de Água de Pau, seguindo-se um momento musical pela Banda Filarmónica Fraternidade Rural, com a participação de alunos da Escola Básica Integrada de Água de Pau. Dado-se depois a inauguração da obra de arte pública, pode ler-se.

Esta obra consiste num painel com a dimensão de 350 por 520 centímetros (cm), composto por 1820 azulejos, pintados por Urbano e executados na Cerâmica Vieira. De acordo com o autor o enfoque está no entrelaçamento inicial de uma peça em vime, com o recurso das mãos e dos pés. As mãos e os pés significando que esta é uma homenagem a todos os cesteiros de Água de Pau: os que se encontram entre nós; os que já partiram e os que hão de vir.

Antes da execução desta obra, o pintor teve oportunidade de privar com os cesteiros pauenses Alcídio Andrade, João Andrade e Gilberto Roias, para conhecer melhor o seu trabalho, explica a mesma nota.

Urbano (São Miguel, 1959) estudou gravura na Slade School of Fine Art, Londres, 1995/7. Em 1998 participou no Kaleidoscope Program: The Royal University College of Fine Arts, Estocolmo e Tavira Print Workshop. Em 2000, com a sua exposição individual “Os Primeiros Frutos”, inaugurou a Galeria Fonseca Macedo em Ponta Delgada, com a qual colabora. Até 2023, realizou 50 exposições individuais e participou em mais de 100 coletivas. Desde 1997, é representado pela Galeria 111, Lisboa. Em 2015, foi-lhe atribuída a “Insígnia Autonómica de Reconhecimento” pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.

Esta é a primeira obra de arte pública de Urbano no concelho de Lagoa e “insere-se não só no enriquecimento do roteiro de arte pública e de intervenções artísticas no concelho, mas também num trabalho de promoção e valorização das fibras vegetais que a autarquia se encontra a desenvolver, desde o início do corrente ano, por forma a garantir a continuidade do trabalho artesanal com fibras vegetais”.

No âmbito deste projeto já promoveu um workshop de cestaria em vimes, com o artesão Alcídio Andrade, encontra-se em desenvolvimento uma residência artística de Sofia Medeiros com contacto com os artesãos Alcídio Andrade e Lurdes Couto, sendo que em janeiro do próximo ano ir-se-á avançar com o projeto «Entrelaçar», na Escola Básica Integrada de Água de Pau.

A cestaria de vime faz parte da história das artes e ofícios da Lagoa, mais propriamente da vila de Água de Pau, explica a autarquia, no comunicado. Os cesteiros trabalhavam os vimes com as mãos e o auxílio de ferramentas rudimentares, produzindo variados artefactos indispensáveis ao quotidiano da população, alguns para uso doméstico e, também nos trabalhos agrícola, piscatório e mercantil. Na vila de Água de Pau os cesteiros tinham um papel fundamental e, por isso, a vila tornou-se uma referência na arte da cestaria, lê-se ainda.

Ainda no âmbito do Dia do Poder Local, os presentes vão poder assistir à apresentação final do projeto de intervenção teatral «Preocupa-me», concebido e orientado por André Melo, com a participação dos jovens do CDIJ – Trevo da Casa do Povo de Água de Pau.

Água de Pau é terra fértil para cultivar mas a falta de mão de obra limita a produção

Em tempo de pós-colheitas de verão, fomos conhecer a história e produção de Valter Rebelo, agricultor de Água de Pau, que trabalha no setor desde os 11 anos de idade

Valter Medeiros trabalha na agricultura desde os 11 anos e 60 por cento da sua atual produção consiste em batata © MARIANA ROVOREDO/DL

Por ruas e atalhos da freguesia de Água de Pau, concelho da Lagoa, subíamos pelo caminho do Jardim, até terras férteis onde brotou muito fruto no verão. Valter Rebelo levava-nos até à sua produção. “Sessenta por cento da minha produção é batata. Depois tenho a batata doce, abóbora, pimentas. De verão temos melancias e meloas”, começa por contar, pelo caminho, o produtor de frutas e legumes. Até 2018, Valter Rebelo produziu “bastante” tabaco, mas teve de parar a cultura, depois de o cliente ter deixado de “comprar aos produtores de cá”. Essa cultura foi rapidamente convertida em hortícolas, nas terras de Valter.

Estamos em meados de outubro. As colheitas estivais já terminaram e os armazéns do produtor pauense estão cheios de batata. Cá fora, também são grandes as caixas cheias de abóboras. O ano foi de fartura, como pudemos confirmar, mal chegamos à produção.

Valter Medeiros começou a trabalhar na agricultura com o pai, quando saiu da escola, aos 11 anos. É o mais velho de cinco irmãos, dois dos quais também já trabalharam no setor. Valter é o único que continua. Tem terrenos para cultivo, maioritariamente em Água de Pau, mas que vão até às freguesias do Livramento e da Ribeira Chã.

© CORTESIA VALTER REBELO

“Pelas 6h30 estou a chegar aqui à produção. Os primeiros colaboradores chegam pelas 7h00, para fazer a distribuição. Oriento o pessoal e pego nos tratores para fazer o meu trabalho”, conta Valter, sobre o seu dia a dia. “Não preciso de relógio. À noite vou para casa”.

Por vezes, há imprevistos. “Na primavera, de repente fazem uns vendavais que estragam tudo. Isso é péssimo para um produtor. O ano passado foi terrível”, lamenta Valter. Apesar de ter sido anunciado um apoio para os prejuízos sofridos pelos agricultores, lembra o pauense, os mesmos ainda demoram, e “continuamos à espera”.

© MARIANA ROVOREDO/DL

Falta de mão de obra afeta produção na agricultura

Valter Rebelo conta com 15 colaboradores a seu cargo. O agricultor explica que já teve mais variedades de frutas e legumes. No entanto, com dificuldade de encontrar mão de obra, teve de abdicar de algumas culturas.

“Tive de deixar de produzir algumas variedades, que ocupavam mais mão de obra. Não temos dificuldade em vender, a não ser que tenhamos produto em excesso, mas a maior dificuldade é produzir, dado a falta de pessoal”, explica Valter.

© MARIANA ROVOREDO/DL

A terra daquela freguesia lagoense é fértil, mas precisa de mãos para a trabalhar. A escassez de mão de obra impede, neste momento, mais produção.

Aumentar a produção também requer investimento em maquinaria, reconhece o agricultor, mas Valter Rebelo salienta que “as máquinas não fazem tudo”.

Valter Rebelo é pai de duas filhas, com 12 e 20 anos. A mais velha já o ajuda no negócio, na parte da burocracia e documentação, aspetos que também vêm complicar a atividade, de acordo com o produtor. Ainda assim, após ouvirmos a sua história, percebemos que Valter Rebelo gosta do que faz e ainda vai colher muitos mais frutos por longos anos.

Lagoa promove projeto de intervenção teatral com jovens de Água de Pau

© CM LAGOA

Está a ser promovido, pela autarquia da Lagoa, o projeto de intervenção teatral “Preocupa-me”, concebido e dinamizado por André Melo.

Esta iniciativa, que conta com a colaboração da Casa Povo Água Pau, está a ser implementada junto dos jovens do projeto Centro de Desenvolvimento e Inclusão Juvenil – Trevo, e tem lugar às terças-feiras dos meses de outubro e novembro, segundo comunicado da câmara da Lagoa.

De acordo com o responsável André Melo, citado na mesma nota, “o projeto ‘Preocupa-me’ é um espaço físico e mental de estímulo e crescimento. Através de um trabalho de exploração e expressão artística, descobrimos desejos e preocupações, ideias e visões de vozes muitas vezes silenciadas pela inevitável tenra idade. Com o cruzamento multidisciplinar (teatro, voz, movimento, performance e vídeo) expomos questões que são únicas a cada intérprete, de cada grupo, de cada local”.

Dividido em sete sessões, o programa da intervenção teatral começou com um trabalho de exploração dramática, vocal e corporal, seguido da pesquisa e recolha de ideias e material e estruturação e elaboração de um guião. O resultado dos ensaios vai culminar numa performance junto do público em geral, no Auditório Ferreira da Silva, explica ainda o comunicado.

André Melo é um ator micaelense, licenciado em comunicação e com formação profissional em teatro, com mais de 20 anos de experiência em artes performativas, tendo desenvolvido trabalhos não só em registos mais tradicionais, como também teatro musical e videoarte.

Estreou-se profissionalmente em 2003, no Teatro Tivoli com a peça “Auto da Compadecida”. Já trabalhou com vários artistas de renome como António Serra, Pedro Sena Nunes, Pedro Penim e Paulo Maria Rodrigues. É, desde 2010, o diretor teatral da Pontilha – Associação Cultural. É membro fundador da Musiquim – Associação Musicoteatral dos Açores e parte integrante do 37.25 Núcleo de Artes Performativas. Atualmente, é professor na Universidade dos Açores, no Estúdio 13 e na Escola Profissional da Ribeira Grande.

Ao trazer esse projeto para a Lagoa, mais propriamente para Água de Pau, a Câmara Municipal visa “alargar o usufruto de ações formativas e educativas na área das artes a vários públicos”.

Ao longo do corrente ano, foram também promovidas no concelho aulas de teatro no cineteatro lagoense Francisco d’Amaral Almeida, ministradas por Eleonora Marino Duarte, aulas de pintura com Victor Almeida. Foram ainda proporcionados ao público escolar espetáculos de marionetas e de magia, bem como o espetáculo de Joana Gama e a projeção do filme “Clandestina”.

A câmara Municipal investiu, igualmente, nas famílias, proporcionando um espetáculo para bebés, bem como os sábados em família, com o intuito de promover a leitura e o livro, lê-se ainda, na mesma nota.