O Clube Desportivo Escolar de Água de Pau (CDEAP), do concelho da Lagoa, ilha de São Miguel, brilhou no Campeonato Regional de Categorias de natação, realizado na piscina do Complexo Desportivo Manuel de Arriaga, na Horta, Faial, de 7 a 9 de março, alcançando um feito histórico.
Com uma comitiva de 21 atletas, o clube pauense conquistou um total de 75 medalhas – 32 de ouro, 22 de prata e 21 de bronze –, igualando o número de medalhas da equipa classificada em 2.º lugar e garantindo o 3.º lugar, a melhor classificação de sempre na história do clube.
Segundo nota de imprensa enviada pelo clube ao nosso jornal, “este resultado é reflexo do trabalho árduo, dedicação e espírito de superação dos nossos atletas, que demonstraram talento e determinação em cada prova”.
O CDEAP destaca, também, “com enorme orgulho, a conquista do título de Campeões Regionais no escalão de Infantis B femininos, onde dominámos a competição ao ocupar os cinco primeiros lugares da classificação”.
“O sucesso desta participação deve-se também à excelente orientação dos nossos treinadores, Sebastian Leon e Alejandro Fritz, cujo compromisso e paixão foram fundamentais para este desempenho notável”, pode lêr-se no comunicado.
O clube aproveita, por fim, para lançar um “agradecimento especial aos dirigentes, famílias e à Câmara Municipal da Lagoa, que dão todo o suporte necessário para que estes resultados sejam possíveis”.
Fundado a 15 de agosto de 2006, o Grupo de Cantares Vozes do Monte Santo anima há 18 anos as festas populares e diversos eventos, não só da freguesia de Água de Pau, como de toda a Ilha de São Miguel. Artur Almeida, responsável pelo grupo, partilha com o Diário da Lagoa (DL) a história e os desafios que enfrentam atualmente.
É em 2006, “pela altura das Festas da Nossa Senhora dos Anjos”, que surge, em sua honra, o Grupo Vozes do Monte Santo. A sua criação veio do intuito de, inicialmente, dar continuidade aos “bailes” populares, que existiam, “antigamente”, durante esta época. Ao longo dos anos, o grupo foi demonstrando uma evolução, voltando-se para os “espetáculos” e “outros eventos”.
Atualmente, integra 11 membros, com idades compreendidas entre os 14 e os 58 anos. É composto por duas vozes principais, “a primeira e a segunda voz” e, para além de cantarem enquanto grupo, tocam também alguns instrumentos, incluindo o acordeão, a guitarra, o cavaquinho e o baixo.
É sempre em conjunto que planeiam o “repertório para todo o ano”, porque gostam de poder decidir “todos juntos” a estrutura dos seus espetáculos. O responsável refere que a “música popular” é o tipo de música que, normalmente, o grupo apresenta, incluindo, também, música típica açoriana.
O grupo Vozes do Monte Santo participa em diversos eventos, sendo convidado, não só para a animação de “missas de casamentos e batizados”, como para “coroações” e celebrações das “Festas do Espírito Santo”, em toda a ilha. A animação trazida pelo grupo, com as músicas que apresenta, é muito requisitada pelos amantes de música portuguesa. “Na altura do Espírito Santo, vamos a casa das pessoas, que nos convidam para ir fazer um serão”, conta Artur Almeida ao DL.
Chegaram a atuar em Santa Maria, “há alguns anos”, pela altura das “festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres”, sendo esta a “única vez” que o grupo se terá apresentado “fora de São Miguel”, acrescenta.
Durante as festividades do Natal, assim como durante a época da tradição de “cantar às estrelas”, o grupo “costuma ser convidado para atuar”, o que não terá sido possível na época natalícia mais recente, devido a alguns problemas que enfrentam.
Artur Almeida ressalva, ainda, que o grupo de cantares “faz questão” de “nunca falhar” na sua atuação durante as festas de Nossa Senhora dos Anjos, em Água de Pau.
O ano passado trouxe algumas dificuldades em termos de horário para o grupo. A falta de compatibilidade entre os horários de ensaio e os horários profissionais de alguns dos “mais importantes” membros, faz com que se torne difícil a existência de ensaios consistentes, sendo este o maior desafio que enfrenta o grupo de cantares.
Esta questão, tornou a sua participação na edição de 2024 do “Natal dos Hospitais”, realizado na Vila de Água de Pau, impossível. “Em tempos normais, costumamos reunir à segunda e sexta-feira para ensaiar na nossa sede, no Centro Comunitário de Água de Pau, cedido pela Câmara Municipal de Lagoa, mas, neste momento, o nosso futuro é incerto, porque não temos nenhum espetáculo marcado nem nada em vista”, acrescenta o responsável.
Apesar das dificuldades, o grupo mantém-se de pé e deseja um dia poder aceitar o convite de “atuar nos Estados Unidos da América”. Levar para outro continente “um grupo sem fins lucrativos de 11 elementos não é fácil, requer muito trabalho e muitas poupanças”, conclui.
A Escola Básica Integrada de Água de Pau está a participar no concurso de presépios, promovido pela Câmara Municipal de Lagoa, com um presépio contemporâneo em barro, criado no âmbito do projeto «Novos Bonecreiros».
De acordo com nota de imprensa enviada pela autarquia lagoense, o presépio contou com a participação de cerca de 260 alunos, tendo sido desenvolvido nas disciplinas de Educação Visual, Tecnológica e na Oficina de Cerâmica. É composto por cerca de 300 figuras em barro, que representam vários cenários como o nascimento de Jesus, a sua fuga para o Egipto, a romaria à Ermida de Nossa Senhora do Monte Santo, os foliões, a procissão do Santo Cristo e a representação da confeção dos tapetes de flores tradicionais, o grupo folclórico e a procissão de Nossa Senhora dos Anjos.
Para além disso, constam figuras representativas de vivências regionais como o casamento tradicional; a matança do porco; a batalha das limas; o jogo de berlindes; os carrinhos de rolamentos; as profissões, como pastores, pescadores, vendilhões de peixe, vendedores de fruta, leiteiros, lavradores, fiadeiras, ferradores e lavadeiras; a típica casa açoriana, os fontenários; o quarto do espírito santo; a banda de música e, ainda, os mais diversos animais.
O projeto «Novos Bonecreiros» criado pela Câmara Municipal de Lagoa, com o objetivo de perpetuar uma tradição cultural identitária lagoense, a arte bonecreira, encontra-se em desenvolvimento, com formação em contexto escolar, desde o ano letivo de 2021/2022, nas várias escolas do concelho.
Cada foto tem a sua história. De todas as fotos que publico — e muitas centenas nunca publiquei ainda —, conheço a sua história e posso contá-la por escrito e/ou oralmente.
Ao longo da minha vida aprendi muito sobre a Vila de Água de Pau, com meu pai e com os nossos familiares, com os primos Vieira, emigrantes (regressados do Manaus, no Brasil) e, em particular, com meu primo António Inácio Vieira.
Aprendi ao longo dos tempos com os nossos antigos sabedores e conhecedores da História da Nossa Terra, como o professor João Ferreira da Silva, os meus professores Luciano da Mota Vieira e Dr. Francisco Carreiro da Costa, bem como com os nossos pioneiros que emigraram para o Canadá e com os que emigraram para viver muitos anos no leste e oeste dos Estados Unidos. Com os que emigraram para o Brasil — memórias incríveis, em fotos que eu trouxe de lá, relatando as suas vidas antes e depois de partirem da nossa Água de Pau. Com as pessoas idosas da elite e do povo que me habituei a ouvir e a devolver com respeito a conversação quando vinham à nossa mercearia «A Cova da Onça» para fazer compras ou para falar com o meu pai. E muitas vezes para pedir-lhe conselhos ou para ser seu avalista nos bancos, assim chegavam desabafando sobre as suas vidas.
Desde criança que ando entre o povo… eu, o meu irmão Duarte e a minha irmã Lina Manuela, que embora criancinhas, já enchíamos pacotes de meio quilo e de um quilo de açúcar na loja de nosso pai enquanto andávamos atentos ao que se passava à nossa volta, pois ele não queria pasmados e insensíveis à sua roda.
Aprendemos a ser e estar despertos para o quotidiano da vida rural, social, cultural e religiosa que girava à nossa volta. Na mercearia éramos, por isso, convidados a todo o momento a conhecer a vida e a história de todos.
O meu pai praticamente participou ou fez parte de tudo o que mexia com a vida desta terra, pois lembro-me que foi vereador na Câmara da Lagoa, presidente da Junta, presidente fundador da Casa do Povo e presidente da filarmónica. Foi, igualmente, um dos fundadores do Santiago F.C., mas já tinha, antes disso, o seu clube dos “Batedores da Onça” que se juntaram aos “Vermelhos” do mestre José Leste, originando o Santiago.
Esteve o meu pai também na comissão das festas e, nesse tempo, fez viagens de angariação de fundos para a construção do Salão Paroquial da Igreja, durante um mês e meio, pelos EUA, Canadá e Bermuda.
Eu ouvia atento e aprendi ainda com as outras pessoas com quem meu pai se relacionava bem da nossa vila ou da Caloura, assim como muitos dos que viveram no tempo do meu pai. Com eles ouvi muito, tive a oportunidade de conhecer a história das fotografias que narram as vidas de muita gente, os seus episódios e consequentemente da nossa terra.
Ainda hoje continuo a falar com o mais idoso de Água de Pau, para me ir passando toda a informação possível que guarda, antes que se perca devido dos seus 101 anos, realizados em 12 de agosto de 2024. Trata-se do senhor Tobias Teixeira, emigrante que saiu da nossa terra para S. Paulo, no Brasil, com a sua família em 1953 e que tem uma memória indescritivelmente fabulosa. Outro exemplo de conhecimento e ricos testemunhos históricos sobre as vivências na nossa Vila de Água de Pau, foram-me passados pela emigrante pauense Amélia Nabinha, em New Bedford, nos EUA, e que infelizmente partiu em 2023 com quase 109 anos.
Gosto de passar o meu tempo a ouvir, a aconselhar-me sobre assuntos da nossa história e as suas gentes. E as questões são colocadas a esta gente toda, devido às centenas de fotos que possuo.
As histórias que eu conto, são todas fundamentadas no conhecimento adquirido com as pessoas, desde os meus tempos de criança. Vamos trocando informações, enquanto registo tudo para divulgar em livro.
Felizmente a memória ainda não me falta e tal como me disse um dia o professor José Hermano de Saraiva, no Cerco da Caloura, quando o levei nos meus ombros, com o seu produtor, para a Ponta da Galera, para ele gravar um segmento histórico para o seu programa de História, na RTP. Estava a debruçar-se sobre as primeiras emigrações para fora desta ilha, em particular para os Estados Unidos, quando comentou, satisfeito, por lhe ter dito uma coisa que ele não sabia. Vejam os humildes grandes homens da história como são! Mas, a seguir ficou chateado comigo, quando começou assim a sua gravação: – “Foi aqui, por esta ponta mais a sul que começou…” Interrompi-o e ele não gostou nada, pois já estava a gravar, fazendo cara de poucos amigos. Todavia, quando expliquei porque não podia começar a falar de Água de Pau com “foi aqui…”, ele ouviu-me e riu-se com a história de “Foi aqui que a Porca Furou o Pico?”. Ele disse-me que devemos defender a história da nossa terra e que as coisas mais importantes devem merecer a nossa atenção primeiro e para se evitar as de menos, mas para não as esconder da história.
É preciso ter cuidado com a publicação de fotos, deve-se respeitar os seus direitos de autor e a sua história. É um dever que temos para com quem as tirou, para quem as cedeu e para com aqueles que as vão ver no futuro.
Assim é que se faz história para todos aprenderem e conhecerem o que devem e merecem. É assim que as fotografias contam a vida e a história de várias gerações da gente da nossa terra.
As fotos antigas podem contar a História da Nossa Terra, como as que foram tiradas por exemplo, por um emigrante que regressou dos EUA em 1870 a Água de Pau. Trouxe a sua máquina Kodak, fabricada em Rochester NY, que depois veio parar à minha família e mais tarde foi-me oferecida com alguns dos seus originais, em vidro e em papel. Mais tarde, investi para as recuperar em Lisboa mas depois foram roubadas por um indivíduo com responsabilidades autárquicas para andarem em revistas e álbuns de fotos sem “tarelo” por mãos impróprias e afastadas da sua história.
Temos de respeitar e dignificar as fotos antigas e históricas. Não se pode mandar para a rua sem se saber a sua história ou apenas colocando uma data inventada!
Dirijo-me aos que gostam de valorizar o património, legado pelo nosso povo através de fotografias.
Obrigado pela vossa paciência se tiverem lido todo o texto. Vou continuar assim, como sempre, para quem tiver paciência de me sofrer.
A vila de Água de Pau recebe o Império de São Pedro, em honra do Divino Espírito Santo, nos dias 28, 29 e 30 de junho, no largo de Santiago, anunciou esta quarta-feira, 29 de maio, a Câmara da Lagoa.
De acordo com comunicado enviado pela autarquia lagoense, o Império de São Pedro, organizado pela Câmara Municipal, dá início às festividades religiosas no dia 28 de junho, a partir das 20h30, com a bênção do Quarto do Divino Espírito Santo, da massa e do pão. O momento vai contar com a participação da Sociedade Filarmónica Fraternidade Rural, seguindo-se pelas 21h00 da atuação do Grupo Som do Vento e do grupo “Doce Sinfonia” às 22h00.
Já no dia 29 de junho, o programa das festas inicia às 9h00 com a bênção e distribuição, pelos colaboradores da Câmara Municipal da Lagoa, de cerca de 500 pensões em honra do Divino Espírito Santo, que serão oferecidas a todos os portadores do cartão Lagoa + Saúde, em todas as cinco freguesias do concelho.
À noite, todos os interessados podem assistir à animação musical do Império de São Pedro, com a atuação do Grupo de Cantares Vozes do Monte Santo, que vai decorrer às 21h00, e das Cantorias ao Desafio com os cantadores Vítor Ponte e Rui Santos e os tocadores Carlos Câmara e Jacinto Oliveira, a partir das 22h00.
Finalmente, no dia 30 de junho, as festividades iniciam pelas 11h00 com a coroação com os Foliões do Espírito Santo do Grupo de Cantares Vozes do Monte Santo, seguindo-se a eucaristia, presidida pelo padre João Martins Furtado, que terá lugar na igreja de Nossa Senhora do Anjos. Às 16h00 sai a procissão com a coroação do Divino Espírito Santo e a partir das 18h00 decorre a distribuição de sopas, massa sovada e arroz-doce a toda a população. O momento de convívio será animado pela Despensa “Os Companheiros – Grupo de Castanholas de Rabo de Peixe”.
A partir das 20h30, todos os presentes podem assistir à atuação de Gonçalo Machado, do Duo Sempr´Abrir pelas 21h00, seguindo-se às 22h00 do artista pauense Outsidah. Já o sorteio das Domingas irá realizar-se a partir das 23h30.
Aguarela na rubrica “São Miguel à vista”.