A Associação Agrícola de São Miguel (AASM) vai assinalar o Dia Nacional da Agricultura na próxima quarta-feira, 14 de maio, entre as 9h00 e as 15h00, no mercado agrícola de Santana, na Ribeira Grande.
De acordo com a nota da ASSM, a iniciativa vai contar com a participação de cerca de três mil crianças oriundas de vários concelhos da ilha de São Miguel.
O evento “tem como principal objetivo sensibilizar os alunos do 1º ao 6º ano de escolaridade para a importância da agricultura, do mundo rural e do desenvolvimento sustentável, reforçando a ligação entre os mais jovens e o setor agrícola”.
Vão estar em exposição animais de várias espécies, culturas hortícolas e frutícolas em diferentes fases de desenvolvimento. Haverá também mostras dedicadas às áreas da floricultura, cereais, floresta e maquinaria agrícola.
Haverá também uma quinta didática que permitirá às crianças aprender mais sobre a cadeia alimentar, desde o produtor ao consumidor.
Patrícia Miranda
Deputada do PS na ALRAA
A agricultura açoriana é, para o Governo Regional, aquilo que chamam de prioridade, mas da boca para fora. Porque, na prática, vinte milhões de euros de apoios continuam em atraso, alguns desde 2021. Apoios que serviriam para dar estabilidade a um setor que todos dizem ser estratégico, mas que está a ser tratado como se fosse descartável.
Em terra onde a agricultura domina a economia, faltar com o pagamento aos agricultores não é apenas uma falha de gestão: é um insulto diário a quem sustenta este arquipélago; é uma falta de respeito por quem trabalha de sol a sol para alimentar a Região.
É fácil prometer em ano eleitoral, difícil é cumprir quando chega a hora de assinar o cheque.
O Governo justifica-se com a desculpa habitual: “razões técnicas” ou “problemas informáticos”. Curioso! Quando se trata de pedir esforços ao setor, ninguém fala em “razões técnicas”. Quando se exigem candidaturas, investimentos, cumprimento de normas e requisitos, tudo tem prazo. Mas, quando chega a vez do Governo cumprir, as “razões técnicas” ou os “problemas informáticos” aparecem como se fossem uma força da natureza, inevitável e inquestionável.
Pagar a quem lavra a terra, a quem semeia para colher, a quem trata dos campos que sustentam a nossa economia;
Pagar ao agricultor que, enquanto muitos dormem, já está a tratar dos seus animais;
Pagar aos técnicos que garantem que a agricultura evolui e não fica parada no século passado;
Pagar às associações que substituem o Governo no terreno, porque sabem que, sem elas, o setor afundava ainda mais depressa;
Pagar aos produtores que, no meio da instabilidade dos mercados e da incerteza climática, continuam a fazer o impossível para manter a agricultura viva;
Não é um favor, é um dever! Não é um luxo, é uma obrigação!
E, acima de tudo, é uma questão de decência: quem promete, cumpre. Quem se compromete, honra. E quem governa deve perceber que a agricultura não vive de anúncios nem de fotografias nas feiras, vive de apoios concretos, pagos a tempo e horas.
É o mínimo de respeito que se exige de quem se diz defensor da agricultura, mas que transfere milhões da agricultura para tapar buracos noutros setores, como quem muda de bolso a troco de votos.
Se os apoios atrasam, os investimentos travam. Se os compromissos falham, a confiança esmorece. E, sem confiança, não há agricultura que aguente. A conta não é difícil de fazer, difícil parece ser a vontade de pagar.
Senhor Secretário, se não consegue perceber isto, basta olhar à volta: menos investimento, mais instabilidade, salários por pagar, protestos a crescer.
Quando o Governo atrasa pagamentos, não está apenas a criar problemas no setor agrícola. Está a comprometer a economia, o emprego, o ambiente, o território e a segurança alimentar da Região.
Por isso, Senhor Secretário, é simples: pague. Pague aos agricultores, às associações, às cooperativas, aos técnicos. Pague para que o setor possa continuar a ser futuro e não apenas passado.
Os agricultores não querem favores. Querem o que é deles, o que lhes foi prometido, o que já trabalharam e merecem receber. O que já investiram. O que já esperaram.
Está na hora de o Governo fazer a sua parte. Antes que não reste ninguém para ouvir os seus discursos de propaganda.
E, se a agricultura cair, não será por falta de avisos. Será, isso sim, pela vergonha de um Governo que prefere colecionar desculpas a honrar compromissos.
A direção da Federação Agrícola dos Açores (FAA) diz estar com “profunda preocupação face ao não cumprimento dos compromissos financeiros assumidos pela Secretaria regional da Agricultura e Alimentação com o setor agrícola”.
Em comunicado, a FAA diz que o “atraso destes pagamentos compromete o rendimento e sustentabilidade dos agricultores e o bom funcionamento das associações”.
A FAA elenca vários os pagamentos em atraso, nomeadamente, a conclusão dos pagamentos de apoio ao abate da ajuda aos produtores que abateram bovinos em 2021; o pagamento do apoio de ajuda e manutenção à vinha; o pagamento do SAFIAGRI (custos financeiros); o pagamento da redução voluntária da produção leiteira de 2024, entre outros.
A FAA defende que os “16 milhões de euros que a República vai transferir para os Açores devem beneficiar os produtores e não serem utilizados para ser alocado no orçamento da Região que é utilizado para o pagamento dos rateios”.
“Apelamos ao Governo Regional para que honre os seus compromissos formalmente assumidos, salvaguardando o princípio da boa-fé institucional e reconhecendo a importância estratégica do setor agrícola para a coesão social, económica e territorial dos Açores”, escreve a FAA.
Patrícia Miranda
Deputada do PS na ALRAA
O Governo Regional decidiu retirar 14 milhões de euros à Agricultura, numa demonstração clara da sua falta de compromisso com os agricultores. Seis milhões foram desviados para a cooperação financeira com os municípios e outros oito milhões para a Secretaria do Turismo e Mobilidade.
A promessa de que este seria “o maior orçamento de sempre para a Agricultura” ruiu antes mesmo de se completar o primeiro trimestre do ano.
Para explicar este corte, o Governo alega que havia “excedentes” na Agricultura. Uma afronta à realidade do setor! Se há dinheiro a mais, porque é que há apoios por pagar? Por que razão não foi investido na modernização do setor, na melhoria dos caminhos agrícolas ou na criação de incentivos específicos para os jovens agricultores? Porque é que o SAFIAGRI aguarda desde 2022 e porque é que do AGROACRESCENTA pouco ou nada se sabe?
A verdade é simples: o Governo retirou dinheiro da Agricultura porque nunca teve intenção de cumprir as suas obrigações para com os agricultores.
A prova disso foi o Partido Socialista ter apresentado uma iniciativa que recomendava ao Governo pagar os apoios em atraso e a criar um calendário de pagamento, garantindo previsibilidade e estabilidade ao setor, e a coligação e o Chega terem chumbado essa proposta.
Fica evidente que a recusa em estabelecer um calendário de pagamentos tem um motivo claro: o Governo não se quer comprometer com os agricultores. Pelo contrário, opta por lhes retirar dinheiro.
Para explicar este desvio, o Governo garantiu que a República enviaria 17 milhões de euros para compensar essa transferência. No entanto, o próprio Secretário Regional da Agricultura veio agora admitir publicamente que essa palavra não está garantida. Isso significa que o dinheiro retirado da Agricultura pode nunca ser reposto e os agricultores perdem duas vezes: primeiro, porque os apoios continuam por pagar; segundo, porque o Governo Regional transferiu verbas para outras áreas sem garantir que o setor agrícola não ficaria prejudicado.
Se esse dinheiro chegar, já se sabe: será para tapar os buracos do Governo. Justiça para com os agricultores? Isso é secundário. O que interessa mesmo é garantir que a República financie a incompetência do Governo Regional.
Se o dinheiro não chegar, fica provado que o Governo Regional mentiu aos agricultores, retirou 14 milhões de euros sem garantias e deixou o setor ainda mais fragilizado, sem apoios e sem soluções.
Até do Chega foi exigida uma fiscalização sobre essa transferência de verbais.
O que não deixa de ser curioso, porque é com o aval do Chega que o Governo tem carta branca para fazer estes desvios. Foi com o voto favorável do Chega que a norma que permite transferências de verbas entre os diversos departamentos governativos, sem discussão no parlamento, foi aprovada.
Também não se pode ignorar que esse partido, tal como os restantes da coligação, votou contra a proposta do PS que resolveria o problema dos atrasos nos pagamentos aos agricultores.
Ou seja, quando se trata de garantir que os agricultores recebam o que lhes é devido, o Chega está ao lado do Governo e da coligação, contra os agricultores. Mas agora que o dinheiro da Agricultura está a ser desviado, fingem indignação.
Quem chumba soluções e só reage depois do problema estar instalado está a ser cúmplice do desinvestimento na Agricultura!
Este Governo, com o apoio do PSD, do CDS, do PPM e do Chega, está a desmantelar o orçamento da Agricultura enquanto diz que defende o setor. Mas os fatos são claros: menos dinheiro, menos investimento, mais dificuldades para os agricultores.
O Governo faz política à custa dos agricultores, retira dinheiro ao setor e agora nem sequer sabe se vai recebê-lo de volta.
A farsa dos “maiores apoios de sempre na Agricultura” está desmontada. Quem mente aos agricultores não governa para eles!
Os Serviços de Desenvolvimento Agrário dos Açores vão promover 106 ações de formação este ano, englobando diferentes áreas da agricultura, num somatório de 2.201 horas, anunciou hoje a Secretaria Regional da Agricultura e da Alimentação (SRAA).
É através dos Serviços de Desenvolvimento Agrário que serão disponibilizadas as formações em todas as ilhas tendo sido criado um calendário de formação agrícola.
Segundo nota de imprensa enviada pela SRAA às redações, o secretário regional da Agricultura da Agricultura e Alimentação, António Ventura, sublinha que: “há uma ampla gama de formações disponíveis pelos Serviços de Desenvolvimento Agrário dos Açores, que potenciam a adoção de melhores práticas agrícolas, maior gestão dos recursos existentes, maximização da produtividade e sustentabilidade. A formação profissional, sendo bem aplicada, tem o poder de impulsionar o setor para um futuro mais sustentável e produtivo”.
Trata-se de formação profissional articulada com a Federação Agrícola dos Açores, com o objetivo de possibilitar uma maior adequação da literacia às necessidades do setor agroprodutivo.
Vão ser disponibilizadas ações de formação como a Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, a Iniciação à Apicultura, o Controlo Integrado de Roedores, a Orientação para a Gestão da Exploração Agrícola, o Modo de Produção Biológico, Pastagens Forragens e Utilização Sustentável do Solo, a Criação de Rainhas em Apicultura, Fruteiras Subtropicais, Utilização Sustentável dos Solos Agrícolas, Iniciação à Produção de Hortícolas, Plantas Aromáticas e Medicinais, Podologia, Cultura dos Citrinos, Enxertia da Vinha, Poda da Vinha, Instalação e Produção de Café e Cultura da Bananeira, entre outras ações.
Jorge Rita foi reeleito na presidência da Associação Agrícola de São Miguel (AASM) e da Cooperativa União Agrícola. As eleições dos novos órgãos sociais para o quadriénio 2025 a 2029 decorreram no passado dia 10 de janeiro, no Parque de Exposições, em Santana, num ato eleitoral que contou como uma lista única, liderada por Jorge Rita, segundo comunicado da associação.
Participaram nestas eleições mais de 450 associados, o que atendendo à existência de uma lista única, traduz-se numa reeleição com 97 por cento (%) dos votos e “num sinal de grande confiança e crédito dos associados à lista vencedora, o que demonstra a importância que os associados deram a este ato eleitoral, valorizando todo o trabalho desenvolvido por estas Instituições na defesa dos seus interesses, nos últimos anos”, lê-se.
Este será o oitavo e último mandato cumprido por Jorge Rita, que desempenha funções como presidente há 22 anos. “Este ato eleitoral constituiu assim, mais uma demonstração do compromisso existente entre associados e os órgãos sociais reconduzidos, constituindo um reforço das estratégias delineadas pela Associação Agrícola de São Miguel e pela Cooperativa União Agrícola, CRL, que têm contribuído
duma forma clara e objetiva para a melhoria das condições existentes na Agricultura dos Açores”, segundo a AASM.
Sendo que a agricultura “é uma das atividades mais importantes da região”, o Conselho de Administração diz que vai estar “sempre disponível para a adoção de medidas que contribuam para uma melhor agricultura na região, e irá focar-se nos próximos anos na melhoria dos rendimentos dos agricultores açorianos e na negociação do próximo quadro comunitário de apoio, incluindo posei, colaborando para a coesão socioeconómica dos Açores”, conclui o mesmo comunicado.
A Secretaria Regional da Agricultura e Alimentação saúda a eleição da renovação do mandato dos corpos sociais da Associação Agrícola de São Miguel, para um novo período de quatro anos, segundo comunicado do Governo regional.
A mesma nota recordaque esta associação é também a que preside à Federação Agrícola dos Açores. Para o Governo regional, a Federação Agrícola dos Açores, enquanto representante do movimento associativo agrícola regional, “é um parceiro ativo das políticas públicas para a agricultura, tendo através do seu conhecimento, das suas iniciativas e reivindicações contribuído para o desenvolvimento de uma agricultura mais próspera e resiliente”.
“Quero felicitar em particular o presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, pela renovação de um novo mandato à frente dos destinos da Associação Agrícola de São Miguel e na continuidade da presidência da Federação Agrícola dos Açores”, sublinha António Ventura, secretário regional da tutela, citado na mesma nota.
E prossegue: “É essencial na Região uma organização de cúpula com experiência, conhecimento e perspetiva futura como a Federação Agrícola, para que possamos dispor, dentro das nossas possibilidades financeiras, as melhores políticas públicas”.
DL: Há novos apoios para a agricultura e o Governo dos Açores vai investir 78 milhões de euros no setor. As reivindicações foram atendidas?
Sim, temos de registar, com a verdade, que as reivindicações feitas pela Federação Agrícola dos Açores têm tido eco neste Governo regional, por via do seu presidente. Obviamente que os anúncios que foram feitos têm por base as nossas reivindicações, concertação e articulação com os parceiros sociais. São poucas as reivindicações que não têm sido aceites. Este é um sinal positivo e, para além da credibilidade das nossas reivindicações, bem como a importância que o setor tem, tendo em conta as nossas necessidades, o setor é visto pelo Governo regional como vital para a nossa economia, não só pela parte económica e financeira, mas também pela coesão económica e territorial, bem como pelas questões ambientais e toda a envolvência que a agricultura tem na potenciação de outros setores.
DL: Que expetativas tem o setor agrícola para 2025?
Na minha perspetiva, claramente que o ano de 2025 poderá ser melhor do que 2024, mas isso é tudo uma incógnita. Da parte do Governo regional, os acordos que estão inscritos em termos de parceria e que não foram totalmente cumpridos são muito poucos. Por exemplo, no caso das últimas intempéries, o Governo regional ainda não fez o pagamento de 630 mil euros. Penso que há falta de disponibilidade financeira, porém acredito que essas situações ficarão resolvidas no início de 2025, pois os compromissos têm sido cumpridos. Por outro lado, com o aumento do plano na ordem dos 10 milhões de euros em 2025, este também poderá ajudar a reforçar algumas situações na ilha de São Miguel e no Pico, pois são as duas ilhas com a pior situação em termos de caminhos. E, igualmente, no reforço do abastecimento e armazenamento de água na ilha de São Miguel, que é uma ilha que tem muita água disponível, mas que tem muito pouco armazenamento. Também existem outras ilhas como Santa Maria e Graciosa que são problemáticas na questão da falta de água. A expetativa — para além daquilo que são os anúncios e disponibilidade do governo — é de que os agricultores possam melhorar o seu rendimento por via das suas receitas. Houve ligeiras subidas no preço do leite em 2024, os consumidores já estão a pagar mais e se estão a pagar mais, isso também tem que se refletir no produtor, não deve ficar só a margem para a distribuição e indústria, é preciso que essa divisão seja feita da melhor forma para que todos na fileira também se sintam equilibrados.
DL: E em relação à produção no setor da carne?
Tem vindo a melhorar ao nível do preço, embora exista expetativa em relação aos acordos da União Europeia com o Mercosul, em que todos os setores esperam ganhar. A carne continua a ser uma aposta na Região Autónoma dos Açores, o problema é ser preciso uma melhor distribuição. Há ilhas em que a sua grande produção agrícola está assente na carne e não em outras produções, essa transformação já se começa a notar, pois houve alguma reconversão do leite para a carne, por várias razões. Primeiro, pela insegurança e pela descrença dos produtores, depois porque as indústrias não conseguem acompanhar o preço do leite de forma a que os agricultores possam ter margem suficiente para continuar a sobreviver. Mas, para mim, o maior problema é a questão da mão de obra.
DL: A falta de mão de obra na agricultura continua a ser um problema?
Claramente, no setor do leite é problemático e nos outros setores de atividade também, mas no setor do leite não há nada pior do que a falta de mão de obra, porque tem que se alimentar as vacas e fazer a ordenha todos os dias. Por isso é que, se calhar, muitas pessoas estão a abandonar o setor, apesar das boas infraestruturas e condições. E, também, porque nem todos os filhos querem dar continuidade às explorações da família.
DL: No âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, o prémio para a primeira instalação de jovens agricultores será de 55 mil euros, abrangendo todos os setores agrícolas. Haverá também um incentivo de 15 mil euros para jovens que optem pela agricultura a tempo parcial. Foi uma proposta da Federação?
Sim. Até porque o valor era de 40 mil e nós sugerimos e reivindicamos junto do secretário regional da Agricultura que concordou. Temos de criar incentivos para os jovens, depois temos a questão da Segurança Social e da tributação a nível de impostos, ou seja, ver qual é a forma de se conseguir reduzir esses impostos aos jovens agricultores. E, mais do que isso, tem que haver mais formação também, mais incremento, mais incentivos. Os concursos são por si só já muito importantes para a cativação de jovens, homens e mulheres. E, na minha opinião, mais do que isso ainda, será essencialmente a questão das novas tecnologias e da agricultura de precisão. São os jovens que vão agarrar isso quando perceberam que podem fazer diferente dos pais, marcar a sua posição pelo conhecimento. Por isso, há cada vez mais formação. E os jovens, para as novas tecnologias têm outras aptidões que os mais antigos já não têm. Isso pode ser um novo incremento no próximo quadro de apoio, ou seja, investir nos robôs, nos drones, na mecanização das explorações, na monitorização dos solos. Há todo um trabalho a ser feito.
DL: A 10 de janeiro há novas eleições na Federação Agrícola dos Açores. Vai recandidatar-se?
Sim, vou-me candidatar para mais um mandato.
DL: Tem alguma promessa?
Não, apenas trabalho, dedicação, paixão, gosto por aquilo que faço, sempre, sempre e sempre em prol dos agricultores dos Açores.
Os agricultores dos Açores vão beneficiar de apoios à compra de sementes de milho e sorgo, no valor de 2,2 milhões de euros, segundo o diploma publicado recentemente no Jornal Oficial.
Apoios destinam-se à produção de forragem e dão seguimento a uma reivindicação da Federação Agrícola dos Açores acolhida pelo Governo regional dos Açores.
Decorre desde 23 de dezembro até 7 de fevereiro de 2025 o período para a apresentação dos pedidos de apoio à compra de sementes de milho e sorgo, destinadas à produção de forragem ou milho grão, para o ano de 2024.
Segundo comunicado da Secretaria Regional da Agricultura e Alimentação, este apoio é atribuído sob a forma de subvenção não reembolsável, sendo o valor máximo a conceder correspondente a 80% do montante elegível da compra de sementes de milho e/ou de sorgo, até ao limite de 265 euros por hectare, no caso do milho, e de 145 euros por hectare, no caso do sorgo.
No Decreto Regulamentar Regional n. 22/2024/A de 10 de dezembro, o Governo regional determina que são beneficiários dos apoios os agricultores que tenham comprado sementes de milho e/ou de sorgo, para o cultivo este ano.
Entre outras condições, são considerados elegíveis os agricultores que apresentaram um pedido de apoio, referente a 2024, à ajuda aos produtores de culturas arvenses do subprograma POSEI para os Açores.
Segundo o secretário regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, a redução dos custos e o aumento da disponibilidade da alimentação animal são “determinantes para a sustentabilidade dos setores do leite e da carne “.
Estes apoios são justificados pela “persistente instabilidade dos mercados agrícolas e dos fatores de produção”, bem como pelos impactos “cada vez mais determinantes das alterações climáticas na produção agrícola”.
Com a adoção destas medidas o Governo regional, através de António Ventura, diz que pretende incentivar os agricultores a “adotar práticas produtivas sustentáveis que fomentem ganhos de produtividade e acréscimos de competitividade” nas suas explorações, aumentando a sua “resiliência às crises e contribuindo para a segurança alimentar regional”.
Este processo garante a “facilidade de armazenamento na forma de silagem, fornecendo energia rápida e digestível para os bovinos durante todo o ano, reduzindo os custos de produção”, salienta o Governo regional no diploma.
A produção de forragem ou milho grão desempenha um “papel fundamental na redução da dependência da região em relação a importações de alimentos para os animais” e na “resiliência do setor aos efeitos das alterações climáticas”, salienta António Ventura.
Os pedidos de apoio devem ser apresentados, com toda a documentação aplicável, junto dos Serviços de Desenvolvimento Agrário de ilha, ou submetidos através de formulário eletrónico disponível em https://gestpdr.azores.gov.pt, mediante autenticação com a inserção de senha de identificação atribuída para o efeito.
A vice-presidente do grupo parlamentar do PSD/Açores, Délia Melo, destacou os investimentos diretos previstos pelo Governo regional, no montante de 78 milhões de euros para o setor agrícola, em 2025, segundo nota enviada pelo partido.
Délia Melo falava aos jornalistas no final de uma reunião com a direção da Associação Agrícola de São Miguel, em Santana, em que se fez acompanhar dos deputados Francisco Gaspar, Luís Raposo, Paulo Simões e Ruben Cabral.
A parlamentar social-democrata, citada na mesma nota, sublinhou que “a Agricultura é um setor fundamental para a economia dos Açores. Contudo, enfrenta desafios constantes, que têm resultado num aumento dos encargos e dos custos de produção”.
A seu ver, o Governo Regional “tem uma excelente relação com quem representa o setor, essencial para a definição de prioridades e de políticas públicas de incentivo e reequilíbrio desta área”, lê-se.
De acordo com Délia Melo, algumas das medidas a implementar “são reivindicações já atendidas”, tais como os investimentos ao nível dos caminhos agrícolas, que têm, no Plano de Investimentos para o novo ano, uma ação específica com uma dotação no montante de dois milhões de euros destinados à ilha de São Miguel.
A parlamentar social-democrata salientou igualmente a inauguração “do novo Laboratório de Classificação de Leite de São Miguel, num investimento de 2,9 milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência”.
A deputada do PSD/Açores garantiu, por seu turno, que o Governo da Coligação “vai continuar com políticas públicas que têm dado bons resultados, como o fim dos rateios no POSEI-Açores e do Prorural+, a redução voluntária da produção de leite, a reconversão das explorações de leite para carne, abertura de novas candidaturas para a agricultura biológica, apoio em 80% à sementeira de milho e sorgo”.
Délia Melo frisou ainda “uma questão muito pertinente que tem a ver com o apoio aos jovens agricultores para pagamento à segurança social, apoio para a instalação de jovens agricultores a tempo inteiro e a tempo parcial e, ainda, a criação da Linha de Apoio SAFIAGRI IV, através do qual se apoia em 40% os juros relacionados com empréstimos agrícolas”.
A vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata elencou ainda a implementação “da eliminação do teto ao’ plafond’ do gasóleo agrícola, o apoio ao investimento nas explorações agropecuárias para a transição verde, digital e tecnológica, que contam com uma dotação de 14,6 milhões de euros”, lê-se ainda, na mesma nota.
Na abertura do X Concurso Micaelense Holstein Frísia de Outono, que decorreu no Parque de Exposições de São Miguel esta sexta-feira, 29 de novembro, na Ribeira Grande, o presidente do Governo regional dos Açores, José Manuel Bolieiro anunciou novos apoios para a agricultura nos Açores.
Entre os anúncios feitos, destaca-se a abertura, em dezembro, de um novo período de candidatura para apoio à aquisição de sementes de milho e sorgo, com uma comparticipação de 80 por cento.
A medida, que se realiza pelo terceiro ano consecutivo, segundo José Manuel Bolieiro, pretende demonstrar o “compromisso contínuo” do executivo em apoiar os agricultores.
“É com ações concretas como esta que mostramos o nosso compromisso com os lavradores açorianos”, realçou o presidente do Governo açoriano.
Outra medida é o prolongamento, até 6 de dezembro, do apoio à aquisição de palha, feno ou luzerna prensada, no valor de 10 cêntimos por quilo, totalizando já mais de 10 mil toneladas de alimento fibroso apoiadas desde fevereiro, com um investimento superior a um milhão de euros com o objetivo de mitigar os impactos do rigoroso inverno passado.
O líder do executivo açoriano também anunciou a abertura, no dia 3 de dezembro, de um período de candidatura para a reconversão da produção de leite para carne, uma iniciativa que visa contribuir para a reestruturação do setor da bovinicultura de leite em São Miguel, Terceira e Graciosa.
“Portugal é deficitário em cerca de 50 por cento na produção de carne bovina, e os Açores têm uma oportunidade única de ajudar a suprir esse défice alimentar”, destacou.
Ainda no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), foi revelado que o prémio para a primeira instalação de jovens agricultores será de 55 mil euros, abrangendo todos os setores agrícolas, e haverá um incentivo de 15 mil euros para jovens que optem pela agricultura a tempo parcial.
José Manuel Bolieiro destacou a “importância estratégica do setor agrícola na economia da região” e enalteceu o papel de Jorge Rita, presidente da Associação Agrícola de São Miguel e da Federação Agrícola dos Açores, na defesa dos agricultores.
“O trabalho de Jorge Rita é um exemplo de dedicação à nossa agricultura, e reconhecemos o esforço que tem feito para valorizar os agricultores açorianos”, disse o governante.
O presidente do Governo regional reafirmou o seu compromisso com o setor primário e o seu papel na “geração de riqueza” nos Açores.
“Estamos empenhados na valorização da nossa agricultura, no desenvolvimento rural e na agroalimentação, essenciais para a sustentabilidade económica e social da região”, declarou.
A sessão contou com a presença de várias entidades, como a presença do secretário regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, e o presidente da Assembleia Geral da Associação Agrícola de São Miguel, Eugénio Parreira Câmara.