Como Reverendo-Padre, e na paróquia de Nossa Senhora do Rosário, começou a servir a partir 16 de Julho de 1912, após a vigência de José Jacintho Raposo Moreira. Ficou responsável por adquirir a actual imagem de São José, que se encontra na Lagoa, no Rosário, o qual se venera num dos nichos do altar-mãe, isto à altura em que foram redigidas as notas do padre João José Tavares, e segundo notas do mesmo.
Também foi ele que encomendou a nossa lindíssima imagem de Nossa Senhora do Rosário, Padroeira, que chegou no ano de 1927, com a particularidade de que é feita de madeira e não de louça. Houve uma grande festa na paróquia à Sua chegada e uma grande manifestação de Fé.
Segundo pesquisas no arquivo paroquial da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, descobri que este padre, também serviu como padre ecónomo ou encomendado, título que serve para definir o seguinte: «Os eclesiasticos que os susbstituiam (aos vigários) na vacância, chamavam-se Vice-Vigarios, Parocos encomendados e (…) Vigarios ecónomos…» (cf. Tavares, João José, 1979).
Ficou, João Furtado Pacheco, pela Igreja de Nossa Senhora do Rosário, como pároco, até 1939, altura em que entra o padre Agostinho Pacheco Botelho, que serviu em Santa Cruz, assinando o primeiro assento de baptismo a 12 de Março de 1939 e o último a 23 de Outubro de 1939, num período, portanto, de mera transição (cf. notas do Registo do Movimento Religioso da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário).
Segue-se, posteriormente, o padre José do Rego Duarte, assinando o primeiro assento a 29 de Outubro de 1939 e o último a 24 de Novembro de 1946 (cf. assentos de baptismo da paróquia). Há uma rua com o seu nome em Nossa Senhora do Rosário, “Rua Padre João Furtado Pacheco”, bem como uma travessa, “Travessa Padre João Furtado Pacheco”, perpendicular.
Serviu no Cabouco, onde assina os assentos de baptismo, como vigário ecónomo, de 4 de Setembro de 1924 a 12 de Novembro de 1924 (cf. assentos de baptismo). Assina, de novo, os assentos de baptismo, no então Lugar do Cabouco, de 9 de Abril de 1933 a 14 de Maio de 1933, como vigário ecónomo; contudo, atente-se que, à altura, o Cabouco era, apenas, um lugarejo anexo à freguesia de Nossa Senhora do Rosário, e não freguesia autónoma.
Fundou, a 20 de Abril de 1920, a Sociedade Filarmónica Lira do Rosário, coadjuvado por Luís Soares de Macedo.
Foi um homem de carácter excepcional, caridoso, inteiramente dedicado ao próximo. Durante o curto, mas terrível período da epidemia conhecida por “Gripe Espanhola”, o padre João Pacheco salientou-se na ajuda aos doentes; visitava sem medo as famílias doentes, dava medicamentos aos que tinham esperança de vida, e levava a Extrema-Unção aos que estavam a morrer, com muita coragem, sempre (cf. Pacheco, Mª Antónia Mota, 2010).
Quando necessário, chegava a trazer algum cadáver pelas costas, quando ninguém se atrevia a ir buscá-lo. Aquando do fim da epidemia, o povo do Rosário manifestou o seu reconhecimento com uma grande festa na Igreja e ofereceu uma salva de prata ao “seu” padre João. Foi director do Asilo das meninas (cf. Pacheco, Mª Antónia Mota, 2010).
O seu escritório era o ponto de encontro de muitos senhores da Lagoa contribuindo para isso o seu carácter jovial. O padre João era muito trabalhador e um óptimo administrador, tendo sido, ainda, Presidente da Comissão Executiva da Câmara da Lagoa, em 1926. Quando assumiu esse cargo, encontrou as finanças em mau estado. Mas, quando saiu de lá, as dívidas estavam pagas, as finanças equilibradas, as estradas e as águas consertadas (cf. Pacheco, Mª Antónia Mota, 2010).
Entra, oficialmente, na liderança da Comissão Executiva da Câmara Municipal como se evidencia na acta da sessão extraordinária plenária da mesma Câmara Municipal de 5 de Junho de 1926, na qualidade de Vereador, sendo ainda vereadores da mesma Câmara Jacintho da Silva, António Guilherme Almeida, José de Medeiros Carneiro, Ernesto do Rego e José Ventura de Paiva. Nessa sessão, assumiu, pois, a presidência, o padre João Furtado Pacheco, por ser, dos vereadores, o “mais votado”. (cf. acta de vereação de 5 de Junho de 1926).
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