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Miguel Sousa Azevedo: entre o rali e a comunicação social

Em entrevista ao Diário da Lagoa, Miguel Sousa Azevedo conversa sobre a sua vida ativa e pelo gosto que tem por todas as “atividades” em que está “envolvido”. Demonstra o seu orgulho em ser açoriano e fala sobre a sua paixão pela comunicação social e pelo rali

Miguel Sousa Azevedo (navegador) no Rali Casinos do Algarve em 2016, com o piloto Marcelo Ávila © PAULO SANTOS 

Miguel Sousa Azevedo, nascido em Lisboa, mas “completamente terceirense” e “ligado às tradições” da sua terra, escolhe iniciar desta forma a sua apresentação ao nosso jornal. É, para além de “jornalista e assessor de imprensa”, “navegador de ralis”, paixão que surge aos “30 anos”; vice-presidente do Terceira Automóvel Clube (TAC) e do Rádio Club de Angra e alguém com um gosto enorme pela escrita. Explica ao Diário da Lagoa (DL) que a sua envolvência em várias frentes faz-lhe ter uma vida “agitada e complexa”. Partilha, ainda, a sua opinião sobre o estado atual do rali e da comunicação social.

DL: Como surgiu o gosto pela rádio?
O gosto pela rádio sempre existiu, mas não tinha noção do que era até começar a fazê-la à pressão. A rádio continua a ser, para mim, o veículo de transmissão mais puro, pela simples razão de que, quem consegue transmitir alguma coisa em rádio, tem de ter a capacidade de, apenas por palavras e pela forma como as diz, transmitir as imagens que as pessoas não estão a ver. Essa é a grande magia que a rádio continua a ter.
Trabalhei na Rádio Club de Angra como aprendiz de jornalista durante dois anos, saí e voltei.  A verdade é que eu nunca parei de fazer rádio nem jornalismo. Fiz jornalismo desportivo, continuamente, desde 1997.

DL: Escreve para o Diário Insular, tem um blogue. Onde é que surge esse gosto pela escrita?
Vem de família, porque eu tinha pessoas de família que tinham ligações à escrita. Tive um tio-avô que foi um poeta famoso na primeira metade do século XX [António de Sousa]. A minha primeira relação com a escrita, foi ao escrever uma crónica e a partir daí as coisas começaram a acontecer. Fui convidado para ser assessor de imprensa de um partido político, continuando a fazer jornalismo sob outra forma, porque a produção é a mesma, embora as intenções sejam diferentes. Eu gosto muito de escrever e isso tornou-se uma ferramenta diária. Esteve sempre presente. Pelo meio comecei a fazer uma crónica, mais ou menos regular, no jornal A União, que já fechou há alguns anos. Passei-a depois para o Diário Insular. Tenho todas as crónicas guardadas e estão sempre a perguntar-me quando é que eu as vou publicar. 

DL: O seu pai, Jorge Azevedo, um dos fundadores do Terceira Automóvel Clube, antigo piloto de rali, influenciou-o no gosto pelo rali?
Não e eu nunca tive aquele despertar para o fazer. Quando isso aconteceu, já estava ligado à escrita e eu aproveitei a ocasião para fazer uma reportagem por dentro de uma prova e isso depois aconteceu várias vezes. As coisas cruzam-se de uma forma não muito pacífica. 

DL: Nunca pensou em ser piloto de rali?
Não. Eu acho que posso ser um bom navegador e nunca seria um bom piloto. Isso requer um talento acima da média e eu sou um condutor normal. Mas, o papel do navegador é muito importante, independentemente de estarmos a pisar terreno conhecido ou não.

DL: As pessoas valorizam esse papel do navegador?
Com a abertura que a informação permite de as pessoas verem os vídeos das grandes estrelas mundiais, já se apercebe a importância dos navegadores. Um bom navegador marca o ritmo dentro do carro. 

DL: O Azores Rallye foi cancelado. O que pensa sobre isso?
Que é uma pena que não se realize o maior evento desportivo da região. Infelizmente houve muita má gestão financeira.

DL: Como é ser vice-presidente da Rádio Club de Angra?
Nos últimos tempos, ser vice-presidente do Terceira Automóvel Clube talvez tenha dado mais trabalho, porque a RCA é uma “embarcação que navega por si”, só que precisa de dinheiro todos os meses, que nem sempre aparece. Estamos, também, com uma carência de quem goste de fazer rádio.  

DL: A comunicação social atravessa uma crise e fala-se em apoios do Governo. Considera que é importante apoiar?
Sim. Não consigo apontar diretamente qual é a melhor forma, mas tem de haver uma coisa, que é justiça. Cada vez se dá menos valor a quem faz as coisas originalmente. (Vivemos uma) crise da propriedade intelectual.

DL: Pondera o lançamento de um livro?
Eu tenho uma “dívida de saudade” com a minha mãe, que é juntar os poemas dos dois e pô-los cá fora de qualquer forma. Também tenho cerca de 400 crónicas e, talvez, algumas delas dariam uma coletânea engraçada. Um livro de raiz, de certeza que não o vou escrever.

DL: Quando o voltaremos a ver na estrada?
Para o ano, certamente.

 

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Clife BotelhoDiretor

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Carina SilvaColaboradora

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