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Incumbência, encargo, obrigação ou dever?

Mário Rui Pacheco
Economista e empresário

O que realmente podemos chamar ao que nos está a acontecer? Impostos, subidas da inflação? Seja o que for, a questão é intrínseca, por inerência da “Guerra da Ucrânia vs Rússia”, ou, será pelas decisões políticas que tardam em chegar? 

Em 2023, teremos a taxa de inflação mais elevada das últimas décadas. Aliás, está prevista que na sua incidência na Habitação seja a mais alta alguma vez obtida. 

O reflexo dos aumentos das taxas de juros aplicadas à habitação é, precisamente, a queda do orçamento das famílias açorianas. Estamos a falar de uma diferença de centenas de euros nas futuras prestações e arrendamentos que poderá evidenciar um retrocesso na vida quotidiana das famílias. 

O governo central anunciou um pacote de medidas que é visto, principalmente, pela direita, como uma “mão cheia de nada”. Já os socialistas teimam em dizer que é melhor do que nada. 

Na verdade, é sempre o mesmo método, já utilizado e gasto, aliás, mais do que gasto e usado, que se reflete na pobreza do estado social da atualidade. 

O que neste momento se exige e urge da parte do Governo da Região Autónoma dos Açores é uma atuação vincada frente ao Governo Central ou até mesmo perante o Presidente da República. Há que pedir responsabilidades e de certa forma um baluarte para as regiões autónomas com a devida distinção. 

Os açorianos já passaram por estes problemas no passado, não temos boas recordações. No passado perdemos população, seguimos muitos até portos mais seguros. Agora, porque temos esta raiz de emigração em situações similares? Para que este fenómeno não surja novamente nos nossos Açores teremos de aplicar, urgentemente, um plano de medidas para garantir que as famílias não fiquem com a “corda no pescoço” nos próximos anos. 

A atual fase política que vivemos nos Açores é nada mais do que o planeamento do futuro orçamento da região para 2023 e anos vindouros, é o momento em que o governo tem o papel de elaborar, apresentar e levar à sua aprovação no parlamento regional. Este orçamento regional terá que ser encarado por todos os partidos com assento parlamentar com uma responsabilidade acrescida. Vivemos tempos difíceis e avizinha-se tempos ainda piores para as famílias açorianas. E gostava de estar redondamente enganado. 

Não estamos em época ou no “timing” de defender unicamente as propostas apresentadas na campanha eleitoral de 2020, temos de olhar para as necessidades das famílias e das empresas que são o motor da economia regional hoje.

E considero apenas o que escrevo como uma chamada de atenção que aqui, também, em especial, se dirige aos partidos que suportam este governo: vocês, caros deputados, caros representantes dos demais partidos políticos que compõe o plenário, têm a responsabilidade de não deixar ninguém para trás por meros truques de “magia” ou “politiquices” ideológicas. Um bem haja.

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