(…) em viagem pelo tempo na minha Vila de Água de Pau
Hoje quando cheguei à Praça de Água de Pau apoiei-me à parede de um edifício e pareceu-me ouvir vozes na rua, envelhecidas! Fechei os olhos e lá estavam, passeando-se no meu pensamento. Surgiu-me então motivação para recordar-me de pessoas desta terra que conheci ou ouvi falar dos seus feitos, durante os antigos serões de família, no canto da rua da Carreira e nas Praças Nova e Velha da minha Vila de Água de Pau.
Recordo-me que era gente de saber de quase tudo; de mexer na terra, de falar das pescas, de saber fazer uma esparrela pra apanhar canários, de saber contar histórias, e, que me ensinaram como é bom conhecer a razão de tudo e das coisas que nos rodeiam.
Quando hoje penso nos tempos que já lá vão, nas pessoas com quem eu me criei, brinquei e pintei-o-corisco na minha mocidade maravilhosa, recordo os meus amigos antigos. Por onde andarão os que nunca mais vi? … o Roberto «marrão», o João «ratão», o Jorge «braz», o Virgínio «arrepiado», o «ningrinhas», o «pim-de-leite» e tantos outros. Sabe-se lá! … andaram na mesma escola que eu andei até que… eu fui para a cidade estudar e muitos deles emigraram. Hoje toda gente “estuda”. Naquele tempo não passávamos de 10 na nossa terra a apanhar a camioneta do Varela conduzida pelos motoristas José Viveiros ou Mariano de Lima, na carreira das sete que vinha da Vila Franca ou na do Manuel Canadi que saía às sete e meia mesmo da Praça d’Água de Pau…
Dos que emigraram, no início e meio da década de 1960, passados menos de dez anos, alguns regressaram à terra, por altura da festa da Quirida Senhora dos Anjos, no mês de Agosto.
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