As recentes propostas de aditamento e alteração ao Orçamento de Estado para 2025, apresentadas pelo PSD e CDS-PP, motivaram esta segunda-feira, 18 de novembro, uma reação da presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores (GPPS/Açores), Andreia Cardoso. Em nota de imprensa enviada às redações, a socialista açoriana considera que as propostas são uma “confissão clara da insustentabilidade das finanças públicas regionais” e que se trata de um verdadeiro “resgate financeiro por parte do Governo da República”.
“José Manuel Bolieiro não disse toda a verdade aos açorianos”, acusa o líder socialista, sublinhando que “os 75 milhões de euros divulgados pelo Governo da República são obrigatoriamente destinados ao pagamento da dívida pública, e não a investimento ou apoio direto às famílias e empresas açorianas”.
Andreia Cardoso destaca três exemplos que diz expor “a situação grave financeira” da região, sendo a primeira que “os 75 milhões de euros anunciados são receitas consignadas exclusivamente à redução da dívida pública”. A segunda, prende-se com uma “nova autorização de endividamento de 150 milhões de euros, também destinada à consolidação da dívida e à regularização de pagamentos em atraso” e, por último, que “os 110 milhões de euros de empréstimos junto da República foram contraídos sem qualquer transparência e longe do escrutínio público”.
“Aquilo que José Manuel Bolieiro quis esconder foi agora revelado pelas propostas do Governo da República e pelos partidos que o apoiam. Estas medidas demonstram que o aumento galopante da dívida pública é um problema que não pode mais ser ignorado”, afirma Andreia Cardoso, alertando que “não há acréscimo de transferências para investimento, apenas para pagar dívidas ao banco e aos fornecedores”.
A líder do GPPS/Açores vai ainda mais longe, acusando o Governo regional de “continuar a implorar ajuda à República, enquanto falha em assumir as suas responsabilidades perante os açorianos”.
Para Andreia Cardoso, “trata-se de falta de transparência do Governo regional, aliada à ausência de soluções concretas, está a comprometer gravemente o futuro da região”.
“O PS/Açores continuará a exigir que as contas públicas regionais sejam tratadas com rigor e seriedade, e que os açorianos sejam devidamente informados sobre o verdadeiro estado das finanças da nossa região”, conclui Andreia Cardoso.
Na abertura do 19.º Congresso Regional do PS/Açores, esta sexta-feira, 27 de setembro, o coordenador do PS/São Miguel, André Rodrigues, salientou que os Açores precisam de um novo futuro que devolva a esperança e a confiança aos açorianos.
No Congresso Regional do PS/Açores, que decorre em Ponta Delgada, o presidente da Comissão Organizadora, mas também secretário coordenador do PS/São Miguel, sublinhou a necessidade desse novo futuro ser, também, para as famílias que, na região, “não encontram uma habitação digna, a preços comportáveis e que lutam todos os meses para fazer face às despesas”.
Na reunião magna dos socialistas açorianos, que decorre no Teatro Micaelense, André Rodrigues considerou, também, que esse novo futuro deve ser, igualmente, para os jovens pais “que anseiam e não encontram vagas em creches para os seus filhos”, “para todos os doentes que esperam e desesperam em lista de espera”, para “quem trabalha no setor primário e vê os seus rendimentos cada vez mais constrangidos pelo aumento do custo das matérias-primas” e “para os empresários e fornecedores de serviço da nossa região que só querem que o Governo não seja um peso às suas costas e que o cumpra a tempo e horas aquilo com o qual se comprometeu”.
De acordo com André Rodrigues, um novo futuro deve ser, igualmente, para as crianças e jovens que mesmo sem saber o que querem do futuro “têm o direito de mais tarde serem felizes e de se realizarem na terra que os viu nascer” e para os mais idosos que, já tendo vivido a maior parte da sua vida, merecem “olhar em frente sem medo da solidão e de que lhes faltem os seus bens essenciais, sem terem que passar pela indignidade de no final do mês escolher ter de fazer compras na farmácia ou fazer compras no supermercado”.
O líder do PS/São Miguel referiu, ainda, que “com a consciência de que a Democracia e a Liberdade não se regateiam e com a convicção plena de que os açorianos não se deixam manipular por aqueles que pensam que podem, ocasionalmente, comprar os seus votos”.
André Rodrigues acrescentou, no entanto, que os socialistas iniciaram “um novo ciclo para um novo futuro” em que se “avultam tempos de tempestade e não de bonança”, mas reforçando que “os socialistas nunca viram a cara à luta, nem desesperam perante as adversidades”.
“Foi assim no passado com Carlos César, foi assim no passado com Vasco Cordeiro. É e será assim agora com o Francisco César e com todos nós empenhados para dar um novo futuro aos Açores e aos açorianos”, afirmou o líder do PS de São Miguel.
Mais de 150 delegados do PS/Açores participam este fim de semana no 19.º Congresso Regional do partido.
Segundo comunicado do partido, durante a reunião magna dos socialistas açorianos, o presidente do PS/Açores, Francisco César, leva a debate e votação a Moção de Orientação Política Global ‘Um Novo Futuro’, que é “assente em pilares fundamentais como a Educação, Habitação, Saúde, Fomento Económico e Transparência e Liberdade”.
Da ordem de trabalhos, que teve início esta sexta-feira, destaque ainda para a intervenção de Vasco Cordeiro, presidente do PS entre 2013 e 2024, enquanto neste sábado Francisco César vai apresentar a Moção de Orientação Global ‘Um Novo Futuro’.
Também durante a tarde de sábado, está prevista a participação de diversos oradores convidados, para intervir em áreas específicas, como a Habitação, Educação e Administração Pública.
O encerramento do 19.º Congresso do PS vai ficar a cargo do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e do presidente do PS/Açores, Francisco César.
Os deputados do Partido Socialista eleitos por Santa Maria, João Vasco Costa e Joana Pombo Tavares, criticaram, esta sexta-feira, a “apatia do Governo Regional perante as falhas evidentes do transporte marítimo de mercadorias de e para a ilha de Santa Maria”, segundo nota do partido.
Os socialistas realçaram que o Governo regional, da coligação PSD/CDS/PPM, “tem de fazer mais, tem de tomar ação, tem de governar e não procrastinar nem fazer visitas de circunstância, que em nada melhoram a qualidade de vida dos Marienses e dos Açorianos”.
No centro da crítica está a situação decorrida esta semana e denunciada pela Associação Agrícola de Santa Maria, em que uma mudança de escala imprevista pelo operador provocou um “prejuízo superior a 10 mil euros” em meloa de Santa Maria, que tinha como destino Ponta Delgada, mas que foi parar ao Pico.
“No passado dia 7 de agosto, um contentor de 40 pés carregado com meloa de Santa Maria seguiu de Vila do Porto para Ponta Delgada, para ser entregue a clientes em São Miguel. Acontece que a transportadora marítima decidiu alterar, sem aviso prévio, a escala em Ponta Delgada, tendo o navio rumado à ilha do Pico. Assim, meloa que devia ter sido entregue em Ponta Delgada no dia 8, só foi entregue no dia 12. Para além disso, a meloa prevista para vender esta semana ficou sem venda, com avultados prejuízos”, explicou João Vasco Costa.
O parlamentar socialista recordou que já no final de julho, uma outra alteração de última hora nos transportes marítimos fez com que o navio que tinha como destino Lisboa fosse parar a Leixões, atrasando a entrega de meloa.
João Vasco Costa lembrou que o PS “tem sido uma voz ativa nesta luta”, denunciando, desde a primeira hora, “todas as ineficiências e falhas do sistema de transporte marítimo de mercadorias relacionadas com a ilha de Santa Maria”.
Por seu lado, Joana Pombo Tavares recordou que o Governo regional “encomendou prontamente um estudo de transporte marítimo de mercadorias nos Açores”, mas sublinhou que desde então o Governo regional “nada fez” e que os resultados desse estudo “tardam em aparecer”.
“O Governo Regional tenta passar de fininho, tenta assobiar para o lado, mas se não tivesse responsabilidades nesta matéria não tinha encomendado um estudo. Mas é o Governo Regional, ao obrigo das obrigações de serviço público, que deve assegurar que é prestado um bom serviço aos Marienses e a todos os Açorianos. E não o está a fazer”, finalizou o deputado do PS eleito pela ilha de Santa Maria, João Vasco Costa.