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Prémio Literário Vitorino Nemésio é “justa homenagem”ao escritor açoriano, segundo autarquia

© CM PONTA DELGADA

O presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, defendeu, esta quarta-feira, 13 de novembro, no Centro Natália Correia, que a criação do Prémio Literário Vitorino Nemésio “vem honrar o legado cultural e património linguístico deixados pelo escritor açoriano”, segundo nota de imprensa da autarquia.

“O ‘Prémio Literário Vitorino Nemésio’ aprovado em setembro passado pelo parlamento dos Açores faz a justa homenagem ao escritor e pensador açoriano, bem como ao seu pendor universalista, legado pelo escritor à Região e ao País, através do seu pensamento filosófico desassombrado e humanista”, frisou o autarca, citado na mesma nota.

O autarca falava na sessão de apresentação do Prémio Literário Vitorino Nemésio, que foi proposto e instituído pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA).

Por sua vez, o presidente do parlamento açoriano, Luís Garcia, anunciou na ocasião que as candidaturas ao prémio decorrem de 6 de janeiro a 7 de março de 2025, destacando que “estas datas marcam o início de uma oportunidade única para escritores de língua português partilharem a sua visão e talento”, lê-se, em nota enviada pela ALRAA.

No final da sua intervenção, Luís Garcia sublinhou a importância da iniciativa no fortalecimento da identidade cultural açoriana e na promoção da literatura de língua portuguesa, apelando a todos os escritores, desde jovens talentos a autores experientes, que “aproveitem esta oportunidade para contribuir para que o nosso património literário e linguístico se mantenha vivo e vibrante”.

Por sua vez, para o governante de Ponta Delgada, o prémio projeta a escrita e a obra de Vitorino Nemésio “a nível nacional, revestindo-se ainda de especial relevância pelo contributo que presta à divulgação da literatura e de um dos seus maiores vultos”.

“Além de prestigiar o mérito daquele que foi um grande açoriano, português e universalista, este prémio dá um enorme contributo para a divulgação da literatura e de um dos seus maiores, mas, também, adiciona, a nosso ver, uma importante vertente para o conhecimento da cultura e da história dos Açores, consubstanciada na palavra ‘açorianidade’”, reforçou.

“A instituição deste prémio, ao destacar Vitorino Nemésio e o seu pensamento, enaltece, também, a importância de valorizarmos a nossa idiossincrasia, esta nossa açorianidade que, hoje, faz por envolver toda uma cultura que é matriz identitária de sermos um povo que há quase 600 anos optou por ficar aqui, a meio do Atlântico Norte, e se aventurou por meio de tempestades, vulcões e terramotos, sem hesitar em moldar, bem ao seu jeito, uma forma muito própria ‘de ser e de estar’, seja mergulhada na nossa dimensão arquipelágica, ou no vão pela imensidão da nossa diáspora, que a transporta para qualquer parte do mundo, onde vá e se radique. Insisto, onde existe uma bandeira do Divino Espírito Santo ou um Registo do Senhor Santo Cristo dos Milagres está sempre presente uma alma açoriana”, realçou.

O presidente do Município defendeu, a esse propósito, que é importante que os decisores políticos e os agentes culturais continuem a homenagear e a enaltecer as suas “referências maiores”, de forma a que “os jovens e menos jovens entendam o que somos e o que nos fez chegar até aqui, e onde, ainda mais, poderemos ir”, pode ler-se.

Além do Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, e do presidente da ALRAA, Luís Garcia, a sessão de apresentação do Prémio Vitorino Nemésio teve a participação do presidente do Júri, Eduardo Ferraz da Rosa, e da curadora do prémio, Manuela Bulcão.

O Prémio Literário Vitorino Nemésio visa homenagear o legado do prestigiado escritor açoriano e incentivar a produção literária nos Açores, em todo o país, junto das comunidades e, igualmente, nos países de língua oficial portuguesa, explica ainda a autarquia.

Com periodicidade anual, o prémio garante ao vencedor um valor pecuniário de 2500 euros, bem como a publicação de até 300 exemplares da obra.

Vitorino Nemésio nasceu a 19 de dezembro de 1901, na ilha Terceira, e faleceu em 20 de fevereiro de 1978, em Lisboa. Notabilizou-se enquanto escritor, poeta, cronista, ensaísta e professor, sendo também lembrado pelas reflexões e estilo único com que conduziu o programa “Se bem me lembro”.

Festival literário “Folhas de Outono” em Ponta Delgada recebe maestro Martim Sousa Tavares

© LETRAS LAVADAS

A Livraria Letras Lavadas vai promover o festival literário “Folhas de Outono”, de 8 a 15 de outubro. O destaque da iniciativa vai para a presença do maestro Martim Sousa Tavares, que vai dar uma palestra e lançar o seu novo livro, segundo nota de imprensa enviada pela livraria.

A par deste evento, artigos selecionados na livraria vão estar em desconto, até aos 50 por cento (%). Vai haver também lançamento de livros, conversas, tertúlias, hora do conto, entre outros momentos literários e culturais, pode ler-se.

Martim Sousa Tavares vai apresentar o seu livro “Falar Piano e Tocar Francês — Arte, cultura e humanismo na era dos memes”, no Auditório Luís de Camões, no dia 12 de Outubro às 17h30, seguindo-se uma palestra, que “promete ser uma reflexão enriquecedora sobre a importância do belo nas suas diversas formas e significados. O público será convidado a embarcar numa viagem pelo universo das artes, onde a beleza é vista sob vários prismas”, explica a Letras Lavadas.

Este evento em particular vai contar com o apoio do Conservatório Regional de Ponta Delgada, e vai ser apresentado por Maria Isabel Albergaria Sousa, presidente do conselho executivo daquela instituição.

No livro “Falar Piano e Tocar Francês”, Martim Sousa Tavares, partindo da sua experiência pessoal como artista e comunicador, propõe uma reflexão sobre o modo como nos relacionamos com a arte nas suas múltiplas expressões: a cena de um filme de João César Monteiro, as subtilezas de uma partitura de Mahler ou a fixação por Veneza, cidade a que regressa todos os anos. “A beleza pode não precisar de livro de instruções, mas a arte é uma forma de partilha onde o entusiasmo da mediação acrescenta significados e expande horizontes”, lê-se ainda, na mesma nota.

A entrada no evento será gratuita, mas mediante reserva de bilhete. A estreia do Festival “Folhas de Outono” acontece na livraria, com uma hora do conto no dia 8 de outubro, às 13h30, com a presença de duas turmas escolares, mas aberto ao público em geral. Os livros explorados serão “Outono, a Minha Estação Preferida” de Fiona Barker e “Lix-ilha” de Diogo Ourique.

No mesmo dia, às 17h30, Adelaide Ramos Vilela vai estar na livraria para apresentar o seu livro “Brisa de Verão”, juntamente com Pedro Paulo Câmara e Ana Isabel d’Arruda. Já a segunda Hora do Conto aberta para as famílias, intitulada de “Lendas de Outono”, vai ter lugar a 12 de Outubro, às 10h30. Os livros lidos serão “O ladrão de folhas” de Alice Hemming e “As Mais Belas Lendas dos Açores” com coordenação de Ângela Furtado-Brum. A literatura infanto-juvenil vai ser o mote da primeira tertúlia do Festival Folhas de Outono, “Entre Contos e Encontros”, moderada por Maria Amélia Sophia da Costa Lopes. As convidadas serão Ana Paula leite, Susana Rodrigues, Carla Cabral e Maria Banzeruk, de acordo com o comunicado da Letras Lavadas.

No dia 10, vai haver, às 12h00, uma conversa com o professor Aníbal C. Pires sobre a história do papel e do livro com base na obra “O Infinito num Junco” de Irene Vallejo, que, apesar de ser destinada a uma turma do secundário, vai estar aberta a quem queira participar.

Às 18h00, vai ser desvendado “O Segredo dos Açores” pelo autor Pedro M. Duarte. Ao tentarem decifrar o enigma da semelhança de estruturas antigas de degraus dos Açores e das ilhas Canárias, Truman e os seus amigos cruzam-se com uma poderosa sociedade secreta que guarda há vários séculos no seu círculo restrito um segredo demolidor para a História Atlântica. O enredo deste livro é puramente ficcional, mas há cientistas que suspeitam de que o povoamento dos Açores possa ter ocorrido antes da chegada dos Portugueses. Vai ser sobre este tema, que causa cisão dentro da comunidade científica e académica, a conversa que se segue após a apresentação do livro, lê-se ainda.

O dia 11 é consagrado ao Poeta de Portugal, Luiz Vaz de Camões, em que Henrique Levy vai dar a conhecer “Camões na Voz de Poetas Açorianos (1524-2024)”, neste ano em que se comemora o seu meio milénio. Trata-se de um evento especial para turmas do 10.º ano, porém, também, aberto a quem queira assistir.

Vai ser, por fim, com tertúlias que se encerra o festival “Folhas de Outono”, ambas às 17h30. No dia 14 de Outubro, o foco vai estar na literatura de viagens, em homenagem ao centésimo aniversário da viagem de Raul Brandão aos Açores, “que resultou numa das mais belas obras deste género literário” em Língua Portuguesa: “As Ilhas Desconhecidas”.

A tertúlia “Transformamos cada viagem numa história” vai ter como moderadora Ilda Silva e vai contar com a presença dos professores Telmo R. Nunes e João Miranda.

No último dia, 15, a conversa vai versar sobre a importância da leitura e da escrita no desenvolvimento dos jovens, e vai contar com a participação de Carolina Cordeiro, Cláudia Ferreira, Brenda Cabral e Malvina Sousa, sob moderação do jornalista Clife Botelho, conclui a mesma nota.

Prémio Natália Correia – Ficção atribuído à obra “Caindo de mais alto” de João Albano Fernandes

© D.R.

O júri do Prémio Literário Natália Correia 2024 – Ficção decidiu atribuir o prémio à obra “Caindo de mais alto”, da autoria de João Albano Fernandes, e entregar uma Menção Honrosa a “Esperanças e Desilusões”, de Luís Corredoura, segundo nota de imprensa enviada pela Câmara Municipal de Ponta Delgada.

O coletivo de jurados assinala, deste modo, “a excelência da ficção literária evidenciada por ambas as obras, distinguindo-as por entre as 73 que foram admitidas e analisadas nesta quarta edição do concurso”, lê-se.

Entre outras considerações elogiosas sobre “Caindo de mais alto”, o júri destacou a “escrita inaugural e poética” patente na obra, salientando constituir-se como uma “lição de literatura” que “honra o prestigiante Prémio Literário Natália Correia 2024 – Ficção”.

“Ao longo de 136 páginas, a leitura fica cativa de uma voz com inequívoca maturidade literária, que nos prende ao espanto da beleza erguida sobre uma vida em ruínas. E, quando pensamos que nada mais nos poderá surpreender nesta narrativa, o modo como ela termina, não só nos faz acreditar na redenção, como nos mostra, em poucas palavras, de que são feitos os grandes textos literários”, enalteceu ainda o júri.

A obra vencedora vai ser editada pela Câmara Municipal de Ponta Delgada e o vencedor vai receber um prémio no valor de 7.500 euros, explica o comunicado.

A cerimónia de entrega do prémio e da menção honrosa está agendada para o dia 10 de outubro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

O Prémio Literário Natália Correia tem como como objetivo incentivar e apoiar o desenvolvimento das artes literárias, fomentando a criatividade, o gosto pela leitura e pela escrita. Foi criado em 2021 para distinguir autores com obras originais e inéditas redigidas em Língua Portuguesa.

Quinto aniversário das Letras Lavadas

Livro “Amores e Desencontros” de Márcia e Castro lançado no Convento de Santo António

© D.R.

O convento de Santo António, na freguesia de Santa Cruz, acolhe, no próximo dia 15 de julho, às 19h30, o lançamento do livro de Márcia e Castro, intitulado “Amores e Desencontros”, da editora Chiado Books, segundo nota de imprensa da câmara lagoense. A apresentação da obra vai ser realizada por Daniel Aguiar.

Esta é a primeira obra literária de Márcia e Castro, nascida em outubro de 1977 e é natural da cidade de Lagoa, mais precisamente do lugar da Atalhada.

Apaixonada pela escrita, principalmente por romances, considera-se uma romântica por natureza. Desde tenra idade que Márcia e Castro desenvolveu o gosto de criar histórias, condimentadas pela sua imaginação e fantasia, acreditando que tudo era possível.

Prémio Municipal de Criação e Investigação da Lagoa dedicado à criação literária

© CM LAGOA

A terceira edição do “Prémio Municipal de Criação e Investigação”, atribuído pela Câmara Municipal de Lagoa, será dedicada à criação literária, tal como a primeira edição, anunciou a autarquia lagoense.

O concurso pretende galardoar, anualmente, o autor ou autores da melhor investigação em temáticas concelhias, ou a melhor criação literária deste ano. Com o projeto, a autarquia visa, entre diversos aspetos, estimular e valorizar hábitos de escrita; promover a escrita criativa, e divulgar novos autores, explica a nota de imprensa da câmara.

As obras literárias a concorrer ao prémio em causa poderão ser de diversos géneros, tais como: poesia, ficção narrativa, dramaturgia, banda desenhada e obras infantojuvenis.

O vencedor receberá um prémio pecuniário no valor de 2000 euros, podendo o júri, caso assim o entenda, atribuir uma menção honrosa, não tendo esta direito a valor pecuniário, de acordo com a autarquia.

Os trabalhos concorrentes deverão ser submetidos de 1 de agosto a 2 de setembro, sob pseudónimo, por correio registado, com aviso de receção, para a sede do município ou podem ser entregues, pessoalmente, no mesmo local. Devem ser entregues cinco exemplares, de cada trabalho a concorrer. Para mais informações, a câmara recomenda a leitura do Regulamento deste concurso que se encontra disponível no portal da autarquia.

O Júri desta edição é composto por Anabela Cura, Pedro Almeida Maia e Telmo R. Nunes.

Anabela Cura é professora de português/francês, especializada em literatura portuguesa, conta no seu currículo com uma larga formação e experiência na área da promoção do livro e da mediação de leitura. Integra o Conselho Executivo da EBI da Lagoa. Para além de já ter marcado presença em outras iniciativas da Biblioteca Municipal de Lagoa, tem desenvolvido trabalhos em contexto hospitalar, integra, igualmente, as «Histórias Requinhas» e, mais recentemente, o projeto «Canta Comigo, Leio Contigo», este em parceria com Alda Casqueira Fernandes.

Por seu turno, Pedro Almeida Maia, na literatura, realiza incursões em diversos estilos, da música à crónica, do ensaio ao argumento, da poesia ao conto. Estreou-se no romance em 2012, quando venceu o Prémio Letras em Movimento, tendo os trabalhos mais recentes integrado o Plano Regional de Leitura ou sido agraciados pela crítica, sobretudo “Ilha-América” (2020) e “A Escrava Açoriana” (2022). No género novela, publicou “Nove Estações” (2014), selecionado para a Mostra LabJovem, e “A Força das Sentenças” (2023), vencedor do Prémio Manuel Teixeira Gomes.

Já Telmo R. Nunes, escreve por gosto, tendo obra dispersa pela imprensa regional açoriana e continental; integra antologias de contos e antologias poéticas; é autor das obras “Reflexões de Uma Quase Vida”, (Menção Honrosa no Prémio Literário Gaspar Frutuoso, Câmara Municipal da Ribeira Grande), em 2009 e “Inês, A Dualidade de Uma Vida”, em 2012. Em 2023 lançou, pela Editora Letras Lavadas, “O Lugar da Trindade” e “Outras Narrativas”.

A divulgação dos resultados do vencedor do “Prémio Municipal de Criação e Investigação” deste ano, se fará até ao dia 2 de dezembro de 2024.

A primeira edição do “Prémio Municipal de Criação e Investigação”, em 2022, foi dedicada à criação literária, tendo sido premiada a obra “O Menino de Prata que desejava Conhecer o Mundo”, de Nuno Almeida.

João de Melo volta à poesia após 44 anos para concretizar o poeta que vive em si

Escritor natural do Nordeste, residente no continente, pretende criar uma poesia “quotidiana, não apenas do autor, mas também dos leitores”

Nova obra marca o regresso do escritor açoriano à poesia após 44 anos © MARIANA ROVOREDO/DL

O escritor João de Melo, natural da Achadinha, voltou ao Nordeste, no passado dia 24 de maio, para um serão literário e apresentação do seu mais recente livro de poesia “Longos Versos Longos”.

A nova obra, lançada em janeiro deste ano e editada pela Dom Quixote, é o regresso do escritor açoriano à poesia, após 44 anos. “Navegação da Terra”, publicado em 1980, era até agora o único livro de poemas de João de Melo.

Em conversa ao Diário da Lagoa (DL), o premiado escritor nordestense, residente no continente, promete dedicar-se à poesia a partir de agora, porque, mesmo na prosa, “sempre” foi um poeta, considera.

“Este livro tem uma história longa, antiga, e é constituída por versos, poemas, que fui fazendo ao longo de muito tempo, e que fui deixando em arquivo, assim como muitos outros, que estão em arquivo e que darão para mais livros”, conta João de Melo.

A que se deveu este regresso ao género lírico? “Regressei à poesia porque concluí que afinal era um absurdo estar a colocar tudo na prosa, onde já escrevi tudo o que tinha a dizer. Os “Longos versos Longos” são um regresso, não apenas ao passado poético que tenho, mas também ao presente e ao meu futuro próximo. Pretendo, a partir de agora, continuar a publicar poesia, porque mesmo na prosa, sempre fui um poeta. Das coisas que mais gosto de fazer é a poesia. É-me tão natural fazer poesia,” sente.

Com 112 páginas, “Longos Versos Longos” aborda temas diversos, como o amor, vida, terra, destino e angústias. “Existe toda uma sequência de poemas, que têm a ilha como tema. Depois, há outras sequências com um carácter filosófico muito discreto e abordagens diversas ao quotidiano,” realça o poeta.

João de Melo pretende que a sua poesia “seja quotidiana, e não arredada das pessoas. Quero que os leitores se revejam em algo da poesia, para que seja uma poesia não apenas do autor, mas também dos leitores”.

O evento, que decorreu no Centro Municipal de Atividades Culturais, no serão de 24 de maio, arrancou com a apresentação “Divulgação cultural na Casa João de Melo”. Foi ainda apresentada a entrevista sobre o autor, “A infância é eterna num escritor”, bem como o debate “O papel das vivências pessoais na produção literária”.

Nascimento de Antero de Quental assinalado em Ponta Delgada

© D.R.

Hoje, dia em que se assinala os 182 anos do nascimento de Antero de Quental, várias entidades assinalam a data com atividades em Ponta Delgada.

A Associação Amigos de Antero depôs, esta manhã, uma coroa de flores no túmulo do Poeta, no cemitério de São Joaquim.

Durante a manhã, das 9h30 até às 12h30, a associação promoveu um seminário no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, tendo como lema das comemorações “Os Ideais de Antero e os 50 anos de Abril”.

O seminário contou com as palestras “Os ideais filosóficos de Antero” (com o orador Luiz Fagundes Duarte – Filólogo, editor da Poesia de Antero e professor aposentado da Universidade Nova de Lisboa), “A ética de serviço público hoje” (com o orador Carlos de Almeida Farinha – Advogado, especialista em Direito Administrativo) e “Os desafios da Justiça” ( com o orador António Casimiro Ferreira- doutorado em Sociologia do Estado e do Direito, professor agregado da Universidade de Coimbra). Pelas 12H30, iniciou-se um debate.

A Associação Amigos de Antero vai também descerrar, esta tarde, pelas 15h00, uma lápide evocativa de Antero de Quental na rua José Bensaúde, n.º 46 , Ponta Delgada, na casa que, segundo a historiadora Fátima Sequeira Dias, terá sido a última residência do poeta, comunica ainda a nota da associação.

Por sua vez, a Câmara Municipal de Ponta Delgada assinalou também, hoje de manhã, o nascimento do escritor açoriano, com uma cerimónia evocativa, na qual participaram alunos de três escolas do concelho, comunica a autarquia, em nota de imprensa remetida à redação.

A celebração aconteceu no Jardim Antero de Quental pelas 11h00 e contou com várias declamações de sonetos do poeta proferidas pelos alunos da Escola Secundária Domingos Rebelo, Escola Secundária Antero de Quental e Colégio do Castanheiro. A Banda Filarmónica Harmonia Mosteirense também marcou presença.

Ainda no âmbito do Dia Municipal de Antero de Quental, foi colocada uma coroa de flores junto ao busto do escritor, naquele jardim, “enquadrada num minuto de silêncio em homenagem ao trabalho e vida deste escritor, poeta e filosofo micaelense que marcou e continua a marcar a história e literatura portuguesa”, comunica a autarquia.

Esta data marca o 182º aniversário de Antero de Quental, nascido em 1842, em Ponta Delgada. Considerado por muitos um líder intelectual do Realismo em Portugal, dedicou a sua vida à reflexão dos grandes problemas filosóficos e sociais de seu tempo. Desde cedo, procurou contribuir para a implantação das ideias vanguardistas, à procura da modernidade.