Padre André Furtado
As palavras são poucas, para expressar tudo aquilo que hoje sinto no meu peito. Hoje a nossa comunidade reúne-se à volta do mesmo altar que há 41 anos atrás, viu um filho ilustre desta terra oferecer o santo sacrifício da missa pela primeira vez. A história do ano 1983 volta a ser vivida na nossa terra.
Meus Amigos: louvado seja o nosso bom Deus. Dou início a este agradecimento citando São João Maria Vianney: O padre não é para si. Não dá a si mesmo a absolvição, não administra a si mesmo os sacramentos. Ele não é para si, é para vós, povo de Deus. Neste fim de tarde, não há melhor forma de dar graças a Deus pelo dom da vida e do sacerdócio do que estando reunidos à volta do altar – celebrando a Santa Missa: ela própria é ação de graças por tudo o que ele fez por mim e faz por cada de um de nós. Foi Deus, que me chamou e me predestinou, na minha forma de ser, para cuidar dos seus bens e amuniciar a todos a salvação. Posso assim dizer que foi Deus que lançou sobre mim o seu olhar, olhou para a minha miséria e me chamou, ao longo de vários anos e continua a chamar-me: e hoje e sempre quero estar reclinado no peito de Jesus, como diz o lema para o meu ministério, extraído do exemplo e do testemunho do evangelista João: In sinu jesu
O caminho não foi e nem será fácil – obrigado a todos os que nunca duvidaram e sempre me apoiaram desde do primeiro dia – mas sei que terei sempre um lugar para reclinar; caminho este que continuarei a trilhar, na certeza de que é Cristo que me conduz. Muitos foram os que contribuíram para que hoje eu pudesse subir a este altar e oferecer pela primeira vez a santa missa, e realizar este sonho. É bom sonhar, e nunca se proíbe alguém de sonhar. No dizer do poeta “Deus quer, o homem sonha e a obra nasce”.
Neste sentido, sou grato a D. Armando, pela amizade e por me admitido ao sacramento da ordem e a todo o presbitério aqui presente, mas também o ausente, pelo acolhimento e amizade. Quero caminhar convosco e juntos, animados pelos Espírito Santo, trabalharemos por uma melhor fraternidade para levarmos o santo povo fiel até Deus. A fim de sermos uma Igreja que acolhe todos, sem exclusões, porque todos somos filhos de Deus. Não fiquemos pela superfície na forma de rezar ou até mesmo de celebrar; excessivamente preocupados ora com a nobreza ora com a simplicidade no culto divino ao invés de nos convertermos cada vez mais, importa sim um coração bom, humilde e generoso. Sejamos realmente Igreja. “Pobres sempre os tereis, mas nem sempre me tereis convosco.” – disse Jesus sobre a pecadora que lhe ungiu os pés com o perfume caro.
Aos sacerdotes que por cá passaram e aos meus párocos que contribuíram para a minha formação: Pe. João Leite, Pe. António Varão, que partiram para a eternidade, Pe. Silvano, Pe. Nelson Vieira, Pe. João Miguel, Pe. Rui Silva, aqui presente obrigado pelo vosso testemunho de amizade. Perdão pelas vezes em que não fiz melhor.
Ao Seminário de Angra, às equipas formadoras, funcionários e seminaristas. Obrigado por tudo. Mas deixai-me salientar dois nomes, a quem devo pedir desculpa, aos meus diretores espirituais- ao Pe. Gregório pelos cabelos que lhe fiz perder, por ter dado cabo de sua paciência; e ao Pe. Nelson pelas noites mal dormidas. Mas obrigado pela vossa paciência, misericórdia, ternura, testemunho e dedicação a nós enquanto seminaristas.
Um obrigado às comunidades da ilha terceira que ao longo do meu percurso no seminário me acolheram: São Bento, Terra Chã e 5 Ribeiras, Posto Santo, Fonte do Bastardo e Porto Martins.
Aos meu colegas e amigos de jornada ao Gonçalo Brum, o Leonel e Rui: ups: Pe. Leonel e Pe. Rui Pedro. Obrigado pela vossa amizade; perdão por algumas vezes não ter sido melhor convosco. Ficará para história, 7 anos + 1, longas e maravilhosas histórias, e deixa-me fazer referência a algumas: longos serões a traduzir latim “é cma água… mas tudo mal”; vários teste ad hoc por andarmos na galhofa; um lagarto apanhado e lançado no quarto do Rui; um objeto não identificado que cai na testa do Rui; serões de chá com bolos levedos; aulas não concluídas, ups…. Se o padre Cipriano cá estivesse, iria dizer neste momento: eles estão bem é no sofá: Obrigado Pe. Cipriano, Pe. Ângelo que contribuiriam para a nossa formação e que já não estão entre nós. E muitas mais histórias ficam por contar, mas ficam registadas na nossa memória e muitas mais iremos escrever, de uma turma unida.
Um agradecimento amoroso e profundo á minha família, aqui presente e que nos vê pelas redes sociais. Obrigado pelo vosso amor e compreensão. Sem vós não seria o que sou hoje. Muito mais poderia dizer, mas hoje só digo isto: obrigado! Aos meus padrinhos de ordenação diaconal e presbiteral, obrigado por tudo. Pelo apoio, pelo ombro amigo… onde muitas vezes sentistes o meu cansaço e desânimo.
A esta comunidade que é a minha comunidade, sob a proteção da Senhora do rosário, o meu obrigado. Obrigado pela vossa presença e apoio ao longo desta caminhada. Um obrigado também à comunidade da nossa Matriz de Lagoa, a ambas agradeço a oferta. O cálice que hoje foi elevado, foi oferta das nossas comunidades: Santa Cruz e Rosário. Bem como as galhetas – uma oferta anónima. Um obrigado a todos os que, mesmo de forma anonima contribuíram para a confeção deste novo conjunto de tolhas que ficam para o serviço litúrgico da nossa igreja. Um obrigado pela ornamentação e limpeza da mesma.
Obrigado à Câmara Municipal de Lagoa e Junta de Freguesia do Rosário, pelo apoio na logística da missa nova e pela ornamentação do tapete para a procissão, bem como a todos aqueles que me acompanharam em procissão desde da minha casa até a nossa igreja, de modo especial às Bandas filarmónicas: Lira da Estrela – Candelária e Lira Nossa Senhora do Rosário.
Um agradecimento especial ao Pe. Eurico, pela amizade e estima. Obrigado pela organização da liturgia. Neste sentido estendo o agradecimento ao Afonso (seminarista), pela organização da música, pelas composições e harmonizações que fez para este dia. E acrescento ainda o Rogério e a Mariana Almeida pelas suas respectivas harmonizações. À professora Cármen Subica que dirigiu e preparou o coro composto pelo nosso orfeão, pelo coro da Matriz de Lagoa, pelo Coro de Nossa Senhora das Candeias, e amigos e esta pequena orquestra. A todos estes homens e mulheres, jovens e adolescestes: Obrigado pela vossa dedicação para este dia, e pelo vosso serviço prestado na animação litúrgica. Como disse Santo Agostinho, doutor da graça: quem canta reza duas vezes. Amigos, que a vossa vida seja sempre escrita numa pauta com tom maior… e quando começar a modular para tons menores… temos sempre uma borracha para reescrever em tom maior.
Agradeço aos meus queridos acólitos: do Rosário, Santa Cruz e da Zona Oeste PDL. Estendo este agradecimento a toda a Zona Oeste da Ouvidoria de PDL, pelo acolhimento e amizade a começar pelo senhor ouvidor Pe Marco Sérgio e sacerdotes da Zona Oeste: Pe Nuno Maiato e Pe. João, mas de forma especialmente afetuosa ao pe Nuno Maiato que me acolheu neste ano de estágio. E sublinho três das minhas seis comunidades: Feteiras, Candelária e Ginetes – foram as primeiras. Obrigado pelo vosso carinho e estima, ao longo deste ano de estágio e por estarem presentes neste dia tão especial para mim: Obrigado
Não posso deixar de passar este dia sem agradecer a todos os meus professores desde da pré até ao meu secundário: mas de forma especial a um professor que foi importante na minha decisão de entrar no seminário: Prof. Vítor Simas, a todos o meu muito obrigado.
Um agradecimento, aos catequistas que contribuíram para o meu crescimento na fé: Ana Medeiros e Lurdes, Antonieta, Graça Borges, Ana Rego, Márcia Raposo, Lucrécia e Eduarda, Leonor, José Reis, Luísa e Marco. Ao grupo de romeiros, aos coros: vozes de Maria, Orfeão, grupo de jovens, bem como a todas as associações escolares, culturais, recreativas e desportivas da nossa cidade de Lagoa que ao longo dos tempos contribuíram para a minha formação humana.
A todos, os benfeitores conhecidos e desconhecidos, obrigado pelo vosso apoio quer material, quer espiritual.
Sei que o Senhor não me chama para fazer coisas grandes ou ter grandes ideias. Sei que se serve de mim para ser seu instrumento no meio dos homens. O Senhor não conta com as minhas qualidades e capacidades que são poucas. E isto porque para ser padre é não é ser eu, mas ser Cristo e tornar Cristo presente no meio de nós. Oferecer a santa missa, administrar os sacramentos, anunciar o Santo Evangelho com toda a sua pureza íntegra e radicalidade. É a missão que Deus me confia agora. Tornar Cristo presente no meio dos homens. Ser um outro Cristo em Cristo. Desejo ardentemente ser esta ponte entre Deus e os homens. Ponte pela qual os homens se reconciliam com Deus, ponte por onde as almas chegam até Deus e nele encontrem felicidade. Para cumprir tão exigente missão, sou chamado a orar sem desfalecer. Orai também por mim para que eu seja um sacerdote santo e fiel enfim um sacerdote completamente configurado com Cristo.
Assim Deus me ajude e a Sua e nossa mãe aqui invocada, a Senhora do Rosário, interceda por mim a fim de que tudo concorra para maior gloria de Deus, nosso Senhor.
Devido ao mau tempo que se fez sentir na manhã desta quarta-feira, 30 de maio, e não havendo condições para que a procissão se realizasse, a Câmara Municipal da Povoação, em conjunto com a Ouvidoria e a Comissão de Festas, anunciaram que tomaram a decisão de adiar a solene procissão.
No entanto, na Vila da Povoação já é possível observar alguns dos tapetes que estavam preparados para o feriado do Corpo de Deus, 30 de maio.
A Câmara Municipal de Ponta Delgada vai lançar um novo concurso público para as obras de reabilitação da Torre Sineira e da balaustrada da Igreja da Matriz, anunciou esta segunda-feira, 27 de maio, a autarquia do maior concelho açoriano.
De acordo com nota de imprensa enviada às redações pela autarquia de Ponta Delgada, o primeiro concurso, lançado em maio de 2023, ficou deserto, e o segundo, realizado no passado mês de abril, reuniu apenas uma proposta, com um valor acima do preço-base apresentado, o que obriga à abertura de um terceiro procedimento concursal.
A obra contempla intervenções distintas, implicando, primeiro, a concretização do projeto de reabilitação e reforço da Torre Sineira, e, depois, do projeto de reabilitação da balaustrada de pedra.
O primeiro concurso público foi lançado por um preço base de 95 mil euros e o segundo por 165.360 euros.
A Pastoral da Cultura da Igreja de São José, na ilha de São Miguel, promove esta quarta-feira, 29 de maio, pelas 18h30, a 13.ª sessão das “Conversas na Sacristia”.
A iniciativa decorre na sacristia da igreja de São José, em Ponta Delgada, e conta com a professora Pilar Damião, que vai falar sobre o “admirável mundo novo: da trivialidade às novas distopias”.
Segundo nota de imprensa enviada às redações pela Pastoral, a professora convidada vai procurar “interpretar o tempo em que vivemos, fértil em novas distopias, como o fascínio tecnológico, a banalização da imagem, a objetificação do outro ou a relativização do sagrado”.
Pilar Damião é doutorada em Sociologia da Cultura pela Albert-Ludwigs Universität Freiburg e professora associada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade dos Açores.
A igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, na Ribeira Grande, reabre ao culto a 12 de maio, após cerca de quatro anos fechada para profundas obras de recuperação, restauro e conservação. A missa de reabertura do templo está agendada para as 16h00 e será celebrada pelo bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues.
Do programa festivo consta ainda uma conferência subordinada ao tema “Como reconstruir uma igreja”, agendada para 15 de maio e, no dia 25, a Sinfonieta de Ponta Delgada dará um concerto comemorativo da reabertura no local. Também está previsto que as celebrações de Nossa Senhora de Fátima, a 13 de maio, já ocorram na igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela.
Ao longo dos últimos quatro anos – fechada ao culto desde 2020 – a igreja foi alvo de obras de recuperação, restauro e conservação, num total de investimento que ascende aos dois milhões de euros.
As intervenções efetuadas foram desde a substituição da cobertura interior à recuperação dos tetos interiores que já davam sinais de poder desabar e restauros da capela de Nossa Senhora da Estrela, dos altares de São Miguel, de Nossa Senhora da Aflição e de Nossa Senhora da Piedade.
Também foram intervencionados os altares de São João, dos Reis Magos, do Sagrado Coração de Jesus e de Santo Antão, Santo António e de Nossa Senhora da Soledade, sendo que os do Santíssimo e do batistério ficarão para mais tarde, já após a reabertura da igreja ao culto, uma vez que são altares isolados, com porta, que podem ser restaurados sem comprometer o normal funcionamento da igreja.
Os trabalhos realizados incluíram a substituição do soalho, pinturas de murais, paredes interiores e anexos e uma nova sacristia, à entrada do templo, no lado oposto ao arquivo. A sacristia primitiva dará lugar a uma sala-museu.
O órgão, que já havia sido recuperado, foi tapado para não sofrer quaisquer danos com as obras em curso, sendo que agora que estão a terminar será retocado e aspirado. Os trabalhos de retoque serão ao nível das madeiras e talha dourada, acompanhados pelo organista de modo a garantir que o órgão esteja operacional aquando da reabertura da igreja.
Esta é uma empreitada orçada em cerca de dois milhões de euros, sendo que sessenta por cento é suportado por investimento público e os restantes quarenta por cento são da responsabilidade da Igreja. Em donativos, já foram angariados quase 300 mil euros e está em curso uma campanha na plataforma GoFundMe cujo objetivo é angariar 25 mil euros.