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Clube de Astronomia da Escola Secundária da Lagoa descobre asteroides

Luís Filipe Machado, professor responsável pelo clube de astronomia da Lagoa, fala sobre a surpreendente descoberta de um asteroide feita por dois dos seus alunos. O acontecimento tornou-se no complemento perfeito para a exposição que o clube prepara

Miguel Medeiros e Joana Raposo, de 16 anos, foram autores da descoberta de um asteroide © DL

Foi a convite do “astrónomo amador”, Válter Reis, que 25 alunos e professores da Escola Secundária da Lagoa se inscreveram, através da entidade NUCLIO (Núcleo Interativo de Astronomia e Inovação em Educação), na “segunda campanha” da chamada “caça aos asteroides”, explica o professor Luís Filipe Machado. Designado por projeto IASC (International Astronomical Search Collaboration), para além de “mapear a trajetória dos asteroides já conhecidos”, o objetivo passa por descobrir os ainda não identificados, contribuindo para a diminuição do seu risco de colisão com a Terra. O responsável refere que, dos inscritos, “19 trabalharam mesmo no projeto”, após receberem uma “formação” pela Universidade de Coimbra, “via Zoom” para conseguirem trabalhar com os softwares adequados.

Com o telescópio da escola, adquirido com o apoio da Câmara Municipal de Lagoa, do grupo Bensaúde e da Anacom, os alunos e professores conseguem alcançar uma distância que os permite observar a “cintura de asteroides” que se encontram a uma distância do Sol “relativamente parecida à dos planetas do nosso Sistema Solar”. Os asteroides encontrados terão surgido nessa zona.

À escola, foram disponibilizados “dois pacotes de 50 ficheiros” pelo IASC, dos quais apenas um terá sido necessário para a grande descoberta. “O ficheiro permite-nos identificar os asteroides já nomeados e registar as posições deles em 15 minutos. Ora, quando não aparece o nome, cuidado que podemos ter tido sorte de encontrar um não referenciado e foi o que aconteceu.”, declara o professor.

Luís Machado demonstra o seu orgulho, não só pelo clube de astronomia ter feito uma descoberta de “dois asteroides não identificados”, mas pelo facto de esta ter sido feita por dois alunos “sozinhos em casa, sem o envolvimento de nenhum professor”.

Joana Raposo e Miguel Medeiros, de 16 anos, fizeram a descoberta “sem se aperceberem” do sucedido e suspeita-se que “possa haver mais do que dois asteroides”. A felicidade dos alunos é visível e o fenómeno só aumentou o entusiasmo que sentem pela atividade.

Só dentro de cerca de cinco anos é que a Escola Secundária da Lagoa (ESL) terá a oportunidade de atribuir um nome aos asteroides encontrados. O processo demorado, passa por uma série de investigações por parte de várias entidades que deverão traçar e verificar a trajetória dos asteroides. “Só quando houver dados suficientes para poder ter uma trajetória minimamente definida é que se pode batizá-lo”, explica Luís Filipe Machado.

Exposição de astrofotografias inicia nos finais de fevereiro

Será a 28 de fevereiro que o clube de astronomia vai promover um evento que contará com a exposição de “16 astrofotografias”, das quais 12 são “propriedade do OASA (Observatório Astronómico de Santana)”, e quatro terão sido “capturadas pelo telescópio” da ESL, as quais ficarão em exibição permanente no hall de entrada da escola, explica o professor. A exposição engloba, ainda, arte alusiva ao espaço criada pelos alunos de Educação Visual.

A cerimónia contará com a participação dos astrónomos amadores João Porto e Válter Reis, como forma de agradecimento, por parte do clube, à ajuda prestada e com uma palestra lecionada por Pedro Machado, cuja temática será os asteroides.

Esta conferência, que já se encontrava planeada antes da grande descoberta do clube de astronomia, tornou-se ainda mais especial e será complementada com a entrega ao clube de um “certificado da NASA”.

Os anos que se seguem prometem trazer novidades para o clube de astronomia, que tem vindo a participar em diversas atividades que ajudam os alunos a se “sentirem motivados” na sua integração.

Melhores alunos distinguidos no 23.º aniversário da Escola Secundária de Lagoa

© CM LAGOA

O 23.º aniversário da Escola Secundária de Lagoa foi assinalado, hoje, 20 de novembro, com a sessão solene de entrega de prémios de mérito académico, tendo sido entregues 89 distinções aos melhores alunos do ano letivo de 2023/2024, segundo comunicado da Câmara Municipal da Lagoa.

Na ocasião, o vice-presidente da autarquia lagoense, Frederico Sousa, enalteceu o trabalho do executivo da escola ao longo destes 23 anos, como também do pessoal docente e não docente, alunos e encarregados de educação, lê-se.

“Esta escola é um exemplo para todos e a relação de cooperação que existe entre o Conselho Executivo e a Câmara Municipal traduz-se nas excelentes iniciativas e projetos que elevam o patamar da educação e projetam os alunos para uma maior ambição”, afirmou Frederico Sousa, citado no mesmo comunicado.

O vice-presidente congratulou os alunos distinguidos e deixou a nota de que “o futuro se constrói nos bancos desta escola. Espera-vos um mundo competitivo, por isso disciplina e a resiliência devem ser a base da vossa vida”.

A abertura da sessão solene foi animada pelo Clube de Teatro “A Faísca”, que apresentou a peça “Uma Casa de Problemas”.

Escola Secundária de Lagoa divulga os seus projetos em evento internacional

© DL

Os Açores receberam pela primeira vez o Simpósio Internacional de Pesquisa de Literacia dos Media (International Media Literacy Research Symposium), que teve lugar na biblioteca de Ponta Delgada, nos dias 27 e 28 de junho. O evento juntou mais de 150 pessoas de mais de 20 países, nomeadamente investigadores, educadores, professores, jornalistas, estudantes e recém-licenciados.

A Escola Secundária da Lagoa participou no evento internacional, através da realização de um workshop. Acompanhadas pelos professores Paula Silva e Alexandre oliveira, oito alunas lagoenses mostraram os projetos que têm preparado ao longo do ano letivo, bem como o trabalho que desenvolvem no jornal escolar “Neurónio”.

Como explica o professor Alexandre Oliveira, “o nosso propósito neste evento é mostrar o trabalho da escola a vários níveis. Por um lado, o que fazemos diretamente com o `Neurónio´, mas também, por outro lado, como somos notícia e nos relacionamos com o Diário da Lagoa e o Açoriano Oriental”.

“Neste evento, vamos ter também alunos nossos a ser notícia e a produzir notícia, mostrando um pouco daquilo que são as nossas dinâmicas em termos de escola, e aquilo que pretendemos que seja uma escola de futuro, através das tecnologias STEAM, que cada vez mais deverão fazer parte do dia a dia de uma escola”, salienta ainda o professor.

O Diário da Lagoa marcou igualmente presença, para mostrar a colaboração e parceria que tem desenvolvido, desde a sua fundação, com a escola da Lagoa.

Fundado em 2014 por Belinha de Abreu, norte americana descendente de portugueses, o International Media Literacy Research Symposium é um evento bianual que tem lugar nos Estados Unidos e em Portugal, alternadamente. O seu objetivo é reunir investigadores de todas as áreas e de todo o mundo, que estudam a literacia dos média, uma área de estudo em crescimento.

Na sua quinta edição, que teve lugar nos dias 27 e 28, em Ponta Delgada, o Simpósio Internacional de Pesquisa de Literacia dos Media contou com a maior participação de sempre.

Escola Secundária de Lagoa recebe escritor João de Melo

© CM LAGOA

O auditório da Escola Secundária Lagoa recebeu ontem a visita do escritor açoriano João de Melo, que dinamizou o encontro “Confissões de um escritor de abril” com os alunos do 10.º e 11.º anos daquela escola. O evento insere-se no programa comemorativo dos 50 anos do 25 de abril, segundo nota de imprensa da Câmara municipal da Lagoa.

Na ocasião, João de Melo, nascido na Achadinha, Nordeste, falou da infância em São Miguel, e a sua experiência quando, com apenas 10 anos de idade, viajou de barco para Lisboa, para estudar no Seminário dos Dominicanos. O escritor açoriano relatou, ainda, algumas das suas experiências na Guerra Colonial em Angola e no pré e pós 25 de abril em Lisboa, onde viu alguns dos seus contos censurados.

João de Melo, que se fez acompanhar por alguns dos seus livros, teve ainda a oportunidade de ler algumas passagens da sua mais recente obra de poesia “Longos Versos Longos”, que marca o regresso do escritor ao género lírico após 44 anos.

No final da palestra, os alunos puderam colocar as suas questões, numa conversa dinâmica entre o autor e todos os presentes, lê-se ainda, na mesma nota.

O escritor açoriano João de Melo, residente em Portugal continental, publicou o primeiro conto aos 18 anos. O primeiro romance que escreveu, em 1977, teve por base a experiência na guerra colonial em Angola, tema que deixou feridas abertas na sua geração e que o escritor acaba por revisitar em outras obras.

Ao longo da sua carreira, escreveu várias obras de ficção, ensaios, antologias, poesia, livros de crónicas e de viagem. Os seus livros foram traduzidos em Espanha, Itália, França, Holanda, Roménia, Bulgária, Estados Unidos da América, Hungria, Alemanha, Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, Sérvia, México e Colômbia.

Foi distinguido com o Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores; Prémio Eça de Queiroz/Cidade de Lisboa; Prémio Cristóvão Colombo (Capitais Ibero-americanas); Prémio Fernando Namora; Prémio Antena 1; Prémio «A Balada» e Prémio Dinis da Luz. Em 2016, foi distinguido pela Universidade de Évora com o Prémio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra. Em 2021, venceu o Prémio Literário Urbano Tavares Rodrigues.

“Gente Feliz com Lágrimas”, o seu romance mais conhecido (cinco prémios literários, traduções em dez países, 27.ª edição portuguesa em fevereiro de 2017), foi adaptado ao teatro pelo grupo «O Bando», a telefilme e a série de televisão pelo realizador açoriano José Medeiros.

Foi agraciado com o grau de Cavaleiro de Ordem de Santiago da Espada (10 de junho de 1989) e com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (9 de junho de 2015), agraciado com a Medalha de Mérito Cívico pela Assembleia Regional dos Açores. Em 2019, O Ministério da Cultura atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural.