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Bolieiro destaca“sucesso e prestígio” dos Açores na comemoração dos 175 anos da açorianidade na Bermuda

© GRA/MM

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, destacou o papel central dos açorianos na diáspora, afirmando que os emigrantes açorianos estão presentes em várias partes do mundo, sempre motivados pelo desejo de proporcionar um futuro melhor às suas famílias, segundo comunicado do Governo regional.

O governante açoriano foi recebido este sábado pela Governadora da Bermuda, Rena Lalgie, em Hamilton, onde participou como convidado de honra na gala comemorativa dos 175 anos da contribuição portuguesa para a história da Bermuda.

O evento reuniu diversas personalidades e membros da comunidade açoriana e portuguesa na Bermuda, numa celebração que destacou a influência açoriana e a sua ligação duradoura com o arquipélago britânico, lê-se.

“A nossa diáspora é prestigiada e ajuda a prestigiar os Açores. A imigração não é um abandono da nossa origem, porque temos sempre o coração ligado aos Açores e a Portugal”, sublinhou José Manuel Bolieiro, citado na mesma nota.

Para o presidente do Governo dos Açores, a açorianidade é um valor intrínseco que representa uma ligação profunda à cultura e identidade açoriana, mesmo quando se vive longe da terra natal, pode ler-se, no mesmo comunicado.

José Manuel Bolieiro considerou a diáspora um reflexo da resiliência e do humanismo açoriano, “que enriquece tanto os Açores como as comunidades que acolhem estes emigrantes”.

“Este valor açoriano enche-me de orgulho. Queremos amar a nossa terra, e, ao mesmo tempo, por amor às nossas famílias, somos capazes de partir para alcançar o sucesso e contribuir para o prestígio dos Açores,” afirmou.

José Manuel Bolieiro apontou a importância de reforçar os laços entre os Açores e a Bermuda em torno de objetivos partilhados, nomeadamente a preservação do oceano e a promoção de práticas sustentáveis, diz ainda a nota.

“Partilhamos a vontade de defender os nossos ecossistemas e de valorizar o oceano, tornando-nos um exemplo para o mundo de como cuidar da natureza”, frisou o líder açoriano.

O governante sublinhou que, ao longo da sua história, os Açores têm sido uma referência de respeito e proteção ambiental.

José Manuel Bolieiro destacou que o Governo dos Açores já está a trabalhar para fortalecer a liderança da região na proteção dos oceanos, reconhecendo o papel central que o Atlântico desempenha para o arquipélago.

“A grandeza do oceano acrescenta muito valor à exiguidade territorial das nossas ilhas. Precisamos de valorizar geoestrategicamente o nosso mar”, referiu, reforçando o reconhecimento internacional que os Açores têm vindo a conquistar pela sua liderança em práticas ambientais e gestão sustentável dos recursos marinhos.

José Manuel Bolieiro aproveitou a oportunidade para mencionar a importância do projeto de ligação digital transatlântica através do novo cabo submarino de fibra ótica da Google, denominado “Nuvem”, que vai conectar a Europa aos Estados Unidos, passando pela Bermuda e pelos Açores.

Com uma extensão aproximada de 6.900 quilómetros, o cabo vai ligar a cidade de Myrtle Beach, nos Estados Unidos, à ilha de São Miguel e à cidade portuguesa de Sines, “colocando os Açores no centro de um importante eixo de comunicações globais”, explica o comunicado.

Para José Manuel Bolieiro, este projeto representa “um momento histórico da vida transatlântica” e reforça a centralidade geoestratégica dos Açores no Atlântico.

O governante expressou a sua confiança no futuro das relações entre os Açores e a Bermuda, destacando que ambos podem inspirar o mundo com os seus exemplos de respeito pelo ambiente e de identidade cultural, sublinhando ainda a relevância da colaboração entre os dois arquipélagos em áreas que vão da preservação ambiental às novas tecnologias e às comunicações digitais.

“Orgulho-me da nossa história e sinto-me ambicioso quanto ao nosso futuro comum. Açores e Bermuda darão bons exemplos ao mundo sobre como olhar a nossa natureza, preservar o nosso mar e assegurar uma identidade de um povo que tem uma cultura comum,” concluiu.

Encontro “Dos Açores para o mundo”

Diáspora açoriana “ajuda a prestigiar” região afirma José Manuel Bolieiro

© GRA/MM

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, presidiu, ontem, 13 de outubro, à cerimónia de encerramento da XXVI Assembleia Geral do Conselho Mundial das Casas dos Açores (CMCA), realizada na ilha de São Jorge, onde destacou a importância da diáspora açoriana na valorização da identidade cultural dos Açores, segundo nota do governo regional.

O encontro, que decorreu ao longo desta semana, sublinhou o papel vital das Casas dos Açores na manutenção de laços culturais e sociais entre o arquipélago e as comunidades açorianas espalhadas pelo mundo.

Com representantes de várias regiões, incluindo Canadá, Estados Unidos, Brasil e Portugal continental, o encontro celebrou a força da diáspora açoriana e a sua contribuição contínua para o prestígio dos Açores a nível internacional.

José Manuel Bolieiro salientou a importância do trabalho conjunto entre o Governo dos Açores e as Casas dos Açores, destacando o impacto positivo da diáspora na “afirmação” da cultura açoriana além-fronteiras.

“A nossa diáspora, por ser prestigiada, ajuda a prestigiar os Açores, ajuda a prestigiar a nossa autonomia política e a existência dos nossos órgãos de governo próprio”, afirmou José Manuel Bolieiro.

O governante expressou ainda o seu “orgulho” pelo papel da diáspora ao longo dos séculos, nas terras onde foram acolhidos, realçando o respeito conquistado pelos Açores no panorama internacional, lê-se ainda, no mesmo comunicado.

Durante o evento, foram atribuídas medalhas de mérito a três figuras açorianas que se destacam pela sua contribuição para a comunidade em Toronto: António “Tabico” Câmara (a título póstumo), Cidália de Sousa e Grinoalda Pavão. Além disso, o Queijo de São Jorge foi eleito produto açoriano de qualidade deste ano, reforçando o reconhecimento internacional dos produtos típicos do arquipélago.

A presidência anual do CMCA passou oficialmente da Casa dos Açores do Ontário, no Canadá, para a sua congénere da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, marcando uma nova fase de cooperação entre as Casas dos Açores e as suas respetivas regiões.

O CMCA, fundado em 1997, tem como missão promover iniciativas que fortaleçam as relações culturais, sociais e económicas entre os Açores e a sua diáspora.

José Manuel Bolieiro aproveitou a ocasião para expressar um agradecimento especial a Suzanne Cunha, presidente cessante do CMCA, pelo trabalho e dedicação demonstrados ao longo do seu mandato.

O governante felicitou ainda Francisco Viveiros, o novo presidente do CMCA, desejando-lhe sucesso na continuação desta missão, na consolidação de iniciativas que promovem a açorianidade e fortaleçam os laços das comunidades açorianas espalhadas pelo mundo.

A cerimónia contou ainda com a presença do secretário regional dos Assuntos Parlamentares e das Comunidades, Paulo Estêvão, e do presidente da Câmara Municipal das Velas, Luís Silveira, reforçando o apoio institucional e a relevância deste importante encontro.

O governante aproveitou o momento para destacar também o papel crucial da comunicação social açoriana, que tem ajudado a aproximar a diáspora dos Açores.

“A comunicação social tem sido fundamental não só na cobertura noticiosa, mas também através de programas criativos que promovem a literacia e o reconhecimento da nossa diáspora, espalhada pelo mundo”, afirmou.

“O evento, decorrido na ilha de São Jorge, simboliza a união e o orgulho açoriano, reforçando assim a importância de o Governo dos Açores, junto das Casas açorianas espalhadas pelo mundo, continuar a construir um futuro em que as raízes e a identidade açoriana se mantenham vivas e se projetem globalmente, através das novas gerações de açorianos pelo mundo”, conclui o comunicado do Governo regional.

Governo açoriano quer organizar primeiro Fórum Global do Espírito Santo em 2025

© GRA

O secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão, anunciou esta semana, nos Estados Unidos da América, que o Governo dos Açores pretende organizar, em 2025, um primeiro Fórum Global do Espírito Santo.

Segundo comunicado do governo açoriano, Paulo Estêvão, que participava nas Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra, explicou que a iniciativa deverá promover o debate entre diferentes especialistas dos Açores e da diáspora açoriana sobre o culto popular em louvor da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

Este Fórum Global poderá decorrer de forma tripartida por ocasião das Grandes Festas do Espírito Santo que se realizam em Ponta Delgada, nos Açores, em Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, e em Santa Catarina, no Brasil, incluindo ainda uma possível extensão à vila de Alenquer, no continente português, que é considerada o berço do culto.

Para Paulo Estêvão, as festas em louvor do Divino Espírito Santo constituem “a manifestação cultural mais representativa da identidade açoriana no mundo” e, por isso, “merecem uma abordagem interdisciplinar e internacional que seja capaz de abordar o seu passado, presente e futuro”, lê-se ainda.

Esta mesma abordagem, segundo acrescentou, poderá alargar-se futuramente a um segundo Fórum Global, dessa vez dedicado ao culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a decorrer por ocasião das suas festas mais representativas nos Açores, no Canadá e na Bermuda.

O secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades representou o Governo dos Açores na 38.ª edição anual das Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra, que decorreram na cidade de Fall River, de 23 a 26 de agosto, acompanhado pelo Diretor Regional das Comunidades, José Andrade.

Intervindo segunda-feira no banquete de encerramento das Grandes Festas, que reuniu cerca de 500 pessoas representativas dos Estados de Massachussets e Rhode Island, Paulo Estêvão, citado no comunicado, anunciou que o novo Governo dos Açores “pretende continuar o essencial da política de relacionamento com as comunidades açorianas desenvolvida pelos sucessivos governos anteriores, independentemente das legítimas diferenças ideológicas de cada um, mas vai inovar e aprofundar a sua atuação com iniciativas próprias”.

“A maior parte do povo dos Açores reside na América”, pelo que “devemos intensificar a nossa presença junto da diáspora açoriana”, afirmou, exemplificando com “a necessidade de reforço do apoio institucional ao movimento associativo e à comunicação social das nossas comunidades”.

Paulo Estêvão lembrou uma frase histórica do presidente norte-americano John Kennedy: “Não perguntes ao teu país o que é que ele pode fazer por ti; pergunta a ti próprio o que é que podes fazer pelo teu país”. E acrescentou: “os nossos emigrantes já fizeram muito pelos Açores, mas agora é hora de perguntarmos o que é que nós podemos fazer pelos nossos emigrantes”.

“Se há coisa que nos une nos Açores, é a defesa e a valorização da diáspora açoriana”, concluiu.

Na sua primeira visita oficial aos Estados Unidos, enquanto secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão reuniu-se com entidades representativas das comunidades açorianas de Massachussets e Rhode Island, participou nas Grandes Festas do Espírito Santo da Nova Inglaterra e visitou os órgãos de comunicação social de língua portuguesa em Fall River e New Bedford.

Terça-feira, no quinto e último dia do seu programa oficial, o governante deslocou-se à cidade de New Bedford para visitar o Museu da Baleação, que inclui uma importante galeria açoriana, e a Casa da Saudade, considerada a única biblioteca exclusivamente açoriana dos Estados Unidos da América.

Comunidade açoriana cria “Drive Thru” para recolha de brinquedos no Rio Grande do Sul

“Drive Thru do Brinquedo Solidário” é liderado pela Casa dos Açores do Rio Grande do Sul e possibilita aos jovens envolverem-se em atividades lúdicas no período de caos após as enchentes

“Drive Thru do Brinquedo Solidário” é liderado pela Casa dos Açores do Rio Grande do Sul e possibilita aos jovens envolverem-se em atividades lúdicas no período de caos após as enchentes.
Casa dos Açores do Rio Grande do Sul conta com aproximadamente 150 associados © D.R.

A Casa dos Açores do Rio Grande do Sul, no Brasil, está a liderar um projeto humanitário que visa arrecadar brinquedos e livros infantis que estão a ser doados às crianças distribuídas por vários abrigos da região. Chama-se “Drive Thru do Brinquedo Solidário” e tem como objetivo possibilitar que os “mais jovens” envolvam-se com atividades lúdicas num período de caos após as fortes chuvas que atingiram o estado gaúcho nas últimas semanas. Uma iniciativa que segue os passos solidários de outro projeto da entidade, que foi a entrega de pequenos-almoços, promovido pelo Rancho Folclórico da Casa, que está localizada no município de Gravataí, a cerca de 20km da capital Porto Alegre.

“Gravataí foi atingida, tem população desabrigada, mas com uma menor proporção comparado a outros municípios. Diante de toda essa catástrofe, a Casa dos Açores, através da sua diretoria e do seu Rancho Folclórico, não poderia deixar passar tudo isso sem se solidarizar, tendo em vista que, como nós não fomos diretamente atingidos, temos de criar iniciativas para amparar essas pessoas que estão aqui, obrigadas, especialmente na nossa cidade. Então, por aproximadamente 20 dias, fizemos pequenos-almoços para alguns abrigos da nossa cidade. Desde as 5h30 da manhã, já começava a movimentação de preparo desses alimentos, levávamos sandes, pão com queijo e fiambre, manteiga, fruta, café com leite, e, em algumas ocasiões, sumos e bolos. Todos os dias, pela manhã, encontrávamo-nos, preparávamos o café e saíamos para a distribuição em abrigos fixos. As pessoas já nos esperavam para a entrega dos alimentos, para então distribuir aos abrigados dessa localidade”, explicou Viviane Peixoto Hunter, presidente da Casa dos Açores do Rio Grande do Sul, que conta com aproximadamente 150 associados e 21 anos de existência.

Viviane, que é natural de Cachoeira do Sul, no estado gaúcho, e descendente de açorianos da sexta geração, vindos da Ilha do Faial, conta que o município de Gravataí está situado numa região “privilegiada no que toca à logística, tendo se tornado numa espécie de “Gravataí Solidária”, pois muitas das doações que chegam de outros estados do Brasil e de fora do país estão a chegar através de Gravataí, que tem acolhido as doações e redistribuído aos municípios mais gravemente atingidos”.

O facto de a própria Casa dos Açores ter sofrido alguns prejuízos, como infiltrações, deslocamento de telhas e muitas goteiras no prédio, não desmotivou a equipa.

“Em meio a todo esse processo, criamos uma campanha nova, uma espécie de “Drive Thru do Brinquedo Solidário”. Ficamos no final de semana na Casa dos Açores, com a casa aberta e de plantão, a recolher as doações de brinquedos, porque muitas dessas famílias são compostas por muitos filhos, há muitas crianças, então a gente pensou em levar minimamente alguma atividade lúdica para essas crianças, para se envolverem nesses abrigos, para tornar um pouco mais leve toda essa situação, se é que é possível. (…) As doações podem ser entregues sem sair do carro”, disse esta responsável.

Nos últimos dias foram entregues, aproximadamente, 300 brinquedos em abrigos espalhados por Gravataí e também na cidade de Canoas. No campo da alimentação, foram distribuídos cerca de mil pequenos-almoços para entrega durante todos esses dias nos abrigos.

“Então, a Casa dos Açores tem sim se movimentado”, destacou Viviane, que contou que “algumas das pessoas que estavam envolvidas nessa frente de preparo dos alimentos precisaram retornar aos seus trabalhos”.

“Nós ficamos praticamente 20 dias sem ninguém poder trabalhar. Tudo estava parado aqui no Rio Grande do Sul. Um estado de calamidade pública mesmo. Acreditamos que vem aí uma recessão económica muito cruel. Vai ser necessário um longo período de reconstrução, há muitas estradas bloqueadas, com queda de pontes e viadutos, barragens, enfim, uma destruição total e inimaginável”, afirmou a presidente da entidade.

“Municípios com forte presença e identidade açoriana”

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O objetivo agora passa também por comprar materiais de higiene pessoal e de limpeza, pois será necessário limpar as casas alagadas para as pessoas poderem voltar aos seus lares, isso no caso das casas que resistiram à força das águas.

“Pensamos também em fazer kits de material escolar para as crianças. Temos muitas ideias, não vamos parar por aqui. Estamos solidários com as famílias que perderam as suas casas, os seus lares, as suas histórias, as suas memórias”, reforçou Viviane, que não descarta a hipótese de ter açorianos e açordescendentes afetados pela tragédia.

“Acredita-se que muitos açorianos ou descendentes de açorianos são também vítimas de toda essa tragédia, já que o Estado do Rio Grande do Sul é formado por muitos municípios de raiz açoriana, então, muitos descendentes encontram-se nas cidades atingidas. Temos aqui açorianos descendentes de quinta, sexta, sétima geração, tendo em vista que os açorianos chegaram aqui há 272 anos. Ou seja, acreditamos que muitos descendentes de açorianos foram atingidos pelas inundações, pois há municípios com forte presença e identidade açoriana”, comentou.

“Estamos todos assustados”

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Apesar de todas as dificuldades, Viviane garante que “o nosso voluntariado continuará através de ações pontuais, com o intuito de contribuir, seja na aquisição de bens, seja no trabalho voluntário nas limpezas dos prédios, casas e afins”. Em virtude desse cenário, muitas das atividades culturais foram canceladas, com previsão de retorno no mês de junho.

“Estamos todos assustados aqui no Rio Grande do Sul, apreensivos com toda essa tragédia climática. É uma situação jamais vivenciada no nosso estado”, narrou Viviane, que disse ainda haver muitos municípios submersos e que as águas não baixam, é um processo muito lento, o que faz com que as pessoas não consigam voltar para as suas casas, resultando em “muita gente desabrigada”, finalizou Viviane Peixoto Hunter.