A Associação de Patinagem de São Miguel (APSM) organizou o 23.° Campeonato de Patinagem Artística de São Miguel, época 2024. O evento decorreu no passado domingo, 30 de junho, no Pavilhão Sidónio Serpa e contou com 65 atletas, de todos os clubes da ilha.
O Clube de Patinagem de Santa Cruz ficou em primeiro lugar em equipas, arrecadou 13 medalhas individuais e duas em pares.
Nas classificação individuais, no escalão benjamim feminino, a atleta lagoense Matilde Arraial alcançou o 1° lugar, Inês Pacheco o 5.° e Clara Subica ficou em 8°.
No escalão Benjamim Masculino, Pedro Almeida arrecadou o 1° lugar e Santiago Figueiredo o 2°.
No Escalão Benjamim – Pares Artísticos, o par Inês Pacheco e Pedro Almeida ficou em 1° lugar e
Clara Subica e Santiago Figueiredo em 2°.
No Escalão Infantil, Júlia Machado e Yara Costa ficaram em 1° lugar e 7.º, respetivamente.
Nos iniciados, Nair Sousa alcançou o 2° lugar e Beatriz Melo o 3°. Ana Júlia Santos e Carolina Teixeira ficaram em 6° e 9°, respetivamente.
No escalão cadete, o Clube de Patinagem de Santa Cruz conquistou 1 medalha, com Rita Rodrigues em 1°.
No Escalão Sénior, Vitória Chivaran assegurou mais uma medalha para o clube lagonse, ficando em 1° lugar.
O Campeonato de Patinagem Artística de São Miguel é organizado pela Associação de Patinagem de São Miguel em parceria com a Escola de Patinagem de Ponta Delgada.
Participaram todos os sete clubes da ilha, divididos por todos os escalões etários, com um total 65 atletas dos clubes Academia de Patinagem Artística dos Açores, Clube Patinagem Ribeiragrandense, Clube Patinagem Vila Capelas, Clube Patinagem Santa Cruz, Clube de Patinagem de São Vicente Ferreira, Clube de Patinagem de São Pedro e Escola Patinagem Ponta Delgada.
Vários clubes locais de patinagem de São Miguel vão marcar presença na 12.ª edição do Açores Challenge Patinagem Artística. O evento, promovido pelo Clube de Patinagem de Santa Cruz, decorrerá no Complexo Desportivo de Ponta Garça, nos dias 9 e 10 de março, segundo nota remetida pelo clube lagoense à redação.
Vão participar o Clube Patinagem de São Vicente Ferreira, o Clube Patinagem Ribeiragrandense, a Escola Patinagem de Ponta Delgada, a Academia de Patinagem Artística dos Açores, o Clube Patinagem Vila das Capelas, e o anfitrião Clube Patinagem de Santa Cruz.
Em competição estarão os atletas com mínimos de participação, nomeadamente: Sistema White (sábado, 9 de março) – Teste de Iniciação III e o Sistema Rollart (domingo) – Teste PL III para os atletas dos escalões de benjamins e infantis e o PL IV para os restantes escalões. O evento vai contar com um painel técnico de dois juízes de Portugal continental e da Associação de Patinagem de São Miguel, refere a nota. A ocasião contará ainda com um bar (o Roller Cruz Bar) com o objetivo de angariar fundos.
No mesmo comunicado, o clube lamentou estar constantemente sem treinos, desde janeiro de 2021, “ficando dependente do estado do tempo e de utilizar outras instalações desportivas disponíveis com segurança, das quais têm sido muito difícil de conseguir ou cedidas por parte do Serviço Desporto de São Miguel em horário adequado para crianças e jovens.”
Ainda segundo o Clube de Patinagem de Santa Cruz, “foram muitos os emails enviados às entidades responsáveis, reuniões presenciais, e emails enviados por alguns pais apresentando o problema e questionando soluções aos nossos governantes.”
Com 30 anos de carreira, primeiro enquanto patinador e depois como treinador, o técnico do Clube de Patinagem Artística de Santa Cruz (CPSC), Geraldo Andrade é também selecionador nacional da Federação Portuguesa de Patinagem, na equipa de cadetes e juvenis.
O técnico lagoense não esconde que os últimos três anos foram difíceis. “Primeiro com a pandemia, foi mau para todos. Perdemos a iniciação toda, as crianças ficaram paradas, mas, em 2021 ficamos sem pavilhão o ano todo. Não tínhamos treinos, eu ficava a aguardar que clubes cancelassem treinos ou que fossem viajar e deixassem a sexta-feira vaga para nós podermos treinar”, relembra.
A situação para o clube lagoense só melhora ligeiramente em 2022. “No ano passado já começámos a fazer treinos regulares só que a pista estava quase sempre muito escorregadia devido ao piso ser novo. Este ano de 2023 é aquele que estou a dizer que vou dar tudo”, garante.
Apesar de todas as dificuldades, o clube, através de atletas como, por exemplo, Rafael Costa, conseguiu importantes conquistas. Geraldo Andrade reconhece mérito a todos os atletas que “continuaram a trabalhar em 2021 em outros pavilhões, em horas tardias” e que apesar de tudo “estão no clube até hoje”. Geraldo salienta que “são atletas com muito valor, porque sempre acreditaram”.
Quanto a Rafael, o treinador diz que se destacou porque “é um miúdo que trabalha e trabalhou muito”. Tal deve-se ao facto de ter acreditado, sem hesitar, no seu trabalho e que tem o suporte dos “pais, treinador, clube, câmara municipal e os próprios colegas”, assegurando que “isso tudo ajuda”.
Rafael Costa vive no Rosário, na Lagoa, e tem 11 anos. Desde os dois anos e meio de idade que está ligado ao CPSC. Durante os oito anos que tem de prática conquistou por duas vezes consecutivas o título nacional de campeão de patinagem artística. Foi ainda pré-convocado para integrar a Seleção Nacional e representar Portugal na Taça da Europa de Patinagem Artística. Só não treina ao domingo. E diz com orgulho: “nunca desisti do meu clube”.
Ao Diário da Lagoa (DL) conta que a sua evolução se tornou evidente quando apareceu “com mais garra e com mais vontade”, ao ganhar o primeiro título, sendo que no segundo ano repetiu o feito sem grande dificuldade.
Rafael conta que se sentiu feliz e confessa que “um bocadinho nervoso porque da primeira vez não foi muito o que eu esperava. Esperava muito mais ainda porque treinei como um leão e como se não houvesse começo nem fim”, diz convictamente.
“No segundo ano consegui concentrar-me mais para fazer o melhor possível. E, olhei para mim próprio e interiorizei que as medalhas não são o mais importante, por isso fui para me divertir”, conta ao DL.
Quanto ao Clube de Patinagem de Santa Cruz diz que é “uma espécie de casa onde as portas estão abertas à vinda de novas crianças dando todo o amor, carinho e felicidade, tal como nós, que aqui estamos, damos a este clube”.
Em relação ao treinador Geraldo, atira que “é o melhor treinador que já tive na vida, foi o único que me ajudou nos momentos difíceis”. O atleta lagoense destaca também, sem hesitar, a força que os pais lhe dão, salientando que “ficam orgulhosos” e que tem “todo o apoio deles”.
O mais difícil diz Rafael “é sentir que estamos na derrota”. Mas realça que supera esses momentos através do treino e que prefere antes focar-se “em pensamentos positivos”.
Quanto à participação na Taça da Europa diz que “correu mais ou menos”, uma vez que consegue identificar “algumas falhas”. Mas garante: “não podia sentir-me derrotado, penso todos os dias em voltar a tentar”.
Questionado como consegue conciliar o estudo com o treino e competição, explica que procura “fazer as duas coisas de forma equilibrada”.
Há dias que se sente mais cansado mas a alegria em patinar dá-lhe sempre alento e motivação para “treinar os meus saltos e piões para tentar evoluir e procurar um salto diferente daqueles que já faço”. Ao DL, Rafael confessa que este ano, o seu objetivo é tentar ganhar o campeonato nacional, ir à Taça da Europa e defender o CPSC na Taça de Portugal.
É a patinar que se sente feliz revelando que sobre os patins sente a “profundidade da arte e da imaginação” e como se fosse “um guerreiro”.
O CPSC é já uma referência com muitos atletas que por aqui passaram e se destacaram a nivel regional, nacional e europeu. Geraldo Andrade diz que “só é possível porque o clube nasceu com muito carinho, com muitos apoios, com atletas que gostam de patinar e aprender”.
E recorda que treinou atletas que “tinham fome de patinar, porque queriam patinar, patinar e participar em festivais e espetáculos”. A tal fome de patinar levou-os, a meados dos anos 90, a participar em festivais por toda a ilha, “sem quaisquer condições, sem balneários, queríamos mostrar às pessoas o que era a patinagem artística. E, depois, criou-se a competição e fomos treinando. O segredo é o querer e, também, o gosto que as crianças têm de querer patinar e representar o clube, a própria cidade”.
Quanto aos atletas atuais diz que teve“urgentemente de fazer a iniciação e fazer atletas” e que se trata de um trabalho “mais aprofundado e diferente”. Agora, eles estão muito sensíveis devido a tudo o que se passou. Tenho que agarrar nestes miúdos, criar algum rigor, brincar também, sempre com algum cuidado para não desistirem da patinagem, não terem medo”.
Geraldo conta que as crianças “estão com muito medo, deixaram de saber correr, deixaram de saber brincar”. Recorda uma das suas últimas formações com o professor Carlos Neto onde disse: “as crianças têm que brincar. Se houver uma árvore que eles querem trepar, deixem trepar, se quiserem cair, que caiam porque as crianças hoje em dia nem sabem cair, têm medo de tudo”. E o treinador confirma que atualmente, as crianças “não sabem andar com as costas direitas. Tudo isto me preocupa porque vejo isso nos meus atletas, só que alguém experiente alertou-me para isso. E, realmente, ele tem toda a razão porque é aquilo que eu vejo”, assegura.
Geraldo Andrade é selecionador nacional da Federação Portuguesa de Patinagem há cerca de um ano. “Foi uma surpresa para mim e compreendi porque é que o diretor me convidou. Não aceitei de imediato porque ia criar muitos contratempos à minha vida pessoal e como treinador. Mas ele voltou a pedir e disse que já tinha respondido “sim”, por mim, porque precisava de uma pessoa com o meu perfil. Tentei fazer o meu melhor, fui ao campeonato da Europa, fui ao campeonato do mundo e deram-me os parabéns. Disseram que estive à altura e que é para continuar, senti-me orgulho”, conta ao DL.
Quanto aos futuros atletas do clube diz que “cada criança deve experimentar várias modalidades, vários desportos e os pais devem deixar que experimentem, mas a partir do cinco a seis anos devem incentivar sempre para o mesmo. E acreditar”.
Por último diz que o facto de acompanhar os atletas dos cinco até aos 18 anos “é muito gratificante” e que se considera “um sortudo” e que todas as vitórias resultam “de muito empenho”.