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Combatentes açorianos falecidos no Ultramar homenageados no Canadá

©GRA/SRAPC

Os combatentes açorianos e portugueses falecidos no Ultramar foram homenageados no Canadá. Na sessão, organizada pelo Núcleo de Winnipeg da Liga dos Combatentes por Portugal, marcou presença o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão, segundo comunicado do Governo Regional.

O governante lembrou Portugal como “uma das nações mais antigas do mundo”, reforçando ainda o papel da emigração na presença do país “em todo o mundo”. No que refere à guerra, e em concreto sobre oficiais açorianos, Paulo Estêvão lembrou testemunhos que recebeu de oficiais de “soldados disciplinados e temidos na frente de batalha”, pode ler-se.

“Não interessa as circunstâncias da guerra, que são sempre terríveis. Mas ouvi com orgulho o testemunho da bravura e coragem dos açorianos”, sustentou. “Aqui no Canadá, por exemplo, a sua presença é reconhecida. São parte desta nação, de um país com quem estivemos ao lado na Primeira Guerra Mundial”, prosseguiu, falando nas vésperas do Dia do Armistício, comemoração do fim simbólico da Primeira Guerra Mundial em 11 de novembro de 1918.

O governante está de visita ao Winnipeg a propósito da “Semana Cultural dos Açores”, promovida pela Casa dos Açores da cidade. Folclore, culinária, teatro, música, palestras, lançamentos de livros e outras atividades culturais chamam a atenção e apelam à imaginação não só da comunidade açoriana e açordescendente de Winnipeg, mas também de participantes de diversas origens., explica o mesmo comunicado.

A Casa dos Açores do Winnipeg, inicialmente denominada Centro Cultural Açoriano de Manitoba, foi fundada a 13 de setembro de 1992. A entidade tem como objetivos promover, preservar e divulgar localmente a cultura açoriana e criar pontes que aproximem cada vez mais os açorianos residentes, naquela zona do Canadá, aos Açores.

“As pessoas são curiosas por conhecimento”

© D.R.

Rui Amaral é natural da freguesia de São Pedro Nordestinho, concelho do Nordeste, mas foi na cidade de Toronto, Canadá, que cresceu e estudou, acompanhando os pais na onda da emigração logo após a conclusão das obras de construção do centro de saúde do Nordeste, no final da década de 80 do século passado.

Desde cedo revelou interesse pelas artes e depois de experimentar o teatro e a dança, acabou por tirar mestrado em Curatorial Studies and Criticism na Ontario College of Art and Design. Atualmente, é curador-adjunto no Museu de Arte Contemporânea de Toronto e diretor/curador de um espaço artístico privado que disponibiliza exibições gratuitas.

“Desde pequeno que sentia que a minha vida ia ser dedicada às artes”, disse, recordando que “antes de ser curador no museu, fui ator, dançarino e trabalhei em lojas na decoração das montras. Foi aí que comecei a utilizar os objetos para criar histórias”, acrescentou.

Quando começou a frequentar os museus percebeu que “os curadores também faziam isso, mas a um nível diferente. Então comecei a colaborar com artistas e fui-me interessando cada vez mais, ao ponto de decidir ir para a Ontario College of Art and Design”.

A partir daí, nunca mais parou. Apesar de jovem, Rui Amaral coleciona uma impressionante lista de sucessos e tem trabalhado com vários artistas internacionais como Eduardo Basualdo, Carlos Bunga ou Eric N. Mack. Mas foi com Ydessa Hendeles que descobriu a sua verdadeira inspiração. “Foi como uma força… ela é uma artista, uma curadora que nunca sentiu necessidade de ser algo em particular”, explicou.

Contudo, lá como cá, o apoio às artes é fundamental. “No Canadá, como nos Açores, os artistas e as galerias lutam pela continuidade do apoio na representação da cultura e do talento local”, disse.

Rui Amaral vê nas artes e nos artistas um trabalho de salvaguarda do presente. “Os artistas desempenham um trabalho muito importante porque, como digo sempre, como saberíamos que viveram pessoas antes de nós? Por algo que nos deixaram, nomeadamente fotografias, obras de arte, etc. Quando vamos a um museu vemos a nossa história. Isso é que é cultura e precisamos disso porque as pessoas são curiosas por conhecimento”.

Responsável pela montagem, conceção e supervisão das exposições no Museu de Arte Contemporânea de Toronto, Rui Amaral entende que só o trabalho conjunto pode resultar numa boa exposição. “Os artistas têm que ter muita confiança no curador, mas o curador também tem que ter confiança nos artistas para montar uma obra que os orgulhe”.

*Com apoio de Nós Portugueses