A Auto Central, que começou como uma pequena oficina familiar na Lagoa, é hoje uma referência no setor automóvel, graças ao espírito de equipa, dedicação à comunidade e constante inovação

Quem são os irmãos Pereira?
Ricardo Pereira (RP): Sou o mais novo de três irmãos. A nossa irmã seguiu para outra área, eu e o meu irmão Paulo sempre tivemos grande interesse por automóveis. Começámos com reparações e, posteriormente, no desporto, como pilotos de rali. Isso ajudou-nos a aprender muito sobre mecânica, além de desenvolver as nossas capacidades. Foram anos muito intensos, mas gratificantes.

Como surge a Auto Central?
RP: A Auto Central começou como uma pequena oficina familiar, inicialmente gerida pelo Paulo. Mais tarde, com uma diferença de idade de sete anos, junto-me a ele. Há quatro anos, decidimos mudar de instalações, com o único compromisso de permanecer na Lagoa, onde nascemos, crescemos e vivemos. As novas instalações representaram uma grande mudança para nós.
Durante muitos anos, estando numa zona habitacional, a nossa atividade nem sempre foi bem compreendida, mas a comunidade sempre nos acolheu bem. Continuar na Lagoa fazia sentido, dado que muitos dos nossos funcionários e clientes são daqui.

São reconhecidos pelo vosso espírito de equipa. O que torna a Auto Central uma família?
RP: Estamos a chegar aos 50 colaboradores e, ao longo dos anos, sempre tivemos um cuidado especial com o nosso capital humano, que é, sem dúvida, o ativo mais importante de uma empresa. Os recursos humanos são, de facto, os mais difíceis de conseguir, fidelizar, manter e motivar. Cultivamos um espírito de equipa e de família, mantendo sempre o núcleo principal do grupo. Trabalhamos todos com o mesmo objetivo, cada um desempenhando as suas funções. Já temos, inclusive, filhos a trabalhar ao lado dos pais, com dois casos desse tipo na empresa. Esse espírito de união é, a meu ver, fundamental.

Qual é o vosso segredo para serem uma referência no mercado? 
RP: Há algo que aprendemos ao longo da vida: tudo o que seja uma boa prestação de serviço fideliza o cliente. Tentamos sempre fazer o nosso melhor, valorizando a confiança e a transparência nas relações comerciais. Convidamos os clientes a acompanhar os serviços na oficina, orçamentamos antecipadamente com a devida autorização e procuramos a melhor solução para o cliente. Não vendemos o que o cliente não precisa no momento, pois sabemos que ele voltará quando precisar de algo mais.

Existem projetos ou iniciativas que gostaria de destacar?
RP: Em tempos económicos difíceis, depender de um único negócio pode ser arriscado. Diversificando, criamos sinergias que nos fortalecem. Com as novas instalações, além dos serviços existentes, passamos a alugar escritórios, estabelecendo aqui 16 empresas que ajudam a rentabilizar o espaço e a criar atividade.
Temos um novo projeto previsto para setembro que diz respeito à abertura de uma pastelaria, que está em obras numa antiga zona de refeitório. Será uma mais-valia para os trabalhadores da zona, atualmente não há oferta semelhante.

Que ensinamentos retiram dos desafios que encontraram?
RP: Ao longo do nosso percurso empresarial, enfrentamos crises que afetaram toda a economia. Nestes momentos valorizamos ainda mais os nossos clientes e colaboradores. Conseguimos superar as dificuldades. Apesar de alguns desafios, consideramos este um ótimo momento para investir com prudência e consolidar os nossos negócios. Com o apoio dos nossos parceiros, temos alcançado bons resultados.

O que aguarda o futuro? 
RP: Ainda temos muito a consolidar, acreditamos que há muito a fazer. A melhoria é contínua, procuramos sempre inovar. Temos um projeto de serralharia que já está a dar os primeiros passos. E pretendemos manter o foco nas áreas que já dominamos, melhorando continuamente os nossos serviços.