Renato Soares de Macedo nasceu em Nossa Senhora do Rosário, concelho de Lagoa, Açores, a 28 de Janeiro de 1920, sendo filho directo de Francisco Soares de Macedo, antigo executante musical da Filarmónica Lira do Rosário, por largos anos, e de Maria Sofia de Medeiros Ramalho. Media 1 metro e 61 centímetros, mas, nem por isso, deixou de ser um mestre de grandes alturas e altos voos artísticos.
Foi e ficou assim conhecido, como funcionário-trabalhador, primeiro aprendiz e depois chefe, da antiga Fábrica do Álcool da Lagoa. Admitido a 3 de Junho de 1933, e, ali, cedo revelou a sua aptidão para o serviço oficinal onde iniciou a sua actividade na Empresa, então como simples aprendiz.
Desempenhou, ao longo da sua carreira, as funções de Serralheiro e Soldador e, mercê do seu elevado mérito, foi ascendendo até chefiar a manutenção da Fábrica do Álcool da Lagoa, isto a partir de 1 de Maio de 1967.
Como Serralheiro, distinguiu-se pela sua habilidade na execução dos trabalhos em que se envolveu e, a confirmá-lo – entre muitos outros, espalhados no Rosário (Igreja, por exemplo), Cabouco, Ribeira Chã ou Santa Cruz – está a presença da reprodução em cobre e latão do modelo reduzido da destilação da Fábrica executado para uma exposição realizada na década de 30 aquando da visita do então Presidente da República.
Aplicou-se, também através de um curso frequentado, e via conhecimentos adquiridos, numa época em que este ramo ainda era pouco desenvolvido localmente, na Soldadura e em diversos metais, sobretudo em Cobre, visto ser este o mais frequente no equipamento existente.
Esta actuação como Soldador veio a revelar-se fundamental nos trabalhos da remodelação da Fábrica em 1970 e, apesar de Chefia, não se limitou a orientar os seus subordinados, como também continuou a assumir a execução das tarefas de maior dificuldade.
Foi Fogueiro – esteve desde sempre ligado à produção de vapor – participando activamente na transformação da alimentação de uma geradora de carvão para fuel oil realizada em 1947.
O Mestre Renato Soares, como é assim lembrado, também teve uma oficina, que começou nos anos 50. Ficava por detrás da casa do Sr. Alfredo Furtado, e que se intitulava primeiramente “Reparadora Avenida”.
Colaboraram com Renato Soares o Sr. José Castelo, como ajudante, Gilberto Gouveia Branquinho, depois dos anos 60, e Norberto, que mais tarde emigrou.
José António Medeiros, casado com Cândida Mesquita, trabalhou igualmente com Renato Soares na parte da Serragem. Lembremo-nos, por isso, que Renato Soares, por igual, também fazia equipamentos agrícolas, como sachadeiras.
Os lustros da igreja do Rosário, as portadas, a pia baptismal, o ambão, isto da Igreja do Rosário, mas igualmente grelhas, varandas, etc, foram feitas por ele. O antigo jardim do Rosário, antes de ser praceta (com repuxos), a ideia dos “repuxos”, no centro do antigo jardim, foi precisamente do Mestre Renato Soares de Macedo, registe-se.
Noutras igrejas: se formos ao Cabouco, temos trabalho feito nos anos 60, entre 60 e 62. Em Santa Cruz, a porta baptismal. No Livramento fez também trabalhos, bem como na Igreja da Ribeira Chã, na Igreja nova das Furnas e em Santa Bárbara, entre outras.
Faleceu, o Mestre Renato Soares de Macedo, a 20 de Novembro de 1988.
Os leitores são a força do nosso jornal
Subscreva, apoie o Diário da Lagoa. Ao valorizar o nosso trabalho está a ajudar-nos a marcar a diferença, através do jornalismo de proximidade. Assim levamos até si as notícias que contam.
Laisser un commentaire