Rui Tavares de Faria
Professor e Investigador
Sobre o complacente, o quinto carácter acerca do qual discorre Teofrasto, há uma série de considerações que aproximam este tipo ético da figura do bajulador, situação à qual fizemos referência no texto anteriormente publicado neste jornal, no passado dia 1 de março. Procuremos, então, não cair num discurso repetitivo, porque, se o autor grego retratou dois caracteres tão semelhantes em separado, quer isto dizer-nos que nos é, também, possível distingui-los ou, pelo menos, evidenciar alguns dos traços que os afastam, no âmbito da contemporaneidade.
A relação entre o bajulador e o complacente tem sido alvo de estudo por parte de uns quantos filólogos classicistas. Maria de Fátima Silva, em nota à sua tradução portuguesa do tratado do autor helenístico, esclarece-nos: contrariamente ao bajulador, há “um objetivo egoísta que, em Teofrasto, move o complacente: o desejo de ser agradável para obter popularidade ou influência. Logo, sem propriamente desejar vantagens materiais imediatas, o complacente pretende manter um relacionamento afável, e talvez proveitoso, com um círculo o mais agradável...
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Brilhante.