A Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, está a celebrar o “Sagrado Lausperene”, uma tradição muito antiga.
Lausperene (do latim laus perene, «louvor perene») é a designação dada na Igreja Católica Romana à exposição continuada do Santíssimo Sacramento da Eucaristia (hóstia consagrada) à adoração dos fiéis.
O Lausperene tem geralmente a duração de 40 horas, em memória do período que o corpo de Jesus Cristo passou no túmulo até à ressurreição, mas pode ocorrer por períodos mais longos e data, segundo se afirma, do ano de 1556.
“Esta solenidade de culto, segundo reza a história terá sido vivida primeiro de forma monástica e introduzida em Portugal pelos religiosos do mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, cuja ordem (a de S. Bernardo) passou por diferentes vicissitudes, sendo restabelecida e regularizada, em 1672, por frei António Brandão, geral da mesma ordem e ilustrado continuador da Monarchia Lusitana”.
Coube ao Cardeal D. Luís de Sousa, arcebispo de Lisboa, a instituição desta devoção, depois de solicitar da sede apostólica, no tempo da regência do príncipe D. Pedro, o privilégio da exposição permanente do Santíssimo Sacramento nas igrejas de Lisboa, como se praticava em Roma.
No ano de 1682, o papa Inocêncio XI, concedeu a bula do jubileu do Lausperene, pela qual este pontífice permitiu que as “igrejas da mesma cidade recebessem, por todo o círculo do ano, o Sagrado Lausperene, começando a sua distribuição pela sé Patriarcal no primeiro domingo do Advento e no domingo de Pentecostes, e concedeu indulgência plenária aos fiéis que verdadeiramente contritos, arrependidos, confessados e comungados, orassem nas igrejas designadas diante do Senhor Sacramentado.
Desde essa época, sem interrupção, tem-se conservado sempre em Lisboa esta manifestação da Igreja Católica.
A maior parte das igrejas aproveita para as suas solenidades os dias em que, por escala, lhe cabe receber o Lausperene.
DL/Diocese dos Açores
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