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A politização do turismo nos Açores

Rita de Sousa Pereira

A politização da opinião sobre o turismo nos Açores condiciona o debate público sobre os projetos que têm sido desenvolvidos e medidas implementadas.  Formar opinião baseada no partido político em governo e não na adequação e conformidade com o contexto regional e estado de desenvolvimento do destino é um erro crasso.

Nas últimas legislaturas, consigo pensar em boas e más medidas dos partidos em questão sem que a ideologia me condicione o julgamento. O turismo não deve ser arma de arremesso político, muito menos lhe deve ser imputada uma ideologia que condicione a sua evolução.

A fragmentação da promoção do destino por entidades e ilhas é mais um dos casos deste erro. É uma medida errada, diria até sem fundamento, e continua errada seja esta promovida noutra ilha do arquipélago, por outra entidade ou por outro governo. Gritar bairrismos e vitimização não a tornará mais correta.

Podem ser apontados vários erros na gestão do turismo sem levantar bandeiras partidárias, porque continuam erros, olhando pela direita ou pela esquerda. A região continua sem estratégia, sem PEMTA e sem POTRAA, a massificação persiste como ameaça, resultado de políticas de preço desajustadas que são perpetuadas (sirva de exemplo recente as rent-a-cars), a sazonalidade acentuada, a integração da ATA de novo na esfera pública (de onde nunca deveria ter saído) continua em banho maria, a promoção a caminho de mais fragmentação e com esta nova ideia de comparar o destino ao Havai, condicionando a notoriedade e imagem de singularidade dos recursos no posicionamento em mercados estratégicos.

Os números só não bastam, é necessária uma estratégia fundamentada. O turismo na região não se desenvolve por tentativa e erro, por apoio de claque ou ideologia: não precisa de opinião e jogo político, precisa de ciência.

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