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Ermida de Nossa Senhora da Paz elevada a Santuário Mariano

A Ermida de Nossa Senhora da Paz, em Vila Franca do Campo, foi esta quarta-feira, 1 de janeiro, Dia Mundial da Paz, elevada a Santuário Mariano. O Bispo da Diocese de Angra, D. Armando Esteves Domingues, presidiu à cerimónia na presença de centenas de fiéis

Vila Franca atribui 47 bolsas de estudo por mérito escolar e carência económica familiar

© CM VILA FRANCA DO CAMPO
A autarquia de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, atribuiu 47 bolsas de estudo por mérito escolar e por carência económica familiar, das quais 24 são novas bolsas de estudo e 23 dizem respeito a renovações, num investimento total superior a 22 mil euros.
 
A sessão de entrega das bolsas para o ano letivo 2024/2025, decorreu esta sexta-feira, 20 de dezembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
 
De acordo com nota de imprensa enviada às redações pela autarquia vilafranquense, às 24 novas bolsas de estudo, cinco são por mérito escolar e 19 são por carência económica. Já no que diz respeito a renovações, das 23 atribuídas, quatro são por mérito escolar e 19 por carência económica.
 
As Bolsas de Estudo de Apoio ao Ensino Superior destinam-se aos estudantes economicamente carenciados que ingressem ou frequentem o ensino superior, cujo agregado familiar tenha residência no concelho, como previsto no Programa Municipal de Atribuição de Bolsas de Estudo.
 
O documento considera também a atribuição de bolsas de estudo por mérito escolar, independentemente das condições económicas e financeiras do agregado familiar do aluno.
 
Com a atribuição de bolsas de estudo, a Câmara Municipal de Vila Franca do Campo salienta que “está a contribuir para proporcionar a todos os jovens alunos do concelho igualdade de oportunidades na prossecução de estudos, premiando também o esforço e a dedicação dos estudantes na obtenção de boas notas”.

Presépio Museu de Ponta Garça vai ser inaugurado na próxima segunda-feira

© CORTESIA JF PONTA GARÇA

A inauguração do presépio de Ponta Garça, em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, acontece no próximo dia 23 de dezembro, pelas 19 horas, no Edifício Polivalente dos Frades.

Segundo nota de imprensa enviada ao nosso jornal pela Junta de Freguesia da Ponta Garça, “este presépio trata-se de uma exclusividade única na região, dado ser constituído por bonecos de pano”.

A entidade local salienta, ainda, que o presépio “já foi referenciado várias vezes nos Estados Unidos da América, em exposições de cariz público, sendo enaltecido pela sua exclusividade e autenticidade”.

A autoria do presépio pertence a Suzette Guerreiro, que quis oferecê-lo à sua terra natal, de forma a que os seus conterrâneos e açorianos em geral, poderem ver e conhecer o espólio museológico Presépio em Bonecos de Pano.

Vila Franca do Campo analisa participações da discussão pública da revisão do Plano Diretor Municipal

Entre as 17 participações analisadas, 10 não foram aceites. Câmara Municipal prevê a publicação do PDM até ao final do ano

© DL

A Câmara Municipal de Vila Franca do Campo (CMVFC) informou, em nota enviada às redações, que concluiu o processo de análise e ponderação das participações submetidas no âmbito da Discussão Pública da proposta da segundo revisão do Plano Diretor Municipal (rPDM_VFC).

O período de Discussão Pública decorreu entre 20 de julho e 15 de setembro de 2024. Os munícipes tiveram acesso à proposta do Plano, publicada no website municipal e disponível no Gabinete Técnico da câmara, convidados a apresentar reclamações, sugestões ou observações em formulário próprio.

No total, foram recebidas 18 participações escritas, das quais 17 foram consideradas no âmbito do PDM. Todas as participações foram analisadas individualmente, com base nos objetivos da revisão do plano e nos critérios legais aplicáveis, esclarece a mesma nota.

As participações incidiram sobre a ampliação do perímetro urbano, alterações na qualificação do solo rústico, alterações nas condicionantes legais, alterações no regime de edificabilidade. Territorialmente, as participações localizaram-se nas freguesias de Ribeira Seca, São Miguel, Ponta Garça, Ribeira das Tainhas, e Água d´Alto.

Das participações analisadas, três foram aprovadas integralmente, quatro foram aprovadas parcialmente e 10 não foram aceites, “por não estarem alinhadas com os critérios do modelo do Plano e seus objetivos ou por colidirem com normativos legais em vigor”.

A câmara municipal destaca a importância desta etapa no complexo processo de revisão do PDM, que se prevê concluído em breve. O próximo passo consiste no envio e recolha do parecer da Direção Regional do Apoio ao Poder Local, seguido depois para aprovação em reunião de Câmara e subsequente submissão à Assembleia Municipal para homologação. O Plano será, então, publicado em Diário da República para entrar em vigor, explica ainda a autarquia.

A câmara prevê a publicação do PDM até ao final do ano.

Revisão do PDM de Vila Franca do Campo prevê alterações na construção junto ao mar e em quintas

Em reunião da Assembleia Municipal Extraordinária, que decorreu a 29 de outubro, o presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, Ricardo Rodrigues, tinha adiantado que as principais alterações previstas na segunda revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) do concelho estavam associadas à regras de construção junto ao mar e em quintas.

O novo PDM de Vila Franca do Campo vai propor que “no acesso à Senhora da Paz”, as zonas de quintas passem a zonas de aglomerados rurais. “Conseguimos que aqui qualquer área seja urbanizável, devendo ter 200 metros quadrados de implantação que nós propomos que passem a 400 metros quadrados de construção, sendo certo que cada caso é um caso”, afirmou o governante, na ocasião.

A autarquia também pretende a possibilidade de construir “nas áreas urbanas planificadas, desde que exista uma estrada infraestruturada, nos 50 metros para a direita e nos 50 metros para a esquerda”.

Vila Franca do Campo promove programa de Natal diversificado

© CM VILA FRANCA DO CAMPO

O programa “Vila Natal 2024” está a decorrer em Vila Franca do Campo, até 4 de janeiro e conta com eventos culturais, sociais e desportivos para todas as idades, segundo nota enviada pela autarquia.

No dia 6 de dezembro decorreu a inauguração da iluminação natalícia, presépio municipal e árvore de Natal, este ano renovada com novas cores. No passado domingo, 8 de dezembro, decorreu o Concurso de Montras e a abertura da “Aldeia dos Elfos”, no Largo Bento de Góis, um espaço dedicado às crianças e que contou com pula-pulas, lagarta móvel, jogos tradicionais, pinturas e animação com grupos locais, lê-se.

O Museu Municipal vai inaugurar o seu presépio no dia 10 de dezembro, que vai contar com um sarau musical, e uma visita ao Núcleo Museológico do Presépio (Cidade de Lagoa) no dia 11, atividade inserida no programa Seniores Ativos 60+.

Entre os dias 14 e 15, vai estar aberta ao público a “Loja do Pai Natal”, no pavilhão multiusos Açor Arena, uma mostra de produtos locais com vista a promover o comércio local, refere o mesmo comunicado.

Relativamente ao desporto, no dia 7 de dezembro, teve lugar a 9.ª edição do EPIC TRAIL by Decathlon, que contou com 855 atletas, incluindo 110 atletas de 22 nacionalidades. No dia 15 de dezembro vai decorrer a tradicional corrida “Rota dos Presépios”, organizada pelo Clube Desportivo de Vila Franca com o apoio da autarquia, lê-se ainda. Os participantes vão poder passar por pontos em todos os presépios das freguesias do concelho.

Por sua vez, no dia 21 de dezembro, está programada a atividade “Christmas Fit” no pavilhão Açor Arena, um evento com o apoio do ginásio Industrial Gym e onde os participantes vão poder disfrutar de aulas de PUMP, Cross Training e Cycling gratuitamente.

A encerrar o programa de Natal da autarquia, no dia 4 de janeiro vai decorrer o tradicional Cortejo de Reis Magos no Largo do Município.

Prova de trail EPIC Azores com mais de 800 atletas confirmados e 22 nacionalidades

© DL

A 6 e 7 de dezembro, São Miguel vai receber a EPIC Trail Run Azores by Decathlon. A prova de trail vai ter como base o pavilhão Açor Arena, em Vila Franca do Campo, marcando o início da época do Trail Run nos Açores, segundo nota enviada pela autarquia vilafranquense.

Já estão confirmados 855 atletas, com 300 do continente português. Dos Açores, o evento vai contar com 437 atletas de sete ilhas e, do estrangeiro, vão marcar presença 110 atletas de 22 nacionalidades.

À semelhança das edições anteriores, estão programadas quatro provas competitivas (EPIC100, EPIC60, EPIC30 e EPIC15), que se vão desenvolver a partir de Vila Franca do Campo, estendendo-se aos concelhos de Nordeste, Povoação e Lagoa.

A 9.ª edição do EPIC Azores by Decathlon, uma organização do Clube Morcegos Trail e o Clube Açoriano de Triatlo, Trail e Turismo (CATTT), é credenciada para os circuitos nacionais da Associação de Trail Running Portugal (ATRP), integrando o Circuito de Trail de São Miguel.

A nível internacional, qualifica para o UTMB.index (representa o nível de desempenho geral de um corredor, que é calculado com base nas suas melhores pontuações) e pontua para a International Trail Run Association (ITRA), fazendo parte da National League.

São Miguel vai ter o seu primeiro santuário mariano

Bispo de Angra deseja santuário ambientalmente sustentável e centro de oração pela paz

Ermida de Nossa Senhora da Paz, em Vila Franca do Campo, vai ser elevada a santuário a 1 de janeiro, Dia Mundial da Paz e de Santa Maria Mãe de Deus © DL

O bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, esteve em Vila Franca do Campo no passado dia 10 de novembro a celebrar a eucaristia na ermida da Senhora da Paz e anunciou que a ermida de Nossa Senhora da Paz vai ser elevada a santuário mariano a 1 de janeiro de 2025, Dia Mundial da Paz e de Santa Maria Mãe de Deus. Vila Franca vai, assim, ser lugar do primeiro santuário mariano localizado na ilha de São Miguel.

Antes da Missa Solene da celebração das festividades em honra de Nossa Senhora da Paz, o bispo explicou o porquê da elevação da ermida a santuário.

“Este é um lugar onde já acorrem, há centenas de anos, peregrinos. Há aqui também em torno uma história, com o início da ermida. É um ambiente que, naturalmente, chama pessoas e acolhe. Entretanto, a comunidade, há largos anos, foi sensibilizando para a ermida ser declarada santuário”, disse D. Armando Domingues.

De acordo com o bispo, “toda a diocese abraça esta ideia, sobretudo, também, porque é profético”, realçando o simbolismo deste futuro santuário “num momento de tantas convulsões entre povos, com tantas guerras e manifestações de ódio, que se parecem enraizar mais, gostaríamos que este fosse um lugar de oração, em que a pessoa também se encontre com a serenidade, a tranquilidade e a harmonia da natureza. Esta harmonia entre a fé e a Criação, e que aí também ganhe forças e possa levar sementes de paz para o mundo”. 

Já durante a eucaristia, no sermão, o bispo de Angra realçou igualmente a consciência ambiental do novo santuário: “que aqui nasça um santuário respeitador do ambiente, sustentável do ponto de vista ambiental de modo a que seja visível essa preocupação de harmonia entre Deus e o homem com respeito pela natureza”, disse D. Armando Esteves Domingues.
Na 47.ª Sessão plenária do Conselho Presbiteral da Diocese de Angra, que decorreu de 15 a 18 de abril, na ilha Terceira, foi proposta, votada e aprovada a elevação da ermida da Senhora da Paz a santuário.
A Senhora da Paz é, atualmente, um dos locais mais importantes de culto religioso dos Açores, levando milhares de crentes ao seu encontro.

Ouvidoria de Vila Franca promove iniciativa de formação

Primeiro encontro acontece na Ponta Garça. Objetivo passa por criar momentos “sem formalidades, em convívio e com espírito de aprendizagem”

© DIREITOS RESERVADOS
A freguesia de Ponta Garça será palco de uma iniciativa de formação promovida pela Ouvidoria de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, nos próximos dias 21 e 22 de novembro. No primeiro dia, a formação aborda “As raízes da Eucaristia no Antigo Testamento”, enquanto que no segundo dia discorre sobre “A Ceia do Senhor no Novo Testamento”.
 
Esta trata-se de uma formação em diversos ramos da vida cristã que vai ser disponibilizada à comunidade em encontros denominados por “TeaBêrit” ou “Chá da Aliança”. E, segundo a organização, o objetivo passa por criar “momentos que se querem sem formalidades, em convívio e com espírito de aprendizagem e partilha de conhecimentos”.
 
O primeiro “TeaBêrit”, será servido na paróquia da Ponta Garça, no Centro Apostólico, com a presença do Padre Teodoro Medeiros, sendo que estes encontros com periodicidade mensal, serão sempre às 20h00, em cada uma das paróquias da ouvidoria de Vila Franca do Campo.

Todos os interessados podem participar, “tomando chá e dialogando”, diz a notícia publicada na página de Facebook do jornal A Crença.

Na publicação é dito, também, que “esta foi uma nova forma que a equipa de sacerdotes criou para despertar o ‘apetite’ cristão, sem ser de forma formalizada, mas antes, onde todos possam estar à conversa, esclarecendo dúvidas, partilhando formas de conhecer”.
 
Segundo o jornal centenário vilafranquense, parceiro do Diário da Lagoa, a partir de 1 de janeiro, a iniciativa “Chá da Aliança” passa igualmente a acontecer no Monte da Senhora da Paz cuja ermida vai ser elevada a Santuário no Dia Mundial da Paz.

Jornais Diário da Lagoa e A Crença celebram um ano de parceria

Estivemos à conversa com o diretor d´A Crença, alguns assinantes e com um dos colaboradores mais antigos para saber o que pensam sobre o jornal 

Jornais desenvolvem sinergias e trabalham em parceria desde novembro de 2023 ©A CRENÇA/DL

O jornal «A Crença», com sede na tipografia com o mesmo nome, em Vila Franca do Campo, foi fundado em 19 de dezembro de 1915 pelos padres Manuel Ernesto Ferreira e João Melo de Bulhões. Trata-se do único jornal sobrevivente em mais de 100 anos de história no concelho vizinho da Lagoa, sendo um dos dois jornais católicos da diocese de Angra, a par do jornal «O Dever» da ilha do Pico.

Depois de suspender a publicação a 4 de agosto de 2023, com o objetivo de implementar uma reestruturação e planear um novo caminho rumo à sustentabilidade, o periódico centenário, propriedade da Fábrica da Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo, voltou a ser publicado a 19 de novembro desse mesmo ano, após firmar uma parceria com a editora Narrativa Frequente, proprietária do jornal Diário da Lagoa.

Na nova fase, o padre José Borges, em funções em Vila Franca do Campo há 24 anos, sucede ao padre José Paulo Machado, na direção do jornal. Desde então que A Crença é publicada mensalmente, trazendo aos seus assinantes e leitores conteúdo próprio com nova linha editorial que não esquece os assuntos do quotidiano, a par das notícias e reportagens com enfoque religioso, que marcam a atualidade.

Estivemos à conversa com o seu diretor, José Borges, alguns assinantes e com um dos colaboradores mais antigos para saber o que pensam sobre as mudanças que aconteceram ao longo do último ano.
José Franco, 61 anos, natural de Ponta Garça, começa por dizer que “quando se muda para melhor é sempre bom” e revela que é  assinante desde os 16 anos de idade porque gosta do jornal. Relativamente à alteração da periodicidade, de semanário para mensário, diz que acha positivo e que concorda “que se tenha de modernizar”.

“Quando o jornal chega começo logo a folheá-lo, mesmo à porta de casa. Depois, o conteúdo que me interessa mais eu fico a ler”, conta, enquanto diz que o jornal “está num bom caminho”, conta.
Já Carlos Braga, 59 anos, da freguesia de São Pedro, diz que “tem tido artigos mais apelativos” e “uma dinâmica diferente” que aprecia.

“Neste último ano, com a direção do Padre José Borges, penso que o jornal está bom, pois gosto de ler um pouco de tudo, como as entrevistas que são feitas a alguns vilafranquenses e não só”, sublinha.
Zurita Medeiros, 46 anos, da freguesia de São Miguel, deixa a nota de que “é importante inovar, levar ao público mais informação atualizada”.

Um dos colaboradores mais antigos, que acompanhou várias direções do jornal vilafranquense foi José Teixeira Dias, de 87 anos, residente em São Pedro.

“O jornal está a ter um dinamismo muito curioso, mas gostava que A Crença fosse pelo menos quinzenal”, enquanto assegura que “o grupo está a trabalhar bastante bem e com um dinamismo muito interessante, por isso veremos se realmente se consegue o êxito que merece”, aponta. No entanto, lamenta: “atualmente, de Vila Franca temos poucos colaboradores. Já os que residem em Vila Franca são vários, mas que sejam mesmo da Vila, não temos, e eu sou um deles. Há muita mais gente que poderia colaborar”, defende.

O diretor, o Padre José Borges começa por dizer que “nós estamos a cuidar de um filho que tem um ano e que renasceu, não das cinzas, mas da boa vontade de alguns voluntários e da capacidade de pessoas como a Dra. Carmo Rodeia, da parte da diocese de angra, ou o Clife Botelho, do Diário da Lagoa, e todos os seus colaboradores, que foi possível fazer renascer este jornal. Tem esta dualidade de, por um lado, ser uma anciã, velhinha com mais de 100 anos, que requer todo o cuidado e todo o carinho e toda a atenção. Então, nós podemos dizer que estamos de parabéns, porque A Crença faz 109 anos no próximo mês de dezembro. E este empenho, este trabalho, esta qualidade deve-se ao esforço de muitos colaboradores vilafranquenses e não só, que dão um pouco do seu melhor para fazer acontecer o jornal”.

Para o diretor do Diário da Lagoa, Clife Botelho, “é preciso não esquecer que nos últimos cinco anos a editora contribuiu “para que se evitasse o desaparecimento não de um, mas de dois jornais”, salienta, acrescentando: “espero que continuem a perdurar, porque o contributo que ambos os jornais dão à sociedade vai além da sua existência. E se a Lagoa é o local que escolhi para viver, a minha casa, já a Vila Franca é aquela família que visito com frequência e que também está sempre presente”, conclui o diretor do jornal lagoense.

Ponta Garça homenageia antigos combatentes da Guerra do Ultramar no Dia da Freguesia

Junta aproveitou para homenagear meia centena de antigos combatentes pontagarcenses. Jornalista Santos Narciso foi o orador convidado, tendo sido também distinguido

José Manuel Santos Narciso, natural da Ribeira das Tainhas, foi distinguido no final do evento © ACÁCIO MATEUS

Conhecida como “terra do Sol Nascente”, Ponta Garça assinalou o Dia da Freguesia a 15 de setembro. Teve lugar a eucaristia, logo pela manhã, seguindo-se uma sessão solene no Salão Comunitário da freguesia, com destaque para a homenagem aos antigos combatentes pontagarcenses da Guerra do Ultramar, tendo sido descerrada uma placa de homenagem a estes. No centro comunitário encontravam-se também expostos alguns dos painéis que integraram a exposição no Parque Atlântico subordinada ao tema “Os Açorianos nas Campanhas de Fim do Império: 1954-1975 – História e Memória”. A cerimónia contou com a presença de várias entidades, movimentos, personalidades, pontagarcenses e antigos combatentes.

Do que a Junta de Freguesia, em colaboração com a Liga dos Combatentes, conseguiu apurar, Ponta Garça tem, pelo menos, 52 antigos combatentes, dois dos quais tombados em combate.
A abertura da sessão foi realizada pelo orador convidado José Manuel Santos Narciso, natural da Ribeira das Tainhas, freguesia vizinha de Ponta Garça, que foi distinguido no final do evento. “Nada melhor do que esta homenagem e exposição, para trazer ao presente um passado cheio de lições, que não se devem repetir, porque a guerra nunca é solução, quando o outro nome da paz, como dizia Paulo VI, é desenvolvimento”, proferiu o jornalista vilafranquense, discursando na sessão.

Em declarações ao Diário da Lagoa (DL) Santos Narciso expõe que “é bom que os antigos combatentes sejam lembrados, porque passados 50 anos (do 25 de abril), ainda há muita injustiça e muito esquecimento dos poderes regionais e dos poderes centrais”, e mencionando que a única compensação monetária de um ex-combatente são 150 euros anuais. “De resto, são benesses mais do papel do que outra coisa e são honras depois da morte que não servem a ninguém” acusa.

Manuel da Cruz Marques, presidente do Núcleo das Ilhas de São Miguel e Santa Maria da Liga dos Combatentes, que discursava na ocasião, defendeu que é necessário aplicar ações práticas que se traduzam na melhoria efetiva das condições de vida destes combatentes e assegurem a sua dignidade social. Em declarações ao nosso jornal, Manuel Marques considera que Ponta Garça “fez o que todas as entidades deviam fazer, que é não esquecer aqueles que foram chamados para a guerra do Ultramar”.
“Queremos apoios com valores condignos para aqueles que combateram pela pátria. Na saúde, recentemente já foi aprovado que os combatentes vão ter medicamentos grátis, mas isso é só a partir de 2025 e por fases. Agora andamos a lutar para que as viúvas e as esposas dos ex-combatentes também tenham. É uma luta constante”, são algumas das reivindicações dos combatentes e da Liga, aponta ainda Manuel Marques.

O presidente da Junta de Freguesia de Ponta Garça, Rui Amaral, fez um balanço positivo da sessão, explicando que o dia não é somente da freguesia, mas de todos, com destaque para os antigos combatentes. “Deram muito de si à república. Saíram daqui de Ponta Garça para a guerra, retornaram e faltava uma justa homenagem da sua freguesia à sua bravura e altivez em combater por todos nós”, sente.

Segundo Rui Amaral, “isto é cultura. É o perpetuar da história para as gerações vindouras e vai ficar aqui espelhado na fachada da Junta para sempre”.

Iniciativa teve como objetivo o “perpetuar da história para as gerações vindouras” deixando “espelhado na fachada da Junta para sempre” © ACÁCIO MATEUS

“Ponta Garça, de amores e afetos, sempre”

Foi também dia de elogiar a freguesia do “Sol Nascente” e alertar para os desafios e necessidades da mesma.  Num universo de 11.229 habitantes de Vila Franca do Campo (VFC), há 3.547 pontagarcenses, o que corresponde a 31 por cento do concelho. Santos Narciso, discursando, alertou para o esforço que ainda é preciso fazer, nomeadamente na habitação.

Rui Amaral, presidente pontagarcense, salientou também o caminho a realizar na área da educação e da luta pela variante à Ponta Garça. No seu discurso, o autarca apontou que “o que ouvimos muitas vezes é que Ponta Garça pede muito, mas temos de pedir, porque somos grandes, de corpo e alma. Mas também somos grandes em preocupações e dificuldades.”

Graça Melo, vice-presidente da autarquia, que também discursou na ocasião, destacou a qualidade da agropecuária da freguesia, bem como a mão-de-obra na construção civil, o seu património religioso e cultural, artesanato e festividades.

Por sua vez, a presidente da Assembleia da autarquia, Eugénia Leal, defendeu aos presentes que “devemos pensar que todos nós temos responsabilidade no seu desenvolvimento.Todos somos tijolos e todos somos engenheiros”, na construção da Ponta Garça.

Tomou também a palavra na sessão solene Octávio Torres, diretor regional da Cooperação com o Poder Local, que referiu que brevemente seria disponibilizado um novo instrumento para facilitar a execução dos projetos das juntas de freguesia que têm capacidade, bem como aumentar as verbas dos apoios para aquelas com menores recursos económicos.