A época balnear da Caloura e Baixa d’Areia vão encerrar com uma limpeza subaquática na zona balnear, no dia 28 de setembro, comunicou a Câmara Municipal da Lagoa.
A concentração vai ter lugar no Porto da Caloura, onde a interdição à navegação estará assegurada, estando previsto o início da atividade pelas 10h00, e estendendo-se até às 13h00. Os interessados têm de ter curso de mergulho e trazer o seu material. No caso de não terem material, deverão entrar em contato com o gabinete de ambiente da autarquia, lê-se, na mesma nota.
Esta iniciativa surge no âmbito do Dia Mundial do Mar, que se celebra anualmente a 26 de setembro e que tem como objetivo chamar a atenção para a importância da segurança e proteção da navegação marítima, das indústrias marítimas para o comércio mundial e para a proteção do ambiente marinho. Além disso, esta atividade está integrada no plano do CEFAL do presente ano e no Programa Bandeira Azul, que conta em 2024 com o tema “O Mar Precisa de líderes”.
A ação de limpeza tem como objetivo principal contribuir para a limpeza do oceano, mas também apelar para a sensibilização da poluição dos mares e consequentes alterações climáticas. Da mesma forma, trabalhará os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Cidades e Comunidades Sustentáveis, Produção e Consumo Sustentáveis, Ação Climática, Proteger a Vida Marinha e Proteger a Vida Terrestre.
De referir que, esta limpeza subaquática insere-se na semana de celebração internacional, organizada pela Fundação Oceano Azul, a Comissão Europeia, e a Secretaria Regional do Mar e das Pescas, através da Direção Regional de Políticas Marítimas (DRPM), em que convidam todas as organizações e entidades açorianas a assinalar, em conjunto, a Dia Internacional de Limpeza Costeira, que se celebra a 21 de setembro, através da organização de uma ação de limpeza subaquática ou costeira.
O município da Lagoa, através do Cefal – Centro de Educação e Formação Ambiental de Lagoa, vai assinalar, pelo sexto ano consecutivo, no dia 3 de julho, o Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, segundo nota de imprensa da Câmara Municipal da Lagoa.
Nesse âmbito, uma equipa do CEFAL vai estar durante a manhã a proceder à entrega aos banhistas de um saco de pano, nas duas zonas balneares galardoadas do concelho: no Complexo Municipal de Piscinas e na Zona Balnear da Caloura.
“Esta iniciativa, pretende, assim, incentivar a redução do uso de sacos de plástico, minimizando o seu impacto no ambiente, e consciencializando a comunidade para alternativas sustentáveis”, explica a autarquia.
No saco de pano que será entregue vai constar a mensagem: “milhares de animais marinhos morrem, anualmente, por asfixia e ingestão de sacos de plástico”, alertando para a ameaça crescente à vida marinha, sendo as aves um dos grupos mais ameaçados globalmente, “pretendendo-se ainda, sensibilizar para a problemática do lixo marinho”.
Esta atividade encontra-se inserida no programa Bandeira Azul, que este ano se foca no tema “O Mar precisa de Líderes!”. O Programa Bandeira Azul, tal como os restantes programas da Foundation for Environmental Education (FEE), procura envolver cidadãos, governantes locais, turistas e todos os banhistas e levá-los a ter um papel ativo na defesa dos ecossistemas marinhos.
A 13.ª edição da Limpeza da Orla Costeira e Subaquática, que aconteceu a 8 de junho, permitiu recolher cerca de uma tonelada de resíduos da costa do concelho da Lagoa, segundo comunicado da Câmara Municipal da Lagoa, entidade promotora da iniciativa.
No total, foram contabilizados 1019kg de resíduos recolhidos, entre eles: 580kg de madeiras oriundas das intempéries, 220kg de resíduos urbanos indiferenciados, 68kg de plástico rígido, 56kg de ferro, 40kg de embalagens de plástico e metal, 33kg de têxteis, 17 kg de resíduos de origem piscatória e 5kg de calçado.
A limpeza incidiu em quatro zonas distintas: do Porto dos Carneiros até o Portinho de São Pedro; do Porto dos Carneiros até ao Complexo de Piscinas Naturais de Lagoa; Calhau da Relvinha e Baixa D´Areia.
No total, cerca de 250 voluntários juntaram-se à atividade este ano, que teve como mote “A Liderar pela limpeza do Oceano!”.
Além dos voluntários individuais, esta ação com a colaboração de diversas instituições regionais forças vivas do concelho, como a Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, a Polícia Marítima de Ponta Delgada, os Escuteiros Marítimos de Ponta Delgada, a Escola Secundária de Lagoa, o Clube Náutico de Lagoa, a Associação Terra Jovem, a Associação Juvenil Clube Operário Desportivo (AJCOD), o Blue Azores, o Clube Naval de Rabo de Peixe, o Grupo de Mergulhadores dos Bombeiros da Ribeira Grande. Também o Expolab – Centro Ciência Viva se associou à ação.
No dia da limpeza, a presidente da autarquia lagoense, Cristina Calisto, “salientou a importância desta ação de limpeza, tendo como principal objetivo alertar a população para os efeitos nocivos do lixo marinho, identificado como um dos grandes problemas ambientais da atualidade, bem como do envolvimento da comunidade em iniciativas desta índole”, lê-se, na mesma nota.
A limpeza da orla costeira foi inserida no Programa Bandeira Azul 2024 sob o tema «O Mar precisa de líderes, a tua praia é a tua casa!».
Traduzido para o português, “Nine Dots” significa “Nove pontos”. Estes nove pontos simbolizam as nove ilhas do arquipélago dos Açores. Com uma arquitetura sofisticada através de elementos distintos da arquitetura açoriana, o hotel pretende realçar a beleza dos Açores através de obras literárias, da gastronomia, da paleta de cores e de quadros de artistas com mais de 100 anos. “O Nine Dots é um hotel diferente”, realça Paulo Araújo, diretor-geral do Nine Dots Azorean Art Boutique Hotel, 33 anos, natural de Braga, ao Diário da Lagoa (DL). Conta que desde tenra idade a hotelaria está presente na sua vida. É licenciado em Turismo, mas confessa que a sua maior formação surge ter vivido e crescido dentro de um hotel. “A minha mãe trabalhava num hotel, não tinha com quem me deixar e eu acabava por acompanhá-la ao trabalho”, diz. Ao ter conhecimento do projeto do hotel e posteriormente conhecer os respetivos donos, Catarina Simão e Tiago Saraiva, foi natural e entusiasmante a vinda para os Açores. “Identifiquei-me rapidamente com este projeto e tinha medo de ficar arrependido de não acompanhá-lo e de não vir”, nota o diretor que na altura exercia funções num hotel em Marrocos.
A arte dos Açores está presente em muitos recantos do hotel. O acervo cultural do Nine Dots engloba obras de artistas açorianos de renome nacional e internacional. Este hotel não é só um alojamento, é também arte e cultura. “Um hóspede que aqui entra vai sair muito mais rico culturalmente do que aquilo que entrou”, afirma Paulo Araújo. De beleza e riqueza estão as paredes do hotel cheias, estando presentes artistas como Domingos Rebelo, António da Costa, Natália Correia, Antero de Quental, Vitorino Nemésio, Tomaz Borba Vieira, entre outros. Através de livros de primeiras edições, de obras originais e do objetivo futuro da realização de exposições temporárias no hotel, Paulo Araújo, confiante, diz: “não conseguimos encontrar isso em mais nenhum alojamento”.
Para além de querer promover artistas locais e fazer exposições com artistas açorianos emergentes, um dos principais propósitos do hotel é ter pessoas com o conhecimento necessário para conseguir explicar todo o conceito das obras presentes. Através de uma equipa jovem com cerca de 50 funcionários, este hotel espera ser um acréscimo de valor para a ilha de São Miguel. O diretor-geral do Nine Dots acredita que o que o espaço tem de diferente é a capacidade de surpreender. “Existem muitos pontos neste hotel que não estamos habituados a ter enquanto hóspedes de uma hotelaria clássica em vários destinos”, diz.
Através do restaurante, bar e centro de bem estar, pretende-se chegar a toda a comunidade. O restaurante “ETC. Osteria Bar” traz consigo influências da cozinha italiana com o propósito de confecionar pratos tradicionais com produtos locais. O bar com esplanada pretende ser um local de convívio onde os clientes possam desfrutar de momentos ao ar livre, saboreando a variedade de cocktails que o bar oferece. “Fica o convite para virem. Queremos ser um hotel, restaurante e um bar próximo da sociedade”, diz o entrevistado curioso, para descobrir a perceção das pessoas ao entrar neste espaço.
A Lagoa está presente no Nine Dots através de um painel de azulejos na casa de banho do restaurante e produzido pela Cerâmica Vieira. Não há mais nenhum trabalho da fábrica, mas “há paredes em branco” e por isso, Paulo Araújo salienta que é necessário perceber o que fazer do espaço, dando “a oportunidade para que ele cresça por si próprio”.
Estando num destino como os Açores, a sustentabilidade é algo prioritário. A certificação ambiental está no top de prioridades deste ano para o hotel. Com isto, nascem alguns programas como o GO BEYOND. Sendo uma unidade hoteleira num destino que preza a sustentabilidade, “não podíamos ser só mais um hotel a reduzir ou a tirar o plástico dos quartos, tivemos de ir mais além”, refere o responsável. A Zouri Shoes é uma marca portuguesa que utiliza plástico dos oceanos para fazer as suas sapatilhas. Através de uma parceria, o Nine Dots recolheu o plástico existente nas praias de São Miguel e todo o staff do hotel utiliza Zouri Shoes. O projeto regional MUSA AÇORES pretende potenciar o uso da bananeira dos Açores e criar peças artesanais. Neste sentido, os cestos para a fruta que estão nos quartos são feitos das fibras secas do caule e das folhas da bananeira, conseguindo dar outra vida à árvore. Potenciar a comunidade e economia local também é outra prioridade e por isso, existem parcerias com alguns artesãos como é o caso de Luís Caetano, Mestre Paivinha, Oficina 26 e a Cerâmica Vieira. As peças de cerâmica do Nine Dots, especialmente do “ETC.” são produzidas pelos utentes e colaboradores do projeto Mãos que Criam. Este projeto pertence ao instituto São João de Deus – Casa de Saúde de São Miguel e destina-se a pessoas com problemas mentais ou comportamentos aditivos.
Segundo Paulo Araújo, em qualquer grupo hoteleiro, uma varanda virada para a rua principal do hotel, seria um quarto. Tendo em conta que o Nine Dots tem uma profunda ligação à arte e cultura açoriana e como grande parte desta cultura está ligada à religião, decidiu-se fazer diferente. “Em Maio esta rua transforma-se e se há traço cultural que nós não podíamos deixar de ter era este espaço”, acrescenta. A Varanda do Santo Cristo está localizada num espaço amplo e será o local para a vista da procissão em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que passa pela rua dos Mercadores, e para as exposições temporárias do hotel.
Por ser um hotel que nasce da transformação de edifícios antigos, muita coisa foi modificada, porém existem vários elementos do estabelecimento que continuam a marcar presença desde o seu início. Houve um grande aproveitamento de rocha que foi encontrada na escavação da cozinha, a escadaria até ao segundo andar, pelo grande valor arquitetónico que tem, é original. Para além disso, houve tratamento e preservação de madeiras, bem como a utilização de madeiras que foram retiradas na demolição bem como foi preservada a porta de entrada do edifício.
Após uma década de uma longa e minuciosa preparação, o hotel Nine Dots está pronto para receber os seus primeiros hóspedes e visitantes. “Trouxemos os Açores para dentro do hotel e agora faltam as pessoas”, destaca Paulo Araújo.