O município do Nordeste ampliou a capacidade do parque industrial, dando assim resposta à crescente procura de empresas e entidades interessadas em se instalar no local. O processo de ampliação do espaço começou em 2019 na fase de projeto e a obra teve início em 2023.
A ampliação inclui catorze novos lotes destinados à instalação de unidades industriais, com dimensões e configurações variadas para atender a diferentes necessidades.
Os lotes já estão equipados com as infraestruturas necessárias, abrangendo uma área total de aproximadamente 3,97 hectares. O projeto foi submetido a uma candidatura ao PO Açores 2020 e cofinanciado pelo FEDER, com um investimento total de €1.817.083,82.
A cerimónia de inauguração da ampliação do parque industrial do Nordeste contou com a presença do presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, que elogiou a “visão estratégica” da Câmara Municipal do Nordeste, destacando o “compromisso com o desenvolvimento do município e a capacidade de acreditar no futuro”.
“A criação de riqueza faz-se, simultaneamente, pelo investimento público estratégico, mas muito fortemente através das dinâmicas do investimento privado”, afirmou o governante. José Manuel Bolieiro declarou ainda que este tipo de investimento “fortalece a capacidade de retenção da população no Nordeste, ao criar empregos e fomentar a confiança das empresas e do investimento privado”.
O município do Nordeste celebrou o 510.º aniversário do concelho na qual o presidente da Câmara, António Miguel Soares, dirigiu o seu discurso para o trabalho desenvolvido pelo executivo e para as grandes preocupações da autarquia, como sejam a criação de emprego e o apoio aos munícipes com carência económica e social.
António Miguel Soares lamentou que “a diminuição das vagas atribuídas ao município nos programas ocupacionais impeça-nos de dar uma resposta eficaz a quem procura diariamente a autarquia para ultrapassar as dificuldades causadas pelo desemprego”, situação que “também tem reflexos na própria capacidade de resposta da câmara, principalmente nos serviços externos que ocupavam muitas pessoas ao abrigo destes programas”.
Contudo, face a esta situação, “o município reagiu e criou soluções para os problemas causados pela escassez de trabalhadores”, salientou o presidente da Câmara do Nordeste.
“Após a apresentação de um plano estratégico ao FAM, fruto do bom relacionamento existente e do integral cumprimento das nossas obrigações financeiras, foi possível sermos autorizados a criar dezanove novos postos de trabalho municipais, embora seja importante salientar que esta medida não é suficiente para suprir as necessidades do concelho”, disse.
Por isso, lançou o repto à entidade governamental, extensível aos deputados regionais presentes, para que “implemente medidas excecionais, como sejam o aumento de vagas em programas ocupacionais ou outras iniciativas que permitam mitigar os impactos da falta de pessoal e aliviar a taxa de desemprego”.
Noutra área de ação do município, António Miguel Soares, referiu que o executivo a que preside “tem vindo a intervir um pouco por todo o concelho, fazendo obra onde existe necessidade, não só ao nível de novos equipamentos, mas também na reabilitação, requalificação e manutenção do património social, não deixando de colaborar com as nossas juntas de freguesia, sempre que possível e sempre que solicitado”.
Exemplo disso têm sido as várias aquisições e construções de habitações sociais, por todo o concelho, ao abrigo da colaboração com o IHRU, a reparação de passeios e zonas de lazer, património paroquial e outros equipamentos que servem a população.
Referiu-se ainda à antiga cooperativa da Achada, um espaço que estava degradado e ao abandono, provocando uma “péssima imagem naquela freguesia”, existindo a intenção de utilizar futuramente aquele espaço para a construção de habitações sociais e de um novo campo de jogos e zona de lazer; à requalificação da praça central de Santana, na Feteira Pequena; à obra do salão paroquial de São Pedro de Nordestinho e ao polivalente desportivo de Santo António de Nordestinho, estes últimos em execução.
Novos concursos públicos
O autarca salientou que será lançada a empreitada de asfaltagem de caminhos e vias municipais, no valor de cerca de 600 mil euros, a que se acrescenta a recente requalificação do parque e jardim envolvente à Ponte dos Sete Arcos, a requalificação do mercado municipal e, em fase de estudo e de elaboração de projeto, a construção do pavilhão multiusos, no Poceirão, e uma zona de lazer e parque infantil na zona nobre da vila do Nordeste.
Numa estratégia de parceria entre Santa Casa da Misericórdia, Câmara Municipal do Nordeste e Governo Regional dos Açores, António Miguel Soares deu conta do projeto para construção de uma nova creche no concelho, “muito necessária para a população local”, vincou.
A “grande necessidade de requalificação da piscina da Foz da Ribeira do Guilherme”, foi outra obra que o presidente da Câmara do Nordeste levantou no aniversário do concelho, não só da requalificação da zona balnear, mas também da preservação do acesso ao local face ao real risco de derrocada da atual estrada regional que liga a vila do Nordeste ao lado norte do concelho.
“Temos agora uma oportunidade de ouro para realizar esta obra e não irei desistir enquanto puder, tiver forças e voz para que esta obra seja realizada”. Presente na cerimónia, a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, referiu que o projeto elaborado pela autarquia tem todos os pareceres necessários aprovados e que será candidatada pelo Governo Regional a fundos comunitários.
Por último, António Miguel Soares enalteceu a atenção que o Governo dos Açores tem tido com o concelho, apontando o recente anúncio do lançamento a concurso de três loteamentos na freguesia da Achadinha, estando previsto a construção de quinze novas moradias; a obra de requalificação e beneficiação do lar residencial da Santa Casa da Misericórdia, num valor superior a três milhões de euros, e a recente intervenção no centro de saúde do Nordeste.
A cerimónia encerrou com as homenagens à Associação Sol Nascente, IPSS; União Desportiva do Nordeste e a cidadã Natália do Rego Borges, ex-funcionária da autarquia.
Arrancou na noite de quinta-feira, 11 de julho, mais uma edição das Festas do Nordeste, evento que se prolonga até dia 18 com animação para todos os gostos, cerimónias religiosas, inaugurações e celebração de mais um aniversário da vila do Nordeste.
A charanga dos bombeiros voluntários do Nordeste abriu as festas com um desfile no centro da vila, que coincidiu com a abertura da iluminação na ponte dos Sete Arcos e fachadas da igreja e do edifício camarário, momento que contou com a presença do executivo liderado pelo presidente António Miguel Soares, acompanhado pelo vice-presidente Marco Mourão e pela vereadora Sara Sousa.
Posteriormente, a filarmónica Imaculada Conceição, da freguesia da Lomba da Fazenda, atuou no jardim do município, sensivelmente uma hora antes de Ivandro subir ao palco principal para o primeiro concerto no recinto das festas.
Cerca de três mil pessoas assistiram ao espetáculo do músico luso-angolano, a que se seguiu as presenças em palco de P*ta da Loucura. A animação prossegue hoje, com a atuação da filarmónica Estrela do Oriente (Algarvia), Fernando Daniel no palco das festas, a partir das 23h00, entre outros que levarão a animação pela madrugada dentro.
Para ocupar os muitos campistas e visitantes que passam o fim de semana no Nordeste, haverá atividade aquática na Boca da Ribeira e desportos no campo de areia situado junto ao recinto dos concertos. No interior do recinto, está a habitual zona reservada a animação para crianças.
Na tarde de sábado, 13 de julho, para além do desfile das marchas populares, a partir das 18h30, haverá um desfile de charangas de todas as corporações de bombeiros da ilha, com início previsto para as 15h30. Nesta noite, atua a filarmónica Eco Edificante e no palco principal atuação os The Gift.
O domingo será dedicado à festa religiosa com missa com primeiras comunhões e profissões de fé (12h00), procissão (16h30) e concerto pela filarmónica Nossa Senhora das Victórias (Santa Bárbara), às 21h30.
Para a comemoração do dia do município, a 18 de julho, serão servidas as tradicionais sopas do Espírito Santo, momento aberto à população.
No dia do aniversário do Nordeste, será também feita ainda uma homenagem aos combatentes nordestenses mortos em campanha na Guerra Ultramarina de 1954 a 1975, com o descerramento de um pequeno monumento inserido na recente obra de requalificação do parque e jardim envolvente à ponte dos Sete Arcos.
A União Desportiva do Nordeste, clube criado a 7 de outubro de 1974, comemora este ano o 50.º aniversário, tendo para o efeito constituído uma comissão organizadora para assinalar a efeméride.
A Câmara Municipal do Nordeste e o Centro Desportivo e Recreativo do Nordeste, enquanto entidade responsável pela atividade desportiva da autarquia, associaram-se ao clube e à comissão organizadora na preparação e no desenvolvimento do programa festivo.
O programa é constituído por sete momentos, com início a 13 de julho, durante as Festas do Nordeste, e encerramento a 7 de outubro, data do aniversário. Começa com um encontro de futebol de velhas glórias da União do Nordeste, seguido, a 11 de agosto, da participação de uma equipa de antigos jogadores do clube a residir nos Estados Unidos, assim como de dirigentes, no convívio de nordestenses a realizar nos Estados Unidos, e de mais um encontro de futebol, a 24 de agosto, entre os veteranos da União do Nordeste e a Fundação Pauleta, com a presença de Pedro Pauleta.
No dia 5 de outubro terá lugar um vasto programa comemorativo que incluirá, durante a manhã e tarde, de um convívio com o escalão traquinas do clube e um desfile por várias instituições culturais do concelho, com a presença de atuais e antigos dirigentes e ex-jogadores da União de Nordeste, bem como a celebração de uma missa por alma dos atletas e dirigentes já falecidos.
No mesmo dia, ao serão, no Centro Municipal de Atividades Culturais, será realizada uma sessão com uma entrevista do jornalista José Silva a Álvaro Magalhães, entrega de troféus, homenagem a atletas e presidentes do clube e lançamento do livro “União de Nordeste 50 anos”.
As comemorações encerram a 7 de outubro na sede do clube com a inauguração das fotografias dos presidentes do clube que passarão a estar expostas, o descerramento de placas comemorativas e confraternização com bolo de aniversário.
O vice-presidente da autarquia e também com o pelouro do desporto, Marco Mourão, manifestou ser “uma honra para a autarquia associar-se a uma instituição do concelho cuja ação vai muito além de um clube de futebol e de promoção do desporto, tendo a União do Nordeste sido uma escola de valores e um grande atrativo para a comunidade local, sobretudo nas décadas de 70 a 90, tal como aconteceu com outras instituições do concelho todas muito dinâmicas”.
Marco Mourão felicitou todas as direções e atletas que passaram pelo clube e também aqueles que “fora das direções e das equipas contribuíram para o seu dinamismo”, estendendo as congratulações à atual direção, “em especial ao seu presidente, Sérgio Gonçalves, ex-jogador do clube, treinador e agora dirigente”.
Dirigindo-se ao atual presidente da direção, Marco Mourão expressou o desejo de que o clube continue a “trabalhar no sentido de voltar ao futebol de onze”, fazendo votos de que “o aniversário sirva tanto de homenagem como de foco para a atividade futura da União do Nordeste”.
A noite clara de lua cheia iluminou o serão cultural no Centro de Atividades Culturais do Nordeste para a apresentação do livro “Longos versos longos”, do documentário “A infância é eterna num escritor” e, ainda, em jeito de surpresa, a entrega por parte de João de Melo do seu mais recente livro, “Lisboa”, obra que será apresentada em junho, na feira do livro da capital portuguesa.
Foram cerca de duas horas de cultura genuína e singela que cativaram os presentes. Ao seu jeito, João de Melo abordou temas que dizem muito aos açorianos, detendo-lhes a atenção pela excelência do seu discurso e por ser um escritor cujas características, entre as quais a simplicidade, agrada a todos.
Desde logo, a entrega do livro “Lisboa”, cuja apresentação oficial apenas acontecerá dentro de alguns dias, e que já se encontra patente no edifício da biblioteca municipal do Nordeste.
Recebido por Marco Mourão, vice-presidente da Câmara Municipal do Nordeste, João de Melo foi acompanhado numa visita às novas instalações do espaço, na qual se encontra uma estante dedicada ao escritor com todas as obras por ele publicadas, às quais agora se junta “Lisboa”.
“Este último livro surge como pagamento da dívida à cidade onde vivo e vivi a maior parte da minha vida, como sendo a cidade da razão, porque a emotiva continua a ser de ilhéu”, explicou o escritor.
Antes disso, participou na sessão cultural organizada pelo município, de apresentação pública do testemunho audiovisual de um dos escritores mais aclamados da literatura atual, conduzido pela professora Susana Goulart Costa, da Universidade dos Açores.
A sugestão de recolher o testemunho partiu da professora e foi acolhido pelo município, tendo sido gravado na casa onde viveu o escritor, na freguesia da Achadinha, no qual João de Melo dá a conhecer ao público as experiências de vida que moldaram as suas obras, sendo composto de uma segunda parte cuja data de exibição será oportunamente anunciada e que será feita na Casa João de Melo.
O documentário “A infância é eterna num escritor”, serviu de inspiração para que o município do Nordeste convidasse outros dois escritores a juntarem-se a João de Melo noutro momento cultural da sessão, designadamente, a professora Paula de Sousa Lima e João Pedro Porto, para um debate à volta das vivências pessoais na produção literária.
A sessão foi aberta pelo presidente da autarquia, António Miguel Soares, que salientou a “grande aposta que a autarquia tem feito na divulgação da Casa João de Melo, atraindo várias iniciativas de artistas, estudantes e grupos locais, que encontram naquele espaço um local onde podem apresentar trabalhos, estudar, ler, conviver e conhecer um pouco da história e cultura do Nordeste, da Achadinha e do escritor João de Melo”.
Aguarela na rubrica “São Miguel à vista”.
Fundada em 1861 pelo padre Jacinto Félix Machado, a filarmónica Eco Edificante, da vila do Nordeste, está a celebrar o 163.º aniversário com a particularidade de ser a mais antiga banda de música de São Miguel e a que funciona ininterruptamente desde a data da fundação.
Desde há seis que tem Daniel Caceiro como maestro, elemento que tem trabalhado com um grupo jovem e ambicioso no desejo de evoluir. “As filarmónicas são os conservatórios do povo, são um núcleo que, para além de se fazer música, fazem-se amizades. São uma segunda família para todos”, começou por situar.
“Ao nível da evolução, posso falar das pessoas que vi crescer, não só como seres humanos, mas como músicos. Isso sim, é uma grande recompensa para quem se encontra à frente, não só a nível artístico, como direção logística”, acrescentou.
Daniel Caceiro chegou à Eco Edificante por sugestão do anterior maestro. “A oportunidade foi sugerida pelo Carlos Freitas, que na altura estava de volta ao continente e deu o meu nome à direção da banda. Fui contactado, aceitei o desafio proposto e por lá fiquei até agora”, recordou.
Para além de ser maestro na Eco Edificante, é músico militar, sublinhando que “nós temos um papel fundamental no desenvolvimento das bandas filarmónicas na ilha de São Miguel. A maioria dos maestros das nossas filarmónicas ou são ou foram membros da Banda Militar dos Açores”.
Num concelho pequeno como o Nordeste que mantém em atividade três filarmónicas, como é que se consegue motivar os músicos, principalmente os jovens? A resposta saiu pronta: “Primeiro é preciso gostar de música, pois ninguém motiva uma pessoa a quem a música não lhe diga nada. O Nordeste tem uma tradição grande nas bandas, onde muitas pessoas passaram ou ainda se encontram nestas, pelo que por vezes é mais fácil colocar alguns jovens na escolinha de música por influência de familiares ou amigos que já tocaram na banda”.
E acrescentou: “Todos sabemos que, atualmente, com a grande diversidade dada aos jovens, tem mesmo de se gostar de música pois dá trabalho ser músico. A sorte de tocar bem dá muito trabalho. E projetos não nos faltam…”.
Portanto, a adesão dos jovens não tem sido uma dificuldade e é “determinante para manter a atividade da filarmónica”, realçou Daniel Caceiro, realçando a importância de se manter uma “escola de música consistente em funcionamento, com elenco competente a dar formação para que os jovens adquiram boas bases para ajudar na sua progressão e motivação.”
Natural da Figueira da Foz e a residir no concelho da Lagoa, Daniel Caceiro é um apaixonado pela ilha de São Miguel, pelos seus costumes e tradições. Iniciou a vida militar na Banda Sinfónica do Exército, passando ainda pela Orquestra Ligeira do Exército antes de ingressar no 37.º Curso de Formação de Sargentos (2008).
Em 2010, quando finalizou o curso, veio para os Açores, tendo ingressado na Banda Militar dos Açores. Regressou ao continente em 2016, com a certeza de que se tinha fechado um ciclo, mas em 2017 voltou à ilha, desta vez por opção própria, onde se mantém desde então. Durante estes anos já dirigiu a Banda Fundação Brasileira e a Filarmónica Triunfo.
Atualmente, detém o posto de sargento-ajudante músico e dirige a filarmónica Eco Edificante, do Nordeste.