A Câmara Municipal de Lagoa, na ilha de São Miguel, assinalou o Dia Internacional da Mulher, com uma “Caminhada e Atividade Física” aberta a toda a comunidade.
A iniciativa foi organizada pela Câmara Municipal e os participantes reuniram-se no edifício dos Paços do Concelho para realizar uma caminhada por algumas ruas da cidade da Lagoa.
De acordo com nota de imprensa enviada às redações pela autarquia lagoense, o presidente autarquia da Lagoa, Frederico Sousa, refere que: “esta atividade pretendeu, sobretudo, proporcionar um momento de convívio entre todos os participantes, relembrando a importância do Dia Internacional da Mulher, numa sociedade que se quer mais justa e igualitária. Por outro lado, é também uma atividade que visou alertar para a saúde e bem-estar de todos os lagoenses, mas igualmente, para a importância da alimentação saudável e do exercício, como promoção de hábitos saudáveis”.
Após a caminhada, no polidesportivo da Atalhada, na freguesia de Nossa Senhora do Rosário, decorreu uma aula de fitness dinamizada pelo Aquafit, seguindo-se de um momento de convívio entre todos os participantes, onde foi também oferecido um lanche.
As colaboradoras da Câmara Municipal foram, ainda, convidadas a participar num workshop intitulado “Intervenção sobre os hábitos alimentares consoante as fases metabólicas das mulheres”, proferido pela nutricionista Maria Costa. Segundo a autarquia, a sessão “pretendeu alertar para hábitos alimentares, mas também, para os pilares de uma vida saudável e equilibrada de acordo com o metabolismo pessoal de cada mulher e em cada fase da sua vida”.
Sara Sousa nasceu no concelho do Nordeste há 42 anos, o que considera ser “uma honra”. Lá cresceu durante a infância, o que se tornou “um privilégio” e, hoje, ocupa o cargo de vereadora com os pelouros da ação social, habitação, património, cidadania e igualdade de género.
No Dia Internacional da Mulher, que hoje se assinala, Sara Sousa sente-se privilegiada porque “ser mulher no concelho do Nordeste é ter a oportunidade de viver e desfrutar do melhor que a natureza tem para oferecer, é ser resiliente e acreditar nas grandes potencialidades do concelho”.
A jovem vereadora não teme os desafios que a vida lhe coloca no dia-a-dia porque “ser vereadora é um desafio que abracei com toda a humildade e com a certeza que com muito trabalho, dedicação e união entre os membros deste executivo estamos a contribuir para a promoção da qualidade de vida, segurança e bem-estar dos nordestenses, bem como daqueles que aqui pretendam investir, trabalhar ou viver”.
Mas nem sempre foi assim. A mulher tem vindo a rasgar caminho por entre caminhos por onde, há poucas décadas, só os homens andavam. Por isso, ser mulher hoje não é igual ao que foi há vinte ou trinta anos. “No decorrer dos anos as mulheres ganharam outros direitos, situação que lhes permitiu adquirir a sua independência e autonomia e lutar pelos seus sonhos”, vincou.
Nascida numa família de mulheres de garra, Sara Sousa recorda com orgulho o passado da mãe e das avós. “A minha avó paterna emigrou e toda a sua vida trabalhou numa empresa. A minha avó materna, considero-a uma mulher de garra, destemida, aventureira e sempre muito atualizada. Teve oportunidade de ser regente escolar em São Miguel e Santa Maria e, atualmente, julgo que poderia ter tido outras oportunidades e ter concretizado outros sonhos que devido a vários constrangimentos da vida não lhe foi possível concretizar”, disse.
As recordações da emancipação da mulher do Nordeste noutros tempos estendem-se à mãe. “A minha mãe saiu de casa dos meus avôs aos onze anos de idade e teve a oportunidade de estudar num colégio em Ponta Delgada. Foi difícil sair do seio familiar com aquela idade porque só regressava a casa nas férias, situação que atualmente, e felizmente, não acontece. Casou-se, teve três filhos e foi funcionária pública”.
Sara Sousa recorda os ensinamentos que recebeu. “Os meus pais educaram e preparam os filhos para serem independentes. Fomos educados a trabalhar e a colaborar nas tarefas básicas do quotidiano desde tenra idade, situação que nos permitiu ganhar responsabilidade e autonomia mais cedo e que só tenho a agradecer por isso”, acrescentou.
Por isso, e tendo em conta a constante evolução dos tempos, a mulher que integra o executivo na Câmara do Nordeste acredita que o progresso continuará a prevalecer e que daqui a algumas décadas “ser mulher no Nordeste será ter a oportunidade de viver num concelho sustentável, inovador e atrativo ao investimento”.