O Diário da Lagoa (DL) está nomeado na categoria Comunicação Social da XXIII Gala do Desporto Açoriano, evento promovido pela Secretaria Regional da Educação, Cultura e Desporto, através da Direção Regional do Desporto.
Integram esta categoria os órgãos de comunicação social sediados na Região Autónoma dos Açores que se tenham distinguido na cobertura e promoção do desporto regional em 2023.
A lagoense Mariana Lucas Furtado, ex-colaboradora do DL, está nomeada para a subcategoria de “Jornalista”, que destaca o indivíduo que se tenha distinguido ao longo de 2023, ao serviço da comunicação social desportiva.
Estão também em votação as categorias “Desportista do Ano” (masculino e feminino), e “Prestígio Desportivo Anual”.
Este ano a Gala do Desporto Açoriano conta com a presença do atleta do Clube Náutico de Lagoa, Gonçalo Rodrigues, nomeado para Desportista do Ano e o lagoense Bruno França, nomeado para Prestígio Desportivo Anual.
A decisão dos vencedores é feita por votação online, aberta ao público. Votação decorre até 3 de julho.
Clife Botelho
Director
O jornal Diário da Lagoa (DL) ao longo de dez anos de existência tem trilhado um percurso que resulta da dedicação e do esforço de quem contribuiu para construir esta casa.
Trata-se de um projeto que foi fundado por um picoense e que, apesar do título, não se resume à sua geografia: “as notícias que contam. A partir da Lagoa, nos Açores, para o mundo.” São notícias da Lagoa e não só, pois há toda uma realidade circundante que é preciso igualmente fazer chegar à Lagoa e vice-versa. Também tivemos lagoenses no comando, mas há precisamente três anos que estou eu, que embora residente e com família constituída neste concelho, nasci numa freguesia na costa norte muitas vezes esquecida, talvez por coexistir com outras 23 freguesias, num concelho que ao contrário da Lagoa (em que existem cinco), é excessivamente grande.
Já aqui, na Lagoa, no único jornal deste concelho, jornalistas, colaboradores, leitores, anunciantes, parceiros, todos juntos formam uma verdadeira comunidade que muito tem contribuído ao longo de uma década na defesa de valores mais elevados. Ler o DL é procurar conteúdo que se quer diferente. Pelo menos assim nos esforçamos.
Com uma edição diária online, em diariodalagoa.pt, e uma edição mensal em papel — publicada também no formato digital para chegar mais longe —, muito se registou da Lagoa, da ilha de São Miguel e, também, da nossa Região, como se de um diário se tratasse. E muito mais há a escrever… E se um dia disseram ao fundador deste jornal “Mas tu não paras de escrever?”, assim queremos continuar a fazer o que mais gostamos.
O jornal atravessou fases diferentes, tempos difíceis também, mas mantém o foco e o seu propósito inicial. Sem querer agradar a todos, pois sabemos que o jornalismo cumpre a sua função quando começa a incomodar, numa região em que fazer jornalismo de investigação é quase uma miragem (pelas dificuldades e condicionalismos que se vai encontrando). Mas continuamos na luta pela liberdade e na defesa da democracia. Ser a voz daqueles que de outro modo não seriam ouvidos, questionar e marcar a diferença, é também uma forma de garantir a democracia e de sermos livres.
E estamos prestes a chegar aos 20 mil seguidores, todos autênticos, que a muito custo fomos convencendo que valia a pena seguir-nos. Assim nos acompanham diariamente, enquanto hoje é mais um dia em que devemos agradecer por termos chegado até aqui. Sem esquecer que um dia perguntaram-me: “para que serve o Diário da Lagoa?”. Fiquei em silêncio. Porque a resposta é dada todos os dias, basta acompanhar-nos. Obrigado a todos que acreditam no nosso valor.
Os jornalistas fazem greve e saem à rua em concentrações por todo o país esta quinta-feira, 14 de março. A greve nacional abrange também as regiões autónomas. Em São Miguel, a concentração terá lugar no jardim Antero de Quental, em Ponta Delgada, pelas 12h00.
Segundo Marta Silva, presidente da Direção Regional dos Açores do Sindicato dos Jornalistas, em declarações ao Diário da Lagoa, com este movimento nacional pretende-se chamar a atenção da sociedade “para as dificuldades que o jornalismo está a atravessar neste momento, quer do ponto de vista das condições de trabalho da classe, quer do ponto de vista de sustentabilidade das próprias empresas de comunicação social.”
A convocação da greve geral resulta das condições de trabalho cada vez mais degradadas com que a classe profissional se tem vindo a deparar em Portugal: baixos salários, precariedade e sobrecarga laboral, dificuldade de conciliação entre vida familiar e profissional, entre outros. Segundo o sindicato dos jornalistas, “a democracia não sobrevive sem jornalismo de qualidade.”
Marta Silva alerta para as condições de trabalho de alguns jornalistas da região: “Há uma desatualização enorme, na região, ao nível de vencimentos. Sabemos que há jornalistas a ganharem menos do que o salário mínimo regional. Temos casos desses, infelizmente. Há muitos jornalistas precários, que dia após dia trabalham a conta gotas, à peça, mal pagos, desmotivados.”
A dirigente do sindicato dos jornalistas nos Açores refere que o jornalismo é um dos motores da democracia, “porque sem jornalismo livre não há possibilidade de uma liberdade de expressão, de opinião,” e de escrutínio de informação, sendo que a crise neste setor é “um problema de todos” e representa um perigo para a democracia.
A classe reivindica condições de trabalho “dignas”, com aumentos salariais superiores à inflação acumulada desde 2022, um salário “digno” à entrada na profissão e da progressão regular na carreira, pagamento de complementos, remuneração por horas extraordinárias, noturnas, fins de semana e feriados e o fim da precariedade generalizada e “fraudulenta” no setor. Querem ainda o cumprimento “escrupuloso” do Contrato Coletivo de Trabalho e o fim dos despedimentos coletivos injustificados, entre muitas outras reivindicações.
Para a presidente do sindicato dos jornalistas no Açores, Marta Silva, há que acabar com os “tabus” em financiar os órgãos de comunicação social. Tem é de haver “regras claras, transparência e comissões independentes a avaliar a atribuição desses apoios.”
Nesta concentração marcada para o próximo dia 14, no Jardim Antero de Quental, junto à Biblioteca Pública de Ponta Delgada, a organização apela a uma adesão não só dos jornalistas açorianos mas também de todos os cidadãos que se queiram juntar, em solidariedade para com os jornalistas.
Cláudia Capelo, 25 anos. Lagoa
Estudante Universitária
Sim considero, uma vez que o jornalismo nos traz com clareza o que se passa no mundo, seja a nível político, social, ambiental, económico, etc… O jornalismo investiga, traz a verdade e acima de tudo é fidedigno, seguindo princípios de ética para que seja dado como um bom jornalismo que vai ao encontro das perspectivas democráticas sem ir contra a mesma. É através do jornalismo que conseguimos reter informação e, não única e exclusivamente, informação que seja “conveniente” a terceiros, pois o jornalismo tende a ser independente. Muitas das informações que nos são dadas chegam através do jornalismo e, caso não fossem publicadas, certamente, não seriam públicas. Portanto, o jornalismo é uma peça fundamental para a sociedade.
André Pacheco, 23 anos. Ribeira Grande
Gestor de Tecnologias de Informação
Considero o jornalismo, no seu conceito, importante para a democracia pela sua capacidade de manter a imparcialidade e o foco na partilha de informação correta e equilibrada. Acredito que o jornalismo é fundamental para informar o público de forma objetiva, contribuindo para um debate democrático saudável e para a tomada de decisões informadas pelos cidadãos. Vejo a imparcialidade e a objetividade como pilares centrais do jornalismo, indispensáveis para a preservação da integridade democrática.
Filipa Silveira, 21 anos. Ponta Delgada
Estudante Universitária
O jornalismo desempenha um papel fundamental no que concerne ao suporte de uma democracia. Por um lado, este torna-se um dos maiores meios de divulgação e exposição de informação, permitindo uma consciencialização da sociedade, através da partilha de factos relacionados com questões políticas, sociais e económicas. Por outro lado, contribui para o aumento da literacia nesta área ao analisar detalhadamente e transmitir assuntos complexos, fornecendo todo um contexto histórico-social abrangente. Para além disso, num contexto democrático, onde o cidadão exerce um papel ativo e é responsável por várias decisões políticas, o jornalismo não só amplia o conhecimento, como também transpõe diversas perspetivas que são essenciais para uma tomada de decisão informada e responsável. É também de realçar o papel crucial do jornalismo na promoção do envolvimento da sociedade, incluindo a promoção do direito ao voto e a diminuição da taxa de abstenção.
Diogo Ferreira, 32 anos. Vila Franca do Campo
Condutor de pesados e mercadorias
O jornalismo tem como base na sociedade dar a conhecer os acontecimentos da atualidade, na democracia, para além deste papel, representa uma forma de auxílio às escolhas de ideologias e de intenção de voto aquando de épocas eleitorais. Através do jornalismo é dado a conhecer não só os programas eleitorais mas também o que a sociedade pensa sobre os mesmos, o jornalismo é a base pura da nossa democracia e da nossa liberdade de expressão. O jornalismo é, na minha opinião, um dos fatores de maior peso na hora de escolher que rumo devemos tomar nas escolhas da nossa sociedade.