A Associação Agrícola de São Miguel (AASM) vai promover um encontro de agricultores, no seu campo experimental, com o intuito de serem apresentadas novas variedades de milho forrageiro, segundo nota de imprensa enviada pela AASM.
Iniciativa deve-se à procura de soluções “que promovam a existência duma agricultura cada vez mais sustentável, capaz de responder às consequências das alterações climáticas”, explica o comunicado.
O campo experimental da Associação Agrícola de São Miguel ocupa uma área de catorze alqueires, situado em Santana, em terrenos cedidos pela Associação de Jovens Agricultores Micaelenses. Neste campo, foram testadas cinco variedades de milho já comercializadas nos Açores e outras dez variedades de caráter experimental.
A AASM realiza outros campos experimentais em diferentes zonas da ilha, com o objetivo de serem obtidos resultados mais abrangentes, no que se refere ao comportamento das diferentes variedades em análise.
A forte chuva que se tem vindo sentir em São Miguel, nas últimas semanas, nomeadamente no passado dia 3 de junho, tem provocado “elevados prejuízos em diversas culturas” como na de milho, “onde se registaram perdas parciais e totais nalgumas sementeiras”, principalmente no norte da ilha, segundo comunicado da Associação Agrícola de São Miguel (AASM).
De acordo com Jorge Rita, presidente da AASM, em declarações ao Diário da Lagoa (DL), “uma das zonas mais afetadas foi a Ribeira Grande e não foi só pela chuvada de 3 de junho. As chuvadas da quinta-feira passada já tinham feito muitos prejuízos em muitas terras de milho. As terras de milho são as que já estão mais identificadas, mas também vamos saber se nas outras produções há prejuízos”.
O presidente alerta também que “a avaliação dos milhos, neste momento, principalmente para os milhos que só foram semeados na semana passada — e que ainda não estão a nascer — só a partir do final desta semana é que vamos saber realmente o nível do prejuízo, se detetarmos que grandes quantidades do terreno semeado não nasceram”.
A Associação Agrícola de São Miguel adverte as entidades governamentais a realizarem, “de uma forma rápida e célere”, um levantamento dos prejuízos verificados em culturas e infraestruturas de apoio à atividade agrícola”, segundo a mesma nota.
“(…) esse problema ainda não foi resolvido.
JORGE RITA
É uma situação inaceitável (…)”
“Queremos que esse levantamento seja feito rapidamente pela Secretaria Regional da Agricultura. Se precisar do apoio das associações, obviamente que também estaremos disponíveis”, diz Jorge Rita, ao DL.
A Associação Agrícola de São Miguel pede também ao Governo que as indemnizações aos agricultores sejam pagas “no mais curto espaço de tempo, ao contrário das atribuídas no âmbito da depressão Óscar, que ainda estão por regularizar”.
“Não basta só fazer o levantamento: é importante que o Governo agilize, depois, forma de fazer os pagamentos destes prejuízos. Não vale a pena anunciarmos que há os prejuízos e não os pagar. A situação ainda se torna mais grave e complicada” expõe Jorge Rita, que lembra que as indemnizações atribuídas aos agricultores pelos prejuízos provocadas pela depressão Óscar ainda estão por regularizar: “Até hoje esse problema ainda não foi resolvido. É uma situação inaceitável, depois de as ajudas terem sido anunciadas pelo Secretário da Agricultura mais do que uma vez. Essa situação não pode continuar a acontecer. É uma situação desconfortável para os agricultores, ainda por cima quando as ajudas são anunciadas e depois na prática elas não existem. É inaceitável e inadmissível”.
No mesmo comunicado a AASM lamentou ainda que continue a não existir um seguro de colheitas capaz de cobrir as necessidades do setor agrícola, solicitando ao Governo regional e ao Governo da República que agilizem os procedimentos, “para que este instrumento de grande utilidade tenha a devida aplicação na região.
“(…) levantamento será alargado a todas a ilhas
ANTÓNIO VENTURA
que foram igualmente afetadas pelo mau tempo (…)”
O secretário regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, anunciou esta quarta-feira, 5 de junho, que o Governo regional “está disponível para fazer um levantamento dos prejuízos provocados pelo mau tempo que assolou as ilhas do arquipélago nos últimos dias, bem como para atribuir indemnizações aos agricultores de acordo com as perdas apuradas”, lê-se, em nota de imprensa remetida à redação.
O titular da pasta da Agricultura aconselha aos produtores afetados que contactem os serviços de ilha da Secretaria Regional da Agricultura e Alimentação, “de forma a poder ser feita uma avaliação técnica dos prejuízos verificados em culturas e infraestruturas de apoio à atividade agrícola”.
Segundo António Ventura, “este levantamento será alargado a todas a ilhas que foram igualmente afetadas pelo mau tempo” e não apenas a São Miguel.
De acordo com a solicitação da Associação Agrícola, a Secretaria da Agricultura e Alimentação deixa a promessa de “proceder de forma célere e abrangente ao levantamento dos estragos motivados pelas más condições atmosféricas que se fizeram sentir nos últimos dias”.
Os representantes do Conselho de Administração da Associação Agrícola de São Miguel reuniram-se com a presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Cristina Calisto, no edifício dos Paços do Concelho, segundo nota de imprensa da autarquia lagoense.
Na reunião, que contou com a presença do Presidente da Direção da Associação Agrícola, Jorge Rita, foram abordados alguns desafios que o setor atravessa e analisados e debatidos alguns assuntos de importância para o setor agrícola na ilha de São Miguel, com destaque para a instalação de infraestruturas agrícolas e o seu dimensionamento, a situação em que se encontram os caminhos agrícolas e a necessidade de ser assegurado o abastecimento de água às explorações, de acordo com o mesmo comunicado.
Na ocasião, A Associação Agrícola aproveitou a ocasião para solicitar a colaboração da Câmara Municipal de Lagoa no transporte de crianças para o concurso micaelense da raça Holstein frísia, que se realiza entre 6 e 9 de junho.
Por sua vez, a governante da Lagoa realçou a necessidade de maior articulação entre as várias entidades, Câmara Municipal, o Governo Regional dos Açores e a Associação Agrícola, para que sejam ultrapassados os constrangimentos atuais, refere, ainda, a nota . Cristina Calisto considera “essencial que entre municípios de São Miguel haja uma uniformização de regras em relação aos licenciamentos das infraestruturas agrícolas e das nitreiras”.