Como padre-reverendo, começou a servir no Curato de São José da Ribeira Chã em 1902.
Sobre este padre-reverendo, em particular, na Ribeira Chã, cito a notável obra de Laura Filipa Moura Ribeira Chã: história, etnografia e património cultural: subsídios para a históriada Ribeira Chã (2009):
«O século XX trouxe várias novidades e desenvolvimentos para a Ribeira Chã. Foi um século de grandes mudanças. Com efeito, e atendendo às preces da população, dá-se, em 1902, a construção de um Curato no lugar da Ribeira Chã. Tal resolução foi cumprida na sequência dos resultados provenientes da avaliação feita à Ermida de São José – apresentava, a mesma, capacidade suficiente e as condições necessárias para ser constituída como sede de Curato. Dessa forma, foi finalmente possível dispor de um sacerdote residente na localidade, e o lugar foi ocupado pelo nomeado padre João Ribeiro de Lima, natural de Vila Franca do Campo».
Em 1904, o padre João Ribeiro de Lima inaugura a torre sineira da Ermida de S. José. Até aí, e desde a construção da Ermida, primitiva Ermida, “fazia cinquenta anos que a Ribeira Chã ouvia apenas o dobrar de um único sino, fosse o chamamento para as missas e devoções, fosse o anúncio de enterros que era necessário ir realizar a Água de Pau” (cf. Moura, Laura Filipa, 2009).
Em 1911, João Ribeiro de Lima consegue uma autorização para que fosse criada na Ermida de São José uma pia baptismal. Já em 1916, dá-se um novo desenvolvimento: de novo o padre João Ribeiro Lima vê efectivar-se na prática outro pedido: a construção do primeiro cemitério da localidade, num terreno doado pela Câmara Municipal de Lagoa – Açores (cf. Moura, Laura Filipa, 2009).
O dito padre, reverendo João Ribeiro de Lima paroquiou na Ribeira Chã até ao ano de 1928, data em que faleceu, estando o seu corpo sepultado no cemitério da, hoje, freguesia (cf. Moura, Laura Filipa, 2009), e cuja construção ele próprio planeou.
Foi, embora interinamente, presidente, durante um breve trecho, da Câmara Municipal de Lagoa entre Abril 1921 e Agosto de 1922.
Antes, no mandato do presidente João Ignacio d’ Amaral, já coadjuvava na qualidade distinta de Vice-Presidente de Câmara, conforme nos atesta a acta camarária de 1 de Abril de 1921. Entra oficialmente nos destinos de líder, embora ainda interino, da Câmara da Lagoa, na qualidade de “Vice-Presidente”, crê-se, ainda no mês de Abril de 1921, quando assina a primeira acta de vereação da reunião camarária de 28 de Abril de 1921, sendo Vice-Secretário Manuel Pacheco Agostinho da Ponte e Vereadores Arthur de Quental Tavares do Canto, o Padre João Furtado Pacheco, José de Medeiros Carneiro, Francisco da Costa Branco e Manuel do Nascimento Carneiro, efectivos, e substitutos em exercício José Tavares do Canto, António Martins de Medeiros Mota e Guilherme Borges de Medeiros [cf. acta de vereação de 28 de Abril de 1921].
Esta situação, de Presidência interina, do Reverendo Pe. João Ribeiro de Lima, na ausência prolongada do Presidente de então João Ignacio d’Amaral, durou e ficou exposta até à acta da sessão extraordinária plenária da Câmara Municipal do concelho de Lagoa de 2 de Agosto de 1922 [cf. acta de vereação de 2 de Agosto de 1922].
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