A Sociedade portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) apoiou novamente a Campanha SOS Cagarro, realizando brigadas de salvamento de cagarros juvenis acidentados na ilha do Corvo, Vila Franca do Campo, Nordeste, Povoação e Faial da Terra. No total foram recolhidas cerca de 900 aves com a ajuda de perto de 200 voluntários, segundo comunicado da SPEA.
Na ilha do Corvo foram organizadas brigadas em colaboração com o Parque Natural da ilha do Corvo, contando com 14 capitães de brigada e 15 voluntários regulares, entre as crianças da ilha, que recolheram 260 aves, segundo a mesma nota.
Em Vila Franca do Campo participaram 82 voluntários que ajudaram a recolher 488 aves, sendo que algumas delas foram trazidas de outros locais, nomeadamente Água d’Alto e Lagoa. A instalação de hotéis de cagarros por parte da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, pelo segundo ano consecutivo, “ajudou em muito ao resgate e ao envolvimento de cidadãos anónimos que também colaboraram nos resgates”, diz a SPEA.
Na Povoação e Faial da Terra foram salvas cerca de 50 aves em cada local, também com ajuda de hotéis instalados pela Câmara Municipal da Povoação. Finalmente, no Nordeste, entre a SPEA e a PSP de Nordeste, foram recolhidas e libertadas 35 aves, lê-se.
Como novidade, este ano, no âmbito do projeto Educar para a Biodiversidade foram realizadas formações para grupos de jovens que também realizaram brigadas em outros locais, nomeadamente a Pedreira no Nordeste, Maia e Livramento.
Ainda em Vila Franca do Campo, foi testada a realização de um protocolo de triagem e primeiros socorros nas aves recolhidas de modo a avaliar melhor o que poderá ser feito para melhorar o bem-estar destas aves acidentadas e melhorar o seu prognóstico e possibilidades de libertação, explica a mesma nota.
A SPEA agradece a todos os voluntários que contribuíram para esta campanha, assim como às entidades parceiras, pelo apoio nas campanhas e pela redução de iluminação pública que contribui para a redução das quedas destas aves. “Agradecemos ainda ao Clube Naval de Vila Franca do Campo pela cedência do espaço, à empresa Terra Azul pelo apoio durante toda a campanha, especialmente no início e no fim, assegurando brigadas diárias na zona da marina e porto de pescas e ao Solar Branco Ecoresort”, finaliza o comunicado.
A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) vai reforçar a sua aposta na educação ambiental nos Açores e inicia o ano letivo de 2024/2025 com um programa escolar renovado cheio de novidades, segundo nota enviada pela associação.
No programa constam atividades relacionadas com a biodiversidade dos Açores, a evolução das espécies, as principais causas do declínio da biodiversidade, tais como as espécies exóticas invasoras, a poluição luminosa e o lixo marinho, assim como as ações que podem ser levadas a cabo para evitar este declínio, lê-se.
Este programa escolar implementado pelo Centro Ambiental do Priolo (CAP), um Centro Associado da Rede de Centros de Ciência da Região Autónoma dos Açores, associa-se também aos projetos de conservação desenvolvidos pela SPEA na região, o que é uma “mais-valia”. Estes projetos permitem inserir uma componente prática e científica às atividades que são passíveis de integrar nas disciplinas relacionadas com a Ciência e Cidadania, mas que poderão também complementar atividades propostas noutras disciplinas, como por exemplo, as relacionadas com a arte e a disciplina de inglês, explica ainda o comunicado.
“No ano letivo anterior, participaram no Programa Escolar do Centro Ambiental do Priolo perto de 2200 jovens nas 62 atividades realizadas o que nos deixa muito satisfeitos e com a certeza que a educação ambiental continua a ser um ponto de interesse dos docentes e que complementa os currículos escolares com casos de estudo locais” afirma Azucena de la Cruz, coordenadora da SPEA Açores, citada na mesma nota.
Nas mais de 30 opções propostas, as grandes novidades são a introdução de formações de professores de curta duração e ainda uma exposição itinerante “Por uma Noite com mais Vida”, que complementam as diversas ações organizadas na própria escola e adaptadas aos diferentes níveis de ensino ou atividades realizadas em visita ao Centro Ambiental do Priolo que incluem palestras e atividades lúdicas que podem ser solicitadas separadamente ou em conjunto, sendo a sua realização da responsabilidade dos técnicos da SPEA-Açores.
Os professores e docentes interessados podem encontrar o programa completo no site do Centro Ambiental do Priolo e devem fazer o registo das atividades pretendidas através de formulário próprio.
A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) vai promover os Censos dos Milhafres, nos dias 6 e 7 de abril, e convida a população a participar na iniciativa, segundo comunicado da entidade promotora.
Os censos têm o intuito de contribuir para a avaliação do estado da população da única ave de rapina diurna que nidifica no Açores. Devido à escassez de fundos para o estudo desta espécie em Portugal, só é possível obter estes dados com o apoio de voluntários.
O milhafre é facilmente observável e mede entre 1,10 e 1,30m da ponta de uma asa à ponta da outra. Encontram-se apenas em Santa Maria, São Miguel, Terceira, Faial, Pico, São Jorge e Graciosa. Podem ser observados um pouco por todo o lado, desde as zonas florestais e pastagens até aos centros urbanos. São predadores de topo e importantes para a regulação dos ecossistemas onde se inserem. Apesar da crescente consciencialização, o milhafre ainda enfrenta desafios como o envenenamento, a electrocussão em linhas elétricas ou até mesmo o atropelamento, segundo a SPEA.
Anualmente, durante um fim de semana, dezenas de voluntários percorrem as ilhas onde a espécie ocorre. Os dados recolhidos têm permitido aos especialistas aprofundar o conhecimento sobre diversos aspetos da biologia da espécie, tais como o comportamento e os habitats mais utilizados e acompanhar a sua evolução.
Em 2023, 83 voluntários percorreram mais de 1228 km para contar milhafres nos Açores. Foram observados um total de 310 aves, sendo possível estimar que existem 2294 aves no nosso arquipélago.
Segundo refere Ana Mendonça, técnica da SPEA, no mesmo comunicado, este ano, o objetivo é “aumentar o número de percursos realizados em ilhas como Terceira, Pico, Faial e São Jorge. Convidamos toda a gente a juntar-se a nós e a trazer a sua família e amigos”.
Para participar não é preciso saber de ciência, nem ser especialista: basta conseguir identificar esta ave de rapina. Para realizar a inscrição e obter mais informações, os interessados devem contatar a SPEA ou aceder ao seu site na internet. As inscrições estão abertas até 5 de abril.