O Santa Clara diz estar “absolutamente convicto de que o seu título de campeão (da Liga 2), conquistado com justiça dentro do campo, será confirmado pelas instâncias competentes”.
O clube de futebol de Ponta Delgada pronunciou-se na sua página de Facebook, após o Tribunal Arbitral Desportivo (TAD) ter dado razão ao Nacional, revogando uma decisão do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol sobre o jogo entre o Leixões e o Nacional (que tinha ficado empatado), dando a vitória ao clube madeirense que fica agora com os mesmos pontos (73) que o Santa Clara, mas com vantagem no confronto direto.
Segundo o clube açoriano, “É falso e até irresponsável afirmar-se que o TAD determinou que o Nacional é o novo campeão da Liga Portugal SABSEG” e acrescenta que “na verdade, a decisão do TAD ordena que o processo baixe de novo ao Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol, vinculando o CD à sua interpretação sobre a utilização, alegadamente irregular, do atleta Danrlei;
” A decisão do TAD é ainda passível de recurso”, explica ainda o Santa Clara, que vai “continuar naturalmente a acompanhar o processo, reservando-se o direito de intervir quando e se for oportuno”.
O clube de futebol açoriano, no final do mesmo comunicado, lançou as seguintes questões: “quem se responsabilizará pelos prémios de campeão já devidamente saldados pelo Santa Clara?” e “em que pé ficam as casas de apostas – e os milhões de euros movimentados por estas – com uma situação desta complexidade?”.
O Santa Clara poderá perder o título de campeão da Liga 2 para o Nacional da Madeira.
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) deu razão ao clube madeirense e revogou uma decisão do Conselho de Disciplina. Em causa está o jogo entre os dois clubes, que estava inicialmente marcado para 4 de fevereiro.
O jogo foi adiado para 28 de fevereiro, mas nesse dia o Leixões não apresentou em campo os mesmos jogadores que tinha inscrito para o jogo inicial.
Lê-se no acórdão do TAD, datado de 7 de junho: “Invoca o Demandante” (Clube Desportivo Nacional), “como já se sintetizou no despacho saneador, que a Leixões, SAD incluiu, na ficha técnica datada de 28.02.2024 (data da realização efetiva do jogo entre a Leixões SAD e o Demandante), jogadores que não tinham sido indicados na ficha técnica elaborada no dia 04.02.2024 (data originária do jogo entre a Leixões SAD e o Demandante), a saber: 11-Ventura, 18-Vitó, 77-Paulinho, 31-Fábio Matos, 5-Isaque, 8- Rafa, 33- Ricardo Valente, 44-Avto e 45-Daniels”.
Assim, o TAD atribuiu três pontos ao Nacional, e derrota ao Leixões. A equipa madeirense poderá sagrar-se campeã da Liga 2, uma vez que terminam a prova com os mesmos 73 pontos do Santa Clara mas com vantagem no confronto direto.
Com seis anos já gostava de bola. Aos nove, jogava futebol na rua com os amigos. Paulo Henrique Cabral, 27 anos, formou-se no Santa Clara, clube onde atualmente joga como defesa lateral esquerdo. É capitão há duas épocas e é o único jogador açoriano do plantel dos encarnados de Ponta Delgada. Na gala do aniversário dos 103 anos do clube, em fevereiro, foi distinguido com o Prémio Bravo Açoriano que homenageia o jogador que esteve em destaque em 2023.
Começou a treinar no Marítimo SC, aos 10 anos. “Dois anos depois vim para o Santa Clara. A partir dos sub-12, até aos juniores, fiz aqui a formação”, lembra o capitão, em conversa com o DL, no estádio onde há poucos dias o Santa Clara tinha vencido o União de Leiria por 2-0 e erguido a taça de campeão da Liga 2. Paulo Henrique estreou-se como futebolista profissional com o Santa Clara, aos 16 anos, no Estádio de São Luís, em Faro.
“Na minha primeira época de sénior, sigo viagem para Paços de Ferreira, onde joguei três anos. Fui emprestado ao Sporting Covilhã no ano em que Paços desce. (De volta ao Paços) fui campeão da Liga 2. No ano seguinte fui para o FC Penafiel, onde estive dois anos”.
Na época 2021/22, Paulo Henrique regressou à casa que o formou. Segundo Clemente Raimundo, diretor técnico do Santa Clara, o defesa afirmou-se no clube e “tem sido um jogador fundamental no plantel com muitos jogos realizados e boas épocas”.
Esta é a segunda época que Paulo Henrique é capitão dos encarnados. Recebeu a braçadeira num torneio na Madeira, lembra. ”Não estava a contar muito com isso. Senti uma alegria enorme. É o clube onde me formei, onde cresci. Foi fantástico receber a braçadeira. Ser capitão é representar o meu clube, da minha terra e região, e isso significa muito para mim. É uma responsabilidade acrescida, mas é uma experiência que estou a gostar muito”.
A braçadeira acarreta também uma série de responsabilidades, explica o capitão: “de transmitir os valores para os colegas que chegam de fora, e transmitir aquilo que é o Santa Clara e os Açores. Penso que isso é fundamental, depois é o trabalho aqui dentro, fazer a ponte entre os jogadores, equipa técnica e staff. Tem sido uma experiência agradável e tenho evoluído muito”.
A última época tem sido “fantástica”, considera o futebolista açoriano: “aquilo que fomos construindo foi incrível. Desde o primeiro minuto que abraçamos a ideia do mister de uma forma estrondosa. Reflete-se nos resultados ao longo da temporada. Não é por acaso que fomos campeões e que estivemos 23 jogos na liderança. Isso reflete muito daquilo que é a nossa equipa, do que construímos, do espírito que se viveu aqui, do compromisso”.
Não só a nível coletivo, mas também pessoal, o balanço do trabalho realizado é positivo. “Estando o coletivo bem, penso que o individual vai sobressair. Acho que não só eu, como todos os meus colegas, tiveram uma performance muito boa. Quem ganha valoriza-se sempre e ganhamos muito este ano”.
É a segunda vez que Paulo Henrique sente o sabor de ser campeão, mas desta vez é diferente, especial: “é um sentimento diferente, talvez por ser o meu clube, por ser junto da minha gente, da minha família. Tem um sabor muito especial. Também por aquilo que foi a época passada, termos descido da forma que descemos”.
De acordo com Paulo Henriques “no mundo do futebol é muito importante termos carácter e sabermos para onde vamos. No nosso caso, somos um clube insular, uma ilha que requer muito compromisso. É muito cansativo estar sempre a viajar”. Por esse motivo, explica, nem sempre é fácil conjugar a carreira e a vida familiar, sente na pele o capitão do Santa Clara, pai de duas filhas: “é importante haver um equilíbrio e saber que vamos passar por sacrifícios”.
Mas a família é o grande suporte do futebolista: “Nos dias que não correm bem, são eles que estão lá para me abraçar e dar força. Penso que é fundamental ter um suporte. É com a família que vamos estar, desabafar, espairecer. Sem dúvida que é importante”.
“Gostei do projeto deste ano, das pessoas, de todo o envolvimento. Foi fantástico. Acho que o Santa Clara tem margem para crescer, e acredito que vai ser uma época de sucesso”
Paulo Henrique
O contrato do defesa lateral esquerdo termina este mês, mas Paulo Henrique diz que gostava de continuar na equipa: “obviamente. É o clube da minha terra, foi onde me formei. Gostei do projeto deste ano, das pessoas, de todo o envolvimento. Foi fantástico. Acho que o Santa Clara tem margem para crescer, e acredito que vai ser uma época de sucesso”.
Sobre o futuro do clube, Paulo Henrique diz acreditar que o Santa Clara “vai atingir patamares muito superiores”.O seu sonho era “ver o Santa Clara a lutar por esses patamares e ver o estádio de São Miguel mais colorido durante a época, não só nas fases decisivas, mas também nos jogos todos, ver o estádio com mais pessoas”.
A nível pessoal, Paulo Henrique está agora focado na família e a viver o agora: “este ano realizei um sonho. Fui campeão pelo Santa Clara e estou muito feliz por isso. O meu objetivo é dar sempre o meu melhor, a cada treino, a cada jogo. Vivo muito o hoje”. Prestes a fazer 28 anos, em outubro, o futebolista quer continuar a jogar até “o corpo deixar” e espera fazê-lo por “mais 10 anos”.
Esta época tem sido muito favorável para o Santa Clara, que regressa agora à elite do futebol português. Após despromoção em 2023, a equipa açoriana voltou agora à Primeira Liga, e sagrou-se campeã da Liga 2, a 19 de maio, com vitória por 2-0, no Estádio de São Miguel, frente ao União de Leiria.
À conversa com o Diário da Lagoa (DL) Clemente Raimundo, diretor técnico dos encarnados de Ponta Delgada, explica que se trata de uma época “muito positiva, com um grande grupo de trabalho, uma verdadeira família e um lote de jogadores com muita qualidade. Quando temos jogadores com qualidade as coisas ficam mais fáceis, pois fomos a melhor equipa do campeonato e os justos vencedores da Segunda Liga”.
Os encarnados de Ponta Delgada fecharam o campeonato com 73 pontos e deixam o Nacional da Madeira em segundo, com 71 pontos. É a segunda vez que Santa Clara ergue a taça, tendo o primeiro título de campeão da Liga 2 sido conquistado na época 2000/01.
Segundo o diretor técnico, natural de Santa Cruz, Lagoa, e ex-jogador do clube, a equipa de Ponta Delgada “vai construir uma equipa forte para fazer um campeonato tranquilo na Primeira Liga”, com a ajuda de Bruno Vicintin que, segundo o diretor, “foi provavelmente o melhor que aconteceu ao Santa Clara nos últimos dois anos. O futebol açoriano deve-lhe muito por aquilo que tem feito, por isso não tenho dúvidas que o Santa Clara vai crescer muito. Bruno Vicentini tem um projeto fantástico para o clube e para os Açores”, realça Clemente Raimundo.
A época foi positiva e igualmente difícil, considera. “Foi preciso muita união mas tínhamos um espírito de grupo muito bom e os nossos adversários obrigaram-nos a ter que somar muitos pontos, pois talvez este tenha sido o ano da Segunda Liga em que foram necessários mais pontos para se subir de divisão”. O clube quebrou também alguns dos seus recordes, sofrendo apenas 19 golos. “Foi uma época fantástica”.
Clemente salienta também o trabalho do treinador Vasco Matos: “Desde que o mister chegou, que passou uma mensagem muito forte de disciplina e de união e isso foi fundamental para os momentos mais difíceis durante a época, sendo que no final fomos felizes”. Para o diretor técnico, “é fácil trabalhar com o mister Vasco Matos, porque é uma pessoa muito organizada e disciplinada e ao trabalhar todos em conjunto tem corrido muito bem”.
Questionado se o facto de a região ter um clube na Primeira Liga pode fazer sonhar uma criança que queira ser jogador de futebol, Clemente Raimundo explica que em apenas 240 mil pessoas que os Açores têm em população, é difícil encontrar um jogador de futebol. “Claro que é importante ter na equipa jogadores açorianos, mas é necessário ter qualidade para chegar a este patamar”, considera.
No entanto, contrapõe o diretor técnico, “hoje é muito mais fácil para um açoriano ser jogador de futebol do que no meu tempo, porque até aos 23 anos tem agora a oportunidade para se afirmar sem sair dos Açores, isto se jogar na Liga Revelação ou no Campeonato de Portugal”.
Segundo Clemente Raimundo, que refere o projeto de formação do clube, “é normal que muitos não consigam, mas os melhores têm aqui uma oportunidade para conseguir. É preciso acreditar e ter muita confiança em si, pois com o projeto de formação do Santa Clara estamos a valorizar o atleta açoriano e não tenho dúvidas que no futuro vamos ter mais jogadores açorianos com qualidade”.
O Santa Clara acaba de sagrar-se campeão da Liga 2 ao levar de vencido o UD Leiria este domingo, 19 de maio, por 2 a 0, no Estádio de São Miguel, perante 7.443 espetadores. A promoção à primeira divisão do futebol nacional já estava garantida, mas para erguer o título a equipa da ilha de São Miguel dependia de si própria.
Depois de uma primeira parte sem golos, o placard só sofreu alteração aos 63 minutos com um golo de Pedro Ferreira. Aos 83 minutos de jogo os açorianos fizeram os adeptos encarnados voltar a saltar nas bancadas do Estádio de São Miguel com o golo de Bruno Almeida.
Os encarnados de Ponta Delgada fecham o campeonato com 73 pontos e deixam o Nacional da Madeira em segundo lugar com 71 pontos, tendo os madeirenses ganho também o jogo de hoje frente ao Mafra por 2 a 0.
Trata-se da segunda vez que o Santa Clara ergue o título de campeão da segunda divisão, tendo o primeiro sido conquistado na época 2000/01.
Esta é a nona vez que o Santa Clara volta à elite do futebol português, o que aconteceu nas épocas de 1999/00, 2001/02, 2002/03, 2018/19, 2019/20, 2020/21, 2021/22 e 2022/23, às quais pode agora acrescentar a de 2024/25.
O Santa Clara garantiu no passado domingo, 12 de maio, a promoção à primeira divisão do futebol nacional. Com o empate sem golos, em Matosinhos, entre Leixões e o AVS da vila das Aves, a equipa açoriana acabou por carimbar o regresso à Primeira Liga antes entrar em campo com o Mafra.
Os encarnados de Ponta Delgada estavam com 67 pontos, mas com vantagem direta sobre o AVS, atual terceiro classificado, agora com 64 pontos, foram para o encontro com a subida garantida.
Às 13 horas (no relógio dos Açores) de domingo a equipa açoriana entrou em campo para defrontar o Mafra, em território continental, tendo resolvido a partida na primeira parte. A vitória começou a ser traçada por Alisson Safira, com um golo logo aos sete minutos, e outro de Diogo Calila, aos 13 minutos. A partida não sofreu mais alteração no placard até ao apito final e o Santa Clara regressou a casa líder do campeonato ao somar 70 pontos na tabela classificativa, à 33.ª jornada da Liga 2.
Também na tarde do passado domingo, o Nacional venceu por 2 a 3 na casa do Tondela. Na ilha da Madeira era momento de celebração, pois o clube madeirense assegurava igualmente a subida ao somar 68 pontos.
Aquele que pode ser o jogo do título da Liga 2 para os açorianos acontece no próximo domingo, 19 de maio, no Estádio de São Miguel, onde o Santa Clara recebe o Leira. Os encarnados de São Miguel dependem apenas de si próprios, porque se vencerem erguem o troféu de campeões, porém, se empatarem ou perderem o título pode seguir para a Madeira, uma vez que o Nacional tem vantagem no confronto direto caso as duas equipas terminem igualadas pontualmente.
Trata-se da nona vez que o Santa Clara garante a presença na elite do futebol português, o que aconteceu nas épocas de 1999/00, 2001/02, 2002/03, 2018/19, 2019/20, 2020/21, 2021/22 e 2022/23, às quais pode agora acrescentar a de 2024/25.
O Santa Clara já pode festejar este domingo, 12 de maio, a promoção à primeira divisão do futebol nacional. Com o empate sem golos, em Matosinhos, entre Leixões e o AVS da vila das Aves, a equipa açoriana acaba de carimbar o regresso à Primeira Liga.
Os encarnados de Ponta Delgada têm 67 pontos, mas tem vantagem direta sobre o AVS, atual terceiro classificado, agora com 64 pontos. Os açorianos podem assim fazer a festa antes do jogo com o Mafra que decorre esta tarde, às 14h00 (hora de Lisboa), em território continental.
O Nacional venceu, na casa do Tondela, por 2 a 3 e na ilha da Madeira também há motivos para celebrar este domingo. O clube madeirense assegura igualmente a subida ao somar 68 pontos, na tabela classificativa, à 33.ª jornada da Liga 2.
Trata-se da nona vez que o Santa Clara garante a presença na elite do futebol português, o que aconteceu nas épocas de 1999/00, 2001/02, 2002/03, 2018/19, 2019/20, 2020/21, 2021/22 e 2022/23, às quais pode agora acrescentar a de 2024/25.