Miguel Sousa Azevedo, nascido em Lisboa, mas “completamente terceirense” e “ligado às tradições” da sua terra, escolhe iniciar desta forma a sua apresentação ao nosso jornal. É, para além de “jornalista e assessor de imprensa”, “navegador de ralis”, paixão que surge aos “30 anos”; vice-presidente do Terceira Automóvel Clube (TAC) e do Rádio Club de Angra e alguém com um gosto enorme pela escrita. Explica ao Diário da Lagoa (DL) que a sua envolvência em várias frentes faz-lhe ter uma vida “agitada e complexa”. Partilha, ainda, a sua opinião sobre o estado atual do rali e da comunicação social.
DL: Como surgiu o gosto pela rádio?
O gosto pela rádio sempre existiu, mas não tinha noção do que era até começar a fazê-la à pressão. A rádio continua a ser, para mim, o veículo de transmissão mais puro, pela simples razão de que, quem consegue transmitir alguma coisa em rádio, tem de ter a capacidade de, apenas por palavras e pela forma como as diz, transmitir as imagens que as pessoas não estão a ver. Essa é a grande magia que a rádio continua a ter.
Trabalhei na Rádio Club de Angra como aprendiz de jornalista durante dois anos, saí e voltei. A verdade é que eu nunca parei de fazer rádio nem jornalismo. Fiz jornalismo desportivo, continuamente, desde 1997.
DL: Escreve para o Diário Insular, tem um blogue. Onde é que surge esse gosto pela escrita?
Vem de família, porque eu tinha pessoas de família que tinham ligações à escrita. Tive um tio-avô que foi um poeta famoso na primeira metade do século XX [António de Sousa]. A minha primeira relação com a escrita, foi ao escrever uma crónica e a partir daí as coisas começaram a acontecer. Fui convidado para ser assessor de imprensa de um partido político, continuando a fazer jornalismo sob outra forma, porque a produção é a mesma, embora as intenções sejam diferentes. Eu gosto muito de escrever e isso tornou-se uma ferramenta diária. Esteve sempre presente. Pelo meio comecei a fazer uma crónica, mais ou menos regular, no jornal A União, que já fechou há alguns anos. Passei-a depois para o Diário Insular. Tenho todas as crónicas guardadas e estão sempre a perguntar-me quando é que eu as vou publicar.
DL: O seu pai, Jorge Azevedo, um dos fundadores do Terceira Automóvel Clube, antigo piloto de rali, influenciou-o no gosto pelo rali?
Não e eu nunca tive aquele despertar para o fazer. Quando isso aconteceu, já estava ligado à escrita e eu aproveitei a ocasião para fazer uma reportagem por dentro de uma prova e isso depois aconteceu várias vezes. As coisas cruzam-se de uma forma não muito pacífica.
DL: Nunca pensou em ser piloto de rali?
Não. Eu acho que posso ser um bom navegador e nunca seria um bom piloto. Isso requer um talento acima da média e eu sou um condutor normal. Mas, o papel do navegador é muito importante, independentemente de estarmos a pisar terreno conhecido ou não.
DL: As pessoas valorizam esse papel do navegador?
Com a abertura que a informação permite de as pessoas verem os vídeos das grandes estrelas mundiais, já se apercebe a importância dos navegadores. Um bom navegador marca o ritmo dentro do carro.
DL: O Azores Rallye foi cancelado. O que pensa sobre isso?
Que é uma pena que não se realize o maior evento desportivo da região. Infelizmente houve muita má gestão financeira.
DL: Como é ser vice-presidente da Rádio Club de Angra?
Nos últimos tempos, ser vice-presidente do Terceira Automóvel Clube talvez tenha dado mais trabalho, porque a RCA é uma “embarcação que navega por si”, só que precisa de dinheiro todos os meses, que nem sempre aparece. Estamos, também, com uma carência de quem goste de fazer rádio.
DL: A comunicação social atravessa uma crise e fala-se em apoios do Governo. Considera que é importante apoiar?
Sim. Não consigo apontar diretamente qual é a melhor forma, mas tem de haver uma coisa, que é justiça. Cada vez se dá menos valor a quem faz as coisas originalmente. (Vivemos uma) crise da propriedade intelectual.
DL: Pondera o lançamento de um livro?
Eu tenho uma “dívida de saudade” com a minha mãe, que é juntar os poemas dos dois e pô-los cá fora de qualquer forma. Também tenho cerca de 400 crónicas e, talvez, algumas delas dariam uma coletânea engraçada. Um livro de raiz, de certeza que não o vou escrever.
DL: Quando o voltaremos a ver na estrada?
Para o ano, certamente.
Rúben Rodrigues e António Costa, em Skoda Fabia RS Rally2, venceram o XIII Picowines Rali e sagraram-se os campeões regionais de 2024 de rali.
A Picowines foi a prova decisiva do Campeonato dos Açores de rali e em disputa estiveram os títulos de absoluto e das “duas rodas motrizes” (2RM), cujos protagonistas estavam separados por poucos pontos.
“Quatro ilhas deram palco a cinco ralis que viram Rúben Rodrigues vencer três, revalidando o título de Campeão dos Açores de Ralis absoluto e ‘oferecendo’ a António Costa o seu primeiro título regional”, segundo comunicado da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FKAK).
Foram os mais rápidos em cinco de 9 classificativas que compunham esta prova, “elevando o nome da Auto Açoreana Racing ao lugar mais alto do pódio, contabilizando neste rali 37:42.4. Rúben Rodrigues vence o campeonato pela terceira vez, a segunda consecutiva, e António Costa, no seu ano de estreia como co-piloto da Auto Açoreana Racing, soma ao seu vasto palmarés um título que ainda não detinha”, de acordo com a mesma nota da FKAK.
Rafael Botelho volta a ser campeão regional 2RM, sendo que tinha conquistado o mesmo titulo pela última vez em 2017. Rui Raimundo torna-se pela primeira vez campeão dos Açores 2RM, lê-se ainda.
Luís Rego e José Janela, sagraram-se vice-campeões de ralis dos Açores ao volante do Skoda Fabia Rally2 evo do Team Além Mar. A dupla passou para a frente da prova na PE07 Oficina 1, quando os principais “opositores ‘furaram’, mas acabaram por ver a vitória no rali e a consequente vitória no campeonato fugir-lhes já na última classificativa, quando foram vítimas de despiste, eles que tinham entrado para o troço com uma vantagem de 2.4 segundos”, lê-se, no comunicado.
Segundos classificados neste rali, terceiros classificados no Campeonato dos Açores de Ralis absoluto e campeões dos Açores de ralis 2RM, Rafael Botelho e Rui Raimundo, em Peugeot 208 Rally4 na época de estreia do Team Lotus, concluíram o rali em 42:19.6. Entraram neste sábado de rali mais fortes que os demais concorrentes nas 2RM. No entanto, ao longo do dia, perderam a vantagem para os principais opositores.
Terceiros mais rápidos neste rali, segundos classificados entre os concorrentes tripulantes de viaturas de tração não integral e vice-campeões dos Açores de ralis 2RM de 2024, Henrique Moniz e Jorge Diniz, recuperaram no sábado toda a desvantagem que tinham para Botelho e Raimundo, mas foram penalizados em 40 segundos já no final do rali que os deixou a 25.5 segundos do lugar mais alto do pódio.
Filipe Marques e Edgar Silva, aos comandos do Peugeot 208 R2, depois de terem conquistado o título regional 2RM em 2023, precisaram de mais 1:17.0 para concluir este rali e com isso foram os terceiros melhores deste campeonato.
O XIII Picowines Rali começou na sexta-feira, 18 de outubro, com disputa da prova-especial no Largo Cardeal Costa Nunes-Areia Larga, percorrida nas principais artérias da Vila da Madalena.
No sábado, 19 de outubro, disputaram-se oito provas especiais, divididas em secções com duas passagens, de manhã, por Caminho da Fonte/Santa Luzia, neste rali denominada por Óptica Coutinho, e Farrobo/Quinta das Rosas, e à tarde por Alto Barreiro/Santa Luzia e Rosário/Calhau do Monte, neste rali denominado por A Oficina. A powerstage foi disputada na segunda passagem por A Oficina (PE9).
Depois dos mais recentes desenvolvimentos em torno do cancelamento da edição de 2024 do Azores Rallye, passou o XIII Picowines Rali a ser a prova decisiva nas contas do Campeonato dos Açores de Ralis de 2024.
Está em disputa agora ambos os títulos, o absoluto e o das “duas rodas motrizes”, cujos protagonistas estão separados por escassos pontos e cujos fatores de desempate, colocam todos nas mesmas circunstâncias.
No que concerne ao título absoluto, Rúben Rodrigues leva vantagem de dois pontos sobre Luís Miguel Rego e tudo deixa antever que a luta pelas sinuosas e peculiares estradas da ilha do Pico vai fazer-se de forma aguerrida até ao último metro das provas especiais. A qualquer um destes, interessa vencer o maior número de provas especiais e a powerstage, para garantir vitória clara e obtenção do tão ambicionado ceptro absoluto de ralis de 2024.
Já no que concerne às duas rodas motrizes, há empate absoluto entre Rafael Botelho e Henrique Moniz, sendo que ambos têm os mesmos resultados nas provas já disputadas. Aqui não há mesmo muito a esclarecer: quem quiser sagrar-se campeão dos Açores terá, forçosamente, que vencer o rali ou, na pior das hipóteses contar com azares alheios.
A lista de 28 equipas inscritas conta ainda com a presença de protagonistas de outras disputas pelos lugares seguintes da classificação absoluta e das duas rodas motrizes, pelo que não faltarão motivos de interesse para seguir a prova picoense: a presença de Filipe Marques, campeão em título das duas rodas motrizes, os marienses Max Salvador e André Oliveira e tantos outros. Destaque ainda para as ausências de Bruno Amaral (Team Além Mar) e de Bruno Tavares (Team Lotus).
O XIII Picowines Rali começa esta sexta-feira, 18 de outubro, com disputa da prova-especial Largo Cardeal Costa Nunes-Areia Larga, percorrida nas principais artérias da Vila da Madalena. No próximo sábado, 19 de outubro, disputam-se oito provas especiais, divididas em secções com duas passagens, de manhã, por Caminho da Fonte/Santa Luzia, neste rali denominada por Óptica Coutinho, e Farrobo/Quinta das Rosas, e à tarde por Alto Barreiro/Santa Luzia e Rosário/Calhau do Monte, neste rali denominado por A Oficina. A powerstage é disputada na segunda passagem por A Oficina (PE9).
A decisiva jornada do Campeonato dos Açores de Ralis acontece já este fim de semana na ilha do Pico com a realização do XIII Picowines Rali.
A direção do Grupo Desportivo Comercial (GDC), reunida ontem, 15 de outubro, na Lagoa, São Miguel, esteve a analisar as declarações do diretor da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (F.P.A.K.) para os Açores, Rúben Macedo, nomeadamente a entrevista concedida à Antena 1 Açores, segundo nota de imprensa do GDC.
Na entrevista, aponta o GDC, o diretor da F.P.A.K. para os Açores, deu conta que estaria à procura de apoios para realizar mais um rali numa outra ilha, não dando, dessa forma, como findo o Campeonato dos Açores de Ralis de 2024 com a realização do XIII Picowines Rali. Na mesma entrevista, Rúben Macedo afirma não concordar com a decisão de adiar para 2025 o Azores Rallye, alegando terem-se já realizado na ilha de São Miguel outros eventos com maior aglomeração de público, assim como com o timing para a comunicação que foi realizada na passada sexta-feira, em conferência de imprensa dando conta do parecer da Comissão de Catástrofe do Hospital do Divino Espírito Santo (H.D.E.S.).
Na reportagem da Antena 1 é igualmente afirmado que o diretor da F.P.A.K. nos Açores está a procurar angariar apoios para fazer realizar o rali numa de “duas ilhas onde não se realizam ralis”, citou o GDC, no mesmo comunicado.
Perante as declarações, o Grupo Desportivo Comercial renova a sua “disponibilidade para realizar a derradeira prova do Campeonato deste ano, nomeadamente o Além Mar Rali que estava agendado para meados do ano e que pode ser agora realizado em finais de novembro/principio de dezembro”, em qualquer ilha dos Açores a indicar por Rúben Macedo, com exceção de São Miguel e/ou de outra(s) que dependa(m) do H.D.E.S., devido ao parecer recebido e tornado público, ficando igualmente recetivos a receber o montante que o diretor da F.P.A.K. pretende angariar como patrocínio à prova, lê-se ainda.
Por último , esclarece-se o GDC, “a não aceitação do teor daquele parecer emanado pela Comissão de Catástrofe do H.D.E.S. leva a que, a realizar o rali apenas por capricho ou ignorância ao seu teor, faz com que incorram criminalmente os responsáveis pela prova, pela Comissão Organizadora e pelo Grupo Desportivo Comercial, uma consequência que se pretende evitar, em primeira análise, pelo bom nome de todos os envolvidos, mas também por respeito aos parceiros do evento, nomeadamente o Governo dos Açores”, conclui a nota.
Este ano o arquipélago açoriano não será palco do Azores Rallye, tendo sido a 58.º edição adiada para o ano de 2025. O anúncio foi feito ontem, 11 de outubro, pela direção do Grupo Desportivo Comercial (GDC), em conferência de imprensa.
A organização vê-se impossibilitada de realizar a competição de rali “em virtude do parecer desfavorável para a realização da prova proferido pela Coordenação da Comissão de Crise do Hospital do Divino Espírito Santo”.
De acordo com comunicado do GDC, os motivos apresentados prendem-se com o esforço adicional a que têm estado sujeitos as várias equipas de médicos e enfermeiros afetos ao HDES, mas também a todos os centros de saúde da ilha de São Miguel, e ainda aos bombeiros e membros do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, assim como a reorganização que tem vindo sendo levada a cabo no Hospital de Ponta Delgada.
Não sendo possível garantir o atendimento e apoio conveniente e atempado em caso de acidente multivítima, um fator de risco enorme em provas automobilisticas, é do entendimento da Coordenação da Comissão de Crise do Hospital do Divino Espírito Santo que o rali apenas deverá ocorrer em 2025.
O Grupo Desportivo com sede na Lagoa, através da sua direção, “lamenta a situação, à qual é alheia na sua origem, mas que mantém a postura de pretender fazer parte da solução e não do problema, acatando por isso o parecer recebido e não realizando a prova nas datas originalmente anunciadas”, apontam os seus responsáveis.
Os dirigentes do GDC afirmaram, ainda, que agradecem “a todos os parceiros da prova, nomeadamente o Governo dos Açores e demais entidades públicas e privadas pelo apoio concedido à prova, esperando agora pelo anúncio dos calendários desportivos de 2025, para poderem materializar todo o trabalho de uma equipa que já preparou dois ralis e que, pelos motivos conhecidos, não consegue concretizar, em 2024, o seu trabalho”.
A realizar entre 18 e 19 de outubro, a 13.º edição do Picowines Rali, próxima etapa do Campeonato dos Açores de Ralis, organizada pelo Pico Automóvel Clube, vai contar com 28 formações “preparadas para alinhar à partida desta jornada”, segundo comunicado da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting. Lista de equipas inscritas foi publicada esta quarta-feira, 9 de outubro.
Os destaques vão para a presença dos protagonistas do campeonato, com Rúben Rodrigues, campeão absoluto em título e atual líder da tabela classificativa absoluta do campeonato, e Luís Miguel Rego, vice-campeão absoluto em título e atual segundo classificado, assim como vencedor das duas anteriores provas do campeonato, a partir para este rali no Pico com apenas dois pontos de diferença.
Na competição reservada às duas rodas motrizes, há mais em discussão, lê-se ainda: Henrique Moniz, atual líder da classificação e vencedor das duas últimas provas realizadas no campeonato, parte com pontuação igual para Rafael Botelho, “prometendo uma etapa intensa para ambas as formações no Picowines Rali”.
A federação destaca ainda outros aspetos nesta lista de inscritos: ambas a Team Além Mar e Team Lotus apenas apresentam um piloto neste rali, porquanto Bruno Amaral e Bruno Tavares não estão inscritos na prova a disputar na ilha do Pico.
Os campeões em título das duas rodas motrizes, Filipe Marques e Edgar Silva, voltam a tentar mais uma vez a sua sorte e intrometerem-se na luta pelos lugares cimeiros da sua competição. De Santa Maria, os pilotos Max Salvador e André Oliveira fazem estreia neste rali. Max Salvador está com um ponto de vantagem na classificação das duas rodas motrizes sobre Emanuel Garcia, também ele presente. André Oliveira, que foi o melhor mariense e terceiro nas duas rodas motrizes no “seu” Explore Santa Maria Rallye vem tentar impor o seu andamento neste sempre exigente Picowines Rali, pode ler-se, no mesmo comunicado.
O XIII Picowines Rali possui um itinerário composto por nove provas especiais de classificação, que começam a disputar-se na sexta-feira, 18 de outubro, pelas 20h30, com a disputa da prova especial “Largo Cardeal Costa Nunes/Areia Larga”. No sábado, 19 de outubro, está prevista a disputa das restantes oito provas especiais de classificação, com o rali a terminar pelas 17h30 com cerimónia de pódio a realizar na Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico.
É já no próximo fim de semana que se realiza mais uma prova do Campeonato dos Açores de Ralis. Trata-se da quarta das sete jornadas previstas para a edição deste ano, que as 56 formações inscritas vão ter de disputar. Com organização do Terceira Automóvel Clube, o XXVII Além Mar Rali 45.º Ilha Lilás, na Terceira, constitui-se como a próxima jornada.
Divulgada a lista de inscritos da prova terceirense, em nota de imprensa enviada às redações a organização destaca a participação dos protagonistas pelo ceptro absoluto de ralis este ano, nomeadamente as duplas Rúben Rodrigues/António Costa e Luís Miguel Rego/José Janela que são os atuais primeiro e segundos classificados absolutos, distando, à entrada deste rali, uns escassos oito pontos.
Presentes estão igualmente as duas formações que têm vindo a deter mais visibilidade nas últimas duas provas no que às viaturas de tração não integral diz respeito. Rafael Botelho/Rui Raimundo e Henrique Moniz, que neste rali se faz acompanhar pelo experiente Vitor Hugo, prometem voltar a esgrimir argumentos par animar a contenda pela competição, com o campeão de 2023 à espreita, uma vez que Filipe Marques e Edgar Silva também vão à Terceira e vão aproveitar ao máximo qualquer deslize dos homens da frente.
A organização faz nota ainda para a presença de António Dias/Miguel Azevedo, que trazem da Lousada um Volkswagen Polo R5 para fazerem mais um rali este ano, depois da participação no Rali Vinho da Madeira. Bruno Amaral e Paulo Silva voltam igualmente a marcar presença em mais uma prova deste ano. Também o micaelense Sérgio Silva volta a tirar da garagem o Subaru estreado na ilha do Faial este ano, para, com Roberto Pires, cumprirem este rali. O graciosense Cláudio Bettencourt também marcará presença, depois de um interregno feito em algumas provas de 2024.
A edição de 2024 volta a contar com 56 pontos de interesse numa luta que não se faz apenas pelo topo da tabela, mas por todas as classes e grupos, numa prova que se vai desenrolar por dois dias, com disputa de três provas especiais no primeiro dia: Ladeira Grande e duas passagens pela super especial citadina Clubauto. No dia seguinte serão oito as provas especiais a disputar, com dupla passagem, de manhã por Arrochela e Altares, e à tarde, por Cinco Ribeiras e Caminho de Cima. A segunda passagem por Caminho de Cima será o palco da powerstage.
O itinerário idealizado pela equipa do Terceira Automóvel Clube tem extensão cronometrada de quase 81 km, num total de 217,46 km.
O Explore Santa Maria Rally acontece nos próximos dias 9 e 10 de agosto, próximo fim de semana.
A dupla de Madeira Competições, Ruben Santos e Nuno Pereira, vai arrancar a sua prestação no Campeonato dos Açores de Ralis (CAR), edição 2024 no Explore Santa Maria Rali, um regresso ao asfalto mariense cinco anos após a última presença, segundo comunicado da equipa.
A prova organizada pelo Clube Asas do Atlântico tem para o piloto natural da Madeira “um lugar especial na sua memória, pois foi nela que se estreou nas andanças dos ralis como navegador em 2004, e no ano seguinte como piloto. Ruben Santos conta novamente com o navegador Nuno Pereira, uma dupla que se mantém junta desde 2016”, lê-se, na mesma nota.
O regresso à competição e ao Peugeot 106 1.6 acontece em Santa Maria, depois de lograda a participação agendada pela equipa no Rali Ilha Azul no Faial.
Como salienta Ruben Santos, citado na nota de Madeira Competições, “continuamos a ter dificuldades em reunir o “budget” suficiente para levar avante o nosso projecto, a falta de apoios leva a que tenhamos que seleccionar as provas em que vamos participar durante a época”.
Sobre as expectativas da dupla para esta época, Rúben Santos acrescenta: “tenho noção das minhas capacidades e do carro que disponho, que é inferior aos atuais carros das duas rodas motrizes que estão a competir no Campeonato dos Açores de Ralis este ano, mas vamos fazer o nosso melhor já em Santa Maria e nas restantes as provas, tentando sempre terminar no melhor lugar possível e tendo sempre como meta o nosso grupo (X1), na qual vencemos nas duas ultimas épocas e queremos revalidar o titulo no grupo novamente”.
O XLIII Explore Santa Maria Rally conta com um trajecto de 78,46 quilómetros de especiais cronometradas, dividas pelos dois dias de competição. Duas provas disputam-se na sexta-feira, dia 9 de agosto, com dupla passagem pela super especial Explore Santa Maria e as restantes oito provas no sábado, dia 10 de agosto, com duplas passagens pelas especiais São Pedro/Santa Bárbara (PE 3/5), Picos/ Barreiros (PE 4/6), Ginjal/Anjos (PE 7/9) e Salto/Arrebentão (PE 8/10).
A prova desportiva está enquadrada no Campeonato dos Açores de Ralis e no Troféu de Ralis de Asfalto dos Açores e cumpre com os parâmetros da entidade federativa que rege a modalidade, a FPAK.
Nasceu na freguesia da Conceição, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, em janeiro de 1974. Tem 50 anos feitos e ao longo da sua carreira de piloto ganhou o Campeonato dos Açores de Rali por seis vezes, tendo conquistado o primeiro rali com apenas 19 anos de idade. Os anos que se seguiram de uma longa carreira deixam saudades ao piloto e memórias. Teve como adversários pilotos como Horácio Franco, Licas Pimentel, Fernando Peres, Ricardo Moura, Bruno Thiry e Yves Loubet.
DL: Como surge na sua vida a paixão pelo rali?
Cresci no meio dos carros, deste o tempo do meu avô que a minha família tinha oficinas e foram representantes de marcas de automóveis. Depois passou para o meu pai e para mim. Estivemos sempre ligados aos automóveis.
DL: Com apenas 19 anos conquistou a sua primeira vitória num rali com um carro inferior aos seus adversários. Como alcançou esse feito?
Os 19 anos era a idade mínima para se poder correr em ralis na altura e tínhamos que ter um ano de carta de condução. No primeiro ano, em que tirei a carta, fiz de carro zero em algumas provas e, depois, com 19 anos fiz a primeira prova do campeonato dos Açores de ralis aqui na Terceira. Foi interessante porque foi com a idade de 19, com o número 19 nas portas, sendo que vencemos por 19 segundos. Preparamos muito bem as coisas, tínhamos essa possibilidade e um carro de treinos muito semelhante ao de prova, um Renault 5 GT Turbo.
DL: Como conseguiu alcançar os seis títulos de campeão dos Açores?
Com muita dedicação, trabalho, esforço pessoal e financeiro, bem como com bons patrocinadores. Ao longo da minha carreira de 20 anos sem interrupções — nos seguintes tive interrupções —, tivemos a sorte e conseguimos estar mais ou menos no topo com carros da geração atual, dentro do que era possível ombrear de igual para igual com os outros pilotos concorrentes nos Açores.
DL: Qual era o piloto que mais admirava?
Dos mais aguerridos e com uma vontade e paixão muito grande foi o Horácio Franco. Para além da nossa amizade pessoal, foi um dos pilotos com quem gostei mais de correr e com quem tive momentos bonitos. Mas, claro, também tive outros concorrentes como o Licas Pimentel, o Fernando Peres e, numa fase final da minha carreira, apareceu o Ricardo Moura mas não tive muitas oportunidades de correr com ele. Foram estes os mais difíceis de bater.
DL: E dos pilotos estrangeiros?
Foram vários. Lembro-me do ano em que ficamos em segundo lugar da geral no rali dos Açores, em que nesse ano ganhou o piloto belga Bruno Thiry, que era muito bom na altura. Também cheguei a apanhar o Yves Loubet.
DL: Há alguma história que o tenha marcado mais?
Pela negativa, um Sata Rallye Açores em que podíamos ter vencido mas na penúltima classificativa — estávamos a liderar a prova com Fernando Peres em segundo lugar — tivemos uma saída de estrada, na Tronqueira, onde caímos cerca de 30 metros. Felizmente não nos aconteceu nada, embora o carro tenha ficado um bocadinho destruído. Foi triste, pois podia ter vencido o rali na geral. Pelo lado positivo, principalmente o primeiro título, porque foi difícil mas conseguimos.
DL: Na altura existia rivalidade entre São Miguel e Terceira?
Sempre existiu e penso que vai continuar, no desporto principalmente. No que me diz respeito sempre me senti bem em São Miguel, sempre fui acarinhado por muitas pessoas, talvez porque tenha aparecido numa altura em que era muito novo e tentei sempre gerir as coisas desportivamente de uma forma clara e honesta. Nunca tive problemas com os meus adversários e acabei na altura por fazer família em São Miguel. Fiz grandes amigos, sempre fui muito bem recebido.
“Neste momento o patamar do campeonato de ralis
GUSTAVO LOURO
em termos gerais está demasiado elevado
para a nossa dimensão e poder económico.”
DL: Como encara a situação atual e o futuro do rali nos Açores?
Na minha opinião, neste momento o patamar do campeonato de ralis em termos gerais está demasiado elevado para a nossa dimensão e poder económico. Basta verificar que nos últimos anos há apenas dois pilotos, duas equipas que podem vencer o campeonato. Ou é um ou é o outro, porque o nível está muito acima do normal para a região. Se, por exemplo, acabassem com as quatro rodas motrizes para nivelar o campeonato todo a duas rodas, se aparecesse dez pilotos com hipóteses iguais a tentar vencer uma prova, penso que se ganhava a nível competitivo e desportivo. Talvez aparecesse novos valores.
Quanto ao futuro, sinceramente não vejo nada de muito positivo. Existem poucos pilotos com capacidade financeira. E, depois, toda a logística que é correr nos Açores, pois sai muito mais caro do que correr no Campeonato Nacional devido ao grande problema das deslocações das viaturas e de toda a estrutura. Se não existir um apoio por parte dos clubes e Governo regional, acho que será muito complicado.
DL: Não pensa em regressar ao ralis?
A tempo inteiro é praticamente impossível. Primeiro, porque já não tenho nem 20, nem 30 anos. E, depois, em termos de estrutura é muito difícil porque é preciso patrocinadores muito fortes, carros que custam muito dinheiro hoje em dia. É muito complicado neste momento regressar a tempo inteiro.
DL: Como encara a situação atual e o futuro do rali nos Açores?
Na minha opinião, neste momento o patamar do campeonato de ralis em termos gerais está demasiado elevado para a nossa dimensão e poder económico. Basta verificar que nos últimos anos há apenas dois pilotos, duas equipas que podem vencer o campeonato. Ou é um ou é o outro, porque o nível está muito acima do normal para a região. Se, por exemplo, acabassem com as quatro rodas motrizes para nivelar o campeonato todo a duas rodas, se aparecesse dez pilotos com hipóteses iguais a tentar vencer uma prova, penso que se ganhava a nível competitivo e desportivo. Talvez aparecesse novos valores.
Quanto ao futuro, sinceramente não vejo nada de muito positivo. Existem poucos pilotos com capacidade financeira. E, depois, toda a logística que é correr nos Açores, pois sai muito mais caro do que correr no Campeonato Nacional devido ao grande problema das deslocações das viaturas e de toda a estrutura. Se não existir um apoio por parte dos clubes e Governo regional, acho que será muito complicado.
DL: Não pensa em regressar ao ralis?
A tempo inteiro é praticamente impossível. Primeiro, porque já não tenho nem 20, nem 30 anos. E, depois, em termos de estrutura é muito difícil porque é preciso patrocinadores muito fortes, carros que custam muito dinheiro hoje em dia. É muito complicado neste momento regressar a tempo inteiro.
DL: Mas se pudesse regressava?
Nunca digo que não a nada e, sinceramente, ainda tenho esse bichinho cá dentro, gosto muito de correr e, por isso, há cinco anos atrás fiz dois ou três ralis. E no ano passado também fiz um. E sempre que surge uma oportunidade com a empresa Clubauto, nós avançamos e estamos sempre prontos a dar o nosso melhor. Se me fizessem um convite, se as condições fossem minimamente parecidas com as dos pilotos da frente, eu aceitava de bom grado.
DL: Se encontrasse um jovem de 19 anos que ambicione ser um Gustavo Louro, o que lhe diria?
Que acredite em si mesmo, primeiro que tudo. E que se reúna, se possível, de bons parceiros e confie nas pessoas certas.