O presidente do grupo parlamentar do PSD/Açores, João Bruto da Costa, acusou, esta segunda-feira, 30 de setembro, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de “desconhecer a realidade da região” e de “fazer politiquice com a saúde dos açorianos”, após as declarações do socialista, no congresso regional do PS/Açores, sobre a situação no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada.
No domingo, o secretário-geral do PS tinha criticado o Governo dos Açores pela demora em fazer o levantamento dos prejuízos do incêndio no HDES e acusou o executivo açoriano de “insensibilidade social” devido à redução dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção e à aprovação, por parte do PSD, da recomendação do Chega para priorizar as crianças com pais trabalhadores no acesso à creche.
O social democrata João Bruto da Costa, segundo comunicado do partido, acusa agora Pedro Nuno Santos de estar “mal informado sobre a realidade dos Açores, nomeadamente no que diz respeito ao HDES”, recordando que “o primeiro levantamento dos prejuízos foi anunciado pelo Governo regional a 22 de maio, três semanas após o incêndio”.
A 24 de maio, no debate do Orçamento da Região para 2024, foi aprovada, com o voto favorável dos deputados do PS, uma proposta de alteração que criou uma rubrica de 24,3 milhões de euros para a recuperação do HDES, lê-se, na mesma nota.
A 5 de julho, o governo açoriano entregou na Assembleia Legislativa uma série de relatórios, nomeadamente sobre os custos resultantes do incêndio no HDES e o montante da despesa com a construção do hospital modular. “Ou seja, apesar de mal informado sobre a situação do HDES, o secretário-geral do PS não resistiu a fazer politiquice com a saúde dos açorianos” afirma João Bruto da Costa.
De acordo com presidente do grupo parlamentar do PSD/Açores, “o secretário-geral do PS mostrou também desconhecer a realidade social e económica dos Açores”, pois “os Açores têm hoje a maior população empregada de sempre, a economia cresce há 39 meses consecutivos e os salários dos trabalhadores aumentam de ano para ano”, diz ainda João Bruto da Costa, na nota.
No comunicado, João Bruto da Costa acusou ainda Pedro Nuno Santos de ter sido “um mau ministro para os Açores”, de ignorar os “interesses dos Açores”, de adiar o processo do novo cabo submarino de telecomunicações entre os Açores e Portugal Continental, e, ainda deixar “na gaveta a revisão das Obrigações de Serviço Público de transporte aéreo para as ilhas do Faial, Pico e Santa Maria”.
O Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, reabriu esta terça-feira, 24 de setembro, o bloco operatório nas suas instalações principais com a reativação de duas salas, adiantou a secretária regional da tutela, Mónica Seidi.
Com esta medida, “dá-se mais um passo no sentido de colmatar os constrangimentos associados à dispersão dos serviços, neste caso em particular, pela Clínica do Bom Jesus que, desde 4 de maio, foi uma das instituições a acolher doentes retirados da maior instituição de saúde dos Açores após o incêndio deflagrado”, explica o comunicado.
“Esta fase é de recuperação, com uma reabertura estratégica e faseada de mais um dos serviços dentro do perímetro do hospital”, frisou a governante, que visitou, na terça-feira, a Clínica do Bom Jesus, em Ponta Delgada.
A secretária regional explicou que o plano inclui a intervenção nas instalações do hospital de Ponta Delgada, “desde as limpezas, à substituição de filtros, portas e, claro, testes de qualidade”.
À saída de um encontro com a administração da Clínica do Bom Jesus, a secretária da Saúde e Segurança Social declarou que a abertura de duas salas de operação “permitirá melhorar a reorganização da atividade cirúrgica, porque volta a ser realizada no espaço do hospital, o que leva a melhorias nos tempos operatórios e do número de doentes intervencionados”.
Com a reabertura de duas salas do bloco operatório voltam a ser realizadas intervenções cada vez mais diferenciadas, diz o Governo regional, no mesmo comunicado, e “será feito também, nas próximas semanas, um trabalho ao nível do horário de funcionamento para que seja possível começar a trabalhar na redução das listas de espera”.
Mónica Seidi procura que haja “uma produção acrescida para doentes prioritários que sejam operados em horário laboral e que não estejam contemplados no programa CIRURGE”.
A secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, adiantou no sábado, 31 de agosto, numa visita ao hospital modular em São Miguel, que o serviço de urgências na unidade vai abrir na terça-feira, sendo de esperar que a mesma esteja a “funcionar em pleno” até ao último trimestre do ano, de acordo com comunicado do Governo dos Açores.
“Na próxima terça-feira, dia 3, pelas 16h00, aquilo que nós chamamos de serviço de urgência do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), a funcionar no Centro de Saúde da Ribeira Grande, move-se para este novo serviço de urgência HDES hospital modular. Os doentes de menor complexidade, que anteriormente eram observados naquela infraestrutura, serão observados aqui”, adiantou a governante.
Em causa está a montagem de um hospital modular que vem atenuar os impactos do incêndio registado em maio no HDES, em Ponta Delgada.
A urgência geral vai ter dois postos de zona de triagem e 16 a 20 espaços de observação, para além de uma sala de emergência, um quarto de isolamento e um gabinete de enfermagem. Já a urgência pediátrica abarca dois gabinetes médicos, e oito a dez espaços de observação.
Numa próxima fase, adiantou Mónica Seidi, vão ser abertas duas enfermarias no hospital modular, “que poderão dar algum ‘back-up’ se houver um aumento de procura”.
Posteriormente, vão avançar serviços como cuidados intensivos, cuidados intermédios, o próprio bloco operatório e uma sala de imagiologia.
“Estamos a falar de uma sala que vai ter de ter um revestimento de chumbo e por muita boa vontade, que há e tem sido acautelada nesta infraestrutura, não é algo que se faça de um dia para o outro”, lembrou a governante.
Sobre o futuro do HDES, Mónica Seidi adiantou que a sua requalificação vai exigir um plano funcional, que já foi adjudicado, num processo naturalmente “moroso”.
O Deputado da Iniciativa Liberal (IL) no Parlamento dos Açores, Nuno Barata, exortou, esta quarta-feira, aos partidos políticos a apresentarem uma proposta para criação de uma comissão parlamentar de inquérito que possa levar ao total esclarecimento sobre as causas do incêndio que afetou o Hospital de Ponta Delgada, no passado dia 4 de maio, segundo nota de imprensa da IL/Açores.
Intervindo num debate parlamentar sobre o assunto e assumindo que “ficaram mais dúvidas do que esclarecimentos” sobre as verdadeiras causas que levaram à calamidade que afetou o maior hospital da Região, Nuno Barata frisou que importa, “mais do que passar culpas”, esclarecer os açorianos sobre as capacidades de resposta do Serviço Regional de Saúde, em caso de mais alguma calamidade, lê-se, na mesma nota.
“Mais do que esclarecimentos permanecem as dúvidas. Ao fim de três horas de debate foram mais as perguntas por responder, do que as respostas claras que foram dadas. Existem oito forças políticas representadas neste Parlamento, mas apenas quatro têm a prerrogativa legal de poder suscitar a criação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre este assunto. Ao fim de mais de três horas, e tirando as tentativas de passa culpas do Governo atual para o PS, pelos 24 anos de falta de manutenções e investimento, e de algumas bancadas parlamentares para os quase quatro anos de adormecimento deste Governo para os mesmos problemas, eu exorto as diferentes bancadas que têm o poder de criar uma comissão de inquérito para que o façam”, disse o liberal.
Isto porque, acrescentou justificando, sendo a IL uma Representação Parlamentar, está impedida pelo Regimento do funcionamento da Assembleia Legislativa de avançar com a proposta de criação de comissões parlamentares.
Para Nuno Barata “o que se passou no Hospital de Ponta Delgada é uma questão que ultrapassa, inclusivamente, o que aconteceu no dia 4 de maio (dia do incêndio) e que tem que ser devidamente esclarecido”.
O dirigente da IL/Açores, durante o debate, pediu vários esclarecimentos à tutela da saúde na região, não só sobre o futuro próximo do Hospital do Divino Espírito Santo, mas sobre as garantias de manutenção em todas as infraestruturas de saúde nas diferentes ilhas, mas para nenhuma delas teve respostas, de acordo com o mesmo comunicado.
“Saímos deste debate menos esclarecidos do que entramos; saímos deste debate com os mesmos dados com que entramos; saímos com os mesmos conhecimentos que já tínhamos, pelo que exorto os partidos que o podem fazer a apresentar uma proposta para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito a este assunto”, finalizou Nuno Barata.
Foram retomadas as consultas de oftalmologia, estomatologia e cirurgia maxilo-facial no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), tendo sido reposta a energia na ala nascente do hospital, anunciou a presidente do concelho de administração (CA) do HDES, Manuela Menezes, na conferência de imprensa de ontem, 16 de maio.
Neste momento, “todo o edifício dispõe de energia elétrica”. Nas próximas semanas, acrescentou ainda a presidente, serão instalados dois novos postos de transformação. O HDES vai avançar também com a “limpeza profunda” do edifício, testes aos equipamentos para garantir a sua segurança, limpeza e testes das condutas de ar e sistema de ar condicionado, “assim como do sistema de gases medicinais”. Prosseguem também os trabalhos de limpeza e remoção dos materiais danificados.
O HDES disse perspetivar “avançar com a reabertura parcial da consulta externa, a retoma do serviço de deslocação de doentes e o regresso dos colaboradores não clínicos do hospital, sempre de forma faseada”.
Paula Macedo, diretora clínica, que falava na conferência, explicou que “relativamente aos tratamentos oncológicos, todos estarão completamente resolvidos e o normal funcionamento ocorrerá no final da próxima semana”. De acordo com Paula Macedo, “ficaram 94 doentes com tratamentos pendentes” na semana seguinte ao incidente, tendo “49 destes sido remarcados para esta semana e outros 45 até ao final da próxima semana”.
A diretora clínica assegurou que todos os tratamentos oncológicos “estarão completamente resolvidos e o normal funcionamento ocorrerá no final da próxima semana”. As consultas presenciais de Oncologia deverão ser retomadas terça-feira, 21 de maio, sendo também retomadas, na próxima semana, as consultas de acompanhamento.
Segundo Paula Macedo, a partir do dia 27, a unidade estará a “funcionar praticamente [de forma] normal”, mas que continuarão a existir “algumas dificuldades” a nível de consultas.
No que se refere à hemato-oncologia, de acordo com Paula Macedo, todos os tratamentos pendentes “estarão totalmente concluídos” até sexta-feira.
A diretora clínica disse ainda que se aguardava a totalidade dos resultados da análise de água (nos próximos dias) para ser retomado o serviço de Hemodiálise.
Por sua vez, o serviço de Cardiologia só deverá regressar ao HDES “de forma faseada e com as condições para o seu funcionamento”.
A Urgência permanece repartida pelos Centros de Saúde da Ribeira Grande, Lagoa e Vila Franca do Campo, sendo que situação deverá manter-se por mais algum tempo, de acordo com Paula Macedo, apesar de considerar ideal centrar este serviço em Ponta Delgada.
Na manhã de quatro de maio, um incêndio deflagrou no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, tendo o estabelecimento de saúde ficado inoperacional, o que obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários centros de saúde de São Miguel, hospitais da Terceira e do Faial, Madeira e continente português
O CA do HDES terá deliberado, a seis de maio, instaurar um processo de averiguação das causas do incidente. Terá também solicitado à Ordem dos Engenheiros a nomeação de dois peritos que assegurarão “de modo totalmente independente e idóneo, o estudo técnico das causas do incidente”.
De acordo com Manuela Menezes, que falava na conferência de imprensa de 16 de maio, “continua a ser prematura adiantar prazos ou valores” e “não é possível quantificar a extensão dos danos associados ao incêndio”.
Segundo comunicado da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel (USISM), mantém-se a atividade habitual em todos os centros de saúde e respetivas unidades de saúde com exceção dos serviços prestados na sede do Centro de Saúde de Ponta Delgada, “considerando a situação de calamidade pública regional originada pelo encerramento do Hospital do Divino Espírito Santos de Ponta Delgada”.
Estão assegurados na sede do Centro de Saúde de Ponta Delgada os seguintes serviços: Tratamento de Feridas, Centro de Diagnóstico Pneumológico, Saúde Escolar, Centro de Dissuasão para a Toxicodependência, Serviço de Reembolsos, Gabinete do Utente e as equipas de prestação de cuidados de saúde no domicílio, segundo a mesma nota.
A USISM informa ainda que hoje, terça-feira, estão suspensas as demais atividades assistenciais (consultas) na Sede do Centro de Saúde de Ponta Delgada, mas que o reagendamento destas atividades está a ser acautelado a partir do dia oito.
As Unidades Básicas de Urgência dos Centros de Saúde de Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo estão abertas 24 horas por dia.
A USISM diz estar “ciente do impacto destes constrangimentos nos seus utentes e está a efetuar todos os esforços para o minimizar. Qualquer nova informação será transmitida em futuros comunicados a serem disponibilizados pela USISM”.
Através do número de telefone 296 249 220, a USISM disponibiliza aos familiares dos doentes internados uma equipa de Assistentes Sociais e Psicólogos para prestar os esclarecimentos necessários. As visitas estão condicionadas por motivos de gestão do espaço físico e de recursos humanos.