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“Ser mulher no Nordeste é ser resiliente e acreditar nas potencialidades do concelho”

© D.R.

Sara Sousa nasceu no concelho do Nordeste há 42 anos, o que considera ser “uma honra”. Lá cresceu durante a infância, o que se tornou “um privilégio” e, hoje, ocupa o cargo de vereadora com os pelouros da ação social, habitação, património, cidadania e igualdade de género.

No Dia Internacional da Mulher, que hoje se assinala, Sara Sousa sente-se privilegiada porque “ser mulher no concelho do Nordeste é ter a oportunidade de viver e desfrutar do melhor que a natureza tem para oferecer, é ser resiliente e acreditar nas grandes potencialidades do concelho”.

A jovem vereadora não teme os desafios que a vida lhe coloca no dia-a-dia porque “ser vereadora é um desafio que abracei com toda a humildade e com a certeza que com muito trabalho, dedicação e união entre os membros deste executivo estamos a contribuir para a promoção da qualidade de vida, segurança e bem-estar dos nordestenses, bem como daqueles que aqui pretendam investir, trabalhar ou viver”.

Mas nem sempre foi assim. A mulher tem vindo a rasgar caminho por entre caminhos por onde, há poucas décadas, só os homens andavam. Por isso, ser mulher hoje não é igual ao que foi há vinte ou trinta anos. “No decorrer dos anos as mulheres ganharam outros direitos, situação que lhes permitiu adquirir a sua independência e autonomia e lutar pelos seus sonhos”, vincou.

Nascida numa família de mulheres de garra, Sara Sousa recorda com orgulho o passado da mãe e das avós. “A minha avó paterna emigrou e toda a sua vida trabalhou numa empresa. A minha avó materna, considero-a uma mulher de garra, destemida, aventureira e sempre muito atualizada. Teve oportunidade de ser regente escolar em São Miguel e Santa Maria e, atualmente, julgo que poderia ter tido outras oportunidades e ter concretizado outros sonhos que devido a vários constrangimentos da vida não lhe foi possível concretizar”, disse.

As recordações da emancipação da mulher do Nordeste noutros tempos estendem-se à mãe. “A minha mãe saiu de casa dos meus avôs aos onze anos de idade e teve a oportunidade de estudar num colégio em Ponta Delgada. Foi difícil sair do seio familiar com aquela idade porque só regressava a casa nas férias, situação que atualmente, e felizmente, não acontece. Casou-se, teve três filhos e foi funcionária pública”.

Sara Sousa recorda os ensinamentos que recebeu. “Os meus pais educaram e preparam os filhos para serem independentes. Fomos educados a trabalhar e a colaborar nas tarefas básicas do quotidiano desde tenra idade, situação que nos permitiu ganhar responsabilidade e autonomia mais cedo e que só tenho a agradecer por isso”, acrescentou.

Por isso, e tendo em conta a constante evolução dos tempos, a mulher que integra o executivo na Câmara do Nordeste acredita que o progresso continuará a prevalecer e que daqui a algumas décadas “ser mulher no Nordeste será ter a oportunidade de viver num concelho sustentável, inovador e atrativo ao investimento”.