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“Sinergias culturais artísticas entre ilhas carecem de mais investimento”, defende a MiratecArts

© PEDRO SILVA
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No passado fim de semana, o Fringe apresentou, pela primeira vez na ilha do Pico, a equipa do Estúdio 13, de São Miguel, com o espetáculo “Aviões de Papel”.  As artistas Catarina Medeiros e Maria João Gouveia, com o apoio técnico de Markus Trovão, pisaram um dos maiores palcos da região, o auditório da Madalena. Agora, seguem para a ilha Terceira, onde participam no Festival de Curtas de Artes Performativas. Por entre atuações e exposições, há sempre tempo para conferências e conversas entre os artistas no Fringe.

De acordo com nota de imprensa enviada às redações pela associação picoense, é dito que “nos últimos nove anos, a MiratecArts tem investido grande parte dos orçamentos dos seus projetos a incentivar a criação artística e a apresentação de artistas regionais nas várias ilhas. O Azores Fringe, festival internacional de artes, tem sido catalisador na execução deste objetivo”, defende a entidade.

“Há lugares especiais. Há lugares de pedra, dura, de basalto negro com montanhas altas difíceis de escalar. É este o caminho que a cultura atravessa, neste momento na região, duro e com muito para caminhar. Mas há quem mesmo em rocha negra acredite sempre, plante e faça crescer com muito amor e dedicação à cultura nas nossas ilhas. Isso é o Fringe, plantado pelo Terry Costa,” expressa a coreógrafa e bailarina Maria João Gouveia. “E este ano tivemos o prazer e privilégio de poder ver e fazer parte deste Jardim. Porque não podemos ser ilhéus, cada um abandonado e rodeado pelo seu próprio mar. Temos que ser um só, sempre, nesta luta e neste amor que não é só nosso mas sim de todos nós. Num avião de papel, de São Miguel para o Pico, do Pico para o Mundo”, acrescenta.

Alicerçado na intervenção poética da bailarina micaelense, o diretor artístico da MiratecArts, Terry Costa, expressa o seu desapontamento pela inexistência de apoios dignos para a criação e apresentação do que de original a região tem hoje para oferecer. “Parece que, ultimamente, ando constantemente a apelar às entidades municipais e regionais para investirem mais nos Açores e nos seus criativos”, admite Terry Costa, “como se fosse difícil compreender que investir em açorianos e nas artes é investir na economia local, e que tal não precisa de estar desfasado da realidade regional, como um mero estrangeirismo. Esta foi a última vez que produzimos o Fringe, um festival desta envergadura, com um orçamento inferior ao que teria uma noite de uma típica festa de verão, sendo que ainda nem sabemos quando iremos receber o investimento financeiro do Governo regional dos Açores. Algo tem de mudar!”

O Azores Fringe Festival encerrou a 27 de junho apresentando a nova imagem para a décima edição e, assim, abrindo as candidaturas a propostas de artistas para começar a construir a edição de junho de 2022.

DL

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