Centenas de adeptos sportinguistas transformaram esta terça-feira, 11 de maio, as Portas da Cidade, em Ponta Delgada, nos Açores, num ‘inferno verde’, para celebrar o 19.º título de campeão nacional de futebol, após o triunfo dos ‘leões’ diante do Boavista (1-0).
Na principal praça da maior cidade açoriana, pairava uma fumaça verde e, apesar da pandemia de covid-19, vários adeptos concentraram-se nas Portas da Cidade para gritar cânticos evocativos do clube.
“Isto é o inferno verde. Ansiava isso há muito tempo. Há 19 anos que não éramos campeões. Eu era pequeno quando fomos campeões. Celebrávamos Taças de Portugal e Taças da Liga, mas não era a mesma coisa. Isto é um orgulho de vida”, declarou à agência Lusa Pedro Batista, adepto sportinguista de 26 anos.
O adepto açoriano enalteceu o trabalho do treinador Rúben Amorim, que considerou uma “excelente aposta” do presidente Frederico Varandas.
“Estava há anos à espera deste dia que finalmente chegou. Eu até nem gosto muito do meu presidente, mas é preciso elogiar a aposta no Rúben Amorim”, assinalou.
Durante os festejos, houve um festival de fogo de artifício e largas dezenas de carros formaram um buzinão que entupiu a Avenida Marginal de Ponta Delgada.
Apesar de algumas exceções, a maioria dos adeptos estava de máscara, sendo que, em muitos casos, não se verificava o distanciamento físico para evitar a propagação do novo coronavírus.
Com uma camisola do Sporting vestida, Vasco Feleja assumiu que a pandemia de covid-19 o deixou hesitante em ir festejar o título, mas salientou que não podia perder esta “oportunidade histórica”.
“É uma situação que me deixa sempre um bocado reticente devida à situação toda que estamos a passar desta pandemia. Eu tento salvaguardar sempre a minha saúde para não transmitir também para os meus”, afirmou.
E acrescentou: “é um momento único na minha vida, eu já chorei, confesso, eu emocionei-me. O Sporting é muito grande. O Sporting passa de geração em geração na minha família e eu tenho uma filha que faz agora quatro meses”.
Vasco Feleja festeja juntamente com a sua família e com o amigo Nuno Sousa, de 32 anos, que destacou que “este é um dia há muito aguardado pela nação sportinguista”.
“Infelizmente, não podemos festejar com a força que nós queríamos por causa da covid-19, mas de qualquer forma é uma festa inesquecível porque foram muitos anos há espera. Eu ainda não caí em mim que o Sporting foi campeão outra vez”, atirou.
Para o sportinguista, o “segredo” do título está na “aposta na formação”, na “humildade da equipa” e no treinador Rúben Amorim.
Se a maioria dos adeptos formavam um ajuntamento na zona da Avenida Marginal, algumas pessoas também celebravam ligeiramente mais atrás, perto da estátua Gonçalo Velho Cabral, descobridor da ilha de São Miguel, de forma mais dispersa.
É o caso de Milton Araújo, que foi com a filha de oito anos e com o sobrinho de seis, celebrar o título, assumindo que chegou a pensar em não ir devido à pandemia.
“Cheguei a pensar não vir por causa da pandemia, mas também não sei quando tempo é que vai demorar até ao próximo campeonato. Esperava esse dia há 19 anos. O campeonato é justo e o principal obreiro é o treinador”, apontou.
O Sporting sagrou-se na terça-feira campeão português de futebol pela 19.ª vez, 19 anos após a última conquista, ao vencer na receção ao Boavista, por 1-0, com um golo de Paulinho, aos 36 minutos do jogo da 32.ª jornada da I Liga.
Quando faltam duas jornadas para o fim do campeonato, os ‘leões’ somam 82 pontos, mais oito do que o FC Porto, segundo classificado, que detinha o título.
Lusa/ DL
Os leitores são a força do nosso jornal
Subscreva, apoie o Diário da Lagoa. Ao valorizar o nosso trabalho está a ajudar-nos a marcar a diferença, através do jornalismo de proximidade. Assim levamos até si as notícias que contam.
Leave a Reply