Por uma questão de Tradição e comodidade, na Praça Velha e na Praça Nova da Vila de Água de Pau o povo desta terra convivia muito. Há muito anos, há menos tempo e há nem tantos anos assim, pois ainda me lembro, como eram, os “Pontos de Encontro” ao domingo de tarde, nas “Praças” desta Vila. Os mais velhos e os menos velhos e até os mais jovens juntavam-se, invariavelmente sentados nos bancos ou andando por ali.
Ao contrário de hoje, que se encostam às paredes, para não deixar cair as casas da Praça.
Na Praça Velha – 1960
Quando me debruço e contemplo estas fotos e vejo os mais idosos sentados num banco, na Praça Velha de Água de Pau, ou da República, se assim quiserem, apetece-me perguntar, embora saiba, que não terei resposta:
— “ Boa tarde meus senhores, a conversa está boa? O senhor Braga está a contar-vos que cada dia que passa o Manuel de Sousa, sinaleiro na matriz, vê-se mais aflito, com tanto carro na cidade, cada dia que passa, não é?!….
Claro que não tenho resposta, infelizmente já cá não estão, mas adivinho que a resposta de um deles seria assim: – “…Sim, é um “poder de Nosso Senhor” que vai por esse mundo louco e agente aqui, em paz, na nossa Praça!…”.
Na Praça Nova – 1960
Por outro lado, quem olhar bem para as outras fotos da antiga Praça Nova, nestas, denota bem a diferença, na idade das pessoas e na evolução do espaço, desenhado e construído como outro “Ponto de Encontro” desta Vila. Os mais novos aderem sempre aos lugares que vêm nascer e ganhar estatuto de modernice. Sempre foi assim, e, esse não fugiu à regra. De resto, o «desenhador» Victor Floriano Borges, (um dos proprietários da Casa da Estrela, hoje Casa da Junta de Freguesia d’Água de Pau) desenhou muito bem este espaço lúdico, logo após a pavimentação do novo empedrado em calçada de basalto, da nova estrada regional, no início da segunda metade do século XX.
Debruço-me de novo sobre a foto destes jovens sentados na Praça Nova e não se pode dizer que é “Graças a Nosso Senhor” que eles se juntaram e acotovelaram-se para ficarem todos no mesmo banco?!! Não, não foi isso. Foi para a fotografia, apenas, numa manifestação de amizade irreverente da juventude daquele tempo!
Um fotógrafo e uma máquina fotográfica era uma novidade na altura! Não invoquemos o Nome de Nosso Senhor em vão!
A Vila de Água de Pau deve muito a Deus Nosso Senhor. O que vale é que Deus não espera muito de nós. Já sabe do que a casa gasta. E gosta!
RoberTo MedeirOs – Um pauense que revive estes tempos, como se neles vivesse!
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