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“A ciência diz-nos o que somos, a filosofia diz-nos quem somos, mas nenhuma nos diz a razão de ser-se”

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“O que somos? Quem somos? Que razão temos de ser?”, estas perguntas pertinentes foram colocadas e interpretadas pelo Professor Catedrático António Frias Martins.

No âmbito da “Noite Europeia dos Investigadores”, que decorreu a 30 de setembro, no Centro de Ciência Viva de São Miguel, Expolab, na Cidade de Lagoa, Frias Martins proferiu a palestra intitulada “O futuro da biodiversidade: Evoluir é construir sobre um passado”.

A biodiversidade sendo sinonimo de “vida”, a existência da mesma tem “uma origem obscura” e quando olhamos “para a evolução da vida vemos que temos um passado partilhado”.

Segundo o investigador a “vida chegou por um caminho tortuoso”, sendo que os humanos foram praticamente os últimos a chegarem, “há apenas cerca de 200 mil anos”.

“Nós acabamos de chegar, somos tão jovens, temos um futuro à nossa frente” e o que distingue a nossa espécie das outras, é “o respeito pela morte”, uma dimensão que não se encontra no resta da natureza.

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Por outro lado, uma das diferenças da espécie humana em comparação com as outras, é querer conhecer outras coisas, mas por vezes esquecendo-se do essencial: “conhecer-se a si mesmo”.

Numa “seleção natural”, onde não há “finalidade pré-definida inerente ao processo evolutivo”, em que a cada passo há uma redução de possibilidades para o passo seguinte, ou seja, “não pode haver evolução sem passado”, recordou.

Ao longo dos anos ganhamos o poder de criar mas também de destruir e infelizmente as “baratas e os escaravelhos terão muitíssima mais hipóteses de sobreviver do que a espécie humana”, referiu.

Finalizando a sua palestra, Frias Martins conclui que “a ciência diz-nos o que somos, a filosofia diz-nos quem somos, mas nenhuma nos diz a razão de ser-se”, portanto a única alternativa encontrada e sugestão é “uma proposta de espiritualidade” com a sabedoria de viver.

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Assim sendo, o futuro da biodiversidade, “qualquer que ela venha a ser está assegurado”, o nosso futuro é que não está, no entanto, este “está nas nossas mãos”.

O Expolab é um centro da Sociedade Afonso Chaves e para Frias Martins, presidente desta Sociedade desde 1990, “A Noite Europeia dos Investigadores”, permite “ver a investigação dinamizada, divulgada sobretudo pelas crianças e procurada pelos pais e pelos adultos em geral”.

“A curiosidade é que dinamiza esta gente” e os mais jovens é que estão a aprender os mecanismos, que vão ajudá-los a “crescer” e um dia, continuar o trabalho efetuado pelos diversos investigadores, adiantou.

“Sou investigador desde pequenino, sou investigador porque faço perguntas, porque tenho curiosidades. Eu tive a sorte de aperfeiçoar a metodologia de fazer investigação. Há muitas perguntas que eu venho fazendo que necessitam respostas e eu sei que a acumulação da ciência, que fiz durante a minha vida, me torna um veiculo apropriado para responder a essas perguntar”, referiu Frias Martins ao Jornal Diário da Lagoa.

DL/AS

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