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Duas mãos

Beatriz Moreira da Silva

E se nunca déssemos as mãos,
entrelaçar os dedos no calor;
E se fôssemos só nós,
perdidos nos ponteiros do relógio.

E o tempo que nos passa pela sombra,
não daríamos conta;
Nem saberíamos os arrepios de perto,
que com o toque desaparece.

E se déssemos só uma mão,
ao primeiro embale caíamos no chão;
Um de nós firme embora o impulso,
outro deitado destruído no fundo do poço.

E se déssemos as duas mãos,
devagarinho de mansinho entrelaçadas;
Firmes d’hirtas e inderrubáveis;
seríamos a construção mais bonita e sólida de um simples para sempre.

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